BrOI - A hora da verdade

Alexbezerra

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BOI para os intimos

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Quando foi anunciada a intenção de se realizar uma fusão entre Oi e Brasil Telecom, ainda em 2008, o país começou a viver a expectativa do que seria a realidade de um mercado concentrado. A fusão foi consumada em janeiro deste ano e, ao longo dos últimos meses, o que se viu foi a nova Oi digerindo lentamente a BrT, ao mesmo tempo em que precisou expandir seu endividamento para fazer frente às necessidades criadas com a fusão.

Mas o fato é que apenas em 2010 o mercado sentirá, plenamente, o que é ter uma única concessionária de telefonia fixa local operando em 26 dos 27 estados brasileiros e fazendo girar a maior parte do mercado ao controlar 52% das linhas fixas, 20% das linhas móveis de 38% dos acessos banda larga. O ano de 2010 está sendo planejado agora, e as perspectivas são, no mínimo, duras (ou frustrantes) para fornecedores e para todos os que apostavam que a Oi seria, logo de cara, uma competidora vigorosa e agressiva.

Em setembro foi realizada a primeira reunião completa de acionistas da empresa desde a fusão. Completa porque os fundos de pensão Previ, Petros e Funcef, que somados terão cerca de 30% da companhia, não vinham participando ainda das decisões da empresa. A Anatel só autorizou o retorno da Previ ao bloco de controle em agosto, e a volta da Petros e Funcef ainda depende de um processo de venda das ações em posse do BNDES.

Nessa reunião, foi apresentado o trabalho de planejamento desenvolvido com a consultoria McKinsey para os próximos anos. Orçamento e detalhes do plano ainda estavam sendo concluídos, mas as linhas gerais estão colocadas: de um lado, contenção de despesas e controle dos investimentos; de outro lado, prioridade para a expansão móvel em São Paulo (que já vem sendo feita) e expansão do serviço de DTH (cujos resultados foram promissores nos primeiros meses de operação).

Uma preocupação crescente da Oi é a Net Serviços, que segundo avaliação da companhia, está conseguindo crescer significativamente em telefonia fixa mas, principalmente, banda larga. Daí a importância do DTH na estratégia da Oi.

Mas e a promessa de que a tele, após a fusão, seria uma empresa atuante em mercados externos, representando uma força local contra a forte presença da Telmex e Telefônica na América Latina? E a perspectiva de expansão para outros países da região e para a África? Para 2010, não há nenhuma expectativa para expansão internacional, pelo menos por enquanto. E é preciso que se diga que isso estava colocado nas apresentações feitas no “road show” que os executivos da empresa fizeram em Brasília, para Anatel e Congresso, ainda em 2008, antes da fusão. No meio das apresentações feitas por Luis Eduardo Falco, presidente da companhia, sem muito destaque, estava colocado que apenas em um prazo de cinco anos é que a empresa atingiria as suas metas pós-fusão, entre elas a expansão internacional que trará à empresa, se realizada, 30 milhões de novos clientes.

Aperto de cinco anos

Os cinco anos previstos concluem-se em 2014. Até lá, a Oi paga a imensa dívida que precisou contrair para executar a consolidação com a BrT. Hoje, a dívida total da companhia está em cerca de R$ 29 bilhões, e a dívida líquida é de R$ 21 bilhões. Isso significa mais de duas vezes o EBITDA da empresa, e esses números ainda devem crescer um pouco antes de começar a cair.

Mas as perspectivas de desencaixe para amortizar o endividamento são grandes: mais de R$ 23 bilhões até 2014, sendo R$ 7,4 bilhões apenas no ano que vem. Para a rolagem da dívida, estima-se que serão necessários cerca de R$ 4 bilhões ao ano.

O número assusta, mas é compatível com a geração de caixa da empresa, e na opinião quase unânime de analistas e agências de risco a operadora não deve enfrentar problemas mais sérios nesse aspecto, sobretudo se os mercados globais continuarem melhorando.

O problema de uma dívida tão alta é que, aliada à necessidade de manter a lucratividade para fazer a distribuição de dividendos aos acionistas (boa parte dos investidores em bolsa da Oi está atrás desses dividendos), limita-se a agressividade da companhia e as perspectivas de investimento fora do curso normal da operação ficam mais conservadoras.

A Oi também passou a enfrentar as mazelas de ter adquirido uma empresa sem ter muita certeza do que estava comprando.

Por conta do bloqueio regulatório para que o processo de due dilligence normal nesse tipo de aquisição pudesse ser realizado, a Oi acabou tendo algumas surpresas desagradáveis depois de efetivar a fusão. Pelo menos é isso que se ouve, reservadamente, de executivos da operadora.

Uma dessas surpresas foi com o custo do modelo dos planos Pula-Pula praticados pela BrT nos serviços móveis. Era um problema que já vinha sendo enfrentado pela Brasil Telecom antes da fusão, e que aparentemente ainda não estava equacionado. A Oi encontrou ainda um outro problema: o modelo era inviável nos sistemas de billing da empresa, o que a forçou a cancelar vários usuários, com evidentes prejuízos.

A Oi também aponta uma certa preocupação com o risco jurídico de ações movidas contra a Brasil Telecom por conta do valor de troca de ações das antigas empresas do sistema Telebrás. O tamanho do esqueleto, segundo fontes da operadora, fica em torno de R$ 2,5 bilhões, que podem ter impacto grande sobre o balanço a depender de como se considere o risco de perda dessas ações. No balanço da Oi, de fato, aparece um significativo aumento de provisão para processos judiciais no primeiro trimestre de 2009, logo após a consolidação das duas empresas. Antes da fusão, a provisão para perdas em processos judiciais era de R$ 2 bilhões. Passou a R$ 3,4 bilhões logo após a fusão e depois foi ajustada para R$ 2,7 bilhões no segundo trimestre. No submundo da indústria de processos judiciais, muita gente tenta ganhar em cima dessa tese. Como os antigos assinantes da Telebrás tinham direito a ações da empresa, discute-se hoje quanto deveria ter sido pago por essas ações no processo de privatização. Especialmente no Sul do país, esse mercado é uma febre.

A certeza de ganhos fáceis é tão grande que o grupo Opportunity, ainda quando controlava a Brasil Telecom, usou algumas de suas empresas para garimpar esses papéis no mercado e depois processar a própria BrT. Uma situação absurda, já que o Opportunity era ao mesmo tempo responsável pela gestão da empresa processada.

Ou seja, decidia a estratégia de acusação e de defesa. O caso foi levado posteriormente à CVM, que nunca se pronunciou.

Trata-se de um problema de interpretação do risco jurídico, mas em que a Oi resolveu ser mais conservadora. “A BrT provisionava o risco de perda com relação a essas ações, considerando determinadas teses jurídicas. Ao longo dos últimos meses, notou-se uma mudança no cenário jurídico do Rio Grande do Sul e do País, em função de recentes decisões nos tribunais de justiça, o que levou a BrT a rever a avaliação de valor e grau de risco atribuído aos processos que discutem a matéria.

Tais processos encontram-se em diversas fases: 1º Grau, Tribunal de Justiça e Superior Tribunal de Justiça. A companhia, respeitando, por óbvio, as peculiaridades de cada decisão e apoiada na avaliação de seus consultores jurídicos internos e externos, alterou a sua estimativa sobre a probabilidade de perda de possível para provável, registrando provisões adicionais no valor de R$ 1,153 bilhão, com um impacto no resultado e no patrimônio líquido de R$ 761 milhões, líquido dos efeitos tributários”, diz a companhia no balanço trimestral do segundo trimestre.

Fora isso, a Oi enfrentou algumas surpresas na sua entrada em São Paulo. A expectativa de receita média por usuário era, no planejamento original, da ordem de R$ 20, mas o ARPU médio em São Paulo está em cerca de metade disso.

3G em São Paulo

Isso não significa, contudo, que a Oi voltará atrás na sua estratégia. Ao contrário, deve intensificá-la, mas agora com foco na oferta 3G, aproveitando-se da dificuldade que os concorrentes estão tendo em atender com qualidade à demanda por conexão de Internet móvel.

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, em setembro, os acionistas da empresa disseram ainda que o iG será uma prioridade da operadora no próximo ano, ao lado do DTH e da expansão no Estado de São Paulo com telefonia móvel.

Em todas as apresentações feitas ao mercado financeiro, a Oi tem enfatizado a necessidade de ampliar a presença estratégica da companhia em outros segmentos além do de telefonia fixa, cuja tendência de longo prazo é de declínio.

Mas hoje, esse ainda é o principal alicerce das concessionárias de telefonia fixa, e com a Oi não é diferente.

Tanto é que todas as análises de crédito da companhia, que tem recebido upgrades nos ratings e análises positivas, apontam para a importância da geração de caixa da empresa vinculada ao serviço fixo. A análise de rating de emissões da Oi realizada pela agência Fitch em abril é auto-explicativa: “o rating é suportado por uma sólida posição da empresa, forte geração de fluxo de caixa e um perfil financeiro adequado. O crédito da Oi está fundamentado no serviço de telefonia fixa.

A empresa retira boa parte de suas receitas de serviços locais, que devem permanecer como o principal gerador de caixa da empresa. O mix de receitas da operadora, a geração de caixa e os riscos não devem mudar significativamente com a aquisição da Brasil Telecom. Esperamos que a queda de receita na telefonia fixa seja compensada com outros serviços”.

Esse é o quadro que se desenha para a nova Oi no ano de 2010 e que deverá ser enfrentado em termos financeiros e operacionais.

E a fórmula para isso é simples em teoria: trocar dívida velha contraída em tempos de crise por dívida nova adquirida em melhores condições e busca de financiamento junto a fornecedores para bancar os projetos de expansão.

Esse aspecto tem preocupado sobretudo os fornecedores europeus, que avaliam que nos últimos anos as concessionárias já espremeram demais os contratos.

Dizem que o mercado está com poucos compradores e forte concorrência entre os fornecedores. Mas que mesmo em tempos de crise as portas para financiamentos na Europa nunca se fecharam.

“O mercado brasileiro já está muito apertado, é quase um monopsônio. Apertar mais seria impraticável”, diz um fornecedor, referindo-se à crescente concentração, sobretudo na telefonia fixa. Outro receio dos fornecedores, nesse momento, é que o BNDES passe a pressionar a Oi a exigir a produção local, o que seria, segundo eles, inviável dada a instabilidade da demanda no Brasil.

Paralelamente, a Huawei anunciou a ampliação em US$ 30 bilhões da linha de crédito a operadores junto ao China Development Bank (CDB), como forma de auxiliar a fornecedora em sua expansão internacional.

Soma-se a tudo isso a perspectiva de que os custos regulatórios, com a ampliação de metas nos contratos de concessão vigentes de 2011 a 2015, ou mesmo a concorrência com uma infraestrutura pública, como quer o governo, coloquem ainda mais pressão sobre a Oi, que ainda está digerindo a Brasil Telecom e permanecerá nesse estado por algum tempo.

Fonte: http://www.teletime.com.br/Revista.aspx?ID=156015

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OBs: Esse texto foi escrito antes da Vivendi e da mãe BNDES emprestar mias 4,2 BI, então o contexto piora um pouco pra BOI.
 
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Ainda tem gente que diz que a Brasil Telecom foi otima compra, foi nada foi uma ótima ancora!
 
gostei da parte que fala de ações. até hj ainda estou atras das que minha linha tinha direito. eram ações de quando ainda era telepar e simplismente sumiram. ja cansei de ir em bancos e ameaça-los, mas ainda vou dar um jeito de reaver isso nem que seja na justiça.
 
Se não fosse a Oi fazer esse "favor" a BRT ela ia pedir Falência (BRT) a GVT tava batendo MUITO nela e ela não conseguia revidar porque era prejuízo atrás de prejuízo tanto que a Oi agora ta se lascando pra fazer uma reestruturação dentro da área da BRT, esses planos fictícios que a BRT oferecia só dava prejuízo a ela. Agora aguenta Oi.
 
so acredito vendo... o problema so vejo o daniel dantas pega bilhoes de reias e ainda vai falar isso???

ahhhh vai tomar no cajú... todo mundo ja sabe o que BrOI é!
 
so acredito vendo... o problema so vejo o daniel dantas pega bilhoes de reias e ainda vai falar isso???

ahhhh vai tomar no cajú... todo mundo ja sabe o que BrOI é!

Aonde que cita Daniel Dantas ai? :eek:
 
Aonde que cita Daniel Dantas ai? :eek:

ue o daniel nao trabalha oi alguma coisa assim??? se nao... deixa pra la foi engano!

a justiça bloqueou 4 bilhoes (lavagem de dinheiro)... e depois saiu noticia libero 4 bilhoes :boring:

qualquer coisa me explique
 
ue o daniel nao trabalha oi alguma coisa assim??? se nao... deixa pra la foi engano!

a justiça bloqueou 4 bilhoes (lavagem de dinheiro)... e depois saiu noticia libero 4 bilhoes :boring:

qualquer coisa me explique

Daniel Dantas era apenas um dos principais acionistas da Oi que ganhou 2bilhões na fusão dela com a BRT.
 
A Telemar está igual a uma sucuri quando engole um animal grande e leva meses pra digerí-lo. Está vulnerável.

Tomara que morra. :)

Pessoal se esquece que a GVT é uma empresa capitalista........ Se ela ficar sem concorrente vai explorar igualzinho a oi.
 

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