Pesquisador o que ele ganha na verdade?

zetabyte00

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Nos institutos e universidades federais os professores possuem um salário base de acordo com a sua carga horária de trabalho. Exemplo 20 ou 40 horas.
E esse salário base pode aumentar de acordo com a titulação, se é mestre ou doutor. E também aumenta consideravelmente se o prefessor possuir dedicação exclusiva.

No regime de dedicação exclusiva o professor/pesquisador continua tendo uma carga horária de 40 horas. Porém, o professor deve se dedicar ao ensino, pesquisa e extensão daquela universidade ou instituto. Ou seja, não pode ter nenhuma outra forma de renda que não seja com aquele orgão em que está lotado (salvando raras excessões).

Além disso, o salario pode aumentar a medida que o professor sobe na carreira.

Na prática o doutor que é servidor público em universidades ou institutos federais no Brasil não ganha absolutamente nada além disso. Inclsuive, o cargo deles não é de pesquisador e sim de professor. Porém, inevitavelmente a maioria deles acabam tendo que dar aular + fazer pequisa (ser pesquisador) e/ou colaborar em projetos de extensão.

São pouquissímos os orgãos públicos do Brasil que de fato possuem o cargo de pesquisador, como é o caso do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Nesses poucos orgãos, há servidores públicos que atuam 100% do tempo com a pesquisa (fazendo ciência). Porém, o salário de um pesquisador em inicio de carreira não é tão diferente de um professor com doutorado.

Na prática o que acontece é que praticamente toda a ciência do Brasil é feita por professores doutores de universidades públicas federais e estaduais. A ciência produzida por pesquisadores do INPE é importante? Obvio que é, porém, normalmente é limitada aos problemas que aquele orgão atua diretamente.

Resumindo, se sua intenção for perseguir um doutorado para entrar em uma universidade pública e ficar rico fazendo pesquisa. Sinto lhe informar, você não vai ganhar nem um centavo além disso. Pelo contrário, você vai ter que dar aula (entre 8 e 12 horas/aulas por semana), preparar aulas, corrigir trabalhos e provas, orientar alunos em projetos de pesquisa, orientar alunos em tcc, orientar alunos em projetos de extensão, orientar alunos de mestrado/doutorado, participar de reuniões administrativas departamentais, participar de bancas de defesa de outros alunos, e no final disso tudo, fazer sua própria pesquisa (ser pesquisador).
 
Última edição:
E como é essa situação no caso sendo do corpo administrativo em institutos e universidades federais? Por exemplo, sendo um administrativo, que também está buscando o doutorado.

@Youkou eu me expressei mal em alguma coisa e ou ofendi alguém? Se sim, já peço desculpas de antemão.
 
Última edição:
E como é essa situação no caso sendo do corpo administrativo em institutos e universidades federais? Por exemplo, sendo um administrativo, que também está buscando o doutorado.
Ganha um bônus salarial pelo título, mas nada além disso.
 
Cara, além do que já citado acima, você também pode ganhar fazendo projetos de pesquisa por meio das Fundações de Apoio Cientifico e Tecnológico. Vários pesquisadores de universidades públicas tiravam bastante dinheiro por meio de projetos (além do seu salário base você tinha o "salário" do projeto a ser desenvolvido). Com a crise atual está mais complicado fazer isso, mas ainda existem (inclusive é fonte de muito debate, porque tem muito professor/pesquisador que ganha muito assim e o pessoal torce o nariz porque usava a estrutura da universidade e a universidade ganhava pouco retorno com isso). Com corpo administrativo se o cara tiver doutorado pode fazer o mesmo, e o bom do TAE é que ele normalmente não é dedicação exclusiva, podendo trabalhar em outros projetos caso queira, sem vínculo com a universidade/instituto.
Obs: Em institutos federais, é mais complicado porque o foco não é pesquisa, mas aulas, tanto que muitas universidades a "carga horária" efetiva é 8 horas, enquanto no IF você vai dar 20 horas de aula tranquilamente.
 
Como já explicaram, a profissão de "pesquisador" propriamente dito quase não existe no setor público.

A grande maioria das pessoas que recebem dinheiro para pesquisar ou são estudantes que recebem bolsa (nada grandioso, para quem tá fazendo doutorado é de R$ 2.200,00) ou são professores que recebem um adicional por, além de dar aulas, desenvolverem pesquisas (em sua esmagadora maioria as pesquisas desenvolvidas são para mestrados/doutorados, então você tem os alunos fazendo doutorado ganhando bolsa e o professor orientador ganhando um adicional pela pesquisa também). Pesquisa "autônoma", ou seja, pesquisa que não é feita para obtenção de título de mestre/doutor são mais escassas, geralmente derivam de grupos de pesquisa que desenvolvem projetos com parceiras.

Dentro do mundo privado a conversa muda, empresas não chamam necessariamente de pesquisador, muitas vezes é "desenvolvedor", eu já fui químico desenvolvedor de uma indústria de tintas automotivas, minha rotina era dentro do laboratório combinando diferentes matérias-primas e processos para conseguir atingir as formulações ideais para diferentes produtos. Claro, minha "pesquisa" era unicamente voltada a otimização de custo, o pessoal que estava "inventando substâncias" era o pessoal das fábricas de resinas, pigmentos, aditivos, etc.

Salário normal de quem trabalha em laboratório, mas o céu é o limite já que algumas empresas incluem no contrato um pagamento de royalties por invento de um pesquisador. Lembro que na época sempre se falava do lance da Brasilata (fábrica de latas de diversos produtos, mas principalmente tintas), ela tem um sistema de tampa de fechamento simples que é patenteada no mundo todo e ajuda muito na linha de tintas imobiliárias pq é fácil de fechar a lata que foi aberta um dia e não ressecar a tinta. O que contavam é que o engenheiro que desenvolveu aquele sistema de fechamento "aposentou" pouco tempo depois e hoje tá com seus milhões na conta só pelos royalties do desenvolvimento dele.
Esse aqui é o sistema, caso alguém esteja curioso: https://www.paintshow.com.br/paintp...a-sistema-de-fechamento-plus-na-abrafati-2013
 
Cara, além do que já citado acima, você também pode ganhar fazendo projetos de pesquisa por meio das Fundações de Apoio Cientifico e Tecnológico. Vários pesquisadores de universidades públicas tiravam bastante dinheiro por meio de projetos (além do seu salário base você tinha o "salário" do projeto a ser desenvolvido). Com a crise atual está mais complicado fazer isso, mas ainda existem (inclusive é fonte de muito debate, porque tem muito professor/pesquisador que ganha muito assim e o pessoal torce o nariz porque usava a estrutura da universidade e a universidade ganhava pouco retorno com isso). Com corpo administrativo se o cara tiver doutorado pode fazer o mesmo, e o bom do TAE é que ele normalmente não é dedicação exclusiva, podendo trabalhar em outros projetos caso queira, sem vínculo com a universidade/instituto.
Obs: Em institutos federais, é mais complicado porque o foco não é pesquisa, mas aulas, tanto que muitas universidades a "carga horária" efetiva é 8 horas, enquanto no IF você vai dar 20 horas de aula tranquilamente.
Poderia me explicar melhor essa parte "você também pode ganhar fazendo projetos de pesquisa por meio das Fundações de Apoio Cientifico e Tecnológico". Você está se referindo aos pesquisador realizar sua pesquisa de forma independente da instituição?
 
Outra coisa que pode gerar algo é a geração de patentes, as vezes compartilhada com a instituição.
 
Poderia me explicar melhor essa parte "você também pode ganhar fazendo projetos de pesquisa por meio das Fundações de Apoio Cientifico e Tecnológico". Você está se referindo aos pesquisador realizar sua pesquisa de forma independente da instituição?
O professor/TAE de instituições federais pode desenvolver a pesquisa que desejar (se conseguir captar recursos e destinar parte deles de volta para a universidade, e em linhas gerais, normalmente eles beneficiam muito mais o docente que o TAE) resumidamente. Aqui mesmo devido a uma decisão judicial a universidade foi acionada para desenvolver uma solução para um problema hídrico e uma equipe de professores/taes ganhou uma grana pra tocar o projeto e apresentar uma solução.
 
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O professor/TAE de instituições federais pode desenvolver a pesquisa que desejar (se conseguir captar recursos e destinar parte deles de volta para a universidade, e em linhas gerais, normalmente eles beneficiam muito mais o docente que o TAE) resumidamente. Aqui mesmo devido a uma decisão judicial a universidade foi acionada para desenvolver uma solução para um problema hídrico e uma equipe de professores/taes ganhou uma grana pra tocar o projeto e apresentar uma solução.
Gostaria de se possível de saber como ganharam o dinheiro, foi por intermédio de que programa?
 

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