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A decadência da industria alimentícia Brasileira

coisas boas que sumiram do mercado

linguiça conservada em banha

paio da sadia
chester[não encontro]
:isso:
No Oba vende banha para fritar coisas, eu uso as vezes.
Linguiça assim tem que ir em lugar mais artesanal, aqui tem alguns lugares assim...

Fiquei um bom tempo sem comer linguiça, a maioria vem só gordura e é aquela gordura zoada com parte dura...
 
Na terça feira(ante ontem) fui no mercado e vi que tinha passatempo de galak e doce de leite e estou pensando em comprar um de cada para experimentar vale a pena ou é melhor nem jogar dinheiro fora?
Piraque-Biscoito-Recheado-Chocolate-160g.png

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os únicos que consigo comer hoje em dia
 
Produtos como bolacha é complicado, pq o povão tem paladar estragado, come rapadura e doce de abóbora,goiabada, enfim, qualquer lixo preto cheio de açucar pode chamar de chocolate que o povão vai comprar sorrindo.

É como ser zagueiro no ibis, por mais que vc seja bom vai perder todo jogo, a empresa interage com o mercado e se o mercado aceita lixo vc se lasca.
Pior que fiquei pensando nisso mesmo, a galera é muito acostumada com coisa ruim, então a maioria nem percebe essas mudanças, mesmo coisas que são feitas do zero são mal feitas, pão de queijo é puro polvilho, coxinha que só tem farinha e não vai uma grama de batata cozida na massa, comida a la carte que não tem o minimo de tempero, arroz e feijão sem sal e nem se trata de uma questão de preço, tem lugar que vende essas porcarias e cobra caro, aliás, tendo nascido e sempre morado em SP por mais de 3 décadas a coisa mais comum é ver restaurante merda cheio, até hoje não me entra na cabeça pegar fila pra comer no Outback
 
Se vcs acham que temos problemas além da qualidade e que são relacionados a hábitos e preferências, recomendo lerem relatos de norte-americanos com relação a comida. O sub r/cooking no Reddit tem ótimos tópicos com centenas de relatos sobre a alimentação na infância dos gringos. Eles tem pontos bem comuns relacionados ao consumo excessivo de enlatados (hábito herdado dos familiares que cresceram durante e no pós guerra), a ausência de temperos (incluso sal), de cozinhar vegetais e carnes por horas em água e etc.

Daí dá pra entender a ascensão e manutenção do fast-food.
 
No Oba vende banha para fritar coisas, eu uso as vezes.
Linguiça assim tem que ir em lugar mais artesanal, aqui tem alguns lugares assim...

Fiquei um bom tempo sem comer linguiça, a maioria vem só gordura e é aquela gordura zoada com parte dura...

Linguiça eu só compro de um açougue aqui que é artesanal, de pernil. O máximo que sai dela durante o preparo é água, gordura zero.
A banha eu comecei a usar um pouco em substituição ao óleo de soja, agora estou testando o óleo de coco (encontrei um sem cheiro e sem sabor ,que era minha grande restrição no uso dele), pena que é muito caro. A solução mais viável vai ser a banha mesmo.

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os únicos que consigo comer hoje em dia

Piraquê é boa demais, aquele biscoito de leite maltado deles não tem pra ninguém.
 
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os únicos que consigo comer hoje em dia
Eu gosto bastante da bolacha piraquê. Acho meio artificial mas eu gosto kkkkkk
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Linguiça eu só compro de um açougue aqui que é artesanal, de pernil. O máximo que sai dela durante o preparo é água, gordura zero.
A banha eu comecei a usar um pouco em substituição ao óleo de soja, agora estou testando o óleo de coco (encontrei um sem cheiro e sem sabor ,que era minha grande restrição no uso dele), pena que é muito caro. A solução mais viável vai ser a banha mesmo.
Eu uso banha porque gosto do sabor, as vezes uso pra fazer carne e hamburguer. fica bom.

Óleo de soja aqui está quase o preço dos azeites vagabundos ( que são misturados com óleo de soja), Eu nem arrisco comprar óleo mais caro que o de soja pois vou pagar caro e sei que vou ser enganado, se os caras colocam óleo de soja até em azeite extra virgem de marca, imagina em óleo... A pessoa compra óleo de girassol, algodão, canola e só está pagando mais caro e levando um rótulo diferente kkkkk
 
Última edição:
Eu gosto bastante da bolacha piraquê. Acho meio artificial mas eu gosto kkkkkk
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Eu uso banha porque gosto do sabor, as vezes uso pra fazer carne e hamburguer. fica bom.

Óleo de soja aqui está quase o preço dos azeites vagabundos ( que são misturados com óleo de soja), Eu nem arrisco comprar óleo mais caro que o de soja pois vou pagar caro e sei que vou ser enganado, se os caras colocam óleo de soja até em azeite extra virgem de marca, imagina em óleo... A pessoa compra óleo de girassol, algodão, canola e só está pagando mais caro e levando um rótulo diferente kkkkk

Passei a usar por questão de ter uma alimentação um pouco mais saudável, óleo de soja paga de mocinho mas não é muito diferente dos vilões. De quebra, tem o bônus do sabor mesmo.
 
O grande problema disto tudo é o crescimento descontrolado da população.
Quando mais pessoas, mais comida, e como as frutas e vegetais demoram meses para brotar, as industriais de alimentação, aproveita para injetar comidas prontas.
Com isso, as pessoas com fome que é quase toda hora, se movimenta para o mercado de comidas prontas.
Nisso, a indústria de remédios aproveita toda essas doenças que gera das comidas prontas, para lucrar.

Logo, enquanto o povo é usado para gerar lucro, as comidas prontas praticamente gera maus genes deixados por essas comidas prontas.

Porém, sabemos que as fábricas de comida, ao aumentarem a demanda, aumenta produtos químicos para acelerar a produção.

E por fim, vamos ter um crescimento acelerado e uma morte acelerada
 
Eu tenho banha aqui mas raramente lembro de usar. Meu uso diário é o combo manteiga e óleo, seja de milho ou girassol. Não sei se já repararam, mas o óleo de soja tem um cheiro/gosto bem intenso que só perde pro azeite. O de milho tem um gosto que lembra pipoca.

Se eu pudesse, usaria só manteiga clarificada para cozinhar mas é caro comprar e chato de fazer. Vc aquece ela e começa a coletar os resíduos que sobem, nada mais que água, lactose e proteínas. Ela fica uma gordura limpa e o ponto de queima aumenta.
Uma vez tive o prazer de fazer um medalhão de mignon nisso e ficou sensacional :mr:
 
O grande problema disto tudo é o crescimento descontrolado da população.
Quando mais pessoas, mais comida, e como as frutas e vegetais demoram meses para brotar, as industriais de alimentação, aproveita para injetar comidas prontas.
Com isso, as pessoas com fome que é quase toda hora, se movimenta para o mercado de comidas prontas.
Nisso, a indústria de remédios aproveita toda essas doenças que gera das comidas prontas, para lucrar.

Logo, enquanto o povo é usado para gerar lucro, as comidas prontas praticamente gera maus genes deixados por essas comidas prontas.

Na verdade não existe isso de crescimento descontrolado da população, existe migrações populacionais, e acumulo de pessoas nos grandes centros.

Realmente não há controle, áreas são invadidas e assim nascem favelas e comunidades, dá a falsa impressão que essas pessoas surgiram do nada, mas elas só migraram.

Logo, enquanto o povo é usado para gerar lucro, as comidas prontas praticamente gera maus genes deixados por essas comidas prontas.
Estou louco pra ver um estudo cientifico, indicando que comida congelada gera maus genes, vem chip na comida tb? a quantidade chip gera maus genes tb? kkkk

Porém, sabemos que as fábricas de comida, ao aumentarem a demanda, aumenta produtos químicos para acelerar a produção.
Fabricas atendem demandas, eles não controlam as demandas, se a qualidade dos produtos vem caindo é reflexo da desvalorização do real e da queda de poder de compra dos consumidores, se a empresa repassa os custos a vendas caem(e eles fazem isso sempre , estão sempre testando o mercado) então fazem mudanças nas formulas para manter as vendas num patamar onde ainda seja lucrativo o negocio.

Vai no tópico do dólar ver o pessoal torcendo pro dólar disparar , depois procura as msgs no forum tá choramingando inflação.
 
O grande problema disto tudo é o crescimento descontrolado da população.
Quando mais pessoas, mais comida, e como as frutas e vegetais demoram meses para brotar, as industriais de alimentação, aproveita para injetar comidas prontas.
Com isso, as pessoas com fome que é quase toda hora, se movimenta para o mercado de comidas prontas.
Nisso, a indústria de remédios aproveita toda essas doenças que gera das comidas prontas, para lucrar.

Logo, enquanto o povo é usado para gerar lucro, as comidas prontas praticamente gera maus genes deixados por essas comidas prontas.

Porém, sabemos que as fábricas de comida, ao aumentarem a demanda, aumenta produtos químicos para acelerar a produção.

E por fim, vamos ter um crescimento acelerado e uma morte acelerada
Se o problema fosse populacional seria um problema global mas lá fora a qualidade dos produtos continua boa.
Até por isso o tópico fala especificamente sobre alimentos no Brasil.
 

Me lembro de ir no McDonalds uma vez com uns 14 anos de idade, foi uma vez pra nunca mais, achei aquilo muito nojento de tanta gordura, o maximo que como em hamburguer são do Madero ou de restaurantes mais independentes, alem do feito em casa claro.

Inclusive esse video me lembrou um livro que eu preciso comprar.
 


Lacta ta apanhando no Twitter pela qualidade dos chocolates, Brasil ainda tem salvação
 
Um fato curioso que descobri sobre essas substituições, é que há poucos anos, descobriram como reaproveitar o Soro de Leite que antes era descartado. Por isso tantos novos produtos usando Soro de Leite ao invés de leite puro, a produção aumenta drasticamente.

Parece, mas não é: tem rótulo de leite, tem marca de leite, mas ninguém conhece pelo nome

Como o soro de leite passou de um descarte altamente poluente para uma matéria-prima onipresente em produtos caros, como compostos lácteos e whey protein



Nos últimos anos, novos produtos lácteos estão surgindo no mercado. Apesar de possuírem rótulos e formatos de embalagens similares aos já conhecidos dos consumidores, esses produtos contam com fórmulas diferentes e até novas nomenclaturas.O que parece leite em pó é, na verdade, composto lácteo. O creme de leite ganhou um sósia: o creme culinário. E até o leite condensado tem uma versão similar, a mistura láctea condensada. Na pandemia, a quantidade de produtos lácteos com definições diferenciadas e aparências similares aumentou. E será que o que você está levando para sua casa é realmente o produto que imaginava?A maioria desses novos produtos tem uma semelhança: a presença do soro de leite. Durante séculos, esse soro foi um descarte da produção de queijos. Mas vieram os impactos ambientais. E, então, ele foi convertido numa matéria-prima onipresente em produtos processados.No período de 2007 a 2020, o Ministério da Agricultura publicou uma série de instruções normativas para definir a composição de produtos lácteos, como a bebida láctea, o composto lácteo e até mesmo o leite em pó. Mas, apesar dessas definições, as diferenças entre os produtos passam despercebidas pelo consumidor. Para piorar o cenário, entidades da sociedade civil denunciam práticas irregulares de vendas casadas.“A gente tem uma infinidade de novos produtos sendo criados e entrando nas gôndolas dos supermercados o tempo todo. E hoje temos alguns produtos que são muito similares a produtos mais conhecidos do consumidor”, explica a nutricionista Laís Amaral, integrante do Programa de Alimentos do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, o Idec. “Por exemplo, a gente vê o requeijão e a cobertura cremosa, que são tipos diferentes de produtos, e na verdade eles vêm em embalagens muito similares. Outro caso bastante comum é a similaridade da fórmula infantil, do leite em pó e dos compostos lácteos.”As diferenças visuais entre os novos lácteos, por assim dizer, e os produtos já marcantes na memória do consumidor são mínimas e chegam, em alguns casos, a se resumir a pequenas letras nos rótulos, algo que pode passar sem ser visto na hora da compra.

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Embalagens de creme culinário e creme de leite. Foto: O Joio e O Trigo

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Embalagens de mistura láctea condensada e leite condensado. Foto: O Joio e O Trigo

“Os rótulos não são compreendidos pelos consumidores e, por não serem compreendidos, as pessoas acabam levando outros produtos sem ler”, avalia Laís. “Ler rótulos leva tempo, a informação é confusa, precisa muitas vezes fazer conta e tem muita informação técnica. E a diferença desses novos produtos está onde? Na sua denominação de venda, que é uma informação obrigatória, mas não é informação de destaque”.

Imagine um pacote de leite em pó. Normalmente, existem informações em linha reta, na horizontal, abaixo do logo do produto. Há marcas que destacam, dessa mesma forma, se contém vitaminas ou se está adoçado. Agora, o que ele é de fato, onde está escrito se é leite em pó ou outro produto não acompanha essa mesma formatação.

Muitos compostos lácteos colocam o que são, a sua denominação obrigatória, na lateral ou na parte de baixo do rótulo – você teria de virar a embalagem para visualizar adequadamente. E, no meio das compras, você costuma virar as embalagens para ler tudo o que está escrito? Melhor: você costuma parar e ler todas as informações dos produtos que vai levar?

Outro teste, aproveitando que estamos falando de leite em pó. Sabe o Leite Ninho, aquela linha de produtos da Nestlé dedicada às crianças? Você sabia que há produtos dessa marca que são leite em pó e outros que não são? E se essa situação já é confusa por si só, ela piora quando envolve a alimentação infantil. A publicidade também não faz qualquer diferenciação entre os produtos e apresenta todos como completos do ponto de vista nutricional.

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“O composto lácteo é um produto que tem que ter, pelo menos, 51% de ingredientes lácteos e o restante pode ser qualquer coisa, açúcar, aditivo alimentar ou outros ingredientes”, recorda Laís Amaral. Em especial nas farmácias, o composto lácteo é muito confundido com a fórmula infantil, um alimento destinado a crianças com até 12 meses.

No Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de Dois Anos, o Ministério da Saúde avalia que os compostos lácteos são ultraprocessados e, portanto, não devem ser consumidos por bebês. O documento oficial orienta a ter atenção pelo fato de as latas dos compostos serem parecidas com as das fórmulas. No caso da Nestlé, por exemplo, a linha de compostos Neslac e a linha de fórmulas Nanlac têm nomes, latas e identidades visuais muito similares.


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A comercialização das fórmulas têm uma legislação: a Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (Nbcal). O país adotou a norma ainda nos anos 1980, mas na forma de uma resolução do Conselho Nacional de Saúde. Foi apenas em 2006 que essa norma foi transformada em lei e, entre suas definições, passou a punir empresas que façam promoção comercial das fórmulas infantis.

No ano seguinte, entraram em cena os compostos lácteos, que, em tese, não têm as mesmas restrições impostas às fórmulas – podem, por exemplo, entrar nas “ofertas do dia” e oferecer brindes. “Mas com os compostos lácteos, a confusão está sendo induzida pelo rótulo e pela embalagem muito parecida. Isso se chama promoção cruzada, que é quando um produto que as pessoas já conhecem acaba fazendo a propaganda de outro”, alerta a representante do Idec.

Promoção, dois anúncios por um


Nesse caso da venda casada, o benefício acaba vindo para os dois produtos. O composto lácteo se aproveita de uma imagem familiar ao consumidor para se vender e, como não tem lei que impeça isso, tecnicamente o fabricante pode ilustrar cartazes de descontos ou melhores posições em gôndolas, chamando a atenção de quem compra.

Foram essas atitudes que chamaram a atenção de Dryelle Oliveira, mestre em nutrição pela Universidade de Brasília e integrante do Núcleo de Estudos Epidemiológicos em Saúde e Nutrição da instituição. Ao ver de perto que as pessoas estavam, sim, levando gato por lebre, ou melhor, composto lácteo por fórmula infantil, ela resolveu dedicar sua pesquisa a mostrar as semelhanças nas rotulagens desses produtos. E um estudo que começou com 13 compostos listados conta, hoje, com 18 – porque ela sabe que a cada semana surge algo novo.

“O nosso plano enquanto grupo de pesquisa é justamente solicitar a inclusão dos compostos lácteos na Nbcal. A gente sugere essa inclusão para conseguirmos controlar a comercialização deles no escopo da lei, assim como todos os outros produtos que têm esse direcionamento infantil. Já que ele é vendido como substituto ou suplemento [para crianças], então a gente tem que regulamentá-lo também dentro da legislação”, afirma Dryelle.

Durante a elaboração desta reportagem, algumas atitudes um tanto quanto óbvias foram feitas, como jogar na barra de buscas do navegador “o que é leite em pó?”, por exemplo. E na internet a regra é clara: tudo o que você pesquisa volta, mas como anúncio. Foi assim que um dia desses, enquanto mexia no Instagram, fui impactado por uma série de stories de um produto com várias vitaminas, todas coloridas, a lata amarela da cor do Sol e aquele nome que parece no diminutivo, para ligar às crianças, sabe? Sim, mais uma vez o Leite Ninho. O meu imaginário pensou em leite em pó ou fórmula infantil, mas não era, até porque a publicidade é proibida: era composto lácteo, mesmo.

O Idec e a Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (Ibfan) realizam anualmente um monitoramento de violações às normas da Nbcal. Como explicam as entidades, é proibida a promoção comercial de produtos destinados às crianças, seja ela por exposições especiais e descontos de preço, seja por cupons de descontos, prêmios, brindes, vendas vinculadas ou apresentações especiais.

Em 2020, por conta da pandemia de Covid-19, o monitoramento foi adaptado, com foco nas lojas físicas e ambientes digitais. A pesquisa identificou 389 infrações, de 101 empresas. Na internet, os compostos lácteos representaram 18,2% do total de produtos com violações comerciais, mas nas lojas físicas essa porcentagem saltou para 35,7%, fazendo com que esses compostos ocupassem a liderança dos produtos com infrações no último ano.

“É uma questão da gente disseminar melhor essa política da fiscalização para empoderarmos as pessoas”, pontua a mestre em Nutrição Dryelle Oliveira. Afinal, para que os compostos lácteos sejam incluídos na Nbcal, é necessário um projeto de lei.

O projeto já existe, é o de nº 3.828, de 2019, de autoria do senador Confúcio Moura (MDB/RO). Desde o começo de setembro, o PL está disponível para votação na CDH, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, aguardando apenas os senadores.

“Quanto mais gente souber disso e fizer barulho, mais coisas a gente consegue. Nós precisamos pressionar o poder público para efetivamente melhorar a política pública. Porque a política pública é mutável, ela tem que ser atualizada sempre, conforme a nossa realidade”, conclui Dryelle.

Mas esses novos produtos são bons?


Se pelo lado de rotulagem e comercial há questões envolvendo os compostos lácteos, o que dizer deles como produtos? São bons ou ruins? Para responder a essas questões, a reportagem procurou três engenheiros de alimentos. Dois do Ital, o Instituto de Tecnologia de Alimentos do Governo do Estado de São Paulo, e um da Unicamp, a Universidade Estadual de Campinas. Eles foram categóricos: não dá para dizer que todos esses produtos são ruins. Pelo contrário.

“A indústria não transformou o leite em pó em composto lácteo, o composto lácteo existe e é regulamentado. Na verdade, os produtos lácteos são bastante normatizados na legislação brasileira”, salienta Patrícia Blumer, pesquisadora de novos produtos no setor de lácteos do Ital. “Por exemplo, eu posso pegar um leite em pó desnatado, misturar ele com um prebiótico, que tem benefícios para a microbiota, e aí não vou poder mais chamar ele de leite em pó. É só leite em pó misturado com uma fibra, mas eu não posso mais chamar ele de leite em pó. Por quê? Porque a legislação de leite em pó é muito rigorosa, leite em pó é só o puro. Então, eu vou ter que chamar ele de composto lácteo.”

Isso significa que o conceito de composto lácteo engloba muita coisa e, sim, produtos com teor maior ou menor de proteínas. “Tem o composto lácteo bem baratinho, que mistura açúcar, amido, gordura vegetal em pó com soro em pó? Tem. E, no fim, ele atende, sim, infelizmente, uma parcela da população de baixa renda que não pode consumir um produto melhor.”
Guilherme Tavares, professor da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp, concorda que as normas regulatórias do Ministério da Agricultura definem muito bem o que são os produtos lácteos e, principalmente, o que as indústrias podem adicionar neles.

“Eu não acho que seria justo, pensando nas inovações que esses tipos de produtos trazem, de colocar como se fosse uma tentativa de enganar alguém. A gente está falando de produtos diferentes, com funcionalidades diferentes, nichos de mercado diferentes, e isso aparece nas embalagens. A questão das fibras, por exemplo, se torna um atrativo de venda, para falar ‘olha, esse produto é diferente por causa disso’. Há uma grande variedade de produtos no mercado e precisamos ter o cuidado de olhar as informações disponíveis para tentarmos entender o que a gente está comprando”, avalia.

Para Tavares, a rotulagem similar entre os produtos tem uma justificativa. “Como são produtos que têm um perfil de consumo parecido, a gente está falando de produtos em pó que vão ser consumidos em uma forma reidratada, então eles vão ser apresentados nos supermercados de forma próxima, um produto próximo do outro. Mas as informações estão lá.”

E quanto à questão da gestão de proteínas, Patrícia Blumer chama a atenção para outros itens em comercialização. “Há outros produtos de origem vegetal que entram no mercado tentando se parecer com produtos lácteos e que não têm normas estabelecidas. As pessoas falam que o teor de proteína de um composto lácteo é baixo, mas ele tem que ter entre 9% ou 13%. Sabe qual é o teor do leite de coco em pó? 3%. E não tem normatização”, informa.

Soro de leite, um delicioso poluente


E o que fez surgir tantos produtos lácteos com nomes diferenciados no mercado? A resposta é uma só: soro de leite, um subproduto da indústria de laticínios, gerado na fabricação de queijo. Em média, para fazer 1 quilo de queijo são necessários 10 litros de leite, e o que sobra no processo são 9 litros de soro de leite. O queijo é comercializado, o soro não. Num passado recente, cerca de 25 a 30 anos atrás, era comum que esse soro de leite fosse dado a animais ou, para piorar, descartado no meio ambiente. E, se ele tem proteínas para o nosso corpo, no descarte indevido vira um belo de um poluente.


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“Estimativas apontam que, aqui no Brasil, são produzidas cerca de 5 milhões e 400 mil toneladas de soro de leite por ano, oriundas de queijo feito com inspeção federal. Olha o montante disso. Antes, você jogava isso fora, mas por ser rico em compostos orgânicos, consequentemente o soro de leite polui muito. Agora, não, você não pode descartar indiscriminadamente, você tem que tratar o soro, e o tratamento é caro. Então, começou-se a realizar pesquisas sobre ele”, explica Leila Spadoti, especialista do Ital.

Basicamente, as pesquisas sobre soro de leite identificaram dois pontos principais: o primeiro é que ele é rico em proteínas; o segundo, que era possível utilizá-lo, de diferentes formas, em novos produtos. Resumindo, foi assim que o soro de leite trouxe novos produtos ao mercado.

“Do total de soro produzido no mundo inteiro, a gente está conseguindo usar de 50% a 60%, o resto não tem aplicação ainda. Os cientistas costumam sugerir aplicações nas indústrias alimentícia e na farmacêutica pela quantidade de nutrientes que ele possui”, complementa Leila.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro em 2018 avaliou cem laticínios espalhados pelo país. Desse total, apenas 60% aproveitavam totalmente o soro de leite. E 27% não só não aproveitavam o soro em outros produtos, como descartavam em sistemas de tratamento de efluentes ou doavam para alimentação animal.
Outro estudo da mesma entidade, publicado em abril de 2021, trouxe um panorama da questão ambiental envolvendo o soro de leite. Apesar das múltiplas formas de reutilização do soro, muitos produtores ainda consideram a substância como um rejeito, por conta da sua facilidade em proliferar bactérias e fungos.

Há, ainda, uma prática problemática, que é o uso do soro de leite in natura para a irrigação do solo. O soro consegue estimular o crescimento de plantas e melhorar a estrutura do solo, aumentando a eficiência na retenção de água. Entretanto, resíduos de antibióticos aplicados em animais são encontrados no soro e, mesmo em baixas concentrações, podem ocasionar contaminação de bactérias nos alimentos cultivados.

O estudo traz uma terceira questão alarmante, dessa vez envolvendo o descarte do soro. Os tratamentos de efluentes contendo soro de leite, apesar de eficazes, causam outros problemas, como a produção de lodo contaminado com produtos químicos, além do alto consumo de energia.

Para especialistas, a destinação indevida do soro de leite produzido nos laticínios ainda tem graves impactos ao meio ambiente nos dias de hoje, e são necessários mais investimentos em tecnologia e pesquisa para resolver essa questão.

E se de um lado há muito o que ser feito, do outro já existem diagnósticos – a inclusão do soro em novos produtos pode ser um caminho mais econômico e sustentável. No Ital, as pesquisas com soro de leite seguem algumas linhas, como o desenvolvimento de bebidas gaseificadas, tipo refrigerantes, além do uso em sorvetes e bebidas lácteas, visando principalmente à utilização do soro oriundo de pequenos laticínios.

Há, ainda, públicos específicos que pagam fortunas para terem suas proteínas concentradas. Você já deve ter ouvido falar, inclusive. Com muito marketing e apelo nos universos de esportes e fitness, o soro de leite ganha outro nome, whey protein.

É o que explica Patrícia Blumer: “Vamos pegar o leite, o leite tem 3% e pouco de proteína, o soro tem entre 0,6% e 1%. Então, ele tem menos proteína e tem mais água. Mas junto com ele, você tem os minerais, as vitaminas do complexo B presentes, entre outros. Esse soro também pode ser ultrafiltrado, é um tratamento específico em que você concentra as proteínas dele, já que ele tem pouca proteína como líquido. Concentra as proteínas do soro e dá aquele nome chique de whey protein, que, na verdade, é o termo em inglês para proteína do soro”.

Para Guilherme Tavares, o avanço tecnológico ao redor do mundo e o aumento da demanda por parte dos consumidores em produtos específicos incentivam o surgimento de novos produtos lácteos, algo que deve seguir pelos próximos anos. Ele destaca a expansão de concentrados proteicos, como o whey, além de outros produtos voltados para facilitar a digestão. “O soro de leite é um bom exemplo de como o conhecimento ajuda a reinventar uma cadeia produtiva. A academia estuda o leite há muitos anos e continuamos estudando, porque estamos longe de exaurir tudo o que pode ser feito com ele”, conclui.

Linha do tempo


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Eu adoro o otimismo dessas discussões sobre impostos. A Mondelez vende seus lixos nacionais aqui e importa Milka da Europa. Redução de imposto significa aumento de margem, nada mais que isso.
A Mondelez fabrica Milka no RS para exportação. Destinados principalmente para o mercado uruguaio.

A linha Lacta Specials inclusive, é o mesmo Milka com embalagem diferente.
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PURA GORDURA HIDROGENADA E AÇUCAR! :bwahaha:
Sempre foi.

Gordura hidrogenada = gordura vegetal para manter a consistência em tempos modernos onde os alimentos são cada vez mais ready to eat e devem permanecer mais tempos nas prateleiras.

As pessoas reclamam do leite de caixinha e do seu sabor inferior mas não querem leite que estraga em um dia, etc..

Produtos como bolacha é complicado, pq o povão tem paladar estragado, come rapadura e doce de abóbora,goiabada, enfim, qualquer lixo preto cheio de açucar pode chamar de chocolate que o povão vai comprar sorrindo.

É como ser zagueiro no ibis, por mais que vc seja bom vai perder todo jogo, a empresa interage com o mercado e se o mercado aceita lixo vc se lasca.
Chocolate sempre foi bomba de açucar.

O mercado nacional tem chocolates mais simples porque a realidade da população brasileira se encaixa melhor com a de chocolates baratos.

No mais, antes açucar a gordura. Gordura vegetal é lixo, gordura você come a residual dos alimentos e só. Açucar ao menos tem algum beneficio melhor do que o de banha xexelenta que de nada serve.
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Não sei te dizer se a legislação afrouxou ou não, mas sempre foi permissiva demais. Lembro que 20-25 anos atrás os únicos países onde a fanta laranja e uva eram praticamente fluorescentes eram Brasil e EUA, que reconhecidamente têm as piores leis alimentícias apesar de terem uma boa legislação sanitária. Na Europa além de ter um maior percentual de suco natural, a cor é bem fraca, índice de baixo uso de corantes.
A legislação mudou sim.

Chocolate para ser considerado ao leite antes requisitava Y de cacau e a cada geração o mínimo exigido para que o produto seja descrito como chocolate ao leite (por exemplo) é o de uma menor concentração.

Quanto aos sucos, no final das contas cada país adequa o que melhor se encaixa na produção daquele país. No que tange corantes a coisa é bem mais embaixo, porque eles tendem a banir corantes baratos dizendo que são horrorosos ao mesmo tempo em que tentam te vender corantes de uma fornecedora que cobra mais e rende mais aos bolsos da fabricante.

O papo de comida "mais saudável" gera horrores aos bolsos das grandes fabricantes.


Indo ainda além, já repararam como cada vez mais surgem chocolates com misturas diferentes? Isso não é só pelo fator novidade, mas pelo fato de que a produção de cacau não atende a demanda e de que (pasmem) há quase 10 anos as principais fabricantes já sabiam disso e publicamente admitiam de que uma forma de contornar isso era a de colocando outros ingredientes no chocolate. Doce de leite, recheio de oreo, etc... agrado o consumidor, barateia e passa por cima das deficiencias do mercado.
 
Última edição:
Pior que o cacau pode entrar em extinção.

5 razões que explicam por que o chocolate está ameaçado em todo o mundo​

Cientistas preveem crises de escassez e até especulam sobre a extinção do cacau, a principal engrenagem de uma indústria bilionária.



Foram consumidas no mundo mais de 7 milhões de toneladas de chocolate em 2016-2017 — Foto: Public Domain Pictures

Foram consumidas no mundo mais de 7 milhões de toneladas de chocolate em 2016-2017 — Foto: Public Domain Pictures

Se você adora chocolate ou costuma comprá-lo para dar de presente, há motivo para preocupar-se: o futuro do cacau, o coração de uma indústria de US$ 98 bilhões (R$ 319 bilhões), está ameaçado, graças a uma combinação de fatores que vão das mudanças climáticas a pragas.
Alguns cientistas vão ainda mais longe e dizem que o cacau "está a caminho da extinção", algo que dizem que pode ocorrer em quatro décadas. Muitos consideram isso um exagero, mas especialistas já buscam soluções para evitar essa catástrofe.
Mas, afinal, por que o chocolate corre esse risco?

Comemos cada vez mais chocolate​


Um relatório da consultoria Euromonitor diz que a demanda chegou a 7,45 mil toneladas em 2016/2017, um aumento de 10% em cinco anos. Esse apetite crescente se deve principalmente ao aumento do consumo na China e na Índia, os dois países mais populosos do planeta.

A Índia teve, por exemplo, o maior aumento de consumo em 2016 (13%). Mas os maiores glutões de chocolate ainda são os Estados Unidos, que responde por 20% de toda a demanda. No entanto, é na Suíça que está o maior consumo anual per capita, com uma média de 11 kg, segundo a Chocosuisse, organização que representa a indústria do chocolate no país.

A Suíça tem o maior consumo per capita anual de chocolate no mundo — Foto: Horwin/Creative Commons

A Suíça tem o maior consumo per capita anual de chocolate no mundo — Foto: Horwin/Creative Commons

A rede de abastecimento é complexa​


Dados da Organização Internacional do Cacau, que analisa esse mercado, revelam que a relação entre produção e demanda oscilou entre excedentes e déficits nos últimos 20 anos.
Uma pesquisa recente com comerciantes, analistas e corretores feita pela agência Bloomberg estima que a produção de grãos de cacau deve superar a demanda em 97,5 mil toneladas na temporada 2017/2018. Isso só é bom se você é um consumidor ou um fabricante de chocolate.

Os preços do cacau têm caído desde os anos 1980 — Foto: dghchocolatier/Creative Commons

Os preços do cacau têm caído desde os anos 1980 — Foto: dghchocolatier/Creative Commons

Excedentes têm um impacto direto no preço de commodities, e o preço do cacau vem caindo, nunca mais atingindo seu auge de US$ 4 mil (R$ 13 mil) por tonelada nos fim dos anos 1970. No momento de publicação desta reportagem, o preço era de US$ 2.164 (R$ 7,04 mil).

Isso é sentido por agricultores, a grande maioria dos quais está em países pobres – os principais produtores são, por exemplo, nações africanas. Dois deles (Costa do Marfim e Gana) respondem por mais da metade da produção global.

Ativistas dizem que os agricultores recebem apenas 6,6% do valor de cada tonelada vendida. Para piorar, a média de idade de um agricultor de cacau é de 51 anos – os mais jovens estão buscando alternativas mais lucrativas.

É um cultivo difícil​


O cacaueiro (Theobroma cacao) é uma árvore nativa de ecossistemas tropicais e só cresce em climas úmidos com uma temporada de seca mais curta e chuvas regulares, razão pela qual ela pode ser encontrada a dez graus acima ou abaixo da linha do Equador.

Sua produção é pouco sofisticada: 90% vem de pequenas fazendas familiares. O cultivo e a colheita são atividades de mão de obra intensiva. Os frutos não amadurecem todos ao mesmo tempo, e é preciso monitorar as árvores constantemente.

Segundo a ONG Make Chocolate Fair (Torne o Chocolate Justo, em tradução livre), o cacaueiro dá frutos o ano todo, e é necessária a produção inteira de uma árvore para produzir meio quilo de cacau.

É sensível a mudanças climáticas​


Pequenas alterações no clima podem prejudicar o cultivo, então, as mudanças climáticas impactam a indústria como um todo. Um recente relatório da Universidade da Califórnia prevê que "mudanças climáticas reduzirão significativamente as terras adequadas para o cultivo do cacau nas próximas décadas".

Pesquisas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) apontam que a Costa do Marfim e Gana perderão grandes áreas de cultivo.

É um banquete para pragas​


Ao contrário de outros cultivos, que foram alvo de esforços científicos contínuos para aumentar sua produtividade e resistência a condições ambientais adversas e doenças, o cacau ainda é basicamente uma planta selvagem.

Em seu habitat natural, a bacia amazônica, as árvores "aprenderam" a lidar com patógenos desta área, mas a introdução da árvore na África por colonizadores europeus no século 19 mudou isso.

"Essas plantas foram levadas para outro continente e para um ecossistema ao qual não estavam adaptadas. Como o cacau nunca foi sistematicamente desenvolvido, há pouca diversidade genética, e os vírus podem superar sua resistência com mudanças em seu genoma", escreve Judy Brown, especialista em virologia vegetal da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.

Outras ameaças incluem danos provocados por insetos e infecções por fungos, como o que atingiu o nordeste brasileiro no fim dos anos 1980, o que resultou em uma queda de produção de 320 mil toneladas por ano para 191 mil toneladas entre 1991 e 2000.

Até agora, a única forma de produtores lidarem com árvores doentes é substituí-las, mas o problema é que árvores podem estar infectadas há semanas ou meses antes de aparecer algum sintoma, o que permite que uma doença se espalhe antes de ser descoberta.

As mudanças climáticas devem ter grande impacto sobre o futuro do chocolate — Foto: eliasfalla/Creative Commons

As mudanças climáticas devem ter grande impacto sobre o futuro do chocolate — Foto: eliasfalla/Creative Commons

A equipe de Brown está trabalhando em colaboração com a Mars, uma das gigantes do setor, para desenvolver um "kit de teste molecular" para que agricultores detectem mais cedo os sinais de uma infecção.

O Instituto de Genômica Inovadora, nos Estados Unidos, também testa como a manipulação do DNA pode tornar o cacau mais resistente. Se der resultado, pode ser um passo importante para que nós possamos continuar a nos deliciar com o chocolate por muitos anos.

 
A Mondelez fabrica Milka no RS para exportação. Destinados principalmente para o mercado uruguaio.

A linha Lacta Specials inclusive, é o mesmo Milka com embalagem diferente.
Não sei se é a mesma mas vi que eles produzem Milka aqui em Curitiba tbm, com destino ao México e outros países da América Latina. Ai pra consumo nacional trazem os produzidos na Polônia e Alemanha, não que eu vá reclamar. Hoje eu estava lendo o rótulo de um e o ingrediente principal é açúcar mas não é nem de longe tão doce quantos os brasileiros.

Quanto ao Specials, nunca vi nos mercados por aqui.
 
Não sei se é a mesma mas vi que eles produzem Milka aqui em Curitiba tbm, com destino ao México e outros países da América Latina. Ai pra consumo nacional trazem os produzidos na Polônia e Alemanha, não que eu vá reclamar. Hoje eu estava lendo o rótulo de um e o ingrediente principal é açúcar mas não é nem de longe tão doce quantos os brasileiros.

Quanto ao Specials, nunca vi nos mercados por aqui.
Não sabia que tinham fabrica aí.

O engraçado é de que só fui descobrir do fato ao procurar Milkas dentro do proprio Uruguai. Na fronteira sempre o importado da europa, agora dentro do país (que pra quem não sabe, é um horror) tudo Milka made in br. E o sabor é bem inferior, Lacta (Mondelez) total.

A linha Specials da Lacta só vem em barras gigantes e não sei se ainda existe. São barras de 200g que vem da Austria ou da Australia, não me recordo de qual país exatamente.

pracomer-lacta-specials009.jpg


Quanto ao açúcar ser o principal ingrediente: sempre foi. Faz parte da fórmula do chocolate ao leite que é o mais doce e que popularizou o chocolate como conhecemos. Algumas raras exceções possuem mais manteiga de cacau do que açúcar mas não por uma margem considerável. Quando ao leite e dessa forma que citei, é por uma miséria a mais de gordura (% vs açúcar), sendo parte majoritária chocolate por coisa que não tornam essa diferença considerável. Em suma, o açúcar não é o problema. Até pode ser se de qualidade ruim mas daí já foge do meu conhecimento.

Explico:

No que tange design de alimentos não basta ter a fórmula e o método de cozimento. Você pode descobrir a receita do Oreo amanha e tentar lançar um clone que o sabor não vai ser o mesmo. O motivo soa tolo mas pouco é sabido sobre: ingredientes destinados a grandes fabricantes não são os mesmos que o consumidor compra. Salgadinhos, bolachas, etc... esses tipos de produtos possuem ingredientes comuns com o porém de receberem um tratamento químico que induzem o consumidor ao vício através da maior palatabilidade. Se você olhar um grão de açúcar de um Oreo via microscópio, vais poder reparar de que a estrutura dele é completamente diferente. Diferente no sentido de que é um açúcar que é um açúcar como qualquer outro, mas recebe um tratamento químico para que a sua camada externa seja mais atrativa ao paladar. Ou seja, a sensação de prazer proveniente daquele açúcar é maior do que a de um açúcar comum porque ele foi engineered para te dar mais prazer. E assim o seu corpo interpreta se quer ou não um alimento. Quanto maior a sinalização do sabor = seu corpo clamando por mais. Daí aquela historinha do sal, do açúcar e da gordura, que antes escassos agora veja só, são a parte majoritaria de junk foods.

Quanto a gordura... a maior diferença no sabor neste tocante se dá pelo fato da gordura utilizada em chocolates BR ser ruim ou mix (non cacau + cacau), principalmente nos mais baratos. Mas a culpa não é da fabricante, é da procura do consumidor por chocolates baratos e do fato de que elas tem de lançar um produto adaptado ao nosso mercado para que resistam as nossas temperaturas. Quanto mais gordura, mais fácil de derrete o chocolate e pior a chance dele sobreviver as gondolas dos supermercados.

Chocolates clássicos ruins como o famoso guarda-chuva e aquela moeda desgraçada além de baratos tem engineered neles a missão de resistir ao nosso clima. Aquela gordura mantém aquela consistencia nojenta até quando mastigamos, daí é só imaginar como também resistem e se encaixam ao mercado brasileiro: que procura por algo barato e ainda detém do clima tropical.


Já reparou como o Kinder Ovo tem sumido em algumas épocas do ano para dar lugar ao tal Kinder Joy? Que nada mais é do que um Kinder ovo não oco em um potinho. Então... adivinha em qual estação eles começam a diminuir ou retirar a circulação do Kinder Ovo? Nas épocas mais quentes, onde o chocolate se deteriora e fica com aspecto feio, ainda mais para um produto que se vale do formato oval.


Indo além ainda tem o lance da validade, a gordura do cacau é mais sensível (cara) e não envelhece tão bem quanto as mais baratas que foram feitas pra isso, embora não com o sabor em primeiro plano. Uma tática que há tempos é utilizada pelas marcas é o de diminuir artificialmente a validade dos produtos. Se você é dono de fabricante A e dá a validade de 1 ano, o que acontece se o da sua concorrência é de 10 meses? O do concorrente sai mais porque o giro no varejo é maior. Esse é um dos motivos pelos quais as validades dos produtos alimentícios também vem aos poucos diminuindo. Já parou pra reparar em quantas vezes você consumiu algo que teoricamente havia passado da validade mas estava ok (excluindo latícinios)?
 
Não sabia que tinham fabrica aí.

O engraçado é de que só fui descobrir do fato ao procurar Milkas dentro do proprio Uruguai. Na fronteira sempre o importado da europa, agora dentro do país (que pra quem não sabe, é um horror) tudo Milka made in br. E o sabor é bem inferior, Lacta (Mondelez) total.

A linha Specials da Lacta só vem em barras gigantes e não sei se ainda existe. São barras de 200g que vem da Austria ou da Australia, não me recordo de qual país exatamente.

pracomer-lacta-specials009.jpg


Quanto ao açúcar ser o principal ingrediente: sempre foi. Faz parte da fórmula do chocolate ao leite que é o mais doce e que popularizou o chocolate como conhecemos. Algumas raras exceções possuem mais manteiga de cacau do que açúcar mas não por uma margem considerável. Quando ao leite e dessa forma que citei, é por uma miséria a mais de gordura (% vs açúcar), sendo parte majoritária chocolate por coisa que não tornam essa diferença considerável. Em suma, o açúcar não é o problema. Até pode ser se de qualidade ruim mas daí já foge do meu conhecimento.

Explico:

No que tange design de alimentos não basta ter a fórmula e o método de cozimento. Você pode descobrir a receita do Oreo amanha e tentar lançar um clone que o sabor não vai ser o mesmo. O motivo soa tolo mas pouco é sabido sobre: ingredientes destinados a grandes fabricantes não são os mesmos que o consumidor compra. Salgadinhos, bolachas, etc... esses tipos de produtos possuem ingredientes comuns com o porém de receberem um tratamento químico que induzem o consumidor ao vício através da maior palatabilidade. Se você olhar um grão de açúcar de um Oreo via microscópio, vais poder reparar de que a estrutura dele é completamente diferente. Diferente no sentido de que é um açúcar que é um açúcar como qualquer outro, mas recebe um tratamento químico para que a sua camada externa seja mais atrativa ao paladar. Ou seja, a sensação de prazer proveniente daquele açúcar é maior do que a de um açúcar comum porque ele foi engineered para te dar mais prazer. E assim o seu corpo interpreta se quer ou não um alimento. Quanto maior a sinalização do sabor = seu corpo clamando por mais. Daí aquela historinha do sal, do açúcar e da gordura, que antes escassos agora veja só, são a parte majoritaria de junk foods.

Quanto a gordura... a maior diferença no sabor neste tocante se dá pelo fato da gordura utilizada em chocolates BR ser ruim ou mix (non cacau + cacau), principalmente nos mais baratos. Mas a culpa não é da fabricante, é da procura do consumidor por chocolates baratos e do fato de que elas tem de lançar um produto adaptado ao nosso mercado para que resistam as nossas temperaturas. Quanto mais gordura, mais fácil de derrete o chocolate e pior a chance dele sobreviver as gondolas dos supermercados.

Chocolates clássicos ruins como o famoso guarda-chuva e aquela moeda desgraçada além de baratos tem engineered neles a missão de resistir ao nosso clima. Aquela gordura mantém aquela consistencia nojenta até quando mastigamos, daí é só imaginar como também resistem e se encaixam ao mercado brasileiro: que procura por algo barato e ainda detém do clima tropical.


Já reparou como o Kinder Ovo tem sumido em algumas épocas do ano para dar lugar ao tal Kinder Joy? Que nada mais é do que um Kinder ovo não oco em um potinho. Então... adivinha em qual estação eles começam a diminuir ou retirar a circulação do Kinder Ovo? Nas épocas mais quentes, onde o chocolate se deteriora e fica com aspecto feio, ainda mais para um produto que se vale do formato oval.


Indo além ainda tem o lance da validade, a gordura do cacau é mais sensível (cara) e não envelhece tão bem quanto as mais baratas que foram feitas pra isso, embora não com o sabor em primeiro plano. Uma tática que há tempos é utilizada pelas marcas é o de diminuir artificialmente a validade dos produtos. Se você é dono de fabricante A e dá a validade de 1 ano, o que acontece se o da sua concorrência é de 10 meses? O do concorrente sai mais porque o giro no varejo é maior. Esse é um dos motivos pelos quais as validades dos produtos alimentícios também vem aos poucos diminuindo. Já parou pra reparar em quantas vezes você consumiu algo que teoricamente havia passado da validade mas estava ok (excluindo latícinios)?
Nossa, que explicação mais completa. Nunca me atentei a questão da qualidade da gordura empregada. Seria por isso que o óleo de palma é amplamente utilizados nesses chocolates de melhor qualidade?

Essa questão da palabilidade me lembrou do ajinomoto (glutamato), que é algo bem presente na culinária asiática e foi demonizado no ocidente, supostamente por uma campanha de difamação contra o crescimento dos restaurantes asiáticos nos EUA lá pelos anos 80. O mais curioso é que eu sempre vejo o uso nos videos gringos de receitas orientais, fui procurar sobre os malefícios e a diferença entre dos resultados em português e inglês é bizarra.

Em português: Mata, causa câncer, dá diarreia, faz ficar inchado e afins, assim como pão, leite e trigo.

Em inglês: o tempero típico asiático foi demonizado nos EUA por campanhas de cunho racista que visavam prejudicar os estabelecimentos de culinária asiática. O americano comia dois quilos de noodles, passava mal e isso foi atribuído ao tempero.
 
Já reparou como o Kinder Ovo tem sumido em algumas épocas do ano para dar lugar ao tal Kinder Joy? Que nada mais é do que um Kinder ovo não oco em um potinho. Então... adivinha em qual estação eles começam a diminuir ou retirar a circulação do Kinder Ovo? Nas épocas mais quentes, onde o chocolate se deteriora e fica com aspecto feio, ainda mais para um produto que se vale do formato oval.
Kinder ovo é tão caro que nunca reparei nisso kkkkk
Mas já começa a fazer um pouco de sentido a folha de alumínio no Lindt.
 

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