Flicky - Um dos jogos mais subestimados da SEGA faz 30 anos

Sonymaster

Jogador de Videogame das décadas 1980/1990.
Colaborador
Recentemente, abri uma caixa de sapatos antiga para descobrir o que havia guardado dentro dela. Encontrei apenas alguns bonecos dos Vingadores de muitos anos atrás e pôsteres de bandas que amava na adolescência (KISS e Guns n' Roses, especificamente). Não demorou até que meu cérebro resgatasse memórias de quando meu Mega Drive (versão III) costumava ficar guardado dentro de um desses recipientes — que sempre ganham novas funções quando o calçado em si passa a ser usado no dia-a-dia.

Se você viveu algum período da década de 1990, mesmo que tenham sido os anos finais, como no meu caso, sabe exatamente de qual console estou falando. Aquele saudoso modelo todo preto acompanhado dos controles com seis botões. Aliás, lembro que o meu veio junto com uma fita chamada "Top 10 Jogos Mega Drive", o cartucho que formou meu gosto por jogos na era 16 bits, basicamente. A compilação em que conheci Flicky.


Tela de personagens de Flicky.

Todos os quatro personagens tinham nomes.
Lançado originalmente em 1984, Flicky surgiu nos arcades, mas acabou sendo portado para o Mega Drive em abril de 1991, três anos depois da chegada do console da SEGA ao mercado japonês — e quatro anos antes do meu nascimento. O objetivo da empresa japonesa com Flicky, originalmente, era bater de frente com Mappy, um sucesso da Namco lançado nos anos 1980.

Flicky é um dos jogos mais simples com que tive contato ao longo da vida. O jogador controla um pássaro azul, chamado Flicky, que precisa resgatar filhotinhos espalhados pelos cenários enquanto foge de perigosos (e fofos) felinos alaranjados. Com o tempo, sapos passam a perseguir nosso querido protagonista também.

Segunda fase de Flicky.

A segunda fase é a mais fácil, acho.
Apesar da simplicidade na proposta, Flicky é um jogo extremamente desafiador. Por muito tempo, pensei que a sensação de dificuldade era apenas consequência de minha infantil memória afetiva, mas pude retomar a jogatina anos depois e continuei achando complicado zerar o jogo sem salvar ou voltar no tempo de vez em quando (obrigado Sega Genesis Collection por ter adicionado essa opção).

O tema dos "mundos" de Flicky muda completamente após duas ou três fases (depende de cada área). No início, você resgata os filhotinhos de pássaro em uma grande parede verde. Depois, em um bairro com casas azuladas e brancas. Gradualmente, a dificuldade vai subindo e, não muito tempo após o começo tranquilo, vêm as assustadoras fases com paredes de tijolos escuros, nas quais os recursos para se defender são muito menores e os inimigos passam a ter a vantagem. Quando mais novo, eu me sentia extremamente satisfeito só por chegar até as fases dos tijolos escuros, que é quando tudo começa a ficar muito mais complicado.

Segundo mundo de Flicky.

Essa parede colorida traz boas memórias.
Em 1984, Flicky chegou a aparecer em segundo lugar entre os jogos de arcade mais populares do ano, conforme publicado pelo Onitama TV. Nos consoles, naturalmente, o jogo também foi bastante elogiado, apesar das críticas ao visual e ao som, que já eram muito mais simples do que os de outros games — como o absolutamente incrível The Revenge of Shinobi, que também está disponível na coletânea que mencionei.

Sinto que Flicky tende a ser esquecido quando olhamos para o passado da SEGA. É fato que muitos outros jogos se mostraram infinitamente mais importantes, mas não houve momento na história em que o nome da empresa japonesa não me fez pensar no pequeno pássaro azul que me fez querer jogar o controle na parede tantas vezes.

Fase bônus de Flicky.

As fases bônus eram incríveis!
Hoje em dia, Flicky está disponível na coletânea Sega Genesis Collection. E, honestamente, esse é um jogo que cairia perfeitamente como um game mobile gratuito. Portanto, só me resta esperar até que esse dia chegue.

Enquanto a versão para celulares não é lançada, tenho de me satisfazer com escrever a respeito e torcer para que alguém cogite dar uma chance ao meu pássaro favorito dos games, cuja versão de Mega Drive completou, em abril de 2021, 30 anos de idade. É uma pena que me desfiz do console há tanto tempo... Junto da caixa de sapato.

 

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