Vício em games preocupa especialistas e inspira grupo de apoio brasileiro

Sonymaster

Jogador de Videogame das décadas 1980/1990.
Colaborador
Véspera de Natal de 2019, o professor A.B.P., aos 37 anos, era o responsável por uma série de tarefas familiares, que não conseguiu cumprir. Não era a primeira vez ele se atrapalhava. Não conseguia mais se concentrar nas aulas de sua segunda graduação e já estava arrumando problema para seu casamento. Mesmo sendo adulto, ele só pensava (e jogava) videogame.

— Comecei a jogar quando criança com o Atari, na adolescência ganhei um computador e comecei a jogar por ele e, depois, pelo celular. Há algum tempo percebi que eu tinha uma vontade muito grande de jogar e isto estava saindo do meu controle. Por exemplo, teve vezes que eu jogava no trabalho.

A confusão provocada naquele Natal, no entanto, o levou a tomar uma decisão que mudou a vida dele e de todos em volta — decidiu experimentar um tratamento que havia visto em um site americano, onde as pessoas compartilhavam sua experiência com o vício em jogos eletrônicos. O bom resultado o fez trazer para o Brasil a experiência, com interações em português. Detalhe: o anonimato é obrigatório nesse tipo de terapia.

— Quando descobri o CGAA, comecei a dividirtudo o que estava me incomodando e percebi que outras pessoas tinham uma história de vida muito parecida com a minha — relata A.B.P.

 
O hardware caro e jogos cada vez mais curtos, onde tem que ficar comprando DLC pra jogar o jogo completo, já está fazendo o pessoal perder o vício nos jogos.
 
Acho que a palavra vicio é muito banalizada, por exemplo eu jogo um tempo considerável, mesmo tendo família, filha e emprego. Porem praticamente não assisto TV, logo o tempo que uma pessoa passa assistindo series e filmes eu passo jogando.

Por outro lado quando alguém fala vicio penso em algo que atrapalha de fato sua vida, por exemplo uma época eu abusava de álcool, mas fazia isso pra fugir da frustação por não conseguir chegar onde queria na vida profissional e com o tempo passei a não conseguir meus objetivos por beber, resolvi essa questão parei de abusar de álcool.

Só é vicio quando começa afetar sua vida pessoal e profissional, por exemplo hoje eu vejo muitas pessoas viciadas de fato em redes sociais, cara não consegue trabalhar 15min sem parar e pegar o celular pra ver alguma coisa inutil por 5min. Se você colocar em números se a pessoa trabalha 10hs, dessas ela passou 150min só vendo feed de redes sociais e status de whatts. Não consigo imaginar algo mais inutil.
 
Acho que a palavra vicio é muito banalizada, por exemplo eu jogo um tempo considerável, mesmo tendo família, filha e emprego. Porem praticamente não assisto TV, logo o tempo que uma pessoa passa assistindo series e filmes eu passo jogando.

Por outro lado quando alguém fala vicio penso em algo que atrapalha de fato sua vida, por exemplo uma época eu abusava de álcool, mas fazia isso pra fugir da frustação por não conseguir chegar onde queria na vida profissional e com o tempo passei a não conseguir meus objetivos por beber, resolvi essa questão parei de abusar de álcool.

Só é vicio quando começa afetar sua vida pessoal e profissional, por exemplo hoje eu vejo muitas pessoas viciadas de fato em redes sociais, cara não consegue trabalhar 15min sem parar e pegar o celular pra ver alguma coisa inutil por 5min. Se você colocar em números se a pessoa trabalha 10hs, dessas ela passou 150min só vendo feed de redes sociais e status de whatts. Não consigo imaginar algo mais inutil.
Eu sou igual a você, o tempo livre que tenho estou jogando, tem gente que passa o tempo livre todo assistindo série, no Instagram, no Facebook, no whatsapp falando merda, eu passo jogando.
 
Vicio pra mim é só quando isso prejudica você também, se não tá te prejudicando (tanto em saúde como financeiramente) eu não vejo como problema...

Atrasou ceia de natal = normal, quem nunca ficou de comprar algo e acabou fazendo de última hora ou nem lembrou na hora...a galera já nem me pede mais nada porque sabe que eu nem vou fazer e olhe lá

Prejudica casamento = isso é muito relativo....o que é o prejudicar o casamento? pois do que conheço, "vou ficar jogando" = prejudica..."vou no bar encontrar amigos" = prejudica..."vou jogar bola todo dia" = prejudica..."vou ficar aqui em casa sem fazer nada só escutando a esposa" = prejudica...prejudicar é muito relativo pra mim...

Não prestar atenção na graduação, trabalho e afins = Normal pra mim, até hoje lembro que participava de reuniões sem noção e ficava imaginando filmes inteiros na cabeça...ainda bem que esse ano inventaram teams da vida e reuniões virtuais, tava lá eu de frente pra câmera olhando pra tela, mas não era a reunião que eu tava olhando...


Agora se o cara não foi trabalhar pra jogar...não almoçou pra ter grana e poder comprar jogo na steam...não foi dormir pra ficar jogando...ai eu vejo como vicio....
 
Games podem até fazer bem, eu nunca consegui viciar em nada(já experimentei cigarro e drogas e nunca tive vontade de continuar usando), até pra começar a jogar eu fazia por sacrifício e vontade de amigos no início, demorou muito pra começar a jogar sozinho. Consigo parar de jogar quando quiser. e não ligo mais de quitar partidas ranqueadas, perder patente e essas coisas.

Mas oq eu tenho observado é que quando fico muito tempo sem jogar meu nível de stress aumenta, começo ter ansiedade. Daí volto jogar e os sintomas do stress vão passando.

Talvez os games sejam a dose de relaxamento diário que preciso pra manter a sanidade.

O problema que tem gente que se stressa mais jogando, dá mais importância em terminar uma ranqueada e não frustrar uns haters desconhecidos que nunca irá ver na vida a quitar pra sair com sua família. O segredo pra relaxar com games é esquecer patente/elo e principalmente parar de jogar forçadamente pra agradar desconhecidos que estão te xingando ou pra ganhar exp upar, essas coisas são armadilhas pra pessoa jogar mesmo sem vontade. Eu jogo apenas por jogar. O jogo que tem que servir a mim e não eu ao jogo.
 
Última edição:
Mas oq eu tenho observado é que quando fico muito tempo sem jogar meu nível de stress aumenta, começo ter ansiedade. Daí volto jogar e os sintomas do stress vão passando.

Talvez os games sejam a dose de relaxamento diário que preciso pra manter a sanidade.
É o que o @Tatsumaki disse:

O vício não é a causa do problema e sim o sintoma

O que tu descreveu é literalmente o mecanismo de qualquer "vício".

Gatilho (stress) > Alívio/Tiro de dopamina (cigarro, café, doce, jogo, punh3t@) > Repete

São hábitos que se "fixam" na mente dentro de um padrão operacional X. Por isso tem aqueles papos de pessoas que param de fumar e colocam um chicletinho no lugar, porque o hábito tá lá, tu ainda terá um gatilho e tua mente exigirá o próximo "passo". Mas ao invés do cigarro, ele mete o chicletinho de nicotina. Até o momento que ele consegue se livrar da toxina e fica só no chicletinho normal ou num cafézinho ou qquer coisa assim.

O problema é quando esse "padrão" começa a sair do controle e a ferramenta de alívio é usada sem moderação. Como já falaram no tópico e acho que não é dúvida pra ninguém, só vira um problema quando começa a prejudicar outros âmbitos da sua vida. Se o cara para de trabalhar no meio de uma atividade importante, pra jogar um Candy Crush, pra dar um raio no banheiro, pra tomar um gole de Itubaína no banheiro ... aí já é um vício.

E não adianta simplesmente privar o cara do celular ou da pinga ou da droga, o hábito ruim continua lá, ele vai achar outra coisa pra cobrir o buraco. O hábito ruim tem que ser estudado para ser transformado em um hábito bom e para isso tem que se identificar os gatilhos e origens do processo.
 
É o que o @Tatsumaki disse:



O que tu descreveu é literalmente o mecanismo de qualquer "vício".

Gatilho (stress) > Alívio/Tiro de dopamina (cigarro, café, doce, jogo, punh3t@) > Repete

São hábitos que se "fixam" na mente dentro de um padrão operacional X. Por isso tem aqueles papos de pessoas que param de fumar e colocam um chicletinho no lugar, porque o hábito tá lá, tu ainda terá um gatilho e tua mente exigirá o próximo "passo". Mas ao invés do cigarro, ele mete o chicletinho de nicotina. Até o momento que ele consegue se livrar da toxina e fica só no chicletinho normal ou num cafézinho ou qquer coisa assim.

O problema é quando esse "padrão" começa a sair do controle e a ferramenta de alívio é usada sem moderação. Como já falaram no tópico e acho que não é dúvida pra ninguém, só vira um problema quando começa a prejudicar outros âmbitos da sua vida. Se o cara para de trabalhar no meio de uma atividade importante, pra jogar um Candy Crush, pra dar um raio no banheiro, pra tomar um gole de Itubaína no banheiro ... aí já é um vício.

E não adianta simplesmente privar o cara do celular ou da pinga ou da droga, o hábito ruim continua lá, ele vai achar outra coisa pra cobrir o buraco. O hábito ruim tem que ser estudado para ser transformado em um hábito bom e para isso tem que se identificar os gatilhos e origens do processo.
Perfeito. Tava lendo um tópico no Reddit chamado stopgaming, a maioria lá viciado em MMORPGs que são um verdadeiro cancro, vi muitos vendendo seus Pcs e PS4 só que muitos depois de alguns meses retornam pro vício. Nego que joga 10h por dia e negligência higiene básica não é normal.
 
Teve alguma época da minha vida que eu me achava viciado, hoje em dia nem de jogar gosto mais :(
 
Editado por um moderador:
Teve alguma época da minha vida que eu achava q eu me achava viciado, hoje em dia nem de jogar gosto mais :(
Época que joguei mais foi anos 80 e 90 mesmo. Não tenho nem consoles e tudo é emuladores.

Época do PS2 já estava trabalhando aí ficava difícil. Mas nunca deixei de pelo menos acompanhar. Mas sempre gosto de jogar os antigos mesmo.
 
A pessoa tem que ter auto crítica sobre seu vício. É difícil pra pessoa se admitir. Eu já joguei muito, tento diminuir. O gosto persiste, mas atrapalha em outras coisas
 
Games podem até fazer bem, eu nunca consegui viciar em nada(já experimentei cigarro e drogas e nunca tive vontade de continuar usando), até pra começar a jogar eu fazia por sacrifício e vontade de amigos no início, demorou muito pra começar a jogar sozinho. Consigo parar de jogar quando quiser. e não ligo mais de quitar partidas ranqueadas, perder patente e essas coisas.

Mas oq eu tenho observado é que quando fico muito tempo sem jogar meu nível de stress aumenta, começo ter ansiedade. Daí volto jogar e os sintomas do stress vão passando.

Talvez os games sejam a dose de relaxamento diário que preciso pra manter a sanidade.

O problema que tem gente que se stressa mais jogando, dá mais importância em terminar uma ranqueada e não frustrar uns haters desconhecidos que nunca irá ver na vida a quitar pra sair com sua família. O segredo pra relaxar com games é esquecer patente/elo e principalmente parar de jogar forçadamente pra agradar desconhecidos que estão te xingando ou pra ganhar exp upar, essas coisas são armadilhas pra pessoa jogar mesmo sem vontade. Eu jogo apenas por jogar. O jogo que tem que servir a mim e não eu ao jogo.
Pra mim o pior de todos são jogos on-line, eu já joguei muito jogo online e me arrependo. Tenho mil horas de warframe e o jogo é um grind sem fim para conseguir os itens e depois que eles tornaram MAIS difícil ainda de dropar as armaduras raras eu quitei do jogo.

Outra coisa MMORPGs, eu joguei Lineage 2 durante alguns meses até cair na real e perceber que aquilo ali é uma perda de tempo, fora o gasto com dinheiro real in game. Lá no jogo tinham os buffs que duravam 1h cada buff, em uma hora upando você não upava praticamente nada nos lvls altos, você tinha que ficar horas e horas e até dias para upar um level, fiquei nessa pegada com meu irmão uns meses e caí na real que aquilo é uma consumismo de vida que não leva a nada e que o jogo não te recompensava pelo seu esforço, por isso esses caras que jogam ficam 12h por dia jogando, além de viciantes esses games te induzem a ficar o dia todo nele.

Por isso hoje eu jogo apenas games offlines com elementos coop tipo Monster Hunter, dark souls, ou de história como the last of us 2 em que eu posso desligar e continuar outro dia de onde parei, jogos que realmente me DIVIRTO jogando e não me frustrando, os MMORPGs causam mais raiva/frustração do que recompensa no jogador, na verdade eles dão uma expectativa de recompensa deixando o cara viciado. É doentio
 
A única época que considero que fiquei viciado mesmo foi quando jogava world of warcraft, no momento que percebi que eu ficava o dia todo pensando no jogo, que não via a hora de sair do trabalho para começar a jogar e que estava prejudicando tanto a minha vida pessoal quanto profissional decidi parar, hoje jogo bem pouco, quando tenho tempo livre gosto de me dedicar a outras coisas, ficar com a familia, assistir uma serie etc. As vezes vejo algum jogo que me interessa e acabo voltando, termino ele e fico meses sem jogar outra coisa como foi com Red Dead 2
 
É o que comentaram aí, lembro q qdo eu era menor minha mãe vinha encher meu saco "Filho, sai desse computador, faz 3 horas que vc tá aí já!!" mas ficar o domingo a tarde inteiro sentado assistindo TV não tem problema nenhum...
Eu não assisto TV, eu vejo séries... Assim como eu não leio livros... O meu tempo livre eu faço oq eu quero, no caso, jogar...
E minhas fases de jogar são relativas, tem mês q eu jogo todos os dias pelo menos 1h, tem mês q passo longe de qualquer jogo.
 
alguns viciozinhos controlados são ótimos,
então pra não ter "vício" nenhum o cara tem que só trabalhar e ir pra casa dormir?
isso tbm é doentio.
Um cafezinho diário, aquela sua horinha de jogatina depois do trabalho. Cervejinha semanal é uma delícia. Se o vício não afeta sua rotina e só te dá prazer não tem pq parar.
 
Esses MMORPG e jogos como Path of Exile são programados pra viciar. Vc precisa jogar 10 horas por dia pra chegar no level mais alto e achar os items raros. Já vi gente no fórum do path of exile com milhares de horas, vários anos jogando e tem item que a pessoa nunca achou. Programaram uma probabilidade de 1 em 1 bilhão é? Mas o pior é que alguns jogos tem comandos de console escondidos que permitem identificar padrões no meio do RNG e se vc ver isso consegue manipular os resultados. Pq MMORPG tem tanto BOT? Pq o jogo é mecanizado, o tipo de jogo q um BOT joga sozinho.

O Candy Crush também um jogo de RNG. Ele propositadamente varia a dificuldade com um algoritmo q vê o seu número de horas, tentativas e vidas. Dá pra perceber q ele não é aleatório, a dificuldade fica maior ou menor assim de repente. Se fosse aleatório dava pra jogar mil vezes e ver q não tem padrão de dificuldade, mas se vc jogar todo dia por vários dias consegue perceber q o jogo muda a dificuldade.
 
Quando era jovem acho que era viciado. Tinha PSX com 100 mídias físicas piratas (minha mãe ia muito pro paraguai e sempre pegava uns 5+ jogos toda vez, época boa onde cada CD era U$1~2 e o real valia o mesmo.

Depois teve o Nintendo 64, mas a pirataria já era meio complicada. Eu cheguei a ter PSX, N64 e GameBoy Advance ao mesmo tempo. Depois passei pro PC e fiquei nele.

Fui ter um PS2 quando já havia lançado o 3, mas eu trabalhava e estudava então jogava meia hora por dia quando dava. Depois nunca mais. Uns tempos atrás comprei um 3DS usado desbloqueado e me diverti por uns meses, mas já vendi.

Hoje em dia meu contato com jogos se resume a rodar The Sims 4 no Linux e perder umas horas. Quando tenho vontade, instalo Fallout New Vegas pra matar um tempo. Atualmente não to com nenhum jogo instalado. Não ligo mais tanto.

jogar online nunca me pegou. Joguei uma época Unreal Tournament, mas a galera é viciada demais. Na época não era tão tóxico como hoje. Uns tempos atrás tentei jogar CS indicado por uns amigos, não aguentei 20 minutos com aquela pirralhada.

Uma coisa é certa: eu jamais compro videogame se não tiver como piratear.
 

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