Você precisa expandir um pouco mais esse horizonte que me trouxe aqui, ao citar bilionários, pois está fundamentalmente errada. Veja.
A meritocracia foi um termo criado em 1958, no livro chamado The Rise of the Meritocracy (A Ascenção da Meritocracia, em tradução livre), de Michael Young, um sociólogo, político de esquerda e ativista social britânico, onde, através do livro que tem um tom distópico e bem satírico, imagina um mundo onde as pessoas seriam capazes de prosperar somente com suas capacidades de inteligência e de trabalho, sem ajuda da sociedade, estado ou família. Qualquer aplicabilidade deste termo fora do descrito acima, temos que há a deturpação do mesmo.
Eu não vou entrar em detalhes complexos da ascenção da Apple, Amazon, Microsoft, etc. É muito mais simples entender a não aplicabilidade universal da meritocracia quando imaginamos, por exemplo, que uma pessoa pode ficar bilionária apenas por ser filha de um falecido bilionário. Onde há mérito nos filhos do Elon Musk, por exemplo? Ou até mesmo da esposa dele? E há diversos outros exemplos dos quais posso trazer aqui, que comprovam a não existência da meritocracia em sua essência.
Concordo sim ser um fator psicológico muito bom, pois muitos utilizam como estímulo para não desistir, quando algo dá errado, acreditando que se ela tentar de novo e fizer um pouco melhor terá um resultado diferente. Psicologicamente falando é excelente. Mas não há causalidade única e exclusivamente direta entre esforço e retorno.
Fiz questão de deixar em negrito a parte que diz ser única e exclusivamente, porque é assim que o termo meritocracia funciona em sua teoria.
O background é muito engraçado, porque conheço muita gente que diz abominar esquerda e tudo que dela vem, mas que abraça, beija e trata como palavra santa um termo criado por um autor esquerdista, em um contexto totalmente irônico e utópico, mas, mesmo assim, acreditam ser real até nos dias de hoje.