A universidade e a educação tradicional estão com os dias contados?

Pergunta, todo mundo aqui do tópico imagino ser formado em alguma área...de todas as cadeiras que cursaram na faculdade, quantas estão realmente utilizando na profissão? Eu, se estiver usando 3 cadeiras é muito...sendo que devia ter umas 40 cadeiras lá...

A verdade é que tem muitos cursos que é apenas um ensino médio prolongado custando 100x mais, poderia simplesmente ser um 4º ano no ensino médio sem problema algum que cada aluno escolhesse depois de passar o 3º ano...agora para áreas mais específicas (médico por exemplo não tem como aprender algo em 1 ano), ai é outra história...
Diretamente nenhuma. Mas acho que o mais importante das universidades é mudar a cabeça do aluno. Daí ele aprenderá a parte técnica por fora mas vai usar a essência da universidade, e isso faz muita diferença. Vejo o pessoal que sabe trabalhar a parte técnica mas não estudou, fazem cada merda sem sentido. Sem o "comando" de um cara com nível superior não sai nada de bom.
 
Não seja por isso, o que não falta por aí é curso de aprender a aprender, curso de aprender a ser inovador/criativo e produtivo. Aliás o que a imensa maioria das universidades(publica ou provada) e escolas ensina é a ser justamente um pau mandado, trabalhar pra alguém.

Qual o problema em trabalhar para alguém? O problema é trabalhar para alguém e não ser remunerado por isso, vulgo escravidão. Se o cara não quer trabalhar pra alguém, muito fácil então, não frequente um ensino superior, aprenda tudo sozinho, dessa forma você dá a vaga para outro e ainda cumpre seu objetivo de ser um empreendedor ou profissional que fez tudo sozinho e se desprendeu das garras do ensino tradicional. Como um bom libertário que imagino que você se considera, não compreendo onde está a reclamação no final das contas, já que tudo gira em torno de escolhas pessoais e liberdades. Então é só deixar cada um escolher qual caminho quer trilhar.
 
Última edição:
Até abri a grade do meu curso (engenharia da computação) pq fiquei curioso com sua pergunta... Creio que uso no dia a dia uns 30%. O que não uso é devido ao fato de uma graduação ser muito ampla na questão de áreas que abrange, se fosse um mestrado ou doutorado creio que daria pra escolher apenas as cadeiras mais relevantes pra sua área.

Desses outros 70%, eu ainda gostei de aprender pq entrei na faculdade com intuito de simplesmente entender oq acontece por debaixo dos panos, e oq levou a termos certos padrões hoje em dia, se fosse pensando apenas em mercado de trabalho eu não vejo pq alguém pensaria em ir pra faculdade (e isso nem faz sentido na minha opinião). De matéria inútil mesmo diria que foram no máximo umas 5.

Exatamente.

E é para isso que existem os cursos técnicos, onde você entende e aprende a fazer determinadas tarefas específicas. Não a toa técnico de contabilidade normalmente torna uma pessoa mais capaz dos serviços administrativos que um com ensino superior.

Estão confundindo o propósito de uma universidade e acham que ela não presta. O nome disso é semântica freestyle. Uma palavra não tem o significado que você quer que ela tenha. Não é assim que funciona, pessoal.
 
Pergunta, todo mundo aqui do tópico imagino ser formado em alguma área...de todas as cadeiras que cursaram na faculdade, quantas estão realmente utilizando na profissão? Eu, se estiver usando 3 cadeiras é muito...sendo que devia ter umas 40 cadeiras lá...

A verdade é que tem muitos cursos que é apenas um ensino médio prolongado custando 100x mais, poderia simplesmente ser um 4º ano no ensino médio sem problema algum que cada aluno escolhesse depois de passar o 3º ano...agora para áreas mais específicas (médico por exemplo não tem como aprender algo em 1 ano), ai é outra história...
faculdade nao ensina cadeira/disciplina pro aluno usar isso. Faculdade ensina aluno a estudar e aplicar noções gerais quando for se especializar em alguma area
 
Tá bom, existe a constituição, não impede de estar errada na parte ética, consegue refutar? E ainda posso falar da total subjetividade que é a palavra "cultura". Um funk que fala de sexo e tráfico pode ser tão cultural como uma ópera. Uma peça de teatro ou filme cheio de gore, ou um blockbuster tipo vingadores, é tão cultura quanto um filme biográfico de Dom Pedro. O Estado tem mesmo que financiar e disseminar tudo isso? Qual vai ser o critério pra dizer o que agrega ou não pra sociedade?

Quer que eu refute um tema subjetivo sem norte definido? Até porque, regra por regra, desrespeitar uma lei é antiético, logo, entraria em paradoxo. Não faz sentido discutir sobre isso.

Agora com relação a subjetividade da palavra "cultura", concordo com você plenamente. Tudo pode ser cultura. E sua questão final rebate com a parte em que concordo sobre não ser ideal as estratégias adotadas pelo governo. No entanto, repito, ao discordar do modelo estratégico, não discordo da existência dos financiamentos.
 
O problema dessa concepção é que começa a se aproximar novamente da ideia de trabalhador robô lá dos anos 30. Não tenha ideias, não pense, apenas aprenda o que você tem que fazer. Na minha opinião isso é regressão. É mais fácil investir em máquina e não contratar, pois colocar alguém que só sabe fazer A e B dentro da empresa, uma máquina faz melhor. Não é a toa que as máquinas tomaram o lugar de muita gente e quem se destaca no mercado é quem sabe muita coisa (claro, não basta apenas saber só um pouco de tudo) e não apenas o A + B...

Obs: sim, muita coisa dá pra ser enxugada. Algumas disciplinas parecem não ter muito a ver com o currículo, mas ensinam o cara a pensar um pouco diferente, acho válido. Já outras realmente não precisam fazer parte da vida daquele profissional.

O problema disso é a parte real.
A disciplina que não tem nenhuma relação com nada pode ser a mais difícil do curso, porque o professor assim quis, afinal não tem avaliação do desempenho da licenciatura.
Ou seja, acaba sendo a que você mais se empenha em passar e deixa a mais importante de lado, afinal com aula das 7h da manhã as 18h não tem como estudar tudo.

Outro problema é que o mercado não pede isso e nem a universidade, tendo em vista o processo de mestrado e doutorado que a gente discutiu aqui, pede uma boa compreensão apenas daquele parafuso.
 
Não sei se estão com dias contados, mas o modelo educacional atual é falido.

Acho que mudar todo o sistema não é justo, mas deveria ser mais flexível. Ora, se eu tenho condições financeiras de que meus filhos tenham homeschooling desde o primário e eles querem, porque eu não posso aplicar isso? Mesmo que seja parcialmente no ensino médio (por exemplo) em algumas matérias que são mais importantes de acordo com a intenção profissional deles? Se eu tenho intenção de ser médico, materias como biologia são muito mais relevantes do que geografia, sendo assim, acho justo ter mais h/aula de um do que de outro. Como avaliaria o homeschooling? Não existe a porra do enem? Então pronto. A verdade é que a grande maioria dos alunos vão para a escola fazer bagunça e acaba atrapalhando quem de fato tem interesse em desenvolver conhecimento.

E vi o pessoal falando sobre pesquisadores, bem, se você tem intenção de ser pesquisador ok, faça uma universidade, mas no meu ramo de trabalho (Contabilidade) você aprende mesmo é colocando a mão na massa, sala de aula ensina nada.
 
O problema disso é a parte real.
A disciplina que não tem nenhuma relação com nada pode ser a mais difícil do curso, porque o professor assim quis, afinal não tem avaliação do desempenho da licenciatura.
Ou seja, acaba sendo a que você mais se empenha em passar e deixa a mais importante de lado, afinal com aula das 7h da manhã as 18h não tem como estudar tudo.

Outro problema é que o mercado não pede isso e nem a universidade, tendo em vista o processo de mestrado e doutorado que a gente discutiu aqui, pede uma boa compreensão apenas daquele parafuso.

Mas aí entra de novo no campo da subjetividade, meu caro. Quem define a matéria "mais importante"? Eu, por exemplo, passei a faculdade inteira focado no tema tributário. Entrei e me formei focando nesse tema. A que menos dei importância foi sobre Seguro e Perícia, entretanto, atuo no ramo da perícia e venho gostando cada dia mais da área.

Nem todos possuímos áreas definidas. Conheço pessoas que se formaram sem saber a área de atuação desejada. Não vejo como negativo aprender um pouco de cada setor. O que me parece, lendo alguns comentários aqui, é que muita gente entrou na faculdade achando que sairia decidido do que queria, quando na verdade nem sempre isso pode acontecer.
--- Post duplo é unido automaticamente: ---

Não sei se estão com dias contados, mas o modelo educacional atual é falido.

Acho que mudar todo o sistema não é justo, mas deveria ser mais flexível. Ora, se eu tenho condições financeiras de que meus filhos tenham homeschooling desde o primário e eles querem, porque eu não posso aplicar isso? Mesmo que seja parcialmente no ensino médio (por exemplo) em algumas matérias que são mais importantes de acordo com a intenção profissional deles? Se eu tenho intenção de ser médico, materias como biologia são muito mais relevantes do que geografia, sendo assim, acho justo ter mais h/aula de um do que de outro. Como avaliaria o homeschooling? Não existe a porra do enem? Então pronto. A verdade é que a grande maioria dos alunos vão para a escola fazer bagunça e acaba atrapalhando quem de fato tem interesse em desenvolver conhecimento.

E vi o pessoal falando sobre pesquisadores, bem, se você tem intenção de ser pesquisador ok, faça uma universidade, mas no meu ramo de trabalho (Contabilidade) você aprende mesmo é colocando a mão na massa, sala de aula ensina nada.

Nesse ponto concordo 100% com você. Há alguns anos critico a não flexibilização da educação no país. Coincidentemente ou não todos foram forçados por conta da pandemia. Espero que isso faça despertar algum interesse.
 
A disciplina que não tem nenhuma relação com nada pode ser a mais difícil do curso, porque o professor assim quis, afinal não tem avaliação do desempenho da licenciatura.
Ou seja, acaba sendo a que você mais se empenha em passar e deixa a mais importante de lado, afinal com aula das 7h da manhã as 18h não tem como estudar tudo.
Sim, mas isso é um problema na academia como um todo, e não se restringe somente ao nosso universo brasileiro. Mudar essa "cultura" que existe é complicada, porém dá pra ter esperança qnd vejo alguns professores novos que tentam explorar novos métodos e não ficam com a cabeça enfiada em achar que somente sua área importa pro mundo.
Outro problema é que o mercado não pede isso
Oq o mercado pede é irrelevante. Muita uniesquina aí tende a só focar nisso e a qualidade é de deixar a desejar pro que se propõe na teoria.
nem a universidade, tendo em vista o processo de mestrado e doutorado que a gente discutiu aqui, pede uma boa compreensão apenas daquele parafuso.
Se alguém for estudar nessa área em específico, provavelmente tenha sido útil pra ela. A questão da faculdade, em especial durante uma graduação, é que é um lugar plural e que tenta trazer diversas ideias e oportunidades diferentes. A medida que vc vai subindo os degraus acadêmicos é que vai se especializando mais (depois de ter noção superficial de todas as demais áreas).
 
A questão da faculdade, em especial durante uma graduação, é que é um lugar plural e que tenta trazer diversas ideias e oportunidades diferentes. A medida que vc vai subindo os degraus acadêmicos é que vai se especializando mais (depois de ter noção superficial de todas as demais áreas).

É o que venho batendo na tecla a cada post, mas que parecem não entender. Estão confundindo a semântica da palavra Universidade com Curso Técnico. São propostas bem diferentes.
 
É o que venho batendo na tecla a cada post, mas que parecem não entender. Estão confundindo a semântica da palavra Universidade com Curso Técnico. São propostas bem diferentes.
Sim, também fico meio frustrado com essa ideia que espalham por aí, porém é bem compreensível visto que toda nossa cultura acabou por rebaixar uma graduação a um curso técnico, enquanto deveriam ser coisas paralelas com propósitos distintos.

Acho que nos estados unidos pelo menos isso é mais claro, se vc quer ir direto pro mercado de trabalho vc vai pra alguma trade school (basicamente curso técnico), caso o contrário vc vai explorar o mundo universitário e gastar rios de dinheiro.

Aqui parece que criou uma ideia onde uma graduação é um degrau acima de um curso técnico, com o tecnólogo enfiado ali no meio pra satisfazer o requerimento de graduação que empresas pedem (de forma errônea), enquanto mantém a essência de ser um curso técnico.
 
Sim, também fico meio frustrado com essa ideia que espalham por aí, porém é bem compreensível visto que toda nossa cultura acabou por rebaixar uma graduação a um curso técnico, enquanto deveriam ser coisas paralelas com propósitos distintos.

Acho que nos estados unidos pelo menos isso é mais claro, se vc quer ir direto pro mercado de trabalho vc vai pra alguma trade school (basicamente curso técnico), caso o contrário vc vai explorar o mundo universitário e gastar rios de dinheiro.

Aqui parece que criou uma ideia onde uma graduação é um degrau acima de um curso técnico, com o tecnólogo enfiado ali no meio pra satisfazer o requerimento de graduação que empresas pedem (de forma errônea), enquanto mantém a essência de ser um curso técnico.

Olha, eu sempre tive essa sensação do que você acabou de descrever, mas nunca tinha refletido sobre. É exatamente isso que penso.
 
É o que venho batendo na tecla a cada post, mas que parecem não entender. Estão confundindo a semântica da palavra Universidade com Curso Técnico. São propostas bem diferentes.

Muitas vezes entendem, mas talvez predomine a ideia de que um energúmeno de 17~18 anos que acabou de sair da fralda já tem total capacidade de avaliar o melhor caminho. Excelentes profissionais nos seus 30~40 anos frequentemente entram em conflito interno sobre como continuar a vida profissional. Como que um jovem que não viveu nada conseguiria determinar o que é melhor sem ter um prévio contato com algo? Acho complicado um experimento social dessa magnitude. Por isso que falei que acho que ainda tem muito chão pela frente pra conceber essa ideia de cada um se virar sozinho. Não dá pra resolver o mundo depositando as esperanças nas escolhas de adolescentes.
 
Última edição:
Sim, também fico meio frustrado com essa ideia que espalham por aí, porém é bem compreensível visto que toda nossa cultura acabou por rebaixar uma graduação a um curso técnico, enquanto deveriam ser coisas paralelas com propósitos distintos.

Acho que nos estados unidos pelo menos isso é mais claro, se vc quer ir direto pro mercado de trabalho vc vai pra alguma trade school (basicamente curso técnico), caso o contrário vc vai explorar o mundo universitário e gastar rios de dinheiro.

Aqui parece que criou uma ideia onde uma graduação é um degrau acima de um curso técnico, com o tecnólogo enfiado ali no meio pra satisfazer o requerimento de graduação que empresas pedem (de forma errônea), enquanto mantém a essência de ser um curso técnico.
\Não é tão diferente assim nos EUA, haja vista a dívida trilionária dos estudantes. Mas de fato nossa cultura contribuiu muito para que a gente tratasse o ensino superior como a solução para tudo, como aquisição de satus social, garantia de bom salário.
Mas veja meu exemplo, formado em engenharia química mas mal aprendi a usar algum software da área, sempre foi fazendo tudo a mão e usando Excel. Isso sem contar a inutilidade que foi estudar Desenho,Física, fazer tudo que é prova de cálculo e algebra linear na mão. Pra que fazer o curso durar 5 anos com esse tipo de conteúdo?
 
Muitas vezes entendem, mas talvez predomine a ideia de que um energúmeno de 17~18 anos que acabou de sair da fralda já tem total capacidade de avaliar o melhor caminho. Excelentes profissionais nos seus 30~40 anos frequentemente entram em conflito interno sobre como continuar a vida profissional. Como que um jovem que não viveu nada conseguiria determinar o que é melhor sem ter um prévio contato com algo? Sinto que tão querendo resolver os problemas do mundo depositando as esperanças nas escolhas de adolescentes. E parece que querem fazer isso de forma totalmente experimental.

Verdade. Somo isso com a nova realidade onde, mesmo que exceção, alguns jovens acabaram ganhando a vida na internet. É streamer reclamando que tá ganhando mal, mesmo com renda acima do salário de um presidente. Até os "menos sucedidos" conseguem ganhar bem se comparado com uma pessoa formada.

Esse conflito de gerações, algo que não existia em 2010 praticamente, está questionando muitos jovens sobre o futuro. Caberia inclusive um tópico sobre esse tema.
--- Post duplo é unido automaticamente: ---

\Não é tão diferente assim nos EUA, haja vista a dívida trilionária dos estudantes. Mas de fato nossa cultura contribuiu muito para que a gente tratasse o ensino superior como a solução para tudo, como aquisição de satus social, garantia de bom salário.
Mas veja meu exemplo, formado em engenharia química mas mal aprendi a usar algum software da área, sempre foi fazendo tudo a mão e usando Excel. Isso sem contar a inutilidade que foi estudar Desenho,Física, fazer tudo que é prova de cálculo e algebra linear na mão. Pra que fazer o curso durar 5 anos com esse tipo de conteúdo?

Bom, especificamente sobre os sistemas posso comentar sobre. No ramo contábil, antes dos anos 2000, quando os profissionais eram chamados de guarda-livros, por conta da escassez de sistemas praticamente todo o controle era feito manualmente. Infelizmente nos dias atuais ainda existem pequenas prefeituras que controlam todo o setor financeiro em Excel, por exemplo. Por conta disso, conhecer as fórmulas e todos os métodos era fundamental para exercer a profissão.

Com os anos vieram a modernização e com ela a automatização de diversas atividades. Hoje em dia um contador não precisa elaborar nenhum cálculo específico para fechar um balanço, por exemplo. Entretanto, seu conhecimento não foi diminuído e nem deixado de lado. Hoje, identificar as fórmulas é tão importante quanto antes, ou até mais. Afinal, como você vai concordar com um balanço se não souber como ele é feito?

Acredito que o mesmo ocorre na sua área. Por mais que sistemas façam o trabalho pesado, cabe a você supervisionar os resultados e chancelar que estão de acordo, não é verdade?!

Quer um exemplo dos malefícios do "relaxamento profissional"? Com exceção do Boeing 737, cujas falhas foram de software, a maioria dos acidentes aéreos atuais são provenientes de ações erradas tomadas pelos pilotos. Segundo Lito, graduado em manutenção de aeronaves com mais de 30 anos de experiência, um piloto de avião hoje tem duas finalidades:

1- A de agir quando houver falha no sistema.
2- Fator psicológico. Afinal, não são todas as pessoas que entrariam hoje em uma aeronave se soubessem que não há piloto nela.

Ocorre que, pela escassez de problema no sistema, poucos pilotos acabam sendo requisitados durante o voo. Isso, segundo ele, faz com que poucos pilotos levem a sério os cursos de reciclagem e de manutenção do aprendizado. Curiosamente usam o mesmo argumento que li aqui, que vão perder tempo com algo que não vão aplicar. Com isso, nos casos em que são exigidos, alguns pilotos acabam errando no procedimento correto a ser adotado, provocando então um acidente.
 
Última edição:
Mas veja meu exemplo, formado em engenharia química mas mal aprendi a usar algum software da área, sempre foi fazendo tudo a mão e usando Excel. Isso sem contar a inutilidade que foi estudar Desenho,Física, fazer tudo que é prova de cálculo e algebra linear na mão. Pra que fazer o curso durar 5 anos com esse tipo de conteúdo?
Pelo seu próprio exemplo, deveria ter ido atrás de um técnico mesmo. A proposta da universidade não é te ensinar essas coisas mecânicas e repetitivas (em tese).

A tristeza é que, se vc tivesse feito só um técnico, apesar de estar bem mais capacitado pra fazer as tarefas que vc mencionou quando comparado com um graduado, as empresas iriam empatar ou querer pagar menos pq "técnico é inferior a bacharel". Infelizmente essa é nossa realidade e acho que seria legal mudar essa ideia, os governos passados estavam investindo bastante em educação técnica, inclusive em cursos EAD nesse ramo (também fiz ensino médio técnico em instituto federal antes da graduação e estagiei no departamento de redes lá na época de implementação disso), uma pena que não continuaram tocando esse esforço.
 
Pelo seu próprio exemplo, deveria ter ido atrás de um técnico mesmo. A proposta da universidade não é te ensinar essas coisas mecânicas e repetitivas (em tese).

A tristeza é que, se vc tivesse feito só um técnico, apesar de estar bem mais capacitado pra fazer as tarefas que vc mencionou quando comparado com um graduado, as empresas iriam empatar ou querer pagar menos pq "técnico é inferior a bacharel". Infelizmente essa é nossa realidade e acho que seria legal mudar essa ideia, os governos passados estavam investindo bastante em educação técnica, inclusive em cursos EAD nesse ramo (também fiz ensino médio técnico em instituto federal antes da graduação e estagiei no departamento de redes lá na época de implementação disso), uma pena que não continuaram tocando esse esforço.
Mas essa é a realidade da maioria. Aprende-se o conteúdo de um curso técnico,e as vezes nem isso,no dobro de tempo,custando bem mais, só que com um nome chique de graduação. Não a toa afirmo que podia ter feito meu curso em 3 anos +1 de estágios variados. Ainda quero entender o povo aqui que defende o modelo atual.
 
Mas essa é a realidade da maioria. Aprende-se o conteúdo de um curso técnico,e as vezes nem isso,no dobro de tempo,custando bem mais, só que com um nome chique de graduação.
Isso foi numa faculdade particular? Se for, então só reforça meu argumento de que deturparam a ideia do que deveria ser uma graduação e transformaram num técnico "gourmetizado".

As públicas, até onde conheço, não se dobram tão facilmente assim ao mercado, então vc ainda tem um ensino mais "raiz", porém cai no problema de muitos reclamarem que não serve de nada pro mercado.

Perceba que são dois problemas completamente diferentes:
-De um lado, a universidade que realmente se atém ao que realmente deveria ser uma universidade é taxada de "inútil" por não ensinar nada de útil pro mercado (quando isso não tem absolutamente nada a ver com o seu objetivo).
-Do outro lado, temos a deturpação do que é uma graduação, e como o mercado que tratar isso como técnico, onde muitas faculdades privadas acatam só pra poderem ganhar dinheiro e agradar os que acham que graduação tem de te ensinar a mexer no excel (não menosprezando isso de forma alguma, porém é algo que deveria ser ensinado num curso TÉCNICO e foge totalmente da ideia de um curso de bacharelado ou licenciatura).
 
Mas essa é a realidade da maioria. Aprende-se o conteúdo de um curso técnico,e as vezes nem isso,no dobro de tempo,custando bem mais, só que com um nome chique de graduação. Não a toa afirmo que podia ter feito meu curso em 3 anos +1 de estágios variados. Ainda quero entender o povo aqui que defende o modelo atual.

Não é a realidade. Em se tratando de contabilidade, por exemplo, no curso técnico aprendemos na prática (na mão) a fazer os principais cálculos de forma exaustiva até entrar na mente. Costumo dizer que no ensino técnico a contabilidade vira uma área exata, ao contrário da faculdade em que ela de fato é uma Ciência Social Aplicada. Ou seja, no técnico aprende-se a fazer. Na universidade aprendemos superficialmente as principais vertentes da área.

E a discussão não é sobre defender o modelo atual. Na verdade não vi ninguém defendendo assim. A defesa foi da importância do ensino superior e sua necessidade para uma sociedade com muito mais senso crítico e independência intelectual.
 
E a discussão não é sobre defender o modelo atual. Na verdade não vi ninguém defendendo assim. A defesa foi da importância do ensino superior e sua necessidade para uma sociedade com muito mais senso crítico e independência intelectual.
Na verdade percebi agora que ele é o OP, o ponto inicial ficou meio ambíguo e acabou indo pra essa ideia da "importância", mas creio que agora entendi que no fundo ele só tava querendo falar dessa discussão de técnico x graduação.
 
Isso foi numa faculdade particular? Se for, então só reforça meu argumento de que deturparam a ideia do que deveria ser uma graduação e transformaram num técnico "gourmetizado".

As públicas, até onde conheço, não se dobram tão facilmente assim ao mercado, então vc ainda tem um ensino mais "raiz", porém cai no problema de muitos reclamarem que não serve de nada pro mercado.

Perceba que são dois problemas completamente diferentes:
-De um lado, a universidade que realmente se atém ao que realmente deveria ser uma universidade é taxada de "inútil" por não ensinar nada de útil pro mercado (quando isso não tem absolutamente nada a ver com o seu objetivo).
-Do outro lado, temos a deturpação do que é uma graduação, e como o mercado que tratar isso como técnico, onde muitas faculdades privadas acatam só pra poderem ganhar dinheiro e agradar os que acham que graduação tem de te ensinar a mexer no excel (não menosprezando isso de forma alguma, porém é algo que deveria ser ensinado num curso TÉCNICO e foge totalmente da ideia de um curso de bacharelado ou licenciatura).
Mas qual o problema de ser "voltada pro mercado"? cursos voltados pra pesquisa como os públicos são importante sim, mas deveriam ser um nicho, e não a regra no país todo. Só que as privadas, como voce disse, deturparam tudo, junto com regulamentações, e aí temos um monte de uniesquina com um monte de curso inútil,caro e demorado que só dá um papel. Curso e faculdade voltados pro mercado são pouquíssimos, mas deveria ser a maioria. O "mercado" nada mais é do que as pessoas qualificadas ou se qualificando para atender as demandas das outras.
 
Mas qual o problema de ser "voltada pro mercado"?
Não tem problema ALGUM. Porém essa é a finalidade de um técnico, que atende todas as demandas que vc levantou:
-Ensina somente o necessário pra vc se virar no mercado de trabalho
-Fornece belo tempo de estágio e prática
-É ensinado em tempo menor que uma graduação

A universidade historicamente é um lugar voltado para pesquisa sim. O correto seria ambos estarem em pé de igualdade quanto a importância, e com finalidades totalmente distintas.

Curso e faculdade voltados pro mercado são pouquíssimos, mas deveria ser a maioria.
Se vc estiver se referindo em pesquisas em parceria com o mercado, realmente são poucas, mas aos poucos isso tá mudando. Minha universidade por exemplo tem várias pesquisas junto com empresas (que inclusive financiaram laboratórios dentro da própria universidade). Um exemplo legal no mundo todo é na área de machine learning, onde empresas grandes estão em parceria enorme com universidades, isso quando não roubam os professores das mesmas pra formarem seus próprios times de pesquisa e desenvolvimento.
 
Mas qual o problema de ser "voltada pro mercado"? cursos voltados pra pesquisa como os públicos são importante sim, mas deveriam ser um nicho, e não a regra no país todo.

Porque isso desvirtuaria o propósito de uma universidade, meu caro. Segue trecho da matéria sobre universidade nos EUA:

"[...] Entre as suas características mais marcantes (da universidade nos EUA) está a valorização da formação do estudante como um indivíduo completo, com o objetivo de incentivar o seu crescimento intelectual ao mesmo tempo em que lhe oferece uma base sólida sobre temas importantes para a sociedade e economia moderna.

É por isso que os dois primeiros anos em universidades americanas costumam ser dedicados ao General Education, quando os estudantes participam de aulas consideradas essenciais para qualquer formação. Nesse período, a grade pode ser composta por matérias como oratória, redação, ciências e história – muitas dessas aulas são obrigatórias para que os estudantes completem o curso, independentemente da área de estudo escolhida, e outras contam como créditos que também colaboram para a conclusão da universidade."


E aqui encontrei o relato de uma brasileira que se formou nos EUA e conta parte do descrito na matéria que citei acima, sob o âmbito do objetivo de uma universidade.


Isso me deixa muito confuso com algo. Muitos que aqui criticaram o modelo da universidade, afirmando que deveria ser mais objetivo e prático, são os mesmos que vi criticar o status do nosso país por ser de terceiro mundo e ser um eterno provedor de commodities. Eu não sei vocês, mas as chances de avançarmos como civilização não aumentam com a diminuição de senso crítico e independência intelectual. Diria que são praticamente caminhos opostos.
 
:haha3:



 

Users who are viewing this thread

Voltar
Topo