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[TÓPICO OFICIAL] Economia do Brasil: notícias, vídeos e assuntos relacionados

The_Ancient_Machine

know-it-all Member
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A história da economia do Brasil é também a história da sociedade brasileira. Compreender nosso passado econômico é compreender como nos formamos enquanto sociedade, povo, territorialidade. De acordo com o Fundo Monetário Internacional, em 2021, o Brasil ocupava a décima terceira posição no ranking econômico mundial. Entretanto, estar em alta posição no ranking em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) mundial não significa ser um país rico e desenvolvido. Isso é a história quem nos garante. A economia brasileira foi criada em contexto de valorização da exportação, com baixo índice de desenvolvimento no solo nacional.

Breve história da economia do Brasil

A economia brasileira moldou-se com base no pensamento mercantil do homem europeu do século XV, um homem ávido por aventura, enriquecimento e poder. Seu espírito aventureiro fê-lo atravessar o Oceano Atlântico em prol de novas conquistas e territórios, indo além do que jamais tivera ido.

Ao chegarem aqui, em 1500, os europeus não encontram inicialmente ouro e outras pedras preciosas. O contato com os nativos foi de espanto e surpresa, como em qualquer ocasião quando se chega a um local inóspito, de terras desconhecidas.

A ausência de pedras preciosas fez com que os portugueses olhassem para a exuberante Mata Atlântica no litoral nordestino, nas atuais terras baianas. Essa mata estava recheada de uma árvore bem comum nas florestas do Oriente: o pau-brasil, tão importante e abundante que nomeou o território que habitava com expressividade.

Essa árvore foi retirada do território nativo com a ajuda dos habitantes que aqui viviam e que desconheciam o “homem branco”, assim chamado nas literaturas históricas pela sua aparente falta de melanina. Tempos depois, essa ajuda virou uma grande escravidão, seguida de massacre em aldeias que demonstraram resistência.

A retirada da árvore acontecia mediante uma troca: o europeu “presenteava” o nativo com espelhos, miçangas, bijuterias e afins, e o nativo ajudava-o no que seria o primeiro desmatamento da história brasileira e a primeira atividade econômica aqui praticada.

O pau-brasil que saía do Nordeste era comercializado na Europa e em outras partes do mundo. A troca entre portugueses e nativos era chamada de escambo, uma ação extremamente desgastante para os habitantes naturais desse território.

Anos mais tarde, ainda no século XVI, uma segunda atividade foi introduzida: o plantio da cana-de-açúcar, o qual foi possível graças ao clima tropical e solo fértil do Nordeste do país. O açúcar, naquela época, era considerado um “ouro branco”, tamanho era seu valor. Foram tempos de desenvolvimento dos primeiros aglomerados urbanos, com destaque para o território onde hoje é o atual estado de Pernambuco. Recife e Olinda eram cidades em que a plantação de cana foi um sucesso.

Por muitos anos, o cultivo da cana era a principal atividade econômica no Brasil.

Por muitos anos, o cultivo da cana era a principal atividade econômica no Brasil.

O açúcar nordestino era produzido com mão de obra escrava negra africana e exportado. Concomitantemente ao plantio, o gado era cultivado, uma espécie de atividade econômica paralela que, cinco séculos depois, tornaria o Brasil o maior produtor de carne bovina para consumo do mundo.

No século seguinte, com a queda na produção açucareira e a descoberta de ouro no Sudeste do país, onde hoje se localiza o estado de Minas Gerais, o Brasil vê na produção aurífera mais uma atividade lucrativa, que perdurou por quase 100 anos. Um tempo relativamente curto, mas que possibilitou o enriquecimento de várias pessoas e cidades.

Já no século XIX, a atividade econômica predominante era a plantação e produção de café. Essa planta asiática foi a locomotiva da economia brasileira nos tempos imperiais, sendo fundamental para o surgimento do setor econômico que se desenvolveria no século passado: o industrial.

O café possibilitou o acúmulo de capital no Sudeste, favorecendo grandes investimentos privados na atividade industrial, que ainda era incipiente. A crise cafeeira nos anos 1920 foi a centelha para a industrialização brasileira, que continua em plena expansão.

Principais atividades econômicas do Brasil atualmente

  • Região Sudeste
A industrialização brasileira tem seu auge nos anos 1950, sendo iniciada, décadas antes, na região Sudeste. Esse auge atingiu, principalmente, essa região de forma positiva, pois era nela que estavam as melhores condições em infraestrutura para a instalação de fábricas e aglomerados industriais, além do acúmulo de capital propiciado pela produção cafeeira no século anterior.

A região Sudeste possui um grande parque industrial, principalmente em São Paulo, na região metropolitana (região do ABC Paulista — Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano, cidades industriais), e no Rio de Janeiro, com a indústria petrolífera. Conta também com importantes recursos minerais, como o ferro e o manganês, encontrados em Minas Gerais, no Quadrilátero Ferrífero. Esses minerais são exportados para o mundo todo via Porto de Tubarão, no Espírito Santo.

Petróleo, cana-de-açúcar e sal marinho também estão presentes na economia da região. Hoje o estado do Rio de Janeiro é o maior produtor de petróleo do país, seguido pelo Espírito Santo, e o segundo maior de sal, atrás do Rio Grande do Norte. O estado de São Paulo possui o maior cultivo de cana do país, sendo destaque internacional, pois o Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo, atrás dos Estados Unidos.

Plantação de cana em São Paulo.

Plantação de cana em São Paulo.

  • Região Sul
No Sul do país, há destaques em vários setores econômicos brasileiros. Por ser uma região bem desenvolvida no aspecto tecnológico e industrial, são muito comuns áreas em que esses dois aspectos se unem, como na criação de animais em larga escala.

A região Sul é líder na criação de suínos e aves no Brasil, tendo os maiores rebanhos nas duas categorias, de acordo com o Sistema IBGE de Recuperação Automática (Sidra).

As condições climáticas da região assim como o solo fértil favorecem a agricultura, com destaque para a produção de milho no Paraná, de maçãs no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, além do cultivo da uva, que é marcante no nordeste rio-grandense.

Já as atividades industriais estão relacionadas à produção de matéria-prima, como têxteis, lacticínios, frigoríficos, grãos etc. O estado mais industrializado é o Rio Grande do Sul, com grandes complexos industriais na região metropolitana de Porto Alegre.

Veja mais: Trabalho informal – setor que gera muita movimentação na economia brasileira

  • Região Nordeste
No Nordeste, o destaque fica para a Zona da Mata, que corresponde a uma região que abrange todo o litoral nordestino, desde o Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. Essa sub-região possui a maior concentração de pessoas, tendo o maior número de grandes cidades, como Salvador, Recife e Natal.

Dentre as atividades econômicas, podemos citar o turismo, os centros comerciais, a produção de petróleo (tanto em terra quanto mar, na plataforma continental), a produção de sal marinho (Rio Grande do Norte) e as atividades industriais, como o polo industrial de Camaçari, no litoral baiano. Destaca-se também a produção de cacau na Bahia, responsável por mais de 60% da produção dessa fruta no Brasil.

  • Região Centro-Oeste
Já no Centro-Oeste, o estado de Mato Grosso conta com a forte presença pecuarista na economia. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2018, o Brasil contava com 213.523.056 cabeças de gado bovino. Desse total, 73.838.400 localizavam-se no Centro-Oeste, sendo mais de 30 milhões só no Mato Grosso.

No geral, a criação é intensiva e extensiva, ou seja, há presença de tecnologia e gado confinado, como há criação do gado solto. Geralmente, a pecuária extensiva é praticada nas áreas do Pantanal mato-grossense, sendo a pecuária intensiva bastante comum em Goiás e no Mato Grosso do Sul.

O Brasil é o principal produtor de carne bovina para abate do mundo.

O Brasil é o principal produtor de carne bovina para abate do mundo.

As indústrias estão presentes, principalmente, em Goiás e no sul de Mato Grosso do Sul devido à proximidade com o Sudeste. No estado goiano, podemos destacar três grandes centros industriais da região: Anápolis, com o Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia); Aparecida de Goiânia, que possui o Distrito Agroindustrial de Aparecida de Goiânia (Daiag); e a capital Goiânia, com importantes indústrias do ramo farmacêutico e de bebidas.

  • Região Norte
No Norte do país, região povoada recentemente, foram criados alguns órgãos governamentais responsáveis pelo seu estímulo econômico na década de 1960. Dentre eles podemos destacar a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Esta última corresponde a um grande polo industrial, idealizado em 1967 e localizado em Manaus, que abriga grandes multinacionais, propiciando um enorme desenvolvimento industrial e geração de empregos para a região.

Esse polo concentra três tipos de atividades: comercial, agropecuária e industrial (a mais forte de todas). De acordo com a Suframa, existem mais de 600 indústrias no polo e uma geração de mais de 500 mil empregos, diretos e indiretos. As áreas de produção industrial que se destacam são: eletroeletrônicos (celulares, TVs), duas rodas (motocicletas) e química (produção de matéria-prima para refrigerante).

Leia mais: Fatores locacionais da indústria – critérios que determinam a distribuição industrial

Estatísticas da economia do Brasil

Para chegarmos aos dados apresentados a seguir, o portal do Fundo Monetário Internacional foi consultado, portal esse que contém dados de todos os países inscritos nesse fundo, com bastante fidelidade aos números e estatísticas econômicas.

• PIB: aproximadamente 7,4 trilhão de reais, em 2020.

• PIB per capita: R$ 33.593,82, em 2020.

• Taxa de juros dos bancos centrais: até o mês de agosto de 2021, a taxa de juros cobrada pelos bancos centrais no Brasil era de 5.25% ao mês. Vinte anos antes, em 2000, essa taxa era de 18,5%.

• Moeda: desde 1994, o Brasil utiliza o real, moeda criada no governo de Itamar Franco. Essa moeda chegou a valer o mesmo quantitativo do dólar, utilizado nas transações internacionais. De acordo com o FMI, até setembro de 2021, US$1 valia o mesmo que R$5,30.

• Salário mínimo: em 2021, o salário mínimo no Brasil estava cotado em R$1100, um aumento de 55 reais, comparado com o ano anterior.

• Desemprego: em 2018, o índice de desempregados no Brasil era de 11,6% de toda a População Economicamente Ativa (PEA). Em 2019, o índice caiu para 11%, com uma leve redução. Entretanto, no segundo trimestre de 2021, devido à pandemia do COVID-19, esse índice estava em 14,1%

• Impostos sobre o rendimento dos trabalhadores: esse índice calcula a porcentagem de imposto retido da renda dos trabalhadores. Desde 2003, 27,5% da renda trabalhista são convertidos em imposto, ou seja, 27,5% a menos no poder de compra dos brasileiros.

Blocos/grupos comerciais

BRICS – é um grupo econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa). O nome do grupo é uma junção das primeiras letras de cada país. Esse grupo reúne países com grande potencial industrial e uma economia emergente. Somados, os PIBs desses países ultrapassam os 19 bilhões de dólares, superando a União Europeia e os Estados Unidos da América.

Localizações do BRICS.

Localizações do BRICS.

• G20 – grupo que reúne os 19 países mais ricos do mundo e a União Europeia.

• FMI – Fundo Monetário Internacional, uma espécie de banco mundial que socorre países em meio a uma crise econômica.

Mercosul – criado em 1991, esse bloco econômico reúne seis países-membros: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia (em adesão) e Venezuela (suspensa desde 2016). Busca facilitar o comércio entre seus membros, sendo o Brasil a principal liderança.

• OEA– Organização dos Estados Americanos, formada por todos os países da América. Essa organização debate questões sociais e políticas dos seus países-membros.

ONU – Organização das Nações Unidas, criada em 1945, da qual o país é membro signatário, ou seja, assinou a declaração que deu origem à organização.

Unasul – União de Nações Sul-americanas, criada em 2004, é formada por todos os países da América do Sul, com o objetivo de criar uma zona de livre comércio entre os envolvidos.

Evolução do PIB nos últimos anos

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Última edição:
Por tudo que o Brasil passou e ainda passa, acho até que estamos bem economicamente e em padrão e qualidade de vida comparado com a média mundial, claro que se comparar com países desenvolvidos perde feio mas tem uns 200 países e menos de 30 são realmente desenvolvidos acima dos emergentes. Tem uma galera com tanto ódio que acha que aqui é pior que o Haiti, que o Afeganistão, não é pra ser patriota, mas se formos racionais pra reconhecer que nem 20% dos países "deram certo", na média estanos bem pra uma ex colônia de exploração que só passou por corrupção e golpes constantes.
 
Ibovespa cai 3,78%, no menor nível desde 24 de março

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Em dia negativo também no exterior, os ativos brasileiros reagiram mal ao feriado de 7 de setembro, em que o presidente Jair Bolsonaro parece ter queimado as caravelas ao dobrar a aposta contra as instituições, especialmente o Judiciário, personificado no ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que presidirá o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022 e, atualmente, é o responsável pela condução de inquérito sobre atividades antidemocráticas. Resultado: juros futuros pressionados, câmbio de volta a R$ 5,32 na máxima e no fechamento (+2,89%, a R$ 5,3261), enquanto o Ibovespa, na mínima intradia desde 25 de março, foi hoje a 113.172,02 pontos, em queda de cerca de 4% no pior momento desta quarta-feira.

Saindo de abertura a 117.866,14, correspondente à máxima da sessão, do pico ao piso do dia, a 113.172,02, a variação foi de 4.694,12 pontos nesta volta do feriado. Mesmo com ganhos da ordem de 1,4% no Brent, Petrobras PN (SA:PETR4) e ON (SA:PETR3) acentuaram as perdas ao longo da tarde, para a casa dos 5%, com outros segmentos blue chip permanecendo também entre os mais punidos do dia, pela elevada liquidez dos papéis, como as ações de grandes bancos, em queda de até 6,35% (Bradesco (SA:BBDC4) ON) no fechamento, com giro financeiro a R$ 40,1 bilhões na B3 (SA:B3SA3) nesta quarta-feira.

Ao fim, em seu menor nível de fechamento desde 24 de março (112.064,19) e com sua maior queda diária, em porcentual, desde 8 de março (-3,98%), o índice da B3 mostrava baixa de 3,78%, aos 113.412,84 pontos, com os investidores especialmente atentos a dois discursos feitos nesta tarde: primeiro, o do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e depois, o do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.

"Não vejo mais espaço para radicalismos e excessos", disse Lira que, como presidente da Câmara, é responsável por colocar em votação - ou não - a autorização a pedidos de impeachment do presidente, julgados posteriormente pelo Senado. Ele prometeu conversar com todos os Poderes e reafirmou que a Câmara segue trabalhando em cima das "pautas do Brasil". "O principal compromisso está marcado para 3 de outubro de 2022", concluiu Lira, referindo-se à data do primeiro turno da eleição presidencial, no ano que vem.

Em discurso duro na abertura da sessão plenária, Fux dirigiu críticas contundentes à postura de Bolsonaro, afirmou que "ninguém fechará" a Corte e que a incitação à propagação de ódio contra o STF e ao descumprimento de decisões judiciais são práticas antidemocráticas, ilícitas e intoleráveis. "Estejamos atentos a esses falsos profetas do patriotismo, que ignoram que democracias verdadeiras não admitem que se coloque o povo contra o povo, ou o povo contra suas instituições", afirmou Fux no primeiro pronunciamento após as manifestações de 7 de setembro.

Por sua vez, o presidente Bolsonaro buscou manter energizada sua base eleitoral mais fiel, que lhe assegurou "fotografia", conforme disse ontem, em Brasília e São Paulo, para levar adiante questionamentos às instituições, no que foi interpretado, inclusive pela imprensa estrangeira, como "prelúdio de golpe". O aceno da Paulista parece ter sido o mais próximo da promessa de campanha feita em 2018 pelo candidato Bolsonaro de que, uma vez eleito, iria "quebrar o sistema" - à época, aparentemente falando de corrupção e fisiologismo.

Hoje, Bolsonaro afirmou que vai buscar uma solução para o "retrato" apresentado por manifestantes nos atos de ontem. "A gente vai buscar solução para o retrato. Não é fácil você mudar uma coisa que está décadas incrustada no poder. Alguns querem que eu faça assim e resolva", declarou a apoiadores, em frente ao Palácio da Alvorada. A resposta foi dada a uma simpatizante que perguntou se ele havia conseguido "a fotografia que queria das manifestações".

"O Brasil está febril e a temperatura terá de ser tirada todo dia. Bolsonaro, mais agressivo, mantém os poderes tensionados - e a reação de Lira, no sentido de manter aberta a porta para diálogo entre os Poderes, é positiva. Brasília parece à beira do precipício, mas tende a vir a percepção de que o jogo atual é de 'perde, perde', com efeitos para a economia. O 7 de setembro não foi o desfecho, mas o início de algo que será concluído na eleição do ano que vem", diz Thomas Giuberti, sócio da Golden Investimentos, acrescentando que "à medida que o ambiente desanuviar, haverá um reequilíbrio", após a retração natural do interesse por ativos brasileiros no momento.

"É muito difícil fazer um prognóstico. Se não houver escalada, se a retórica se acomodar, se o calor todo diminuir, é possível uma recuperação dos ativos. A liquidez está alta, tudo dependerá dos desdobramentos, o que já é difícil de se antecipar entre os investidores locais, imagine então pelos estrangeiros", diz Julio Erse, sócio responsável por investimentos e gestão da Constância Investimentos. Ele observa que, até maio, embora com mais volatilidade nos preços e depreciação cambial maior que a vista nos pares, o Brasil conseguia desempenho semelhante ao de outros emergentes, ao se comparar o EWZ a uma cesta de emergentes do MSCI. "Agora, estamos uns 20% atrás no ano e uns 15% em 12 meses", acrescenta.

"As paralisações de caminhoneiros em algumas estradas do Sul do País também chamam a atenção - eles reivindicam, aparentemente, questões associadas ao discurso de ontem do presidente. Se isso se confirmar, é preciso ver que impacto esses movimentos terão, caso cresçam. Duas questões surpreenderam ontem: o tamanho das manifestações e o próprio tom de confronto do presidente. O mercado já vinha precificando há algum tempo piora na relação entre Poderes, uma crise institucional, mas foi surpreendido pelo tom do presidente, mais duro do que se esperava", diz Daniel Miraglia, economista-chefe do Integral Group.

Na B3, ações blue chip de maior liquidez, consideradas as portas de entrada (e saída) dos estrangeiros, estiveram entre as mais penalizadas ao longo de todo o dia, neste pós-Independência, como Petrobras (PN -5,63%, ON -5,55%), apesar do desempenho positivo do petróleo, e as de bancos (Bradesco ON -6,35%, Bradesco PN -5,76%). Apenas cinco ações do Ibovespa conseguiram sustentar alta, com destaque para Localiza (SA:RENT3) (+8,03%) e Locamerica (SA:LCAM3) (Unidas), em alta de 7,23%, após relatório do Cade sobre fusão entre as empresas - Suzano (SA:SUZB3) completou o pódio, em alta de 1,81%. No lado oposto, Meliuz (SA:CASH3) (-11,36%), Via Varejo (SA:VIIA3) (-9,35%) e Eletrobras ON (SA:ELET3) (-9,29%).

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Consumo das famílias cresce 4,84% em julho, diz associação de supermercados
Cebola, batata e arroz tiveram as maiores quedas no período, mostra pesquisa da Abras

Pessoas fazem compras em supermercado


O consumo das famílias brasileiras aumentou 4,84% em julho deste ano na comparação com junho, segundo levantamento previsto para ser divulgado nesta quinta-feira (9), e adiantado para a CNN, pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Entre julho de 2021 e julho de 2020 houve queda de 1,15%. Este foi o segundo recuo no consumo registrado neste ano. Cebola, batata e arroz foram os produtos com maiores quedas no período.

Em junho, o Índice Nacional de Consumo nos Lares Brasileiros já havia detectado baixa de 0,68% na comparação com o mesmo mês do ano passado. De janeiro a julho, houve acumulado positivo de 3,24%. O resultado contempla todos os formatos de loja do setor: atacarejo, supermercado convencional, loja de vizinhança, hipermercado, minimercado e e-commerce.

De acordo com Marcio Milan, vice-presidente institucional da associação, o crescimento de junho para julho se deve a um conjunto de fatores, como o pagamento de R$ 5,5 bilhões da quarta parcela do auxílio emergencial, que beneficiou 26,7 milhões de famílias. A distribuição de R$ 1,23 bilhão pelo Bolsa Família para as famílias não elegíveis a receber o auxílio também ajudou a impulsionar o índice.

Milan destaca também a geração de 50.977 postos de trabalho gerados no setor em julho e o avanço da vacinação. O crescimento sólido e constante do setor também contribuiu para o aumento do índice. Em julho, foram inauguradas 21 novas lojas, 42 foram reinauguradas e 13 passaram por algum tipo de transformação.

Cesta dos mais vendidos fica mais cara

O custo da cesta com os 35 produtos mais vendidos em supermercados manteve a tendência de alta, fechando o mês em R$ 668,55, acréscimo de 0,96% em relação a junho. Comparando com julho de 2020, a alta foi de 23,14%. Estão incluídos nessa lista, alimentos e produtos de higiene.

A região Norte segue com a cesta mais cara do país no valor de R$ 752,89 (acumulado de 23,49% nos últimos 12 meses), seguido pelas regiões Sul (R$ 734,10), Sudeste (R$ 640,87), Centro-Oeste (R$ 616,68) e Nordeste (R$ 598,22).

Os produtos com maiores altas nos preços no período de janeiro a julho deste ano, destacados mensalmente pela Abras, foram o açúcar, ovo, carne dianteiro, café, frango congelado, carne traseiro, leite longa vida e feijão foram os produtos que mais encareceram. No mesmo período, o preço do arroz, pernil e óleo de soja tiveram queda.

No acumulado em 12 meses, o óleo de soja disparou com 87,3% de alta, seguido pelo arroz, (39,8%), carne dianteiro (40,6%), carne traseiro (32,9%), pernil (24,8%), frango congelado (30,8%), açúcar (32,6%), café (17,8%), ovo (12,4%), leite longa vida (10,9%) e feijão (5%).

Da cesta, tomate, margarina cremosa, queijo prato, café torrado e moído e o extrato de tomate lideraram com as maiores altas, em julho na comparação com junho. Com maiores quedas, ficaram nas primeiras posições a cebola, a batata, o arroz, o pernil e o óleo de soja.


Setor de biodiesel vê insegurança após queda na mistura obrigatória com o diesel
CNPE reduziu o patamar de 13% para 10%: entidades classificaram ato como 'lamentável' e 2021 como pior ano para o RenovaBio

Ação envolve tentativa do governo de reduzir preço do óleo diesel


Entidades do setor de biodiesel enxergam com preocupação a decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) de reduzir temporariamente o percentual obrigatório de mistura de biodiesel no diesel brasileiro, de 13% para 10%. O objetivo do governo é reduzir o preço do óleo diesel, que tem aumentado com a elevação do custo do petróleo, do qual é derivado, no mercado internacional.

A Associação de Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) avalia a medida como um grande retrocesso, e a Associação Brasileira das Indústrias de óleos Vegetais (Abiove) qualifica 2021 como o pior ano para a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio).

Vinculado ao Ministério de Minas e Energia, o CNPE defende que a redução ocorre por conta do aumento no preço da soja, e vale para os leilões de abastecimento ao mercado que serão realizados em novembro e dezembro. Por meio de nota, o órgão atribuiu a decisão ao aumento do preço da soja no mercado internacional. O óleo de soja é a principal matéria-prima do biodiesel brasileiro: 71%.

O posicionamento diz: “O Brasil defende e continuará a defender o papel da bioenergia na transição energética (…) Todavia, verifica-se durante o ano de 2021 que o mercado mundial continua com forte demanda pela soja, elevando o preço da commodity no cenário internacional. No mercado doméstico, o preço da soja é também impulsionado pela desvalorização da moeda brasileira frente ao dólar”.

A Aprobio qualificou a decisão como responsável por proporcionar o pior ano da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), implementada pelo Ministério De Minas e Energia em 2016 para aumentar a produção de biocombustíveis no país, com metas de avanço a partir dos compromissos de descarbonização e de diversificar a matriz energética brasileira.

Por meio de nota, a entidade disse ainda que o cenário vai comprometer os investimentos realizados e planejados. Presidente do Conselho de Administração da Aprobio, Francisco Turra destaca o impacto econômico da medida no segmento.

“Cada 1% de biodiesel que se adiciona à mistura do diesel significa milhões em investimentos e bilhões a mais para o PIB. Significa empregos para milhões de brasileiros. Emprego e renda que se espalham pelo país, beneficiando não apenas as cidades onde as usinas estão instaladas, mas todo um conjunto de municípios ao seu redor. Significa investir nos nossos produtores agrícolas, que dispõem de mais alternativas de comercialização de sua produção, multiplicando a riqueza gerada no campo, onde ela foi produzida”, afirma.

A Abiove aponta que o setor conta com uma cadeia produtiva que emprega cerca de 1,5 milhões de pessoas. A entidade estima que, caso a medida valha por um ano, o impacto pode atingir a extinção de 102 mil postos de trabalho e queda de R$ 14 bilhões no PIB, e qualificou a decisão como lamentável.

O presidente da associação explicou o papel estratégico do segmento. “A inserção do biodiesel – biocombustível limpo e renovável – à nossa matriz tem como propósito a descarbonização dos transportes, a diversificação da oferta de combustíveis, pela redução da importação de diesel mineral, pelo desenvolvimento da economia nacional e pela melhoria do meio ambiente e da saúde de toda a população, pois reduz o número de internações e mortes caudas por problemas cardiorrespiratórios”, disse.

A medida ocorre em um cenário de sucessivos aumentos no preço do diesel, anunciado pela Petrobras, nas refinarias. A redução da mistura obrigatória foi decidida por unanimidade por parte do CNPE. Diferentemente da gasolina, que impacta especificamente o orçamento das famílias, o preço do diesel tem reflexos nos valores praticados no transporte público e também no frete de diversas mercadorias, impactando as cadeias de consumo.

Especialista em economia da energia, ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e consultor de eficiência energética da Organização das Nações Unidas (ONU), Luiz Augusto Horta Nogueira também vê a medida com preocupação e a classifica como erro estratégico.

“Lamento que tenha sido tomada essa decisão, porque ela sinaliza mal e não estimula uma fonte renovável importante, que gera empregos. A justificativa é que o preço da soja está alto, mas o preço do petróleo também está alto. Então, é uma justificativa que não se sustenta. Há uma curva de aprendizagem na produção de um novo combustível, e o Brasil tem reduzido custos nessa área. O ministério tem sido correto no planejamento energético, espero que retroceda em relação a essa medida assim que possível”, pondera.

Para Horta Nogueira, a decisão pode ser compreendida como parte de um conjunto de medidas que pretende fazer um aceno a algumas das principais bases de apoio do governo.

“Podem dizer que o governo está preocupado em agradar quem mais o apoia diretamente, como caminhoneiros e motociclistas, já que reduziu impostos sobre o óleo diesel e a cobrança de pedágio de motocicletas”, conclui o especialista.

Procurado para comentar as críticas, o Ministério de Minas de Energia não se manifestou até o momento.


Dieese: cesta básica sobe em 13 das 17 capitais pesquisadas
O levantamento mostra que os maiores aumentos foram em Campo Grande (3,48%), Belo Horizonte (2,45%) e Brasília (2,10%)

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O custo médio da cesta básica em agosto teve alta em 13 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O levantamento, divulgado nesta quarta-fera (8), mostra que os maiores aumentos foram em Campo Grande (3,48%), Belo Horizonte (2,45%) e Brasília (2,10%).

As quedas nos preços foram registradas em Aracaju (-6,56%), Curitiba (-3,12%), Fortaleza (-1,88%) e João Pessoa (-0,28%).

A cesta mais cara é a de Porto Alegre que custa R$ 664,67 e teve alta de 1,18 % em agosto. A de Florianópolis é a segunda mais cara (R$ 659), com elevação de 0,7% no mês. A de São Paulo ficou em R$ 650,50, com variação de 1,56%.

A cesta básica mais barata é a de Aracaju, no valor de R$ 456,40, seguida pela de Salvador (R$ 485,44) e de João Pessoa (R$ 490,93).

Em Brasília, a cesta básica acumula alta de 34,13% em relação a agosto de 2020 e custa, hoje, R$ 594,59. Na comparação com agosto do ano passado, o conjunto básico de alimentos teve elevação nos preços em todas as capitais pesquisadas.

Nos primeiros oito meses de 2021, a cesta básica teve aumento de 11,12% em Curitiba, o maior no período, com valor atual de R$ 600,47.

Produtos

Entre os produtos que ajudaram a puxar a alta no custo, está o café em pó que subiu em todas as capitais. A elevação chegou a 24,78% em Vitória.

O açúcar teve alta em 16 capitais, com aumentos que ficaram em 10,54% em Florianópolis e 9,03% em Curitiba.

O litro do leite integral subiu em 14 capitais pesquisadas, com alta de 5,7% em Aracaju e de 2,41% em João Pessoa.



Como mudanças na China podem afetar o agronegócio e a economia do Brasil
Para a próxima década, a China aposta na produção interna e no desenvolvimento de novos produtores para evitar ficar na mão de poucos players

Bandeira da China em Pequim


O crescimento chinês na casa dos dois dígitos pode ter ficado no passado. Pelo menos é o que indicam dados do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China (Mara) e a Academia de Ciências do Agronegócio da China (CAAS). Eles apontam para um crescimento que deve cair à metade do que foi registrado nas últimas décadas, com uma média de 4,9% até 2030.

Os números levantaram dúvidas sobre a capacidade de a China absorver a produção brasileira como faz hoje. O gigante asiático, maior parceiro comercial do Brasil, comprou 32,3% de tudo que o país exportou em 2020.

Especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business não acreditam que a China vá reduzir sua demanda por produtos importados. A principal preocupação para os produtores brasileiros deve ser o aumento da concorrência por um pedaço do mercado chinês.

Aumento da concorrência

Alguns produtos devem enfrentar uma concorrência da produção interna da China, especialmente a carne de porco. “Por conta da gripe suína, houve uma redução de produção chinesa e aumento de importação do Brasil. Essa produção vai ser reposta nos próximos anos”, diz Welber Barral, sócio-fundador da BMJ Consultores Associados e ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil.

Ainda que a demanda por carne suína ao final de 2021 aumente 16,5%, como espera a China, a importação dessa proteína deve cair 13,4% por conta da retomada da produção interna. O mesmo vale para a carne de frango, com 35,5% de redução nas importações ao fim deste ano, segundo o relatório China Agricultural Outlook da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a InvestSP.

A expectativa é que a queda na dependência desse tipo de importação seja estrutural, o que deve reduzir as exportações de proteína animal para a China, não só do que vai do Brasil, mas de qualquer lugar do mundo.

A soja, produto mais vendido hoje do Brasil para a China, também pode enfrentar concorrência. Em 2020, mesmo com a pandemia, a produção anual de grãos da China alcançou 669,5 milhões de toneladas, um aumento de 0,9% em comparação à produção de 2019. Em paralelo, o consumo de milho e soja, ainda vai crescer 2,4% e 0,7%, respectivamente.

Homem trabalhando soja


Além disso, é possível que parte dessa demanda seja absorvida por um produtor inesperado, a África, que tem recebido investimentos da China para que o país asiático não fique nas mãos de poucos fornecedores. Hoje, os maiores produtores do mundo de quem a China compra são Brasil, Estados Unidos e Argentina. “Ainda há limitações logísticas e até climáticas para plantar soja na África, mas é visível que o Brasil terá mais concorrência no futuro do que tem hoje”, diz Barral.

Bruno de Conti, diretor do Instituto Confúcio e professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), concorda que o Brasil pode vir a perder volume de exportação para a China, mas não por conta de uma eventual redução no crescimento do país asiático, mas pelo que ele chama de desvio de mercados, com outros países desenvolvendo produtos que o Brasil exporta.

“Se forem feitos acordos entre os Estados Unidos e China, justamente para lidar com a guerra comercial, pode ser que comprem mais soja dos Estados Unidos do que do Brasil”, avalia.

O professor diz que, por mais que a China desenvolva tecnologia, vai continuar dependendo da produção externa em níveis semelhantes aos atuais. “A China é um país muito grande, mas com uma área agricultável ainda muito pequena, em torno de 10%. Mesmo que essa área cresça com o uso de novas tecnologias, ainda será uma área proporcionalmente pequena”, avalia.

A expectativa para Conti é que a dependência possa até ser maior por conta de um crescimento importante de uma classe média urbana com uma dinâmica de consumo mais voraz e também mais diversa.

“A perspectiva para os próximos anos é que continue havendo um êxodo do campo para a cidade. As projeções variam, mas algo como 30 milhões de pessoas todo ano devem migrar para as cidades. E essa população vai precisar ser abastecida por uma produção agrícola feita na China, mas também fora”, diz o professor.

Outros países asiáticos podem virar opção

Segundo Barral, as exportações para a China, hoje, são muito concentradas em poucos produtos, como a soja e o minério de ferro. Mas há uma mudança da cultura alimentar que pode oferecer novas possibilidades ao agronegócio brasileiro. “A China não era um grande consumidor de café, e hoje está se tornando um”, diz Barral.

O aumento da demanda por açúcar na China também pode vir a ser um novo mercado a ser explorado pelos produtores brasileiros. “As importações de açúcar continuarão crescendo, com previsão de que alcancem 5,52 milhões de toneladas em 2030”, avalia a Confederação Nacional de Agricultura no estudo com base em dados do governo chinês.

Para Barral, mesmo com uma redução do crescimento chinês a patamar próximo de 5%, metade do que a China registrou nas últimas décadas, a demanda por produtos estrangeiros vai continuar aquecida. Além disso, a ásia passa por um processo conhecido como spillover, que é um transbordamento do crescimento da principal economia da região para as vizinhas.

Por isso, Barral destaca que o agronegócio brasileiro deve voltar sua atenção também para o crescimento da demanda nos países que circundam a China. “A ásia como um todo está se tornando um destino importante. É por isso que Tailândia e Malásia já importam mais produtos brasileiros que parceiros tradicionais, como é o caso de França e Alemanha”, diz o consultor.

Mercado interno em segundo plano

O professor Evandro Carvalho, coordenador do Núcleo de Estudos China-Brasil da FGV Direito Rio, destaca que a estimativa é que a China dobre sua população de renda média na próxima década e, portanto, tenha uma capacidade de consumo muito maior.

A manutenção da produtividade brasileira em níveis atuais ou próximo disso pode significar um problema para atender a demanda chinesa crescente ou para abastecer o mercado interno. Se o mercado interno for relegado a um segundo plano, pode haver desabastecimento, caso produtores brasileiros prefiram alimentar outras nações por questão do preço, diz o professor. “Aí entra a questão de políticas públicas e cabe ao governo entender como fazer para não desequilibrar esse jogo”, avalia Carvalho.


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Dou meia página pra isso aqui virar tópico de política.
 
Aparentemente amanhã vai vir uma bomba no stock market americano e lá caindo, cai aqui também, a bomba é relacionada a falta de grana que os EUA estão passando para fechar as contas e a tiazinha lá... (Yellen) vai pedir pra imprimir mais grana, aí o mercado vai apavorar e vai cair tudo... stocks, crypto, etc... Isso é tudo para obrigar o governo a começar a imprimir mais dinheiro de novo e VAI porque se não imprimir tudo vai para o inferno... Então a longo prazo tudo vai subir porque mais dinheiro vai ser impresso e que vai ser repassado então o povo vai ter mais dinheiro pra comprar mais ações e mais crypto, mas esperem um dia cruel amanhã.
 
Aparentemente amanhã vai vir uma bomba no stock market americano e lá caindo, cai aqui também, a bomba é relacionada a falta de grana que os EUA estão passando para fechar as contas e a tiazinha lá... (Yellen) vai pedir pra imprimir mais grana, aí o mercado vai apavorar e vai cair tudo... stocks, crypto, etc... Isso é tudo para obrigar o governo a começar a imprimir mais dinheiro de novo e VAI porque se não imprimir tudo vai para o inferno... Então a longo prazo tudo vai subir porque mais dinheiro vai ser impresso e que vai ser repassado então o povo vai ter mais dinheiro pra comprar mais ações e mais crypto, mas esperem um dia cruel amanhã.

Nossa, isso é uma bomba mesmo lendo aqui, risco de choque global na economia. :eek:
 
Última edição:
Aparentemente amanhã vai vir uma bomba no stock market americano e lá caindo, cai aqui também, a bomba é relacionada a falta de grana que os EUA estão passando para fechar as contas e a tiazinha lá... (Yellen) vai pedir pra imprimir mais grana, aí o mercado vai apavorar e vai cair tudo... stocks, crypto, etc... Isso é tudo para obrigar o governo a começar a imprimir mais dinheiro de novo e VAI porque se não imprimir tudo vai para o inferno... Então a longo prazo tudo vai subir porque mais dinheiro vai ser impresso e que vai ser repassado então o povo vai ter mais dinheiro pra comprar mais ações e mais crypto, mas esperem um dia cruel amanhã.
Boa intel. Realmente preocupa.
 
Vamos agir de maneira independente para controlar a inflação, diz Campos Neto
Mensagem do presidente do Banco Central vem em meio ao forte avanço de preços no país, impulsionado pela crise hídrica que impactou no custo da energia elétrica e pela alta observada em preços de commodities e do dólar

Sede do Banco Central, em Brasília (29.out.2020)


O Banco Central tem autonomia e vai agir de maneira independente com os instrumentos que tem à disposição para controlar a inflação, afirmou o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, nesta quarta-feira (8).

Ao participar de evento virtual promovido pelo Credit Suisse, Campos Neto disse que o BC sabia da crise energética, mas nunca esperou que ela fosse assumir o formato que tem hoje.

Também ponderou que muitos choques ocorreram na economia, com o núcleo da inflação –medida que busca desconsiderar efeitos temporários– ficando “muito mais alto” do que o BC gostaria, e com a autoridade monetária vendo reflexos dessa deterioração na parte longa da curva de juros.

“Achamos que é muito importante agir rápido nisso, para assegurar que não haja desancoragem no sistema que gere uma inflação inercial indo muito mais alta”, afirmou ele em inglês.

“O que precisa ser dito é que nós temos autonomia, vamos agir de maneira independente com os instrumentos que temos, achamos que os instrumentos que temos vão fazer o trabalho e precisamos nos certificar que vamos comunicar isso com sabedoria”, completou.

A mensagem de Campos Neto vem em meio ao forte avanço de preços na economia neste ano, embalado pela crise hídrica que catapultou o custo da energia elétrica e pela alta observada em preços de commodities e do dólar –este último afetado por temores fiscais e institucionais, com a postura de enfrentamento do presidente Jair Bolsonaro em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF) contribuindo para elevar incertezas.

O quadro de múltiplos choques tem feito as expectativas para inflação em 2022 também piorarem, disse Campos Neto, apesar de ter reiterado que há uma distância grande entre as projeções do mercado, mais altas, e da autoridade monetária, mais baixas, para o IPCA no ano que vem.

Agentes de mercado têm piorado continuamente suas projeções para inflação, agora em 7,58% para este ano e 3,98% para o ano que vem, conforme boletim Focus mais recente. O centro da meta oficial em 2021 é de 3,75% e para 2022 é de 3,50%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Já o BC, em sua última estimativa pública, feita em agosto, previu a inflação exatamente no centro da meta para 2022, a 3,5%, com uma alta de 6,5% neste ano.

Eleições

Bolsonaro, que tem planos de reeleição, tem culpado governadores e as medidas de distanciamento social implementadas durante a pandemia de Covid-19 pelo aumento da inflação no país.

Em sua fala, Campos Neto afirmou que as eleições presidenciais são um fator importante e que serão polarizadas, o que tem impacto na volatilidade. Mas ele reiterou que o BC terá atuação independente nesse cenário.

“Temos que entender como (eleições) impactam nosso mandato e se traduzem em inflação e crescimento. O que podemos fazer, de nossa parte, é dizer que vamos usar os instrumentos que tivermos para garantir que a gente atinja a meta (de inflação) e temos completa autonomia agora e vamos usar isso, no sentido de que nosso único compromisso é assegurar que atinjamos as metas”, disse.

Votada pelo Congresso, a autonomia do BC foi chancelada pelo STF recentemente, estabelecendo mandatos fixos para presidente e diretores do BC. Esses mandatos não coincidem com o do presidente da República com o objetivo de resguardar a instituição de ingerência política.

Segundo Campos Neto, o fato de os agentes de mercado terem associado as reformas propostas pelo governo à vontade de fazer um programa de transferência de renda maior em ano eleitoral contribuiu para a elevação de incertezas.

Ele pontuou ser necessário “virar a página” quanto à estruturação do Auxílio Brasil, como foi rebatizado o novo Bolsa Família, com conhecimento de como o programa será feito e como será financiado.

“Quando fizermos isso, acho que muito do barulho diminuirá”, afirmou ele.

Desde que elevou os juros em 1 ponto, ao patamar atual de 5,25% ao ano, o BC indicou que repetirá a dose em sua próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no fim deste mês. O BC também sinalizou que almeja levar a Selic para além do patamar neutro, numa indicação de que a taxa terminará o ciclo de aperto monetário acima de 6,5%.

 
Dou meia página pra isso aqui virar tópico de política.
E tem como fugir? O motorista do busão fumou um crack dos bons e tá no modo "foda-se".
 
Vendas no comércio avançam 1,2% em julho e atingem patamar recorde
Nos últimos doze meses, setor cresceu 5,9%; dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta sexta-feira (10) pelo IBGE

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Com avanço de 1,2% em julho, o volume de vendas do comércio varejista brasileiro bateu recorde da série histórica iniciada em 2000. Essa foi a quarta alta mensal consecutiva, segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada nesta sexta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No ano, o setor acumula crescimento de 6,6% e, nos últimos doze meses, de 5,9%.

Apesar do movimento positivo, o Instituto ressalta que algumas atividades do setor ainda não conseguiram recuperar as perdas que tiveram no último ano, como é o caso de equipamentos e material para escritório, que ainda está 26,7% abaixo do patamar pré-pandemia, ou combustíveis e lubrificantes, que está 23,5% abaixo, diz o gerente da PMC, Cristiano Santos, em nota.

Volume de vendas no comércio varejista (%)

Volume de vendas no comércio varejista (%) / IBGE

Cindo de oito atividades pesquisadas tiveram taxas positivas no mês. O destaque foi para o grupo de “outros artigos de uso pessoal e doméstico”, que cresceu 19,1% no período. O IBGE remete esse movimento de recuperação a promoções feitas pelos recentemente pelos lojistas, que aproveitam o momento de reabertura das atividades não essenciais.

A pesquisa destaca ainda avanço dos grupos Tecidos, vestuário e calçados (2,8%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (0,6%).

Já hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,2%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,1%) ficaram estáveis.

Do lado das quedas, o destaque foi de livros, jornais, revistas e papelaria (-5,2%), móveis e eletrodomésticos (-1,4%) e combustíveis e lubrificantes (-0,3%).

Comércio varejista ampliado

O volume de vendas do comércio varejista ampliado, por sua vez, cresceu 1,1% em julho ante junho. O setor abrange, além do varejo, veículos e materiais de construção.

A alta foi puxada, segundo o IBGE, pelo setor de veículos, motos, partes e peças (0,2%). O grupo material de construção teve queda de 2,3% nas vendas do mês.

Por região

Das 27 unidades da federação, 19 tiveram avanço nas vendas do comércio em julho. Com alta de 17,5%, o setor de Rondônia foi o destaque, seguido por Santa Catarina (12,5%) e Paraná (11,1%).

Do lado das quedas, ficam Minas Gerais (-2,1%), Rio Grande do Norte (-1,5%) e Amazonas (-1,5%).

Já no comércio varejista ampliado, a variação positiva em julho foi seguida por 15 unidades da federação, diz o IBGE, com destaque para Santa Catarina (6,7%), Paraná (6,2%) e Mato Grosso do Sul (5,3%).

Nesse setor, as quedas ficam para Maranhão (-2,6%), Rio Grande do Norte (-2,2%) e Sergipe (-2,2%).

 
Tudo indica que os juros dos bancos públicos vão descolar da Selic, tentativa nóia do Governo de aumentar a popularidade em meio as porradas de 0,75% e 1,00% que virão do COPOM.
 

Inflação disfarçada faz produtos diminuírem de tamanho sem queda no preço​

Em alguns casos, produto passa a trazer menos unidades ou vem com pesos e medidas menores​


A inflação nem sempre aparece para o consumidor pelo aumento dos preços. Em alguns casos, o produto não fica mais caro, mas a embalagem passa a trazer menos unidades ou vem com pesos e medidas menores do que antes.

O fenômeno é conhecido em inglês como "shrinkflation" e pode ser traduzido como "reduflação". É uma estratégia comercial das marcas: diminuir o produto para não aumentar o preço. Na prática, fica mais caro para o consumidor, porque ele está comprando menos quantidade com o mesmo dinheiro.

Brasileiros, que convivem com inflação acumulada de 9,68% em 12 meses, têm reclamado de produtos cada vez menores. A caixa de ovos que não vem mais com uma dúzia, chocolates e biscoitos que encolheram, o sabão em pó que dura menos. São vários exemplos.

Por lei, as empresas têm obrigação de avisar na embalagem quando houver uma redução. Mas órgãos de defesa do consumidor dizem que nem sempre esse aviso é claro o suficiente. Em São Paulo, se o aviso for muito pequeno, o consumidor pode pedir o dinheiro de volta.

CHOCOLATE COM MENOS DE 100g

O peso da barra de chocolate e da caixa de bombom é um dos casos que mais geram comentários nas redes sociais. O consumidor percebeu que algumas marcas populares estão vendendo embalagens cada vez menores.

A Nestlé declarou que "a adoção de novos formatos e tamanhos de embalagens pela empresa tem como objetivo acompanhar as tendências de mercado, garantir a adequação a inovações tecnológicas ou também padronizar a gramatura dos produtos das marcas, de forma a manter sua competitividade".

Disse também que as reduções são sempre destacadas na embalagem com o aviso "Novo peso".

A Lacta declarou que não reduziu o tamanho dos produtos nos últimos dois anos e que alguns até ficaram maiores neste período. Disse também que qualquer eventual redução será acompanhada da sinalização na embalagem, como determina a legislação brasileira.

REDUÇÃO NA PAÇOCA E NO PACOTE DE AÇÚCAR

Nem a paçoquinha, uma paixão nacional, escapou. Uma das maiores fabricantes brasileiras, a Santa Helena, informou que reduziu 4g das embalagens retangulares, incluindo as da marca Cuida Bem.

Segundo a Santa Helena, a redução é por causa da inflação nas matérias-primas. A empresa diz que houve aumento de 50% no valor do amendoim e de 39% no das embalagens.

"Respeitamos a legislação e os órgãos competentes. Por isso, sempre comunicamos nas embalagens dos produtos, alertando os consumidores", disse a Santa Helena sobre o alerta de redução.

Além do chocolate e da paçoca, os consumidores de doce sentiram a "reduflação" até no pacote de açúcar, que vem sendo comercializado com menos de 1kg.

CAIXA DE OVOS E EMBALAGENS DE CARNE

A caixa de ovos de galinha com uma dúzia costumava ser um padrão nos mercados brasileiros. De uns tempos para cá, muitas marcas têm optado pela caixa com dez ovos apenas.

A inflação da carne também levou a uma redução na dimensão das embalagens ?e o consumidor percebeu. O tamanho da bandejinha de carne virou até meme nas redes sociais.

A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) declarou que "a decisão de pesagem e quantitativos de produtos são estratégias individuais de cada agroindústria e granja produtora". Disse também que "entre estas estratégias estão a adequação das porções de produtos para venda em quantitativos adequados à demanda de padrão de consumo das famílias brasileiras em temos de números de membros, e de cada perfil de consumidor".

SABÃO EM PÓ MENOR LAVA MAIS?

Outro item que tem chamado a atenção dos consumidores é o sabão em pó. A embalagem tradicional, com 1kg é cada vez mais rara, sendo substituída por caixas menores.

A fabricante do sabão Omo, líder do mercado, alega que a nova fórmula faz com que o produto renda mais e que, portanto, não haveria prejuízo ao consumidor.

DISFARÇA INFLAÇÃO, DIZ ESPECIALISTA

André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV (Fundação Getulio Vargas), diz que a redução das medidas dos produtos é uma estratégia comercial para mascarar a inflação. "É uma forma de não repassar o preço ao consumidor final, uma estratégia de marketing", diz.

"O consumidor paga a mesma coisa, mas tem uma satisfação menor com o mesmo produto. Com o tempo, ele percebe a diferença", afirma o economista.

Segundo Braz, quando um produto "encolhe", isso precisa ser calculado nos índices de inflação (como IPCA, INPC e IGP-M). Mas como esse cálculo não é simples, é comum que certos produtos sejam simplesmente excluídos da lista de itens avaliados.

DIMINUIÇÃO PRECISA SER AVISADA NA EMBALAGEM

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça, afirmou que a redução das medidas dos produtos é permitida, desde que respeite as regras de sinalização.

"No caso específico de produto embalado, existe uma determinação normativa que obriga os fornecedores a informarem na parte frontal do rótulo desses produtos sempre que houver alterações quantitativas", afirmou em nota.

A reportagem questionou a Senacon sobre autuações a empresas que descumpriram a portaria do Ministério da Justiça, mas a secretaria não respondeu.

Segundo o Idec (Instituo Brasileiro de Defesa do Consumidor), as empresas são obrigadas a informar de maneira clara ao consumidor qualquer alteração em embalagem ou quantidade. "Não adianta apenas uma pequena indicação no mesmo lugar onde o volume anterior estava. É preciso ter destaque."

O Idec orienta a ficar atento ao tamanho da embalagem e ao preço, mesmo que seja um produto que você compra frequentemente.

"Caso perceba que a quantidade diminuiu e não foi alertado de forma visível no rótulo, faça uma reclamação ao Procon de sua cidade e acompanhe o processo."

O Procon-SP citou uma lei estadual que obriga as empresas em São Paulo a ocuparem pelo menos 20% da embalagem com um alerta em caso de redução das medidas.

"Aos consumidores que adquirirem os produtos em desconformidade com essa lei, fica assegurado o direito de trocá-los por outro produto de sua livre escolha ou obter a devolução do valor pago em dinheiro", afirmou.

 

Inflação disfarçada faz produtos diminuírem de tamanho sem queda no preço​

Em alguns casos, produto passa a trazer menos unidades ou vem com pesos e medidas menores​


A inflação nem sempre aparece para o consumidor pelo aumento dos preços. Em alguns casos, o produto não fica mais caro, mas a embalagem passa a trazer menos unidades ou vem com pesos e medidas menores do que antes.

O fenômeno é conhecido em inglês como "shrinkflation" e pode ser traduzido como "reduflação". É uma estratégia comercial das marcas: diminuir o produto para não aumentar o preço. Na prática, fica mais caro para o consumidor, porque ele está comprando menos quantidade com o mesmo dinheiro.

Brasileiros, que convivem com inflação acumulada de 9,68% em 12 meses, têm reclamado de produtos cada vez menores. A caixa de ovos que não vem mais com uma dúzia, chocolates e biscoitos que encolheram, o sabão em pó que dura menos. São vários exemplos.

Por lei, as empresas têm obrigação de avisar na embalagem quando houver uma redução. Mas órgãos de defesa do consumidor dizem que nem sempre esse aviso é claro o suficiente. Em São Paulo, se o aviso for muito pequeno, o consumidor pode pedir o dinheiro de volta.

CHOCOLATE COM MENOS DE 100g

O peso da barra de chocolate e da caixa de bombom é um dos casos que mais geram comentários nas redes sociais. O consumidor percebeu que algumas marcas populares estão vendendo embalagens cada vez menores.

A Nestlé declarou que "a adoção de novos formatos e tamanhos de embalagens pela empresa tem como objetivo acompanhar as tendências de mercado, garantir a adequação a inovações tecnológicas ou também padronizar a gramatura dos produtos das marcas, de forma a manter sua competitividade".

Disse também que as reduções são sempre destacadas na embalagem com o aviso "Novo peso".

A Lacta declarou que não reduziu o tamanho dos produtos nos últimos dois anos e que alguns até ficaram maiores neste período. Disse também que qualquer eventual redução será acompanhada da sinalização na embalagem, como determina a legislação brasileira.

REDUÇÃO NA PAÇOCA E NO PACOTE DE AÇÚCAR

Nem a paçoquinha, uma paixão nacional, escapou. Uma das maiores fabricantes brasileiras, a Santa Helena, informou que reduziu 4g das embalagens retangulares, incluindo as da marca Cuida Bem.

Segundo a Santa Helena, a redução é por causa da inflação nas matérias-primas. A empresa diz que houve aumento de 50% no valor do amendoim e de 39% no das embalagens.

"Respeitamos a legislação e os órgãos competentes. Por isso, sempre comunicamos nas embalagens dos produtos, alertando os consumidores", disse a Santa Helena sobre o alerta de redução.

Além do chocolate e da paçoca, os consumidores de doce sentiram a "reduflação" até no pacote de açúcar, que vem sendo comercializado com menos de 1kg.

CAIXA DE OVOS E EMBALAGENS DE CARNE

A caixa de ovos de galinha com uma dúzia costumava ser um padrão nos mercados brasileiros. De uns tempos para cá, muitas marcas têm optado pela caixa com dez ovos apenas.

A inflação da carne também levou a uma redução na dimensão das embalagens ?e o consumidor percebeu. O tamanho da bandejinha de carne virou até meme nas redes sociais.

A ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) declarou que "a decisão de pesagem e quantitativos de produtos são estratégias individuais de cada agroindústria e granja produtora". Disse também que "entre estas estratégias estão a adequação das porções de produtos para venda em quantitativos adequados à demanda de padrão de consumo das famílias brasileiras em temos de números de membros, e de cada perfil de consumidor".

SABÃO EM PÓ MENOR LAVA MAIS?

Outro item que tem chamado a atenção dos consumidores é o sabão em pó. A embalagem tradicional, com 1kg é cada vez mais rara, sendo substituída por caixas menores.

A fabricante do sabão Omo, líder do mercado, alega que a nova fórmula faz com que o produto renda mais e que, portanto, não haveria prejuízo ao consumidor.

DISFARÇA INFLAÇÃO, DIZ ESPECIALISTA

André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV (Fundação Getulio Vargas), diz que a redução das medidas dos produtos é uma estratégia comercial para mascarar a inflação. "É uma forma de não repassar o preço ao consumidor final, uma estratégia de marketing", diz.

"O consumidor paga a mesma coisa, mas tem uma satisfação menor com o mesmo produto. Com o tempo, ele percebe a diferença", afirma o economista.

Segundo Braz, quando um produto "encolhe", isso precisa ser calculado nos índices de inflação (como IPCA, INPC e IGP-M). Mas como esse cálculo não é simples, é comum que certos produtos sejam simplesmente excluídos da lista de itens avaliados.

DIMINUIÇÃO PRECISA SER AVISADA NA EMBALAGEM

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça, afirmou que a redução das medidas dos produtos é permitida, desde que respeite as regras de sinalização.

"No caso específico de produto embalado, existe uma determinação normativa que obriga os fornecedores a informarem na parte frontal do rótulo desses produtos sempre que houver alterações quantitativas", afirmou em nota.

A reportagem questionou a Senacon sobre autuações a empresas que descumpriram a portaria do Ministério da Justiça, mas a secretaria não respondeu.

Segundo o Idec (Instituo Brasileiro de Defesa do Consumidor), as empresas são obrigadas a informar de maneira clara ao consumidor qualquer alteração em embalagem ou quantidade. "Não adianta apenas uma pequena indicação no mesmo lugar onde o volume anterior estava. É preciso ter destaque."

O Idec orienta a ficar atento ao tamanho da embalagem e ao preço, mesmo que seja um produto que você compra frequentemente.

"Caso perceba que a quantidade diminuiu e não foi alertado de forma visível no rótulo, faça uma reclamação ao Procon de sua cidade e acompanhe o processo."

O Procon-SP citou uma lei estadual que obriga as empresas em São Paulo a ocuparem pelo menos 20% da embalagem com um alerta em caso de redução das medidas.

"Aos consumidores que adquirirem os produtos em desconformidade com essa lei, fica assegurado o direito de trocá-los por outro produto de sua livre escolha ou obter a devolução do valor pago em dinheiro", afirmou.

Isso é o que mais acontece....
 
Governo anuncia mudança temporária no IOF para financiar programa social

As novas alíquotas valerão no período entre 20 de setembro e 31 de dezembro de 2021



O Palácio do Planalto anunciou nesta quinta-feira (16) que o presidente Jair Bolsonaro editou um decreto alterando as alíquotas do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários.

Com a mudança, o governo alega que a arrecadação federal aumentará em R$ 2,14 bilhões e, segundo o governo, terá impacto direto no programa Auxílio Brasil, nova versão do Bolsa Família.

De acordo com o comunicado do Planalto, a nova arrecadação beneficiará diretamente cerca de 17 milhões de famílias, pois permitirá a ampliação do programa social. A medida, diz a nota, “é destinada a mitigar parte dos efeitos econômicos danosos causados pela pandemia.”

As novas alíquotas valerão no período entre 20 de setembro e 31 de dezembro de 2021.

Para as pessoas jurídicas, a atual alíquota diária de 0,0041% (referente à alíquota anual de 1,50%) passa para 0,00559% (referente à alíquota anual de 2,04%), e, para pessoas físicas, a atual alíquota diária de 0,0082% (referente à alíquota anual de 3,0%) passa para 0,01118% (referente à alíquota anual de 4,08%).

A alteração do IOF permitirá o aumento da cota de importação de bens destinados à ciência e tecnologia, o que viabilizará a continuidade de pesquisas científicas e tecnológicas em curso no país, com renúncia fiscal no valor de R$ 236,49 milhões no ano de 2021.

“A medida viabilizará, em especial, os projetos de pesquisa, desenvolvimento e produção de vacinas para coronavírus em andamento na Fiocruz e no instituto Butantã, os quais, hoje, são os maiores beneficiários deste regime fiscal”, diz o Planalto.

A medida também permitirá a redução a zero da alíquota da Contribuição Social do Pis/Cofins incidente na importação sobre o milho, com impacto de R$ 66,47 milhões no ano de 2021.

Por se tratar de decreto, as mudanças do IOF entrarão em vigor de imediato e não dependem de aprovação do Congresso Nacional. Contudo, explica o governo, o efetivo aumento do Auxílio Brasil ainda dependerá de medida legislativa própria.

A alteração da cota de importação dos bens de ciência e tecnologia e da importação do milho serão implementadas diretamente pelos órgãos do Ministério da Economia.

Nova fonte

Na noite desta quinta-feira, o ministério da Economia enviou comunicado à imprensa informando que a elevação temporária da alíquota foi a alternativa frente à necessidade legal de indicar uma fonte para o novo programa Auxílio Brasil.

De acordo com o ministério, “a decisão foi tomada em razão da observância das regras fiscais”. “Apesar de arrecadação recorde, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) determina que é necessária a indicação de fonte para o aumento de despesa obrigatória. A instituição do programa social Auxílio Brasil, acarretará um acréscimo na despesa obrigatória de caráter continuado em R$ 1,62 bilhão neste ano”, diz a nota.

Em 2022, programa terá como fonte a recriação do imposto de renda sobre lucros e dividendos, que está em discussão no Senado, segundo o ministério.


Caixa anuncia redução dos juros do crédito imobiliário
Anúncio foi feito durante evento promovido pelo banco para falar sobre o mercado imobiliário e um balanço de suas das ações



A Caixa anunciou na tarde desta quinta-feira (16), durante evento em Brasília, mudanças no crédito imobiliário. A modalidade contará com taxas de juros a partir de 2,95% ao ano (a.a), somadas à remuneração da poupança, o que representa uma queda de 0,4 ponto percentual, segundo o banco.

A partir de 4 de outubro, os consumidores já podem realizar simulações com as novas condições da linha de Crédito Imobiliário Poupança Caixa. A simulação pode ser feita pelo app Habitação Caixa ou no site www.caixa.gov.br.

As contratações de crédito imobiliário se iniciam em 18 de outubro.

O prazo de financiamento é de até 35 anos. O banco afirma que há a opção de carência de seis meses para início da parcela de juros e amortização.

Ao todo, a Caixa é responsável por 67% de todo o financiamento imobiliário concedido no país.



Atualmente, o banco oferece quatro modalidades de crédito, algumas delas têm juros corrigidos por taxas variáveis, influenciadas pela taxa básica de juros, hoje em 5,25% ao ano. A mudança nos juros já havia sido antecipada por Guimarães na última terça-feira (14), mas sem detalhes sobre percentuais e condições.

Caixa + Construção Civil

O evento desta quinta apresentou as perspectivas do mercado imobiliário e os resultados do segmento habitação. O banco divulgou que alcançou a marca de R$ 300 bilhões em crédito imobiliário contratados na atual gestão e segue como o maior financiador da casa própria no país, com 67,1% de participação no mercado, uma carteira de crédito habitacional com volume de R$ 534,6 bilhões e cerca de 5,8 milhões de contratos, o que representa um crescimento de 20,4% em comparação com 2018.

Somente em agosto de 2021, foram R$ 14,01 bilhões em novos contratos, sendo o mês de maior contratação na história da Caixa.

Entre janeiro de 2019 a agosto de 2021, 6 mil novos canteiros de obra foram inciados, com geração de mais de 2,1 milhões de empregos diretos e indiretos, diz a Caixa.

O banco também segue como principal agente financeiro do Programa Casa Verde e Amarela, antigo Minha Casa Minha Vida, sendo responsável por 99,99% da aplicação dos recursos.


Projeção da equipe econômica para inflação em 2021 sobe e encosta em 8%
Na edição anterior do Boletim Macrofiscal do Ministério da Economia, divulgado em julho, a previsão era de inflação de 5,9%

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A equipe econômica do governo federal elevou novamente a projeção oficial para a inflação de 2021. De acordo com o Boletim Macrofiscal do Ministério da Economia, divulgado nesta quinta-feira (16), a expectativa atual é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano em 7,9%. Na edição anterior do documento, publicado em julho, a previsão era de inflação de 5,9%.

Se confirmado, o valor supera o teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Enquanto o centro da meta de inflação este ano é de 3,75%, o intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual deixa uma margem para que o IPCA varie entre 2,25% e 5,25%.

Para o ano que vem, a projeção de IPCA passou de 3,5% para 3,75%, também acima do centro da meta de inflação de 3,5% em 2022, mas dentro do limite superior de 1,5 ponto para cima (5%). Ainda assim, é a primeira vez que a estimativa do governo para o índice para o próximo ano fica acima do centro da meta. Na edição anterior do Boletim, a Secretaria de Política Monetária (SPE) do ME destacou a convergência para o centro da meta de inflação a partir de 2022.

A SPE mantém a avaliação de que a pressão inflacionária sido impactada mais fortemente pelas variações ocorridas no grupo dos monitorados. “No acumulado em 12 meses até agosto, esse grupo registrou aumento de 13,69%. Esse aumento é decorrente de elevações significativas nos preços dos combustíveis e da energia elétrica, diante dos reajustes no preço do gás e das alterações nas bandeiras tarifárias, respectivamente”, observa.

Por sua vez, o mercado financeiro já estima a inflação em 8%. Quando a meta não é cumprida, o Banco Central tem de escrever uma carta pública explicando as razões. Isso porque a principal ferramenta para perseguir a meta inflacionária é a taxa básica de juros, a Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.

Desempenho do PIB

O Ministério da Economia manteve a estimativa de alta de 5,3% para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021. O número é o mesmo que o divulgado em julho.

O valor é melhor que a a expectativa do mercado financeiro, cuja mediana de projeções recuou para 5,04% no início desta semana, segundo a última edição do Boletim semanal Focus.

“A manutenção da projeção do ano corrente se deve à continuidade da retomada econômica que vem ocorrendo, como mostram os indicadores coincidentes de atividade”, destaca a pasta, que espera “importante contribuição” do setor de serviços ao crescimento econômico no segundo semestre.

O Boletim também elenca o bom carregamento estatístico de 2020, o cenário internacional favorável, taxa de poupança elevada, a rápida recuperação do investimento, o mercado de crédito robusto e a redução da taxa de desemprego no setor informal com a recuperação dos serviços e o avanço da vacinação, como fatores positivos para impulsionar o crescimento em 2021.

Ao mesmo tempo, é destacado o elevado grau de incerteza causado pelo risco de um eventual recrudescimento da pandemia e pelo risco hídrico. “Como em toda projeção, há incerteza inerente às estimações para o horizonte prospectivo”, pondera.

Ainda segundo a equipe econômica, a partir de 2022, a projeção de crescimento do PIB é de 2,5%, com expectativa de “efeitos positivos das reformas pró-mercado e do processo de consolidação fiscal”.

 

Aumento nos preços das commodities eleva custo de produção de alimentos​

Nos últimos 12 meses, aumento dos principais produtos agrícolas utilizados na indústria de alimentos variou de 18% a 74%, aponta associação

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De agosto de 2020 a agosto de 2021, o aumento das principais commodities agrícolas utilizadas na indústria de alimentos variou de 18% a 74%, aponta a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia). Esse avanço pode refletir em preços elevados para o consumidor final.

Um levantamento feito pela associação revela que insumos como milho, soja e café robusta subiram 74%, 67% e 63%, respectivamente, nesse período. O açúcar e a soja tiveram alta de 58% e 37%, o trigo subiu 35% e o leite ficou 21% mais caro.

Nos últimos 12 meses, as menores variações foram a do cacau, de 18%, e a do arroz, com 19%. No mês passado, o índice de commodities agrícolas da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) foi de 32,9% — uma alta de 3,1% em relação ao mês de julho.

João Dornellas, presidente executivo da Abia, atribui parte do aumento de preços das commodities e insumos utilizados pela indústria à oferta restrita no mercado interno e no mundo. “A redução de 25% da produção da segunda safra, devido ao clima menos favorável, contribuiu para diminuir o ritmo de comercialização do grão no mercado interno”, afirma.

Outro fator que contribui, segundo o levantamento, é a projeção de uma produção inferior ao consumo, com redução proporcional dos estoques para o ano, somada ao aumento da demanda chinesa.

Além das commodities, os custos das indústrias de alimentos também absorve a subida no preço de embalagens, impactando diretamente na produção e exigindo adaptações ao cenário.

Segundo a Abia, matérias-primas e embalagens correspondem por 60% dos custos para produção industrial.

Dornellas cita um levantamento da Fipe, apontando que a média da carga tributária sobre os alimentos no Brasil é de 23%, uma das mais altas do planeta. Para os produtos da cesta básica, a carga média de tributos é de 9,8%.

O valor atual da cesta básica praticado em algumas capitais consome quase 60% do salário-mínimo, pior proporção em 15 anos.

A Abia estima que o custo adicional da produção pode impactar o preço final dos alimentos industrializados em até 20%.


OCDE projeta expansão de 2,3% para o PIB no Brasil em 2022​

Para 2021, Organização espera que a economia brasileira apresente crescimento de 5,2%, aumento de 1,5 ponto percentual sobre a estimativa de maio​


A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta uma taxa de crescimento da economia brasileira ainda bem superior ao que o mercado agora espera, ao mesmo tempo em que aponta um cenário menos favorável para os emergentes em geral.

Em relatório interino sobre as perspectivas econômicas globais, divulgado nesta terça-feira (21), a entidade projeta agora crescimento de 5,2% da economia brasileira para 2021, ou 1,5 ponto percentual a mais do que sua estimativa de maio.

Para 2022, a taxa cai, mas sua estimativa ainda é de expansão de 2,3%, ou 0,2 ponto percentual a menos do que tinha estimado em maio. Em comparação, no mercado no Brasil várias projeções apontam agora expansão da economia abaixo de 1% no ano que vem.

A OCDE projeta inflação maior no Brasil também comparado à estimativa de maio: espera agora taxa de 7,2% neste ano, ou 1 ponto percentual a mais; e de 4,9% no ano que vem, ou 0,9 ponto percentual maior.

No geral, a OCDE considera que as perspectivas nas economias de mercados emergentes são mistas. O crescimento na China está projetado para permanecer próximo do nível pré-pandêmico. Os exportadores de commodities estão se beneficiando dos altos preços de exportação e da forte demanda global por mercadorias.

Entretanto, a renda real das famílias foi atingida por preços mais altos de energia e alimentos, e os riscos de novos surtos de vírus permanecem altos em muitos países onde as taxas de vacinação são baixas. O espaço é limitado para fornecer ajudas em alguns países, particularmente onde as pressões inflacionárias já estão aumentando e as taxas de juros subiram.
Para a OCDE, o risco de custos duradouros decorrentes da pandemia também persiste. O déficit de produção do nível pré-pandêmico está projetado para, no final de 2022, ser duas vezes maior nos emergentes do que em economia avançada mediana do G20, e particularmente alto na Índia e na Indonésia.

 
Brasil subiu 10 posições no ranking de liberdade econômica em 2021

A liberdade econômica global caiu em 2021, segundo o tradicional estudo do think tank norte-americano Heritage Foundation. Apesar de no Brasil a variação ter sido mínima: de 53,4 para 53,3, em uma escala que vai até 100, o país ganhou 10 posições, e subiu da 143º posição para 133º entre 177 países.

Neste século, o Brasil registrou uma sequência de 14 anos de contínua piora no Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation. Em 2018, o país chegou a pontuar apenas 51,4 pontos, o pior resultado desde que o ranking foi criado, em 1995, ficando na 153º colocação. Entre 2018 e 2020 essa trajetória foi invertida, chegando a 53,7, mas os últimos dois levantamentos mostraram novas regressões no índice, com o Brasil agora pontuando 53,3.

QUEM O BRASIL ULTRAPASSOU E QUEM ULTRAPASSOU O BRASIL​

Países cuja liberdade econômica caiu no último ano, e acabaram superados pelo score brasileiro:

Belarus ( -8,0), Bangladesh (-3,8), Quênia (-2,3) Angola (-1,6), Suazilândia (-3,7), Comoros (- 5,3), Tajiquistão (-5,5), Myanmar (-5,6), Laos (-4,7), Egito (-6,6), Lesoto (-5,4), China: (-10,4), Maldivas (-7,9) e Guiné Bissau (-8,9).

Países cuja liberdade econômica cresceu no último ano, superando o score do Brasil:

Equador (+1,9), Dominicana (+1,4), Quiribati (+14,8), Micronesia (+10,6)

O QUE MELHOROU E O QUE PIOROU NO ÚLTIMO RELATÓRIO

Há 12 critérios avaliados pelo levantamento da Heritage Foundation, divididos em três categorias. São elas: estado de direito, tamanho do governo e eficiência regulatória.

Todos os critérios recebem o mesmo peso no cálculo do índice, que segue de 0 a 100. Para ser considerado livre, um país precisa receber mais de 80 pontos.

Como é natural, entre cada relatório anual há avanços em alguns indicadores e retrocessos em outros. No último levantamento o Brasil avançou em efetividade judicial (57,2), em liberdade de negócios (63,2), legislação trabalhista (55,9) e liberdade monetária (78,4). Em contrapartida, houve piora em direitos de propriedade (50,3), integridade governamental (40), em carga tributária (69,9), gastos governamentais (53,8) e comércio internacional (60), além de saúde fiscal (0,4), que é a pior nota do país, e segue em tendência de forte queda desde 2014.

Já os indicadores de liberdade de investimentos (60) e liberdade financeira (50) ficaram estáveis.

O déficit público nos últimos dois anos já era apontado como o fator mais grave do país no índice, e foi impulsionado por gastos governamentais em busca de mitigar os efeitos sanitários e econômicos da pandemia. A mudança de regras o Teto de Gastos com a PEC dos Precatórios é um dos fatores.

Por outro lado, reformas microeconômicas relevantes foram implementadas em 2021, contribuindo para o avanço na questão regulatória. Entre elas, a BR do Mar, o Novo Marco das Ferrovias, a Lei do Ambiente de Negócios, o Marco das Startups, a Nova Lei do Gás, a Autonomia do Banco Central, a Nova Lei das Falências, a Lei de Licitações e o Novo Marco Cambial.

O QUE DEVE SER FEITO

Para o Brasil avançar mais em liberdade econômica precisa promover reformas que melhorem os quesitos em que está pior.

Com maior transparência e medidas efetivas de combate à corrupção, como o fim do foro privilegiado ou o retorno da possibilidade da prisão em segunda instância, seria possível melhorar no quesito integridade governamental.

A efetividade judicial também possui uma baixa avaliação, e uma reforma profunda no Judiciário que permitisse maior celeridade nos processos e respeito às jurisprudências seria necessário.

Contudo, o principal quesito de melhoria para a liberdade econômica no Brasil é o indicador de saúde fiscal. Para isso, são necessárias medidas que equilibrem os gastos públicos, permitindo a volta de superávits fiscais. A quebra da regra do teto de gastos para abarcar o pagamento de precatórios foi um duro golpe nesse processo.

 

Investidores estão fugindo da China. E isso pode beneficiar o Brasil​

A China está enfrentando uma debandada de capital "sem precedentes" desde o início da guerra na Ucrânia. E o Brasil está se tornando o porto seguro dos investidores internacionais

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Os investidores internacionais estão fugindo da China. Nos primeiros três meses de 2022, os investidores estrangeiros já retiraram o valor recorde de US$ 6 bilhões de dólares do país asiático, por causa das incertezas internas e geopolíticas.

De acordo com um relatório recente do Instituto de Finanças Internacionais (IFF, na sigla em inglês), a China está enfrentando uma debandada de capital "sem precedentes" desde o início da guerra na Ucrânia, marcando uma mudança "muito incomum" nos fluxos globais de capital nos mercados emergentes.

Segundo o IFF, "o momento das saídas de capitais - que se acumularam desde a invasão russa da Ucrânia - sugere que os investidores estrangeiros podem estar olhando para a China sob uma nova luz, mesmo que seja muito cedo para tirar conclusões definitivas a esse respeito".

A razão desse "mega-saque" parece ser a tempestade perfeita que eclodiu sobre a economia chinesa.

Cinco razões que explicam a crise na China​

Primeiro problema: um novo surto de Covid que não era visto por aqui há dois anos, desde os tempos sombrios do começo da pandemia na cidade de Whuan.

A volta dos lockdowns poderia novamente bloquear portos e travar as cadeias de suprimentos globais.

Segundo, o apoio à Rússia que muitos no Ocidente temem que possa aumentar ainda mais à medida que as semanas passam e a guerra na Ucrânia continuar.

Terceiro, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China foi fixado pelo governo de Pequim em 5,5%. A meta mais baixa dos últimos trinta anos. E mesmo assim, será muito difícil de alcançar.

Não por acaso, o primeiro-ministro, Li Keqiang, anunciou um pacote de estimulo fiscal superior a US$ 300 bilhões, com o objetivo de sustentar pequenas e micro empresas e empreendedores individuais, além de evitar problemas de desemprego.

Esse crescimento poderia ser afetado negativamente caso o Ocidente decrete sanções também contra a China, se Pequim ajudar substancialmente Moscou na guerra.

Guerra que, por sinal, ameaça também os corredores ferroviários na Europa Central da Nova Rota da Seda, uma engrenagem fundamental na Iniciativa do Cinturão e Rota do presidente Xi Jinping. Fundamental para escoar rapidamente as produções chinesas.

Quarto problema: um mercado imobiliário chinês ainda cambaleante e incapaz de retomar o crescimento.

A indústria havia se despertado um pouco na semana passada após a notícia de que o governo havia congelado o imposto sobre a propriedade.

Entretanto, a crise de liquidez continua e os números de fevereiro marcaram uma queda de 50% nas vendas das grandes empresas do setor em relação ao ano anterior.

A empreiteira Zhenro Properties Group, baseada em Xangai, está à beira da inadimplência, e outras empresas anunciaram que adiarão a divulgação de seus resultados financeiros para uma data posterior.
Há poucos dias, outra incorporadora chinesa, a Sunac, disse que não poderá pagar juros de títulos de sua dívida.

Mesma história da Evergrande, o gigante das construções já endividado por mais de US$ 300 bilhões, que viu US$ 2,1 bilhões de seus depósitos bloqueados em bancos credores depois de anunciar que não cumpriria o prazo final de março para apresentar seus resultados de 2021.

Por último: muitos investidores temem sobre uma possível saída de ações chinesas da Bolsa de Valores dos EUA.

Tudo, em um ano muito delicado para a China e para o Partido Comunista Chinês (PCC). Daqui poucos meses ocorrerá o 20º Congresso do PCC, e o secretário-geral, Xi Jinping, busca um terceiro mandato para se manter no poder. Algo sem precedentes na China, que poderia comparar Xi ao fundador da República Popular, Mao Zedong. Decretando, de fato, uma nova ditadura personalista na China.

A atuação do governo chinês contra os grandes grupos tecnológicos foi uma tentativa evidente de consolidar o poder. Como mostra o caso do Alibaba (BABA34), com o "sumiço" do fundador e controlador, Jack Ma, até que a empresa aceitou cumprir as diretrizes do Partido Comunista Chinês.

Isso amedrontou ainda mais os investidores estrangeiros posicionados em China.

Resultado: fuga de capitais da segunda economia do planeta terra. Com um fluxo financeiro gigantesco que busca novos investimentos internacionais.

Não por acaso, o índice Hang Seng da Bolsa de Valores de Hong Kong perdeu 45% em relação há um ano atrás.

No mesmo período, o Nasdaq Golden Dragon China, índice que inclui empresas chinesas do setor de tecnologia, caiu 58%.

Brasil pode sair ganhando​

O Brasil, por outro lado, parece se um oásis de tranquilidade entre os mercados emergentes. E, não por acaso, está registando um aumento dos fluxos de investimentos internacionais.

Em 2022, o saldo acumulado de investimentos estrangeiros na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) já chega a quase R$ 90 bilhões. Basicamente o inteiro saldo positivo de 2021, que já tinha sido um ano de entrada recorde de investimentos estrangeiros.

A economia brasileira não está brilhando,com inflação, juros altos, riscos fiscais e ano de eleição. Mas o sentimento dos investidores internacionais em relação ao Brasil melhorou sensivelmente graças ao fato que o país não está envolvido nos problemas geopolíticos da guerra da Ucrânia.

Dos países do grupo dos BRICS, o Brasil foi o único que condenou a invasão da Rússia. Todos os outros tem interesses comerciais, cooperações militares ou laços diplomáticos tão estreitos com Moscou que amedrontam os investidores.

Além disso, o mercado brasileiro oferece aos investidores internacionais exatamente aquilo que eles procuram nesse momento: commodities e bancos.
Mais de 50% da composição do Ibovespa é formado por empresas como Vale (VALE3), Petrobras (PETR4) ou bancos, como Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) ou BTG Pactual (BPAC11).

A Bolsa de Valores brasileira também está barata. O indicador de preço em relação ao lucro da Bolsa segue em 7,8 vezes, bem abaixo da média histórica, que foi de 12 vezes.

Um múltiplo ainda mais baixo considerando a expectativa de lucros para 2022 que segue aumentando por conta da forte alta dos preços das commodities.

"O fluxo vem para o Brasil naturalmente pela nossa natureza de exposição em commodities. A gente tem uma concentração muito grande em empresas de valor", explica Leonardo Paiva, economista do BTG Pactual, "Mas isso depende muito mais do ciclo econômico global do que por uma questão estrutural brasileira. Isso porque as empresas de commodities respondem às condições globais de cada mercado específico. E bancos respondem aos juros altos. Nesse momento, a conjuntura é favorável para commodities e juros. Por isso que os investimentos estrangeiros estão chegando".

Segundo Paiva, uma agenda de reformas poderia ser positiva para a Bolsa de Valores do Brasil, pois reduziria o risco estrutural do país e também aumentaria a eficiência da economia como um todo, "mas isso vai ficar mais para o novo governo, de 2023 para frente".

 

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