andrebrait, quem você pensa que é pra tentar entender Deus?! Por acaso não sabe que ele escreve certo por linhas tortas, e que o coração do homem não pode entender o coração de Deus, e que os caminhos de Deus são obscuros para os limitados olhos humanos, e que bla-bla-bla?
:slap:
Eu tentei me segurar, mas não deu. Vou ter que falar.
O que eu acho mais non-sense quando acontecem essas tragédias é o comentário dos parentes depois. Semana passada morreu o irmão do tio da minha esposa (ROFL! Relacionei parente igual mulher fofoqueira) e a esposa dele. Eles tavam voltando de Aparecida em um ônibus, com mais um monte de gente, quando o ônibus ficou sem freio e o motorista o jogou em um barranco (morreram 8 no total, se não me engano). Eles íam todos os anos pra pagar uma promessa dela, que foi [supostamente] curada de câncer pela Santa Mãe do Menino Deus. Bom, só aí já tem bastante pano pra manga, mas o que eu vi um parente falando na TV foi ainda mais "rlz"... O parente acidentado ligou e disse que estava vivo, só tinha se machucado um pouco, e o que recebeu a ligação e estava sendo filmado: "Ah, que bênção!
Foi um milagre você estar vivo! Que bom!".
Cara, esse não tem nem graça de comentar, de tão absurdo. E agora esse do teto da igreja. "Nossa, olha que milagre de Deus! O teto desabou bem na hora de troca de fiéis entre os cultos, 10 min. antes ou depois a igreja estaria cheia, mas tinha só uns quarenta e poucos na hora do ocorrido!
Ainda bem!".
:thumbs_up
Agora voltando a discussão do tópico e aproveitando pra me intrometer no papo do Soro, com licença
![Stick Out Tongue :p :p](data:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAAAAAP///yH5BAEAAAAALAAAAAABAAEAAAIBRAA7)
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Antes de tudo, deixo claro que não sou paga-pau de ninguém, como de repente pode vir a parecer.
Não vou falar de Sagan porquê a única coisa que eu li dele foi o começo de "O mundo assombrado pelos demônios". Mas esse ponto que você cutucou, Soro, acho que não é relevante. Na verdade, não entendi onde entra a fé, de fato, no método científico. Você comentou que "Max Planck não tinha evidências quando foi fundo no quanticismo". Bom, não sei nos mínimos detalhes a história de Planck, mas o bom senso "me diz" que ele não foi "procurando a quanticidade". Isso aconteceria se ele tivesse uma revelação divina sobre o assunto ou algo que o valha, o que eu desconheço ter acontecido. Pelo contrário, imagino que ele fez investigações e experimentos sobre o comportamento da estrutura e do funcionamento dos átomos e, com baso no que encontrou, esboçou a teoria dele. Não foi isso?
Toda teoria esboçada por alguém não tem de ser préviamente "bolada e acreditada", pra depois a pessoa procurar por evidências que a sustentem. Ou melhor, pelo menos é isso que se espera de uma teoria científica. Primeiro observa-se um comportamento estranho, ou qualquer coisa estranha (ou desconhecida até o momento), daí se faz um trabalho de investigação pra juntar mais informações sobre a "coisa estranha", e quando se tem informação suficiente pra se montar uma teoria, surge a dita cuja. E conforme se encontra mais informações, mais completa (ou estranha, no caso da quântica :lol
![Smile :) :)](data:image/gif;base64,R0lGODlhAQABAIAAAAAAAP///yH5BAEAAAAALAAAAAABAAEAAAIBRAA7)
fica a teoria, que vai sendo sempre complementada. Ou refeita completamente.
Enfim, antes de achar a evidência que sustenta a teoria, não existe teoria nenhuma pra se ter "fé". De acordo com o método científico, claro. Aliás, isso me lembra uma outra coisa que eu pensei esses tempos... Qual a evidência da memória da água? Falar do "fato" da eficiência dos remédios homeopáticos não é válido, pois eles são feitos já levando em conta que "de fato" existe a memória da água, e que a sucução funciona e tudo mais. O que me intriga é como se observou a "memória da água"? E a eficiência do método da sucução? Esse exemplo, dos remédios homeopáticos, esse sim
me parece que primeiro se bolou e acreditou numa teoria, e depois foi feito o remédio baseado nessa teoria, que [supostamente] serve de evidência a favor da veracidade da teoria.
Percebe a diferênça? No segundo grupo, o da "ciência" dos remédios homeopáticos (ou de cara
pseudo-ciência, como diria o guicn), a fé tem papel fundamental, pois é a base de tudo. No primeiro grupo, ela não é necessária.
Você pode até falar agora que precisa ter fé pra aceitar a teoria cientifica. Bem, a aceitação da teoria é sim algo pessoal, e cada pessoa pode ou não aceitar determinada teoria como explicação para alguma coisa. Aliás existem vários casos, principalmente quando se tem poucas evidências do que se quer explicar, onde a mesma coisa é explicada por teorias [bem] diferentes. Mesmo assim, porém, a aceitação de uma teoria elaborada de acordo com o método científico não tem nada a ver com "fé" (
Fé é uma firme convicção de que algo seja verdade, sem nenhuma prova de que este algo seja verdade, pela absoluta confiança que depositamos neste algo ou alguém.), e sim com lógica, razão e bom senso.
Darwin não bolou uma história e depois achou alguma coisa que funcionasse como muleta para aquilo em que queria acreditar. O criacionismo, em suas mais diversas manifestações (geralmente religiosas), por outro lado, me parece bem simpatizante à esta linha...