Deu pra ver que o tópico tomou um rumo tecnológico, então vou trazê-lo de volta às origens...
Livro 1 - ''Chaplin - Uma Vida'' por Stephen Weissman
Uma das biografias de Chaplin autorizadas, e apesar de não ter lido outras achei este exemplar bem diversificado, de forma que não se restringiu apenas à história que se conta em cada bibliografia, mas com o apoio de outros conhecidos enriqueceu de detalhes com documentos de época e depoimentos de pessoas próximas a Chaplin bem como ex-colegas e chefes.
O autor (felizmente) cita e analisa outras biografias (autorizadas ou não) para que o leitor tenha uma noção mais real da veracidade das informações e dessa forma lhe dizendo que há outras versões disponíveis. Assim, em determinada parte Stephen analisa as crises na carreira como refletidas em biografias diversas através de histórias que parecem muito ''Oliver Twist''(o que é perceptível) para alguns e no entanto outras que aparentam algo ''sem sal'' para a magnificiência da figura sendo retratada.
Enfim, foi o livro que ao final, junto ao autor, pude notar em certas coisas algo característico e me desvencilhar da visão que a história tratada lhe coloca. Parece que o autor está se traindo, mas na verdade ele apenas está sendo verdadeiro a fatos que podem ocorrrer na vida de qualquer um, e assim lhe deixando muito lúcido a coisas que em uma biografia ''seca'' tal assunto passaria batido.
E como estamos falando de Chaplin, uma frase memorável que parafraseio aqui neste espaço :
''Os filmes de um homem podem ser usados para conhecê-lo, e a sua vida, para entendê-los.''
Livro 2 - ''A Arte da Guerra'' por Maquiavel
A mesma confusão que tive ao assimilar o título à autoria acredito que se aplique a vocês, que é: ''Maquiavel ? Não seria Sun Tzu ?!''. Pois bem, depois de uma rápida pesquisa vi que os autores usufruiram do mesmo título, mas restringiram-se a tal, já que as idéias tomam outro rumo, ainda bem.
Tal livro se dá em aproximadamente sete divisões(Livro I,Livro II,...) e seu conteúdo é transmitido através de um diálogo entre um homem na velhice contando sobre a arte da guerra para alguns jovens com diferentes personalidades e indagações. É preciso ressaltar que apesar de se falar 3/4 do livro sobre as antigas instituições militares, o livro (e seu experiente interlocutor Fabrizio) as toma como exemplos ideais para tentar trazer aos exércitos da época o sucesso e prestígio de outrora.
O livro é um banquete para os interessados na História e naturalmente, suas guerras e tudo que diz respeito a elas. Acima de tudo, é alguém ensinando a arte de arregimentar exércitos, como dispor batalhões em ordem de marcha, de batalha, como organizar um bom acampamento, tipos de terrenos e inimigos que influenciam as decisões de generais... E tudo isso é feito constantemente citando inúmeros exemplos verídicos que vão dos gregos e romanos aos extintos lídios,etruscos e outros. Aviso desde já: o livro apesar de em raros momentos apresentar valiosas lições de moral e frases de conclusão, possui o seu enfoque no conhecimento técnico.Explico: você vai ler e imaginar o que significa cerrar fileiras com velites extraordinários completando espaços em fileiras de 275 x 400 braças por brigada, sendo que cada uma contém cerca de 4000 a 6000 homens, sendo estes distribuídos em 2000 lanceiros extraordinários, 800 triários, 2500 pontas-de-espada, 1000 cavaleiros pesados e cerca de 100 na cavalaria leve, além dos ferreiros,pedreiros,pastores,armeiros,etc.
Porém, apesar de você estar desestimulado em ver que é um livro feito para aquela época e aparentemente sem uso atual, ha meu amigo, aí você se engana. Pois se você não aproveitou as lições dadas na obra, certamente aproveitará na sua vida e de sua empresa noções de estratégia, logística, confiança, respeito, disciplina, honra entre outras virtudes presentes nas entrelinhas desse emaranhado técnico e confuso do século XIV.
Confesso que disse a certa altura sobre a inutilidade desse conhecimento hoje, no entanto me engano, e espero que os que se desinteressaram pelo nome de Maquiavel por verem tamanha enrolação técnica dêem uma chance à obra se possível, pois eu acredito que NADA que se absorve intelectualmente ainda que sem grande interesse,seja desperdiçado. ALGO será de grande valor em seu cotidiano e/ou dado momento. E apesar de ser a primeira obra de Maquiavel que leio, no prefácio está avisado que esta é uma obra de excessão, ou seja o sarcástico Maquiavel de consagrados livros como ''O Príncipe'' altera o seu discurso típico, retomando-o ao final da obra, para o desespero dos aficionados em tradição.
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É isso aí galera, não sou muito bom em fazer resenhas mas fica aí a minha pequena contribuição com a esperança de ser útil e despertar o interesse de alguém, VALEU !