Concordo com o Felipe, é melhor pesquisar antes de falar. Só porque foi divulgada uma suposta carta dele onde ele descarta veemente a sua fé, voce afirma com certeza que ele era ateu. Por acaso você acha que não há interesse que as afirmações de Einstein inclinem para o lado o outro em se tratando de um assunto tão polemico.
Sobre a biblia, acredito no seu valor histórico, pois ela menciona civilizações como o Egito e Roma, e seus governantes, que foi comprovado por arqueologistas que realmente existiram. Porém acredito também que ela não tenha passado ilesa aos interesses da Igreja Católica.
Essa é uma das questões mais complicadas de todas, e umas das mais gostosas de discutir.
De fato, muita coisa que antes era tido como loucura bíblica (como a existência de Babilônia, certos faraós mencionados, governantes, e outros acontecimentos), que era tido como mentira e usavam isso para provar que a Bíblia era farsa, hoje já se foram confirmadas, dando-se mais validade histórica para a Bíblia.
Agora quando se trata de adulteração dos textos bíblicos, a discussão fica bem mais delicada.
Este foi um assunto que pesquisei bastante, e penso ser interessante somente mostrar as conclusões que cheguei, quem se interessar, aconselho a fazerem suas próprias pesquisas e não só se apegarem às minhas conclusões uma vez que foi uma busca pessoal minha, e cheguei a este ponto, outras pessoas podem chegar a pontos diferentes com a mesma pesquisa e muito provavelmente com os mesmos textos e argumentos que encontrei, essa é a parte maravilhosa de uma discussão religiosa, quanta riqueza existe dentro deste assunto.
Vamos aos pontos:
1. A taxa de analfabetismo era altíssima, mantendo quase que uma população geral de analfabetos.
2. Mesmo que eles conseguissem ler algo em sua própria língua, a Bíblia não era traduzida para a língua destes povos, só haviam bíblia em latim (Vulgata), e muito mal traduzidas das línguas originas: Hebraico, Aramaico e Grego.
3. Mesmo que conseguissem ler na sua própria língua (utopia), na língua latina (utopia²), a língua era considerado um livro censurado e proibido até mesmo para padres. Para quem não conhece a história de Lutero, que era padre católico, e bastante fiel ao catolicismo, (tendo relatos de que quando chegava em roma, beijava o chão da terra sagrada) ele fez seu estudo bíblico (que deu início à reforma protestante) de forma clandestina, em uma Bíblia que encontrou por acaso em uma biblioteca fechada, lembrando que a bíblia estava acorrentada ao teto da biblioteca, segundo seus próprios relatos. Após todo seu estudo, ele formulou as 95 teses contra a igreja católica.
4. Se a igreja católica houvesse realmente moldado a Bíblia, Lutero não encontraria tantos argumentos berrantes que o fez descrer da crença católica para então esclarecer a religião que ele considerava verdadeira, que era a religião bíblica. Resumindo, se a igreja católica tivesse realmente adulterado a Bíblia, a religião segundo a Bíblia seria de fato a igreja católica.
5. Todas as modificações que a igreja católica fez nas doutrinas bíblica, esta o fez em catequeses, não na própria Bíblia. A Bíblia católica indica que o sábado deve ser o dia de guarda, não o domingo. Porém na catequese está: "Guardar domingos e dias de festas". E em outras catequeses há a explicação em um texto de perguntas respostas:
P: Qual é o dia de guarda segundo a Bíblia?
R: O Sábado.
P: Que dia é o sábado (Shabbath, que significa descanso)?
R: O sábado religioso é o sábado cronológico, o 7º dia da semana.
P: Por que nós guardamos o domingo em vez do sábado?
R: Guardamos o domingo em vez do sábado porque a Igreja Católica católica transferiu a solenidade do sábado para o domingo.
P: Por que a igreja católica substituiu a solenidade do sábado para o domingo?
R: A igreja substituiu a solenidade do sábado para domingo porque Cristo ressurgiu dos mortos em um domingo e o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos em um domingo.
P: Com que autoridade a igreja católica substituiu o sábado pelo domingo?
R: A igreja substituiu a solenidade com a plenitude do poder divino que lhe foi concedido por Jesus Cristo.
Então, isso já esclarece muitas coisas, eles não tinha interesse em moldar a Bíblia sabe-se lá por que (os cristãos afirmam dentro disso uma prova de que Deus protege suas escrituras), o que era feito eram verdadeiras adulterações não das escrituras mas das doutrinas quando passadas oralmente, sobre a justificativa de que Deus concedia autoridade ao papa para que este mudasse tudo que estava escrito ao seu modo, já que o poder de interpretar as escrituras era dado somente a ele.
E isto funcionava muito bem para época, tanto funcionou que ainda hoje se guarda o domingo, junto com várias igrejas protestantes que mantêm este dia de guarda talvez pela ignorância de que o dia foi modificado unicamente com o poder papal.
Em um texto católico, achei bem interessante a forma como o escritor se vangloriava do poder católico afirmando que o poder papal mantem poder sobre o protestantismo ainda hoje, se respaldando no dia de guarda que estes escolheram ainda permanecer como doutrina sólida na maioria das igrejas protestantes.
Vamos a outros pontos:
6. Manuscritos encontrados recentemente (como os do mar morto, das cavernas de Qurman e vários outros, que já são mais recentes, mas principalmente os do mar morto por terem sido escritos antes do poder católico), foram encontrados inalterados, com erros apenas de preposições, ou termos que não modificavam o sentido, devido às diversas cópias à mãos que foram feitas, essa descoberta foi uma grande pedra no sapato no pé dos ateus que defendiam a idéia da TOTAL adulteração ou CRIAÇÃO da bíblica pelo poder católico, que tiveram de retirar estas afirmativas.
7. Os valdenses (pesquisem, assunto muito interessante, um povo singular, e que ainda existem) como defensores da fé cristã primitiva em toda a idade média muito antes dos primeiros reformadores, como John Huss, Melancton, Gerônimo, Lutero, tendo cópias da Bíblia e estudando-as se mantendo o que os reformadores chamavam de "a chama viva do cristianismo dentro a idade das trevas", se refugiando em cavernas devido aos problemas que acarretavam ao poder católico da época.
Dentro disso tirei minhas próprias conclusões.
Aconselho a pesquisarem um conteúdo sério (não sensacionalista) sobre os manuscritos do mar morto, tenho alguns livros muito bons sobre, que esclarecem como era feito as cópias na antiguidade, a história dos massoretas (pessoas designadas para fazerem as cópias bíblicas e de uma forma bem séria e precisa, tendo geralmente várias pessoas para copiar um mesmo trecho do livro para que não houvesse perpetuação de falhas humanas), a quantidade de manuscritos de cada livro encontrado o que era mais que uma prova real de que ocorriam de fato alterações entre as cópias, mas nunca de sentido doutrinário.
E por aí vai. Há muito material a ser pesquisado quando se trata da história bíblica e da história da própria Bíblia.
Falar (ou repetir) o que acha ou o que ouviu falar não cabe em uma discussão tão séria e com tantos estudiosos e especialistas envolvidos.