Vida após a vida

Então faça um orçamento da consulta
Você vai vir a BH? Pois de acordo com o conselho eu não posso cobrar consulta, nem mesmo dar, via internet (tá em processo essa parada, mas acho que ainda não resolveu. E se resolveu eu não quero nem saber, pois sou contra)
Mas como você parece honesto na sua curiosidade, vou-lhe responder o que eu achar conveniente.

Porque uma visão materialista não é capaz de suprimir a depressão.
Desculpe-me, mas desde do velho Sigmund Freud que a visão materialista é predominante na psicologia. E tem dado certo por mais de 100 anos.
Em todo caso, para lhe explicar bem o processo terapeutico, esclareço que a visão de mundo do paciente é que a vale no consultório. Eu não estou ali para convence-lo de que minha posição filosófica é a correta e que a dele está errada. Não! Consultório não é um fórum de discussão. É um local de tratamento.

Se a pessoa está desgraçada, qual o argumento para convence-la a não se matar?
Não sei qual sua especialidade Soro, mas creio que você deve saber que pessoas não são máquinas. Não existe um botão que você aperta e deleta os problemas. Existe um processo, um trabalho que é feito junto com a pessoa, de acordo com a pessoa.


Dias melhores virão? Mas se a sua ciência diz que tal doença não tem cura, que dias melhores poderá prometer?
Dias melhores virão... engraçado, mas me parece coisa de religioso essa frase.
Eu não prometo nada para meus clientes, eu tento o máximo possível para os dias melhores serem aqueles e não os vindouros. Faço a pessoa extrair o que há de bom no presente!

A perspectiva de um milagre, de um pequeno, desses que um centro espiríta qualquer faz comumente, tem muito mais efeito do que 50 sessões de psico, 30 capsulas de prozac, e todas as certezas que só os arrogantes sabem ter.
Pois é... e se o milagre não acontece? Vai deixar a pessoa deixar a vida passar para viver de falsas esperanças? (por que sinceramente, não existe nenhum "Milagre", existe o efeito placebo.)
Para mim não é muito diferente de um prozac a igreja e a fé como o processo de cura. De ambos, ao meu ver, a pessoa será dependente de um ou de outro para conseguir viver, então não me interessa viciar alguém em qualquer coisa que seja.

Eu, como profissional, adotei a linha do existencialismo, eu ajudo a pessoa a descobrir o que tem de bom em si e no mundo, pois por mais que a maioria das pessoas neguem, não existe uma só pessoa que não tenha algo de bom para trabalhar em cima.

Em suma, como profissional eu acredito na pessoa e tento fazer com que ela acredite em si também. E a psicologia honesta é assim, sem promessas, somente trabalho duro para ajudar a pessoa a se descobrir e superar o problema.

Espero que eu tenha sido claro.
 
Pois é... e se o milagre não acontece? Vai deixar a pessoa deixar a vida passar para viver de falsas esperanças? (por que sinceramente, não existe nenhum "Milagre", existe o efeito placebo.)
Para mim não é muito diferente de um prozac a igreja e a fé como o processo de cura. De ambos, ao meu ver, a pessoa será dependente de um ou de outro para conseguir viver, então não me interessa viciar alguém em qualquer coisa que seja.

Eu, como profissional, adotei a linha do existencialismo, eu ajudo a pessoa a descobrir o que tem de bom em si e no mundo, pois por mais que a maioria das pessoas neguem, não existe uma só pessoa que não tenha algo de bom para trabalhar em cima.

Em suma, como profissional eu acredito na pessoa e tento fazer com que ela acredite em si também. E a psicologia honesta é assim, sem promessas, somente trabalho duro para ajudar a pessoa a se descobrir e superar o problema.

Espero que eu tenha sido claro.

Interessante este ponto de vista, mas há uma mistura de conceitos que os confunde, em termos de fé e milagres...a vida é um milagre porque ela não se deve à inteligencia humana, não se deve a ciencia, nem se deve ao fato de as pessoas acreditarem ou não nela...a igreja reconhece como milagres apenas coisas fora do natural ambito de atuação humano, mas um milagre pode acontecer mesmo sem o conhecimento da igreja, a fé não é um placebo mas sim uma certeza, se a pessoa sinceramente encara um milagre como placebo, ou tem algum tipo de dúvida achando que vai passar a vida e ele não vai acontecer, ELE NÃO VAI ACONTECER...vou dizer algo a respeito, levando a comparação à iluminação dos mestres para não ficar na mesma tecla, quando um cara queria virar monge ele já tinha visto os mestres que julgava iluminados, o proprio Buda quando chegavam novatos não respondia nada, dizia: vc já perguntou isso para outros e todos lhe deram respostas, vc se satisfez por algum tempo mas a dúvida voltou...fique aí em um voto de silêncio por 2 anos e depois volte e pergunte para mim o que quiser...dizem que quando passavam dois anos tinha os que desistiram e nem estavam mais lá, mas também tinham os que ali estavam e então Buda chegava e chamava eles: fulano é a hora que marcamos, venha e pergunte o que quiser...fulano! vc, hei vc mesmo...então o fulano olhando ao redor dizia: Eu? não! o fulano que vc chama não existe mais eu sou agora outro e não tenho mais aquelas questões...por que digo isso? exatamente para fugir do 'imediatismo' (não eu não estou no topico errado :eek: ) é uma mudança de atitude.
A dita iluminação da pessoa podia acontecer no mesmo instante, em semanas, anos, uma decada era o mais normal por causa da energização, mas tem os que passavam a vida na atitude e não conseguiam mas iam até o fim na certeza de que aquilo era possível mesmo para eles, a fé é algo assim, ela somente funciona se transformar a pessoa, não é algo que vc possa pedir na pastelaria (me manda duas porções de fé por favor...:nugget: ) mas se a pessoa falha ela sabe que foi porque ela não conseguiu se transformar, não conseguiu a mudança que buscava, só que diferente de um pastel com caldo de cana, ela não é algo que se perde por causa da morte, é algo que se ganha mesmo sem alcançar, porque a atitude mesmo que não transforme totalmente o ser lhe fortalece para conseguir superar ou suportar o que ela tem pela frente, mesmo que não a livre de todos os problemas.
Um placebo não, ele é um produto determinado para enganar a mente do doente, ele não faz consciente, mas usa um estratagema para que a mente que o aprisiona na doença seja destravada, mas mesmo isso é limitado, veja os casos de anticoncepcionais que tinham farinha - as mulheres engravidaram, veja se alguém vai ter um benefício sobre alguma patologia que não seja psicosomático substituindo um antibiotico ou droga por um placebo...então a fé é uma coisa e o placebo é outra, a igreja é outra ainda, misturar tudo só causa confusão de discernimento e enganos.
Eu particularmente sou realista, muito embora eu não duvide da existência também não a vejo como última realidade, tenho uma leve suspeita sobre a fé, não vou aqui me dizer um homem de fé porque estes movem montanhas, mas a suspeita que tenho, na real é que a fé é como a certeza do médico quando prescreve um medicamento, de que aquilo vai enfraquecer os invasores para que o organismo se recupere e combata a infecção, a certeza quando alguém olha e diz que tal dor pode ser controlada mesmo que ela não vá passar por toda vida, tipo uma dor crônica, a propria certeza da morte é uma fé, mas ninguém sabe da morte porque ela só existe para quem vive, e se vc se prender no existencialismo irá perder o que a visão alcança mas não toca, "É como um dedo apontado para lua, se vc se concentrar no dedo, perde a visão dela e de toda gloria celeste".
 
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Savino, vc sabonetou-se legal hein. Parabens. Não explicou nada, mas deu a impressao de que foi sincero pelo menos.
Eu no entanto nao vejo como ajudar uma pessoa colocando-a ainda mais dentro do seu proprio mundo sombrio e triste.
As vezes entra um passarinho na minha sala. Pode ser uma rolinha, ja entrou um sabia, uma vez foi um bemtevi.
A minha primeira atitude é fechar todas as cortinas, para que ela não tente ir pra luz pelo caminho errado e se estourar nos vidros.
Depois abro a porta mais obvia que da para fora do predio, que é pra propiciar uma saida.
Por ultimo apago todas as luzes do ambiente, para criar o contraste necessario entre o local fechado e o aberto, onde a luz convida a sair.
Isso é real e funciona de forma rapida e eficaz. Talvez vc enxergue o paralelo e repense seus metodos.
 
Savino, vc sabonetou-se legal hein. Parabens. Não explicou nada, mas deu a impressao de que foi sincero pelo menos.
Eu no entanto nao vejo como ajudar uma pessoa colocando-a ainda mais dentro do seu proprio mundo sombrio e triste.
As vezes entra um passarinho na minha sala. Pode ser uma rolinha, ja entrou um sabia, uma vez foi um bemtevi.
A minha primeira atitude é fechar todas as cortinas, para que ela não tente ir pra luz pelo caminho errado e se estourar nos vidros.
Depois abro a porta mais obvia que da para fora do predio, que é pra propiciar uma saida.
Por ultimo apago todas as luzes do ambiente, para criar o contraste necessario entre o local fechado e o aberto, onde a luz convida a sair.
Isso é real e funciona de forma rapida e eficaz. Talvez vc enxergue o paralelo e repense seus metodos.

Olha Soro, eu expliquei sim, mas creio que você não entendeu por que você tem uma visão muito mecanizada das pessoas e, felizmente, elas não são assim.

No meu consultório eu não trato as pessoas como meros pássaros, abrindo portas pré-determinadas e conduzindo obrigatóriamente por um caminho.
Talvez algum dia você faça uma terapia e entenda como as pessoas são abrangentes e cheias de opções e, com alguma força de vontade, talvez você até conheça mais de si mesmo e das pessoas e pare de achar que elas podem ser conduzidas como gado, ou pássaros, por onde você acha melhor.

E só para constar, como já havia falado antes, mas talvez eu nao tenha sido claro: não existe fórmula pronta para terapia, não existe nenhuma frase ou atitude que eu possa ter no meu repertório que vá funcionar com você e com o Mozart, por exemplo.
O que existe é um (re)conhecimento da pessoa em questão e o uso dos seus prórpios recursos para que você supere seus problemas e viva melhor.

Mas sinceramente, eu não espero que alguém com uma visão tão mecanicista das pessoas compreenda isso.
 
De certa forma não deixa de ser mecânico, e o cerebro uma máquina, o pensamento um combustível, o consciente uma possibilidade mas o inconsciente a verdadeira realidade, não é uma máquina monotarefa, depende de onde vc injeta o combustível, ela trabalha em segundo plano o inconsciente ou na paranormalidade o subconsciente trabalha para realizar o que vc deseja, seja bom ou ruim...muitas vezes a doença, a dor ou agonia estão se manifestando pelo inconsciente, mas por causa de algum tipo de ação consciente que carregue ou impreguine o inconsciente, um pensamento recorrente, ideia fixa, trauma ou bloqueio, tudo está lá 'fisicamente' no inconsciente, mas ninguém sabe que de repente o consciente é tão 'solido' assim, pensam que pensar não tem preço, não acarreta consequências, o dominio de si começa pelo controle, pelo direcionamento...é mecânico mas não é instantâneo, uma hipnose leva sessões para chegar a um resultado mas chega se a pessoa estiver realmente disposta e o hipnologo realmente estiver puro nas intenções...bom, não sou psicologo, nem psiquiatra, sou autodidata e aficionado não profissional, mas sempre achei que realmente, solidamente, materialmente está situado o campo dos pensamentos e suas consequências, ele é a chave para o auto-conhecimento, um pensamento jogado no vazio, a face voltada para o infinito interior, o inconsciente, pode não retornar na hora, mas sempre invariavelmente retorna.
Porém cada um tem uma reação, se levarmos para o campo mecânico, físico, existêncial, cada um tem uma reação a um objeto ou ideia, um tem aversão enquanto outro atrai, e isso é mesmo uma coisa que deve ser levada em conta, o remedio de um é a droga do outro, o alimento de um é o veneno do outro, etc. etc etc. concordando com o que vc disse, não é uma máquina monotarefa mas concordando com o que o soro disse vc pode ajudar o outro a fechar os caminhos que estão alimentando errado a máquina e indicar um caminho que substitua o defeituoso, um viciado em sexo pode parar de pensar um pouco em sexo se encontrar uma terapia ocupacional que consiga suprimir, na verdade não reprimindo mas transformando mudando o rumo, alimentando a máquina de forma que os canais 'cine privê' fiquem menos visitados...etc. etc. etc. logico que não é tão simples, mas simplificando num exemplo, mas sucintamente e sintetizando, o consciente é a possibilidade de programar o inconsciente, o inconsciente se manifestando no consciente é a possibilidade do auto-conhecimento, o cerebro é a máquina, o pensamento é o veículo, as emoções são os reveladores que fixam a memoria, então logico que havendo desequilíbrio emocional há também mental, havendo desequilíbrio hormonal há desequilibrios mil...bom, eu gosto de partir do ponto saudável em busca do transcendental, doenças são mesmo possibilidades infinitas e nem cabe aqui falar, muito menos eu, mas descobrir o problema é a chave, então excluir o que não é faz parte, e isso não seria por exemplo, ir fechando as cortinas para os caminhos sem propósito?
[]
 
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Esse texto é o resumo do livro Uranie (Urânia), escrito em 1889 de Camille Flammarion, um dos meus autores preferidos no Espíritismo.

Flammarion foi um dos mais eminentes astrônomos, mas Urânia é apenas um romance, alternando realidade científica e ficção.

Obras completas:



* La pluralité des mondes habités (A Pluralidade dos Mundos Habitados, 1862.
* Les Mondes imaginaires et les mondes réels (Os Mundos Imaginários e os Mundos Reais), 1864.
* Les mondes célestes (Os Mundos Celestes), 1865.
* Études et lectures sur l'astronomie (Estudos e Palestras sobre a Astronomia), em 9 volumes, 1866-1880.
* Dieu dans la nature (Deus na Natureza [3]), 1866.
* Contemplations scientifiques (Contemplações Cientíicas), 1870-1887, 2 séries.
* Voyages aériens (Viagens Aéreas), 1870.
* L'Atmosphère (A Atmosfera), 1871.
* Récits de l'infini (Narrações do Infinito [3]), 1872.
* Histoire du ciel (História do Céu), 1872.
* Récits de l'infini, Lumen, histoire d'une comète (Narrações do Infinito, Lúmen, História de um Cometa), 1872.
* Dans l'infini (No Infinito), 1872.
* Vie de Copernic (Vida de Copérnico), 1873.
* Les Terres du ciel (As Terras do Céu), 1877.
* Atlas céleste (Atlas Celeste), 1877.
* Cartes de la Lune et de la planète Mars (Mapas da Lua e do Planeta Marte), 1878.
* Catalogue des étoiles doubles en mouvement (Catálogo das Estrelas Duplas em Movimento), 1878.
* Astronomie sidérale (Astronomia Sideral), 1879.
* Astronomie populaire (Astronomia Popular), 1880. Recebeu por esta obra o prêmio Montyon, da Academia Francesa.
* Les étoiles et les curiosités du ciel (As Estrelas e as Curiosidades do Céu), 1881.
* Le Monde avant la création de l'homme. (O Mundo Antes da Criação do Homem), 1886.
* Dans le ciel et sur la Terre (No Céu e Sobre a Terra), 1886.
* Les Comètes, les étoiles et les planètes (Os Cometas, as Estrelas e os Planetas), 1886.
* Uranie (Urânia, 1889.
* Centralisation et discussion de toutes les observations faites sur Mars (Centralização e Discussão de Todas as Observações Feitas sobre Marte), em 2 volumes, 1892-1902.
* La fin du monde (O Fim do Mundo, 1894.
* Les Imperfections du calendrier (As Imperfeições do Calendário), 1901.
* Les Phénomènes de la foudre (Os Fenômenos do Raio), 1905.
* L'Atmosphère et les grands phénomènes de la nature (A Atmosfera e os Grandes Fenômenos da Natureza), 1905.
* FLAMMARION, Camille. Les forces naturelles inconnues. Paris: Flammarion, 1907.
* L'Inconnu et les problèmes psychiques (O Desconhecido e os Fenômenos Psíquicos, 1917.
* La Mort et son mystère (A Morte e o Seu Mistério, 1917.
* Les Maisons Hantées (As Casas Mal Assombradas, 1923.
 

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