Peguei um Note 9 reembalado (desses que o cliente devolve nos 7 dias) no estoque da Americanas. Foi divertida e até estranha a sensação do unboxing, uma inifinidade de acessórios out of the box indo de adaptadores, carregador, fone de ouvido, extrator pra substituir a ponta da S Pen, pontas reserva e até mesmo capa. Antigamente pagávamos caro mas havia a sensação plena de satisfação já ao tirar a caixa, hoje em dia o usual é nem vir carregador mais. Parece que Asus e Motorola, marcas do segundo escalão ainda enviam acessórios junto de seus smarts.
Indo pro aparelho, o design envelheceu bem e ninguém o classifica como vencido ou datado depois de tanto tempo, tem uma aparência bem sóbria e executiva no lado premium. O sistema parou no Android 10, One UI 2.5 e certamente teria fôlego para rodar a versão atual, é muito responsivo e sobra hardware com o Snap 845 (tsmc). O sistema de dissipação e resfriamento é aquele alardeado que se assemelha à versões water cooler de PC.
A tela Super Amoled com bordas curvas, resolução 2K e 60Hz, apesar de não ter taxa de atualização alta mantém as rolagens e transições fluídas. Foi um dos exemplares de topo das lendárias telas edge. A unidade que recebi não tem histórico de reparo ou manutenção, verificado na Samsung com serial number, não veio com avarias (bateria estufada) e nem sinais de uso. Ainda no Android 9, tive que fazer diversas atualizações, desde sistema (Android 10) e passando por vários meses de patch se segurança, de 2019 até findar em 06/2022, data do último patch. É realmente um aparelho não usado que estava esquecido em algum centro de distribuição. Com o componente de 4000mah, faz por volta de 6h tela em uso regular/misto - esperava essa média mesmo nos testes que fiz. O carregamento de apenas 15W hoje se mostra um tanto datado e lento, obviamente demorando para encher completamente a bateria.
Câmeras ainda são ótimas. Software segue compatível com todos os apps de banco, jogos e streaming. A One UI 2.5 contém várias funções das versões mais recentes, a única relevante não disponível seria a gravação de chamadas, roda todos os módulos atuais do Good Lock.
A melhor parte na minha opinião é a farta variedade de sensores e recursos: scanner de Íris para biometria facial (mais seguro e preciso que o facial 2D do S23 Ultra), sensor de batimentos cardíacos, sensor de oxigenação no sangue, saída P2 de alta resolução para fone de ouvido, entrada para cartão SD, Rádio FM (!), botão dedicado ao assistente Bixby. Aí soma às conhecidas funções da S Pen - que aqui já possui precisão de escrita fantástica - o aparelho se torna um canivete suíço. Claro que muitas dessas funções foram migradas para outros aparelhos, como fones Bluetooth e smartwatch.
Provável que farei uma troca que já tenho em vista, mas digo que o aparelho ainda perfura nos tempos atuais, dando alguns sinais da idade em certos aspectos mas no geral ainda é um tanque. Aparelhos de entrada ou intermediários não resistem tanto assim, essa é uma clara vantagem dos topo de linha, eles literalmente resistem e duram.