Bom, continuando...
Imagine você, depois de meses de uma dura economia, vai até uma loja e compra o seu primeiro gravador de DVD. A primeira imagem que lhe vem à cabeça é começar a distribuir filmes para os amigos e fazer back-ups de arquivos monstruosos de uma vez só. Esqueça tudo isso. A gravação de DVD implica numa série de questões que podem muito bem tirar o seu cavalinho da chuva.
O principal problema é a incompatibilidade entre os dois formatos existentes atualmente, o DVD Forum (DVD-R) e o da DVD+RW Alliance (DVD+R). Logo depois vem a qualidade e preço das mídias para a gravação. Por último, vem com o complicado impasse do que fazer com os DVDs domésticos que foram fabricados antes de 2000. Aparelhos antigos não lêem produtos gravados fora das grandes produtoras como Vídeo Lar e Universal Music Group. Toda essa confusão só traz problemas para uma única parte, o usuário final. Sem resolver todas essas questões fica praticamente impossível produzir um DVD confiável, ou seja, alguma mídia que funcione em todos os leitores vendidos atualmente. A briga entre o DVD Forum e a DVD+RW Alliance está apenas em fase de aquecimento.
Vai vencer no final quem conseguir fechar a equação preço e confiabilidade. Por hora, apenas o primeiro grupo pode se vangloriar de ter mais gravadores vendidos. Só que ninguém pode prever o futuro e a inversão do quadro é perfeitamente possível. O formato desenvolvido pelo fórum não consiste apenas em uma extensão, o já bem conhecido DVD-R. Na realidade, é um pacotão de arquiteturas chamada de "DVD Multi". As extensões desse pacote que definem quais aparelhos ou tecnologias que devem ser utilizadas para uma determinada aplicação, seja ela vídeo ou áudio. DVD-R de autoria profissional, DVD-R para uso doméstico, DVD-R, DVD-RAM e DVD-Audio são as principais opções.
O certo mesmo, o DVD-R é a principal extensão para gravação de discos da DVD Forum. É justamente ele o mais aceito pelo mercado hoje em dia. Empresas como Pioneer, Apple, IBM, LG, Samsung e Sony já fabricam produtos para produção de mídias com o formato. Mesmo sem considerar o apoio maciço de diversas companhias, o -R realmente é o que atinge atualmente a maior compatibilidade entre os leitores de CD vendidos nas lojas.
Boa parte dos profissionais do setor já aposta suas fichas no DVD-R até mesmo por motivos econômicos. O DVD-R me dá uma garantia de 95% de compatibilidade com os leitores do mercado. Ele compensa muito mais do que o +RW até mesmo porque as mídias dele são mais baratas. Para se ter uma idéia do que a idéia de economizar uma verba e ainda garantir mais compatibilidade com as outras pessoas já fez, basta olhar o número de gravadores vendidos. De acordo com a Techno Systems Research, serão vendidos mais de 3,2 milhões de aparelhos DVD-R até o final deste ano. O arqui-rival DVD+R, que tem a HP como líder, chegará no máximo até os 1,5 milhões de dispositivos comercializados. É aquele negócio, eu quero produzir um filme, ou uma cópia dele, o DVD-R me permite fazer isso mais facilmente e isso é que define o jogo. Uma vez que a grande maioria das fabricantes já adotou o DVD-R, dificilmente o padrão não será líder do mercado. Não é questão de uma única empresa, mas de uma série de marcas que apostam muito dinheiro nisso, com certeza isso não vai ser em vão. O DVD-R indica que já é o mais utilizado pelo mercado, mas existem controvérsias. Não só na questão técnica, como também nos índices de utilização. A DVD+RW Alliance se mexe para ameaçar o domínio do formato arqui-rival. Dell, HP, Mitsubishi, Philips, Sony e Yamaha arregaçam as mangas para tal tarefa. A principal dificuldade de quem vende os gravadores da tecnologia é a questão da compatibilidade. Muito embora a aliança das companhias mostre índices de até 90% nos atuais leitores do mercado, as produtoras de DVD contam outra história. É unânime, agências de publicidade e de vídeo não utilizam a alternativa +R. Mesmo assim, as fabricantes do grupo +RW reafirmam a soberania do seu padrão. O +RW é formado pela indústria eletrônica, desenvolvemos um padrão mais abrangente ao usuário. O -RW é formado por um subgrupo da indústria. Na visão do profissional, a estratégia da HP e Philips pode virar o mercado. Veja bem, a Philips e a HP são gigantes, uma na área de consumo de vídeo e outra na de informática e isso é fundamental.
Se o -RW é um subgrupo ou não, do lado técnico, a alternativa do símbolo + começa a dar sinais que realmente pode inverter o jogo em termos de supremacia tecnológica. Logo de cara, a aliança conseguiu desenvolver gravadores que preenchem um DVD inteiro em menos de 15 minutos. Somente agora os gravadores -RW chegam a essa velocidade. Vale lembrar também que é a opção que consegue chegar mais perto da harmonia entre áudio e vídeo no DVD. O disco +RW, quando aceito, roda mais rápido no computador e quando é colocado no leitor comum, o de casa, o vídeo também fica melhor. Um fato significativo que pode virar o jogo para a DVD+RW Alliance é um suposto apoio da Microsoft. Se o Windows XP, por exemplo, definitivamente der suporte ao +RW, muitos usuários vão pensar duas vezes antes de comprar qualquer produto -RW.
A possibilidade não passa, no entanto, de rumor não-confirmado. Quando se fala de DVDs regraváveis, a história é outra. Tanto o formato da DVD Forum, quanto o da DVD+RW Alliance, estão em marcha lenta. As duas opções ainda dão muito prejuízo para os usuários. Mídias e mídias são perdidas se a gravação não for feita com muito cuidado. O problema todo se resume ao método de gravação do DVD. A mídia tem que ser "queimada" de uma forma em que o nível de reflexão do laser do aparelho leitor seja muito precisa. No caso, o CD que é lido em apenas um lado deve ter um retorno dos raios de luz na faixa dos 45 a 85%. Quando as informações são colocadas nas duas faces do disco, a proporção vai para 18 a 30%. Por menor que seja o desvio dessa faixa, já significa erro na leitura. Esta é a questão central para o formato RW. Geralmente, tanto o DVD-RW, quanto o DVD+RW, patinam nessas proporções. A grande maioria dos gravadores acaba por não respeitar essas taxas para colocar mais dados na mídia. Não importa a marca do aparelho, o problema acontece. Por hora, o mais recomendável é não utilizar nenhum tipo de RW para casos em que é necessário distribuir a mídia para os seus amigos ou clientes. Ele só pode ser utilizado em casos de back-up interno e ou fins semelhantes. Afinal de contas, o bom DVD é aquele que funciona em qualquer lugar. Fazer um regravável é pedir dor de cabeça. Pelo menos por enquanto. O preço de uma mídia de DVD (RW) perto de uma de CD comum é assustador. Um disco de marca do formato pode chegar aos seus R$ 40. Diferenças técnicas a parte, muitos usuários começam a cogitar a questão do combate a pirataria como justificativa a escalada dos valores cobrados. De qualquer forma, a idéia foi totalmente descartada pelas produtoras de DVD. O travamento antipirataria fica por conta dos softwares de autoria de DVD, não está relacionado com a mídia.
Fora o fato que o conceito de gravar mídias do gênero ainda está muito cru. A tendência é baixar o preço. Será questão de dois anos no máximo para o preço melhorar muito. :estilo: