Linux infringe propriedade intelectual da Microsoft, diz CEO

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FONTE: http://computerworld.uol.com.br/mercado/2006/11/17/idgnoticia.2006-11-17.9589229693/IDGNoticia_view


Linux infringe propriedade intelectual da Microsoft, diz CEO

Acordo firmado neste mês com a Novell tem o objetivo de "dar aos acionistas o retorno da inovação" proposta pela Microsoft, diz o CEO Steve Ballmer.




Por COMPUTERWORLD
17 de novembro de 2006 - 10h08

O Chief Executive Officer (CEO) da Microsoft, Steve Ballmer, declarou na quinta-feira (16/11) que acredita que o sistema operacional Linux infringe a propriedade intelectual da Microsoft.

Em uma seção de perguntas e respostas realizada após sua apresentação na conferência SQL Server (PASS), em Seattle (EUA), Ballmer disse que a companhia foi motivada a assinar um acordo com a Novell - distribuidora do Suse Linux - porque o Linux utiliza a propriedade intelectual da empresa. Dessa forma, a Microsoft queria também "atingir o retorno econômico apropriado aos acionistas pela inovação" proposta, disse o executivo.

O acordo, firmado em 2 de novembro, envolve um acerto entre a Novell e a Microsoft para aumentar a interoperabilidade de seus produtos. A Microsoft também deverá pagar 440 milhões de dólares à Novell em cupons dando direito a seus usuários a um ano de manutenção e suporte ao Suse Linux. De outro lado, a gigante de software concordou em recomendar o software Suse para usuários de Windows, assim como para os de Linux.

Um elemento-chave para o acordo parece ser o pagamento de 40 milhões de dólares da Novell à Microsoft. Com isso, a companhia de Bill Gates não deve processar os usuários de Suse Linux sobre possíveis violações de patente. Também estão protegidos os indivíduos e desenvolvedores não comerciais que criaram e contribuíram com a distribuição Suse Linux.

Ballmer não deu mais detalhes em seus comentários na quinta-feira, mas deixou claro que acredita que os demais usuários de Linux estão se aproveitando da inovação da Microsoft. O executivo enfatizou ainda que alguém - distribuidores de Linux ou usuários - poderão pagar por isso.

"Apenas aqueles que utilizam Suse pagaram apropriadamente pela propriedade intelectual da Microsoft", disse. "Estamos dispostos a firmar um acordo com a Red Hat e outros distribuidores Linux", complementou.

Para Pamela Jones, editora do blog Groklwaw.net, que aborda questões legais na comunidade open-source, a reação de Ballmer é uma tática para gerar medo, incerteza e dúvidas sobre os produtos abertos. "Deixem que ele processe, já que pensa ter uma alegação válida. Vamos ver como os clientes da empresa lidarão com isso", escreveu em seu site.

Representantes da Red Hat se recusaram a acreditar nos comentários de Ballmer. "Não acreditamos que exista uma necessidade para esse tipo de relação definida no anúncio da Microsoft com a Novell", disse Mark Webbink, conselheiro da empresa. A Red Hat classificou a ameaça da Microsoft como um "imposto sobre a inovação", e afirmou que pode proteger seus usuários contra alegações de patente.
 
Fiquei curioso pra saber q diabo de inovaçao é essa.

Sera o xgl?
 
isso tá mt estranhooo!!!
 
Eu acho que essas propriedades as quais a MS diz que o Linux infringe seriam relacionadas a coisas como Samba por exemplo, dentre outras coisas que fazem o Linux interagir e na grande maioria dos casos superar o Windows...
Mas uma coisa é o Monkey Boy falar, outra é provar...

Mas que a Novell foi tosca foi....
 
Não, obrigado! Rejeitamos a oferta da Microsoft e Novell


A aproximação da Microsoft em relação ao software livre vem ocorrendo de uma série de formas diferentes, e para o observador casual, chega a dar a impressão de que estas aproximações são conduzidas por diferentes vertentes dentro da empresa de Redmond.

Ao mesmo tempo em que há laboratórios de interoperabilidade, cooperação nos campos de navegadores e ferramentas de escritório e adoção de alguns padrões abertos dos quais a empresa costumava passar ao largo, vemos também o CEO da empresa continuar adotando o velho discurso do medo.

Da mesma forma, ao mesmo tempo em que surge um compromisso de não processar desenvolvedores individuais e não comerciais, a empresa se dá ao trabalho de divulgar de forma clara que o compromisso não se estende a .orgs, .coms, fundações, grupos, ou a nada que não seja um desenvolvedor individual trabalhando sem fins lucrativos.

Nos primeiros dias após o anúncio do acordo entre a Microsoft e a Novell, enquanto muitos corriam para buscar seus guarda-chuvas por ter certeza de que desta vez o céu estava mesmo caindo, e outros colocavam suas roupas de festa e ensaiavam a Free Software Song por acreditar que havia chegado o dia da vitória, prevaleceu no BR-Linux a atitude de aguardar a poeira assentar antes de avaliar nossa situação real.

E sob o meu ponto de vista, a poeira terminou de assentar no momento em que se divulgou ontem o mais recente discurso de Steve Ballmer. Ao perder a chance de nos surpreender, e manter o mesmo tom apocalíptico de antes, falando (como sempre, apenas de forma genérica, sem específicos) sobre o Linux infringir sua propriedade intelectual, sobre a necessidade de compensar os acionistas da empresa sobre o uso de suas inovações, e sobre como a Novell foi uma ferramenta neste sentido, Ballmer permitiu uma melhor percepção sobre como pretende posicionar-se.

Esclarecendo a posição


Assim, acredito que já chegou a hora de se posicionar de forma clara. E minha posição é a seguinte: rejeito qualquer uma das ofertas estendidas à comunidade em conjunto pela Microsoft e a Novell. Não me impressiono com qualquer afirmação ampla de que o Linux viole propriedade intelectual alheia, a não ser que ela seja detalhada, demonstrada e confirmada.

Mas não confunda esta minha posição com uma corrida às barricadas para me juntar à resistência armada, ou aos guarda-chuvas para tentar me proteger da queda iminente do céu. Essencialmente, a posição da Microsoft em relação à comunidade não mudou - é mais do mesmo. Mais discurso, mais ameaças, mas quem estava trabalhando, continua trabalhando. Os meninos que gritavam "Lobo!" continuam gritando, e acreditando no valor de sua contribuição. E a vida segue.

O que mudou

Ainda assim, o anúncio do acordo da Microsoft com a Novell continua sendo um marco, e mantenho minha observação inicial de que foi um anúncio digno da semana do dia de São Nunca. Veja algumas razões:

* Do ponto de vista do mercado, a Microsoft sancionou o Linux como um participante "oficial", e isto não beneficia apenas a sua capanga Novell, mas também todo mundo que atua neste mercado. Os CEOs, CIOs e gerentes que avaliam a realidade pelas sombras que a Microsoft, a Oracle e a Sun projetam nas paredes de suas cavernas têm bem mais chances de aceitarem o software livre como uma alternativa viável de plataforma hoje do que 4 semanas atrás.
* Do ponto de vista da comunidade, temos novamente um ponto focal em comum, com potencial de unir as várias vertentes em projetos de consenso.
* Um possível êxodo de usuários e até de colaboradores independentes do SLES ou mesmo do OpenSUSE vai trazer novo impulso (e novos pontos de vista) para projetos de cunho comunitário.
* A Red Hat vai acabar colhendo o que não plantou intencionalmente - ou alguém duvida que a sua posição de Davi contra vários Golias do mundo corporativo vai lhe render muitos pontos de simpatia e mesmo apoio da comunidade?
* Os proponentes da GPLv3 podem ter encontrado a grande justificativa que faltava para uma revisão da licença, e convencer vários desenvolvedores que estavam na arena dos indecisos. Embora possivelmente os apreciadores da GPLv2 possam argumentar que não é nos termos de licenciamento que será vencida a guerra no campo de batalha do mercado.

Por outro lado, há também vários pontos negativos importantes, incluindo:

* Como confiar em projetos comunitários abrigados sob o guarda-chuva da Novell? E se o Mono, ou mesmo estas recentes contribuições da empresa ao OpenOffice.org, incluírem trechos sabidamente patenteados pela Microsoft, e o respectivo código (em software livre, naturalmente) for incluído em projetos distribuídos fora do âmbito de influência da Novell? Não acredito que o projeto Mono em si, ou mesmo os desenvolvedores do OOo na Novell, fariam isto intencionalmente. Mas e se o ovo da serpente for entregue a eles sem que eles saibam? Esta é uma questão com a qual a comunidade terá que lidar.
* Que atitude tomar quanto aos produtos comunitários da Novell? Eu congelei todos os meus novos projetos pessoais envolvendo o OpenSUSE, e não pretendo tomar uma atitude quanto a eles até que saia a avaliação de Eben Moglen sobre os termos do acordo Novell Microsoft, e que a Novell divulgue sua resposta aos questionamentos dos desenvolvedores do Samba. Não sou a favor de boicotes, mas tomo minhas decisões pessoais de consumo e apoio a produtos considerando também os aspectos sociais e políticos envolvidos...
* De onde surgirão as respostas às afirmações amplas e vazias de Steve Ballmer contra a integridade do Linux? Do OSDL? Da Red Hat? Elas precisam surgir de alguma fonte que o mercado ouça. Para a Microsoft, é muito mais cômodo poder ficar só no campo das ameaças.

Em resumo, a vida continua, e na prática pouca coisa mudou sob o meu ponto de vista. Há várias questões ainda abertas, a Microsoft deslocou-se em várias direções ao mesmo tempo, continua jogando no campo dos adversários e precisamos nos manter com a guarda cerrada, ao mesmo tempo em que avançamos e damos a ela ainda mais motivos para lutar contra.

E avançando na interoperabilidade - ou, o que é ainda melhor, na substitutibilidade dos produtos proprietários ;-)

BR-Linux
http://br-linux.org/linux/editorial-nao-precisamos-que-a-microsoft-nos-ofereca-o-que-ja-temos
 

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