Eu vou resumir no começo minha opinião (é mais um conselho despretensioso, na verdade). Caso queira ler minhas razões, viagens e por que eu tô brincando e gastando com videogame de carrinho faz um tempão (e algumas vezes de verdade), fique à vontade. Meus pitacos consideram orçamento de uns 5 a 6 mil reais baseados nas suas opções e que você tá iniciando no hobby. Desculpe se errei na última parte.
Resumo do resumo: eu devolveria o T300, um belo volante de entrada com sistema de motor, polia e correia infinitamente superior ao top da tecnologia e preço que havia em 2005, menos de 10 antes de ser lançado, priorizando, na seguinnte ordem: base de alumínio com trilhos de 8mm. É como prédio, uma plataforma deve ser estável, confortável pra quem a ocupa, de fácil manutenção e versátil. Nem é metáfora, são literalmente as mesmas coisas. Considero uns 50% da qualidade do setup (igonore os cockpits de aço tubular: instáveis, preços completamente absurdos e muitas outras desvantagens), pedaleira, sendo o sistema de frenagem 99% do jogo (um bom acelerador com muitas opções de ajuste de curso e deslocamento frente/trás é bom, afinal, usamos bastante o acelerador pra rotacionar o carro e posicionar e finalmente curvar, principalmente em carros muito dianteiros.; se não der pra fazer um up, há dezenas de mods pra melhorar muito o freio baseado em movimento de rotação, que não existe no mundo real, portanto também não em "simuladores"; no mundo real temos "força" e "pressão" atuando no sistema de frenagem. Depois um bom button box, bem feito e programado (ignora se for pilotar velharias), depois um shifter bom, barato e que tenha as opções adequadas pra o que vai pilotar (esse é o contrário, se for pilotar só coisa moderna ignore totalmente. Só depois vem o sistema de direção. Se já possui tudo ou tem grana de sobra após os 2k do volante, pode ignorar essa groselha toda que escrevi.
Base/volante é um dos últimos itens pra gastar ou fazer upgrade. Aguenta um tempo com um Logitech mesmo e depois você torra. Configurar FFB é quase uma defesa de tese de doutorado (eu conheço um modder da época do GP2 e GPL que virou engenheiro, sempre trabalhou com automobilismo de base na Itália e defendeu uma tese sobre slip angle de pneus e tradução pro volante via FFB).
->Em primeiro lugar, de longe, anos luz à frente mesmo, o mais importannteé ergonomia e estabilidade, literalmente. Já vi muitos casos de gente gastando uma grana em pedais com célula de carga de 200kg e DD de 20nm, pra pilotar numa cadeira de escritório com rodinhas e logo desistir. Em termos práticos, considerando eu mesmo e tudo que vi, vai ganhar uns 5 segundos num carro rápido em circuitos mais longos com Spa em questão de uma meia hora, sem exagero. Tem gente que saiu do fundo do grid pra lutar por pódio em corridas de liga em poucos dias. E melhor ainda é que isso é o de menos. Você para de se preocupar em ficar ajustando tudo pra curtir, sorrisão no rosto. No fim é jogo e nos sentimos recompensados quando estamos ganhando ou dominando a mecânica da coisa. Não adianta uma base de mais de 20 mil Euros, com volante profissa de corrida de verdade (sim, existem até mais caros, no plural) se não sente nada. Imagina você dirigindo de verdade com o banco ajustado pra um gigante e o volante pro anão?
=Opção meio que obrigatória: estrutura de alumínio com trilhos (ajuste infinito e rápido). Seria ideal você fazer quase tudo você ou um conhecido com uma solda boa, tanto o equipamento quanto a mão firme pras partes chatas, mas o alumínio complica. Se tiver um pouco de experiência faz você mesmo depois de uns dois dias praticando, foda-se se ficar feio. O importante é ficar firme e arrumar uma boa solda TIG. Se não rolar, arruma um serralheiro e negocia. Banco: o mais confortável com trilhos no ferro-velho ou, caso não se incomode, desmanche. Se você não for muito exigente dá pra pegar de graça.
Um belo lugar pra comprar o material... A loja parece que tem opções de aço, mas vai pesar pra caraio e pode enferrujar. Mas pra soldar é boi.
=Opções a se evitar: o infame cockpit de ferro em barra, dessas marcas de banco racer. O preço é um tapa na cara pelo produto, 90% bem toscos, frágeis e o pior, não são nada sólidos e estáveis e poucos ajustes. Aqueles dobráveis são os piores. Tem alguns que prestam, mas tô por fora. Só em caso de não ter jeito por conta de espaço. Tipo essa coisa por apenas 10 mil reais. Já tive Playseat quando era mais ou menos e não muito caro, um parecido com esse pra Fórmulas, só que bem fabricado. Acho que comprei por volta de 2010 por uns 1.500 reais. Essa chapinha que tão chamando de base pra pedaleira não dura uma semana com um pedal de freio bruto ajustado pra pilotar um Fórmula 3, acho que até Fórmula 4. Esse PlaySeat não aguentaria uns 45 minutos nem a EMBREAGEM do meu ex-Heusinkveld Sim Pedals Ultimate que vendi austado pra IMSA, GTO anos 80, Grupo C até 91 ou 92 e nem vou citar uma sessão de RBR ou mesmo Dirt Rally. A embreagem no máximo acho que passava de 60kg com uns mods e ajustado no máximo com curso inicial de poucos milímetros e o resto do curso só pra a embreagem morder o virabrequim do Porsche 962. Man, eu não estou exagerando. A base estrutural é o coração e vai durar muito e receber upgrades com folga. Por isso que uma plataforma confortável, estável e que aguente o tranco é de longe o mais importante.
->Pedaleira se torna o item mais importante depois que você tá curtindo relaxado, com a bunda no lugar. Se vai pilotar apenas Fórmulas, protótipos em geral, GT em todos os níveis não precisa de embreagem. Se vai cair pra Turismo ou GT mais antigo, tipo GT1 e N-GT pra trás, embreagem é obrigatória em quase todos os carros. Pratica com as borboletas pra ir pegando o jeito. Você não vai curtir no começo, mas nada como mandar aquele punta-taco perfeito num Porsche 911 RS 73.
Pedaleira é a encarnação do Min/Max. Acabou a grana ou não apareceu aquela pedaleira ideal? Compra só o freio com load cell chinesa, molas ajustáveis e elastômetros com no mínimo duas densidades. E o máximo de ajustes possíveis. Se não der, fica com o que tem mesmo e bora com mods custando uns 20 reais e 5 minutos dá pra transformar um pedal de freio de curso (ou seja, maior a frenagem conforme vai rotacionando o freio; carros não funcionam assim na vida real), dando pra enganar até uns veteranos se o pedal base for bom e o mod bem executado. Existem centenas de receitas, as mais comuns são uma espuma não muito densa no início do curso e um brinquedo de borracha pra cachorro mais dura bem colocada pra simular o conjunto pedal/servofreio/pinça mordendo cada vez mais o disco. Tem os mods de molas também. Tenta você acertar pra sua preferência. Tem vezes que nada dá certo e aí tem a galera criativa da engenharia que fez o mod perfeito e começa a vender. Reitero o pedal ser Min Max. Se for pilotar apenas semi-automático, não há necessidade de embreagem. Se curtir coisa antiga como eu vale pegar uma embreagem de dois estágios com ajuste de eixo e mola, fica idêntica ao real (nunca dirigi um AC Cobra com 800kg e um V8 small block com mais de 5500hp, mas me parece real...
) Repito: nada como um mod barato e bem feito e dinheiro no cofre pra tão sonhada motion base hidráulica de 30 mil dólares...
->Depois vem Button Box (preço normal pra uma boa e quase suficiente pra F1 atual era no máximo 500 reais na M7, Pra GT uma de uns 300 dá e sobra). Na minha opinião é meio que obrigatório pra qualquer coisa relativamente moderna com no mínimo dois rotary switches reais (cada rotação é um click e um botão mapeável; bem preferível reconhecimento e mapeamento nnativo pelo OS). Os botões de volantes meio genéricos acabam rápido e ficar catando milho no teclado é uma bosta e geralmente acaba com uma panca, pior ainda se levar alguém juntoOs aros oficiais réplicas são um absurdo de caro e as mais baratas são mais que suficiente caso vá correr liga ou um campeonato que nem o do GPLaps com Touring Cars dos anos 50. Aí vale a penna depois investir se for correr com equipe ou Single Make, tipo uma das mil Porsche Cups (fun fact: um Porsche 911 ganha uma corrida a cada 12 horas em algum lugar no mundo, EM MÉDIA)*. As melhores por larga margem são as feitas por encomenda do tiozinho da M7, mas o véio ficou ganancioso e subiu bem os preços. Depois que americano e europeu começou a comprar tá se achando. Sim, são boas a ponto de americano enterrado com tantas opções prefere a do cara. Demora até mais de mês pra entregar.
*Eu recomendo você dominar pelo menos o básico de qualquer 911 logo de saída pra se acostumar. É inevitável correr de 911 uma hora e se não estiver acostumado, dá ruim.
-> A depender das suas preferências, colocaria como próxima prioridade um bom shifter H e/ou sequencial com alavanca. Os da Logitech não contam pois são nível brinquedo surpresa do Kinder Ovo. Arruma um TH8A usado e vai modificando, tenho um que de original só sobrou a casca. Mantive a versatilidade de trocar pra sequenncial, mas nnão fica tão bom quanto em H. Os mods que fiz (todos originais de outras pessoas), olha... se viesse assim original, 100 dólares não estaria caro não.
-> Enfim, base, ou volante, como quiser.Fato é que até 2005, talvez mais, a japonesa Frex, uma das verdadeiras OGs da comunidade, cobrava sei lá, chuto uns 500, 600 dólares pra converter o G25 em motor e correia, mesmo sistema do T300rs que compra em qualquer esquina. O motor era bem mais ou menos porque esquentava muito, a carcaçã do G25 não foi feita pra isso. E já enncomendaram do Japão? Cara, o frete fica consideravelmente mais caro que o produto. Minha sorte foi ter um amigo que mora no Japão e, à época, vinha todo ano pra ver a família que voltou. Meu ponto é que menos de 10 anos (o T300 já é bem antigo) do Frex ser o ápice da simulação amadora, tínhamos um produto de produção em massa vendendo por 300 dólares no lançamento e logo depois 200, 150... que não tem nem como comparar um com outro. É como uma ferramenta de um Neanderthal contra uma de um Homo Sapiens, sem exagero.
Começãr com um belt driven cavalo como o T300, até disruptivo no lançamento, pois matou 2 modelos mais caros da própria Thrustmaster... Só que pau que dá em Chico também dá em Francisco. Eu não tive um dos primeiros modelos DD. Eram marcas boutiques, nna maioria alemãs, com preço também de boutique. Milhares de Euros por 3 ou 5 nm, não lembro. Mas era tudo uma bosta. O que importa mais é a placa controladora, depois software minimamente funcional, fonte decente e polling rate adequado pro connjunto. A primeira era 30Hz! O FFB era completamente artificial, a controladora feita no quintal... Motor acima de uns 7nm, 8nm é irreal. Essas bases com dezenas é Marketing e, em diversos casos, Mkt aliado a incompetência. Essa margem toda é pra não clippar o FFB, igual uma onda sonora em que o pico bate no teto e gera distorção audível. É exatamennte a mesma coisa. Se há desleixo das fabricantes de volantes, vocês nnão fazem ideia da merda que são os jogos. Não vou me alongar, mas se não fosse a comunidade de entusiastas, muitos deles com formação em exatas como engenharia, matemática, física e afins, acho que estaria apennas voando no DCS, MSFS, X12 PGDM, etc...
Nunca, mas nunca mesmo, use o padrão que o jogo te dá. Prepare-se pra gastar horas pesquisando, configurando, consertando, tentando ver qual mod fica melhor e outras infinitas variáveis. Por isso que dá até medo de trocar de base e de aro também. Sua configuração pra um volante quadrado Fórmula NÃO VAI FUNCIONAR num aro base de 28cm ou num melhor de mais de 30cm ou um estilo vintage com quase 40cm. (lembrando que basicamente todos sistemas permitem ussar volantes de carros reais).
Ou seja, o limite é a falta de padronização, legacy e spaghetti code em absolutamente todos simuladores que vêm da década de 90, todos NA INDÚSTRIA se acham o Picão da rua de cima, comunidade também com muita gente se achando o Rei da Cocada Preta, o mundo tá errado e a Diva do dia sai rodando a baiana pra cima de quem discorda da opinião (99,999999% das vezes sem fudamento com base em lógica básica).
Outra coisa muito zoada é a minha geração, gente que já dos 40 pra cima, quer ser dona do parquinho e veo muita má vontade com os broders que chegaram depois. Eu sou inocente disso.
Enfim, o gargalo está nas pessoas, que tranformam tudo num puteiro com cafetão sobrando e puta faltando. Ou seja, o velho "se der pau no software é culpa do hardware e vice-versa".