Como certa vez escreveu o ganhador do prêmio Nobel Czeslaw Milosz, no seu ensaio "The discreet charm of nihilism":pela lógica, se não existir um prêmio ou recompensa para pessoas boas nesta vida louca, por que ser bom? honesto? trabalhador? se a morte acaba com tua finita existência, qual é o galardão pra alguém bom? pelo pensamento ateu, o qual eu respeito, um político safado, ladrão, corrupto terá a mesma recompensa que uma pessoa honesta, trabalhadora e boa = a morte. POR ISSO ACREDITO EM DEUS. senão, qual a vantagem de ser bom?? detesto todo tipo de pessoa que tenta levar vantagem material com assuntos religiosos assim como pastores profissionais e esses cantores gospel, e qualquer igreja que arrecada dízimos pra sustentar essa corja, mas mesmo assim acredito em Deus pela simples LÓGICA DO BEM!
"O verdadeiro ópio do povo é acreditar que não existe nada após a morte - o grande consolo na crença de que não vamos ser julgados por nossas avarezas, traições, covardice, assasinatos".
Se alguém quer levar uma vida depravada, Deus é seu inimigo mortal. Ele representa um perigo mortal para seu egoísmo, avareza, lascívia e ódio. É de seu interesse desprezá-lo e fazer todo o possível para livrar o universo da presença Dele. Assim, existem atrações poderosas na vida em um mundo livre de Deus.
Se Deus não existe, os 7 pecados capitais não são terrores a serem superados, mas tentações a serem desfrutadas. A morte, que antes significava uma justificativa para a moralidade, agora se torna uma justificativa para a imoralidade. Como numa propaganda atéia com faixas em ônibus recente, devemos aproveitar a vida, de que forma, não importa, afinal, sendo certa ou errada, no fim será tudo irrelevantes, pois voltaremos para o limbo da existência de uma vida, universo finita, vinda do nada, por nada, e para nada.
Como dizia Dinesh D'souza: "O ateu livra-se do juízo moral ao se livrar do juiz".
Ou como pregavam os filósofos do "emotivismo ético", como a obra nietzschiana "A genealogia da moral"
"A moral racionalista foi inventada pelos fracos para controlar e dominar os fortes, cujos desejos, paixões e vontade afirmam a vida, mesmo na crueldade e na agressividade. Por medo da força vital dos fortes, os fracos condenaram paixões e desejos, submeteram a vontade à razão, inventaram o dever e impuseram castigos para os trans¬gressores;
Transgredir normas e regras estabelecidas é a verdadeira expressão da liberdade e somente os fortes são capazes dessa ousadia. Para disciplinar e dobrar a vontade dos fortes, a moral racionalista, inventada pelos fracos, transformou a transgressão em falta, culpa e castigo;
A força vital se manifesta como saúde do corpo e da alma, como força da imaginação criadora. Por isso, os fortes desconhecem angústia, medo, remorso, humildade, inveja. A moral dos fracos, porém, é atitude preconceituosa e covarde dos que temem a saúde e a vida, invejam os fortes e procuram, pela mortificação do corpo e pelo sacrifício do espírito, vingar-se da força vital;
A moral dos fracos é produto do ressentimento, que odeia e teme a vida, envenenando-a com a culpa e o pecado, voltando contra si mesma o ódio à vida;
A moral dos ressentidos, baseada no medo e no ódio à vida (às paixões, aos desejos, à vontade forte), inventa uma outra vida, futura, eterna, incorpórea, que será dada como recompensa aos que sacrificarem seus impulsos vitais e aceitarem os valores dos fracos;
A sociedade, governada por fracos hipócritas, impõe aos fortes modelos éticos que os enfraqueçam e os tomem prisioneiros dóceis da hipocrisia da moral vigente;
É preciso manter os fortes, dizendo-Ihes que o bem é tudo o que fortalece o desejo da vida e é mal tudo o que é contrário a esse desejo.
Para esses filósofos, que podemos chamar de anti-racionalistas, a moral racionalista ou dos fracos e ressentidos que temem a vida, o corpo. o desejo e as paixões é a moral dos escravos. dos que renunciam à verdadeira liberdade ética. São exemplo dessa moral de escravos: a ética socrática, a moral kantiana, a moral judaico-cristã, a ética da utopia socialista, a ética democrática, em suma, toda moral que afirme que os humanos são iguais, seja por serem racionais (Sócrates, Kant), seja por serem irmãos (religião judaico-cristã), seja por possuírem os mesmos direitos (ética socialista e democrática)."
FONTE: Filosofia, Marilena Chauí
O mesmo ateu Nietzsche que se considerava um "imoralista", cujo a morte de deus nos permite, pela primeira vez, fugirmos da culpa, vgencer o dragão da obrigação, viver "acima do bem e do mal". A moralidade não nos é mais dada do alto, mas torna-se algo que inventamos para nós mesmos. A moralidade requer uma reestruturação abrangente, o que ele chamava de uma "transvalorização". Os velhos códigos do "tu não irás", agora são substitídos pelo "eu irei". A morte de Deus, escreveu Niezsche, resultaria no eclipse total de todos os valores, que, não mais adivinhos de Deus, seriam inventados pelo homem. E, uma vez que precedia do reino animal, idéia de darwin adotada por Nietzsche, era provável que o homem adotasse o valor do "libido dominandi" (desejo de dominar), presente em todas as formas de vida na natureza. Seres humanos superiores eliminariam seres humanos inferiores pelo mesmo motivo que leões comem antílopes. "A moralidade superior" prevalece sobre a "moralidade escrava". Não adianta mais apelar à piedade, à compaixão e à decência. Seria como dizer a leões que eles deveriam deixar de serem leões.
A moralidade que Nietzsche celebra é a moralidade do esforço e da auto-afirmação, a "deificação da paixão", a "animalidade esplêndida", ou, como ele disse, "o desejo de poder". Qualquer objetivo, mesmo aquele que impõe grande dificuldade ou sofrimento à raça humana, é legítimo se formos atrás dele com energia, determinação e compromisso.
Eu até poderia ter medo de alguns niilistas levarem isso acima muito a sério, mas quanto a isso eu não me preocupo, afinal, há um contraste muito grande entre o "acima do bem e do mal" de Nietzsche e o novo ateísmo, chique e perfumado dos dias de hoje, que inventa uma "moral do umbigo", onde o "eu" se torna árbitro de moralidade. Se eu fosse um assasino, estuprador, eu teria muito medo, mas como não sou nada disso, pq ter medo??? Quem erra, tem medo de ser julgado, quem não comete grandes erros, ou não se arrepende, deve temer muito mesmo.
PS: Não entendo discutir moralidade dos seres humanos, afinal, somos todos escravos de nossos genes egoístas????!!!!! hauhauaua