[TÓPICO OFICIAL] PEC 241 - A favor, ou contra?

Você é contra ou a favor da PEC 241?


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Se fizermos uma auditoria vamos saber. Detalhe o link que vc postou é de uma organização defensora do mercado financeiro. Ou seja, gente que tem interesse investido na questão. Além disso, uma organização claramente de direita liberal.

Amigo, a dívida pública é auditada frequentemente pelo Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU), onde já se viu uma dívida do tamanho dessa não ser auditada? Tem gente que sabe disso mas age de forma capciosa. Quando se fala em "auditar a dívida pública brasileira", é eufemismo pra CALOTE!! Existe um discurso ideológico por trás disso, eles querem é destruir o mercado financeiro e remanejar o dinheiro para áreas sociais, isso é coisa de gente que não manja um tiquinho de finanças e acha que é economia é só remanejar dinheiro pra X área que está tudo certo, sem sequer analisar as consequências em questão

Mas acho que o mais interessante é quando dizem que "a dívida é culpa do mercado financeiro e das grandes elites, os juros são o bolsa banqueiro!", mas se esquecem que essa dívida foi criada PELO ESTADO. Ou seja, o estado gasta, não honra as dívidas e depois acha "estranho" que o capital se esvai do país em questão, que tudo isso é um "jogo do imperialismo yankee para destruir o crescimento dos países de terceiro mundo", vide a Venezuela e o discurso populista bolivariano.

Tudo bem, não quer dar dinheiro público para banqueiros? Ótimos, eu também concordo! Então vamos diminuir a dívida do estado a um nível saudável em que os juros sejam pagáveis. E assim surgiu a PEC 241, deixando claro os limites de endividamento do estado. Mas agora quem antes reclamou dos juros TROCOU DE LADO e quer um estado gastando cada vez mais, criando mais dívidas e consequentemente aumentando os juros pagos por elas.
 
Amigo, a dívida pública é auditada frequentemente pelo Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU), onde já se viu uma dívida do tamanho dessa não ser auditada? Tem gente que sabe disso mas age de forma capciosa. Quando se fala em "auditar a dívida pública brasileira", é eufemismo pra CALOTE!! Existe um discurso ideológico por trás disso, eles querem é destruir o mercado financeiro e remanejar o dinheiro para áreas sociais, isso é coisa de gente que não manja um tiquinho de finanças e acha que é economia é só remanejar dinheiro pra X área que está tudo certo, sem sequer analisar as consequências em questão

Mas acho que o mais interessante é quando dizem que "a dívida é culpa do mercado financeiro e das grandes elites, os juros são o bolsa banqueiro!", mas se esquecem que essa dívida foi criada PELO ESTADO. Ou seja, o estado gasta, não honra as dívidas e depois acha "estranho" que o capital se esvai do país em questão, que tudo isso é um "jogo do imperialismo yankee para destruir o crescimento dos países de terceiro mundo", vide a Venezuela e o discurso populista bolivariano.

Tudo bem, não quer dar dinheiro público para banqueiros? Ótimos, eu também concordo! Então vamos diminuir a dívida do estado a um nível saudável em que os juros sejam pagáveis. E assim surgiu a PEC 241, deixando claro os limites de endividamento do estado. Mas agora quem antes reclamou dos juros TROCOU DE LADO e quer um estado gastando cada vez mais, criando mais dívidas e consequentemente aumentando os juros pagos por elas.

Essa auditoria é tão boa quanto aquela que aprovou todas as contas dos últimos presidentes do lado fiscal nos últimos anos. Só pegou a da Dilma pq a situação política do país estava insustentável. Como ainda está, pois todos os corruptos do PMDB e da base aliada que tem mandato tão soltos. Os que não tem mandato vão sendo presos um por um todo dia. Cabral, Garotinho e cia...
Mas concordo com vc, uma auditoria só não vai resolver o problema enquanto tivermos os juros mais altos do mundo pra controlar uma inflação que não é de demanda e sim de preços como alimentos que sofrem problemas de sazonalidade ou preços indexados como aluguéis, planos de saúde, educação privada, medicamentos, eletricidade; e o reflexo do aumento desses preços como custos na cadeia produtiva.
São 2 anos de taxas de juros básicas na faixa de 14% e nada de inflação ir pra meta com uma recessão que vai acumular 8%. Gerando quase 15% de desempregados e mais de 30% da população ativa na informalidade. Mas esse papo é de comunista né? É muiiiiitttttoooo eficiente nosso BACEN, mereciam o nobel de economia.
Tá tudo bem, tiremos todos os direitos do povo, o saco de maldades maior da reforma trabalhista e previdenciária já tá vindo aí: parcelamento de férias e 13º durante meses (isso se continuarem a existir), mais cortes em seguro desemprego, implementação da idade mínima de 65 anos, enquanto tem estado no Brasil que nem essa expectativa de vida de 65 tem.
OK, rumo à Greciàrização. Engraçado que o único setor que cresce no país é o financeiro, deve ser coincidência...
 
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Amigo, a dívida pública é auditada frequentemente pelo Controladoria Geral da União (CGU) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU), onde já se viu uma dívida do tamanho dessa não ser auditada? Tem gente que sabe disso mas age de forma capciosa. Quando se fala em "auditar a dívida pública brasileira", é eufemismo pra CALOTE!! Existe um discurso ideológico por trás disso, eles querem é destruir o mercado financeiro e remanejar o dinheiro para áreas sociais, isso é coisa de gente que não manja um tiquinho de finanças e acha que é economia é só remanejar dinheiro pra X área que está tudo certo, sem sequer analisar as consequências em questão

Mas acho que o mais interessante é quando dizem que "a dívida é culpa do mercado financeiro e das grandes elites, os juros são o bolsa banqueiro!", mas se esquecem que essa dívida foi criada PELO ESTADO. Ou seja, o estado gasta, não honra as dívidas e depois acha "estranho" que o capital se esvai do país em questão, que tudo isso é um "jogo do imperialismo yankee para destruir o crescimento dos países de terceiro mundo", vide a Venezuela e o discurso populista bolivariano.

Tudo bem, não quer dar dinheiro público para banqueiros? Ótimos, eu também concordo! Então vamos diminuir a dívida do estado a um nível saudável em que os juros sejam pagáveis. E assim surgiu a PEC 241, deixando claro os limites de endividamento do estado. Mas agora quem antes reclamou dos juros TROCOU DE LADO e quer um estado gastando cada vez mais, criando mais dívidas e consequentemente aumentando os juros pagos por elas.

Achar que Maria Lucia Fattorelli uma especialista em auditoria fiscal internacional, que é convidada por outros países para fazer auditoria, seria uma pessoa que quer "destruir o mercado financeiro" é ridículo. Que ela quer que mais seja gasto em direitos sociais é verdade, e eu tb, mais de 40 por cento do orçamento ir para pagar a dívida é um absurdo. Equador fez auditoria e conseguiram renegociar e isso teve um impacto bem positivo por lá.

O Estado não é um ente autônomo independente da sociedade ele responde a correlação de forças da sociedade. O Estado ao contrair dívidas ao gastar em subsídios ao setor privado, está fazendo isso pq os agentes que estão no Estado foram comprados pelo grande capital. Na democracia isso é feito via financiamento privado de campanhas. Perceba que a bolsa empresário, de valor altissimo, não fez parte dos cortes. É lógico, foi essa categoria que exigiu os cortes, que é motivada por uma ideologia de diminuir o Estado, de não garantir direitos sociais, que querem mudar a constituição nesse quesito, um dos mais avançados da nossa constituição.

Mas políticas de austeridade fracassaram aonde foram tentadas, se por um lado é uma questão de tempo perceber isso eu lamento por aqueles que vão sofrer por causa disso. E sempre são os mais pobres e classe trabalhadora.
 
Não lembra se está no projeto o recurso de período integral de aulas para segundo grau, um motivo para esses manipulados ficarem longe das escolas particulares...
 
Não lembra se está no projeto o recurso de período integral de aulas para segundo grau, um motivo para esses manipulados ficarem longe das escolas particulares...
São projetos diferentes, inclusive contraditórios. Como o governo quer ampliar o ensino se vai reduzir o recurso da educação?
 
“É, a conta da sonegação chegou!” (...) “Agora vemos com clareza os motivos do Paulo S. e seus lacaios-liberalecos amestrados - os representantes dos maiores sonegadores do planeta.” (...) “O PACTO está aí para ser concretizado e a população pode pagar o PATO.” [Anônimo]

A sonegação fiscal destrói o Brasil, por Marcos de Aguiar Villas-Boas.
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A sonegação de tributos tem a proeza de, ao mesmo tempo, destruir a situação fiscal de um país e aumentar muito a desigualdade, levando a problemas econômicos variados.

O número da sonegação normalmente apresentado pela Procuradoria da Fazenda Nacional está entre 400 e 500 bilhões de reais. Recentemente vem se falando em 900 bilhões de reais.

Estudos divulgados no exterior em relação a países em desenvolvimento mencionam outro problema, mas correlacionado: um fluxo anual de 900 bilhões de dólares de capital ilícito para o exterior decorrente de corrupção, propinas, tráfico de drogas etc.

Independentemente do número exato, o fato é que 100 bilhões de reais em tributos sonegados todo ano, um valor crível, ainda que não completamente suficiente, seriam cruciais para tirar o Brasil da crise fiscal e solucionar boa parte dos problemas de infraestrutura por meio de investimento público.

É muito difícil calcular a sonegação, pois é preciso separá-la do que é planejamento tributário e do que é simplesmente discordância de interpretação. Cada problema deve ser atacado de uma forma específica.

O fisco brasileiro faz, por exemplo, pouca ideia de quanto representaria o valor somado de sonegação de cada uma das muitas milhares de pequenas empresas, boa parte delas sequer fiscalizada, pois a tributação, assim como o País, é muito extensa e complicada. Não é possível resolver o problema da extensão, mas o da tributação sim, sem dúvida.

Como o processo tributário brasileiro leva anos a fio, muito dinheiro a receber dos contribuintes fica nele represado, especialmente no Judiciário, de modo que esse problema se soma ao da sonegação para afundar a arrecadação.

Uma primeira necessidade evidente da política tributária brasileira é simplificar o sistema, reduzindo tributos e obrigações acessórias.

Uma segunda necessidade é a reforma tanto dos fiscos e dos órgãos administrativos quanto do Judiciário. Os órgãos administrativos paritários de julgamento, modelo não encontrado em nenhum outro país do mundo, precisam ser todos reformulados com urgência, pois são seios de corrupção e de julgamentos sem imparcialidade.

O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), alvo da Operação Zelotes da Polícia Federal, que teve mais um conselheiro preso alguns meses atrás e cuja Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi encerrada sem qualquer consequência por pressão de grandes empresários, é o exemplo mais evidente de ineficiência, parcialidade e corrupção. Precisa de intervenção urgente.

Tão ou mais grave, no entanto, é o tratamento que se dá aos sonegadores no Brasil, que não correm o risco de serem presos, pois basta pagarem os valores sonegados após o crime ser descoberto. É como se um ladrão de banco, após ser pego, ficasse livre por devolver o dinheiro. É inexplicável.

Conforme demonstrado por um histórico das leis em texto anterior, isso acontece, sobretudo, porque o legislador brasileiro nunca se interessou em punir de forma séria e severa a sonegação. Além de extinguir a punibilidade do crime pelo pagamento, é possível suspendê-la ao longo do processo administrativo e por outros meios.

Ademais, a pena de 2 a 5 anos de prisão, quase nunca aplicada, não permite condenação em regime fechado se o réu for primário. Assim, aquele que arromba a porta de alguém e furta um bem no valor de 100 reais está sujeito a pena de 2 a 8 anos, mas aquele que sonega 100 milhões de reais está sujeito a pena de 2 a 5 anos, sendo que, se pagar, fica livre.

Além de acabar com a possibilidade de extinguir a punição pelo pagamento dos tributos, é preciso elevar a pena máxima do crime para pelo menos 8 anos, que permite a prisão em regime fechado mesmo do réu primário. Na Alemanha, por exemplo, a pena máxima é 10 anos.

Não é preciso ser um grande especialista para concluir que, se não há punição criminal, o ilícito deixa de ser visto pela sociedade como crime. Daí porque, se quase todo mundo sonega e se ninguém é preso, por que alguém vai pagar tributo no Brasil? Como se sabe, o senso social e de cumprimento de regras não é exatamente o forte do brasileiro.

Se o risco de sonegar tributos, ficando com muito mais dinheiro, é apenas financeiro e há chance de o fisco sequer perceber isso dentro do prazo de cinco anos, os incentivos para que se sonegue são muito maiores. Após os cinco anos, passada a exigibilidade do tributo, também não há punibilidade do crime.

De quebra, o Estado acostumou mal o cidadão com programas de pagamento de débitos tributários com anistias consideráveis de multas e juros (ex. Refis). Se é possível sonegar sem ser preso; se há chances de não ser pego; e, se pego, ainda é possível pagar os tributos sonegados quase sem multa e juros; para que alguém vai pagar tributos no prazo?

Estudos estrangeiros (em PDF) variados demonstram que, sem punição adequada, a tendência é que se sonegue muito mais, especialmente em países nos quais o retorno dado pelo Estado é considerado pequeno.

A tributação brasileira, de cima a baixo, é um conjunto de impropérios baseados em visões de extremo curto prazo, desinformadas e focadas no benefício das elites. O tratamento brando com a sonegação é uma forma de o Estado permitir que o mais rico não pague muitos tributos, afundando em regressividade um sistema que já é regressivo pelo seu próprio desenho. Está tudo errado. É um caos.

Os países desenvolvidos estão avançando com regras complexas de transparência financeira, cooperação internacional etc., mas o Brasil não consegue fazer o seu mínimo dever de casa para obrigar quem deve a pagar os tributos. Em vez disso, segue o caminho mais fácil, apesar de grosseiro e provado errado ao longo da história, cortando despesas que ajudam a reduzir a desigualdade.

A sonegação acontece em mais de 90% por aqueles que estão entre os 10% mais ricos do País, sobretudo pelo 1%. Bem mais da metade da população é de crianças, adolescentes e outros sem renda, juntamente com os beneficiados pelo Bolsa Família e recebedores do salário mínimo.

Os empregados e servidores públicos, com qualquer remuneração, têm seu imposto retido na fonte, apesar das inúmeras artimanhas usadas para pagar valores extras sem tributação, sobretudo no caso dos que ganham mais, como amplamente tem se noticiado em relação aos juízes.

Por conta da isenção dos dividendos, muitos criam empresas para receberem remuneração tributada como pessoa jurídica no regime favorecido do Simples e depois distribuir dividendos sem tributação.

Deste modo, os erros grosseiros do Brasil no trato da sonegação e no próprio desenho da tributação causam um resultado caótico não somente para os cofres, como para a distribuição de riqueza e renda, provocando uma imensa desigualdade socioeconômica, que se traduz em falta de demanda agregada, em pobreza e, portanto, em pouca produtividade e violência.

É curioso que, no Brasil, apesar da gravidade do tema da sonegação, praticamente não se escreva sobre ele. Ela é tão alta que distorce completamente o número da carga tributária. Se houvesse sonegação menor, seria possível perceber que a carga brasileira é muito maior, porém não se consegue arrecadar porque as políticas são todas mal desenhadas.

Com uma sonegação menor, além de, como dito, resolver o déficit fiscal e investir, seria possível reduzir tributos sobre o consumo, diminuindo a regressividade da tributação e o valor de bens e serviços, fazendo o acesso ao consumo mais fácil, o que geraria crescimento.

Quando se estuda com seriedade as melhores teorias e práticas internacionais, percebe-se que os problemas brasileiros são, em sua maioria, muito claros e alguns até fáceis de resolver.

O problema é que boa parte da elite econômica e política brasileira é gananciosa, “curto prazista” e completamente cega por ideologias fajutas, como a neoliberal, o que prejudica a ela mesma. Termina trocando o desenvolvimento brasileiro pela sua ânsia de se beneficiar em curto prazo, gerando inúmeros malefícios para si. É preciso salvar a elite brasileira dela própria.

Fonte: FS

“No Brasil a renda é, em boa parte, concentrada entre pequenos grupos de interesse. Corporativismo. O país é dos privilegiados e seus amigos, dos sinceros aos nem tanto. Continuará sendo assim enquanto reformas não forem feitas para, inclusive, romper o arranjo que alimenta a manutenção de castas econômicas. Não se trata só de fazer fechar as contas quando se governa a economia de um país pobre, desigual em todos os sentidos como este aqui.” (...) “ESTADO MÍNIMO (para os pobres e ESTADO MÁXIMO para os ricos - isso é o que ocultam), eis o que os lacaios mercenários dos capitalistas vociferam!” [Anônimo]
 
Ao invés de debate, propaganda. Para que a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 241 avançasse, o governo investiu na produção de cartilhas, patrocinou propaganda nos grandes veículos de comunicação, promoveu jantares aos parlamentares, mas não participou de Audiências Públicas com especialistas e a sociedade civil para apresentar suas ideias, ou estudos de impacto a respeito dessa proposta. Não foi diferente durante o evento promovido pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, que convidou representantes do governo e especialistas para debater a “PEC do Teto”. Nenhum membro compareceu.

A coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, foi uma das convidadas e apresentou as incoerências de se aprovar uma PEC que se propõe a cortar gastos, enquanto a política econômica e fiscal do governo perde bilhões de reais com suas práticas irresponsáveis. Como exemplo, citou a remuneração da sobra de caixa de bancos, emissão excessiva de títulos da dívida e as operações de Swap cambial.

“A PEC quer congelar todos os gastos primários, ou seja, tudo – saúde, educação, segurança pública, habitação, – menos a dívida pública. Estão liberados recursos para o pagamento da dívida pública e para aumento de capital de empresas estatais não dependentes’, criticou.

Ela explicou sobre o esquema financeiro que se desenha em vários estados e municípios e que pode ser legalizado com a aprovação do PLS 204 e a PEC 241. (Entenda mais: https://goo.gl/OmtPZ4)

CONTRADITÓRIO

O economista e professor da Universidade de Campinas (Unicamp), Pedro Rossi lamentou a ausência dos membros do governo, reforçando o entendimento de que não há espaço para o contraditório e o debate aberto. Segundo ele, todos os argumentos usados pelos membros do governo na cartilha “PEC 241/2016: a defesa de um importante projeto está em suas mãos”, são questionáveis e muitos são falsos.

Um dos pontos defendidos é que a necessidade de ajuste fiscal se deu em função de um excesso de gastos. “Essa PEC parte de um diagnóstico equivocado. Não foi o aumento dos gastos que provocou a crise e sim uma política econômica de emissão de dívida pública para compra de reservas internacionais”.

O professor acrescentou que em momentos de crise, a retração da atuação do estado na economia, por meio do corte de investimentos, é altamente nociva para a sua recuperação. Segundo ele, essa PEC está na contramão do que governos do mundo todo fizeram para retirar seus países da recessão.

“O que está em debate não é apenas a redução do papel do estado, mas um projeto de país, de sociedade e de valores que queremos, e esses não são compatíveis com a Constituição de 1988”, reforçou.

MÃOS AMARRADAS

Para o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luiz Carlos Prado, economistas não tem capacidade de fazer previsões, e sim projeções, com base em comportamentos futuros, baseados num conjunto de pressupostos, com o propósito de ajudar na tomada de decisões.

Segundo ele, a PEC amarra o país numa condição onde não cabem incertezas, ou imprevistos, como catástrofes, epidemias, entre outros. “Essa PEC trata de 20 anos, não temos como saber dos acontecimentos futuros. Além disso, não é necessário alterar a Constituição para a promoção de ajustes fiscais, essa é uma decisão de política econômica que pode ser respaldada pelo Congresso Nacional na aprovação do orçamento federal”, defendeu.

A má qualidade dos serviços públicos e a necessidade de se debater uma reforma fiscal, tributária e de qualidade da gestão pública também foi defendida.
“Como os senhores parlamentares irão responder às suas bases, que não há recursos para investir nas necessidades da população?”, finalizou.

NA CONTRAMÃO DA EXPERIÊNCIA MUNDIAL

“Quando há uma queda na atividade econômica, espera-se um gasto do governo para suavizar os ciclos econômicos”, afirmou o economista e professor associado do departamento de economia Hobart and William Smith Colleges, de Nova Iorque, Felipe Resende.
Com base em dados e pesquisas do próprio Fundo Monetário Internacional (FMI), onde reforçam a necessidade de atuação ativa dos governos em momentos de crise para alavancar a economia, ele mostrou que 70% dos investimentos em infraestrutura das economias emergentes são impulsionadas pelo poder público público, que no Brasil está bem abaixo de países com economias bem mais fracas.

Dois pontos importantes também foram relatados pelo professor como agravantes da situação do país atualmente: as decisões do Banco Central Brasileiro de fazer aquisição de ativos em moeda estrangeira e a ausência de regras fiscais que se ajustem aos ciclos econômicos, ou seja, que sejam sensíveis a arrecadação e crescimento.
“Com a PEC, tenta-se tirar do debate o papel do Estado, tenta-se destruir um contrato social, com argumentos amparados em bases teóricas muito falhas”, apontou.

SUGESTÕES

Após intervenções de parlamentares, os palestrantes lembraram alguns pontos que precisam ser debatidos pelo governo com urgência para mudar o cenário de crise: maior transparência nos gastos públicos e uso dos recursos; aumento da tributação sobre renda e patrimônio, reduzindo sobre serviços e produtos; auditoria da dívida pública; reforma tributária e fiscal.

Conteúdo das palestras e vídeo aqui: https://goo.gl/gYCD4v

Publicado dia 11 de outubro de 2016

http://www.auditoriacidada.org.br/blog/2016/10/11/9629/
 
Me mostre algo que feche a conta sem passar por uma reforma tributária e uma auditoria da dívida. Principalmente quando nosso ilustres gênios do BC baixam o juros à conta gotas com inflação Zero de demanda. E não mudam nada nos preços administrados de aluguéis, remédios, planos de saúde, educação privada, todos protegidinhos e indexados pelo IGP-M ou índices setoriais acima do IPCA. Mas tocar nisso não pode, brigar com os lobbystas do capital vai trazer intranquilidade nos negócios. Agora me explique por quê no mundo todo a tx. de juros real é negativa ou de no máximo 2%, 3% e no Brasil é 7%? É igual o caso dos dividendos, jabuticaba made in Brasil. Mas o mundo está errado, só nós que estamos certos...


Sim, tem aqui, com projeções até 2036. Se quiser, trago o estudo com relação a Previdência, idem.:
http://www12.senado.leg.br/publicac.../tipos-de-estudos/boletins-legislativos/bol54

Agora traga algo que faça projeções com as alternativas que você julga corretas no longo prazo.
Porque aumentar tributação em plena fucking recessão e sair vomitando sobre auditoria sem nem entender o impacto que isso tem em economia e simplesmente ignorar todas as sinalizações que o mercado está dando (aliás, você ainda vem com essa de forçar a SELIC para baixo? Sério, DE NOVO isso?! Precisa mostrar como isso deu errado, também?!?) é insistir em repetir os erros do passado e fazer questão de ser enganado.

 
“Quando há uma queda na atividade econômica, espera-se um gasto do governo para suavizar os ciclos econômicos”, afirmou o economista e professor associado do departamento de economia Hobart and William Smith Colleges, de Nova Iorque, Felipe Resende.
Com base em dados e pesquisas do próprio Fundo Monetário Internacional (FMI), onde reforçam a necessidade de atuação ativa dos governos em momentos de crise para alavancar a economia, ele mostrou que 70% dos investimentos em infraestrutura das economias emergentes são impulsionadas pelo poder público público, que no Brasil está bem abaixo de países com economias bem mais fracas."


Puta que pariu, Felipe Rezende não.

O cara que compara diagnósticos e multiplicadores fiscais de países com juros próximos a 0% e inflação baixa, NÃÃÃÃAOOOO, outro inflacionista a la Laura Carvalho.

Até o estudo do FMI que ele cita faz uma ressalva quanto a diferença entre os MF dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos, e o Rezende ainda esquece que o paper do FMI DE FORMA ALGUMA diz que austeridade não dá certo, apenas que fizeram uma projeção errada quanto ao multiplicador fiscal de alguns países que passaram por uma VERDADEIRA AUSTERIDADE, que envolveram CORTE de gastos, e nada a ver com o que temos aqui.

Cadê os fucking estudos decentes de regressão que embasam esses MFs MANDRAKE da Laura Carvalho?

Melhore, melhore muito.
 
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Sim, tem aqui, com projeções até 2036. Se quiser, trago o estudo com relação a Previdência, idem.:
http://www12.senado.leg.br/publicac.../tipos-de-estudos/boletins-legislativos/bol54

Agora traga algo que faça projeções com as alternativas que você julga corretas no longo prazo.
Porque aumentar tributação em plena fucking recessão e sair vomitando sobre auditoria sem nem entender o impacto que isso tem em economia e simplesmente ignorar todas as sinalizações que o mercado está dando (aliás, você ainda vem com essa de forçar a SELIC para baixo? Sério, DE NOVO isso?! Precisa mostrar como isso deu errado, também?!?) é insistir em repetir os erros do passado e fazer questão de ser enganado.

 



Puta que pariu, Felipe Rezende não.

O cara que compara diagnósticos e multiplicadores fiscais de países com juros próximos a 0% e inflação baixa, NÃÃÃÃAOOOO, outro inflacionista a la Laura Carvalho.

Até o estudo do FMI que ele cita faz uma ressalva quanto a diferença entre os MF dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos, e o Rezende ainda esquece que o paper do FMI DE FORMA ALGUMA diz que austeridade não dá certo, apenas que fizeram uma projeção errada quanto ao multiplicador fiscal de alguns países que passaram por uma VERDADEIRA AUSTERIDADE, que envolveram CORTE de gastos, e nada a ver com o que temos aqui.

Cadê os fucking estudos decentes de regressão que embasam esses MFs MANDRAKE da Laura Carvalho?

Melhore, melhore muito.
Vc tem alguma dúvida que o FMI em algum lugar vai ser enfático em afirmar que austeridade não resolve nada, o máximo que se tem são estudos que citam pistas de que o caminho pode ser um pouco diferente. Austeridade no geral é o que eles apregoam e veja o que aconteceu com todos os países que seguiram sua cartilha, afundaram em recessão. Analise a própria América latina em 80 e Grécia hoje. Já países que investiram em tecnologia e educação mesmo em momentos difíceis conseguiram se levantar como os tigres asiáticos.
Agora vc vir dizer que o texto que mencionei é mandrake? Mandrake são os textos do governo dizendo sobre toda a emergência da des reforma previdenciária sem citar que parte da Cofins deveria ir pra previdência assim como parte da arrecadação de loterias, como não citar que receitas foram seguidamente retiradas pela DRU. (Demonização Ritualmente Utilizada, rs)
Vem me falar de regressão meu caro, os economistas de Wall Street com todo seu aparato econométrico levaram os EUA e a Europa a quebradeira com o subprime. Cadê a matemática e supercomputadores das agências de risco?
Quando as premissas são falsas, regressões e correlações não funcionam. Todo mundo que teve câncer bebeu água alguma vez na vida e nem por isso posso dizer que beber água dá câncer.
A coisa mais fácil é provar alguma lorota com regressão, lineariza-se a função, delimita-se o tempo que se quer. Impõe variáveis dummy quando o resultado não bate com o esperado. Essa estória dos números não mentem jamais é a maior falsidade que se tem. Nem precisa ser economista pra isso, um bom contador já basta sem nunca ver econometria.
E não há nada de inflacionista aqui. Inflacionista é quem pensa que só excesso de moeda causa inflação e esquece todos os outros tipos que se apresentam no Brasil: principalmente a indexada. Só assim para explicar a estagflação patética em dois anos que o país passa. Consumo das famílias não cresce há mais de cinco trimestres e ainda tem gente que defende essa política econômica catastrófica.
 
Vc tem alguma dúvida que o FMI em algum lugar vai ser enfático em afirmar que austeridade não resolve nada, o máximo que se tem são estudos que citam pistas de que o caminho pode ser um pouco diferente. Austeridade no geral é o que eles apregoam e veja o que aconteceu com todos os países que seguiram sua cartilha, afundaram em recessão. Analise a própria América latina em 80 e Grécia hoje. Já países que investiram em tecnologia e educação mesmo em momentos difíceis conseguiram se levantar como os tigres asiáticos.
Agora vc vir dizer que o texto que mencionei é mandrake? Mandrake são os textos do governo dizendo sobre toda a emergência da des reforma previdenciária sem citar que parte da Cofins deveria ir pra previdência assim como parte da arrecadação de loterias, como não citar que receitas foram seguidamente retiradas pela DRU. (Demonização Ritualmente Utilizada, rs)
Vem me falar de regressão meu caro, os economistas de Wall Street com todo seu aparato econométrico levaram os EUA e a Europa a quebradeira com o subprime. Cadê a matemática e supercomputadores das agências de risco?
Quando as premissas são falsas, regressões e correlações não funcionam. Todo mundo que teve câncer bebeu água alguma vez na vida e nem por isso posso dizer que beber água dá câncer.
A coisa mais fácil é provar alguma lorota com regressão, lineariza-se a função, delimita-se o tempo que se quer. Impõe variáveis dummy quando o resultado não bate com o esperado. Essa estória dos números não mentem jamais é a maior falsidade que se tem. Nem precisa ser economista pra isso, um bom contador já basta sem nunca ver econometria.
E não há nada de inflacionista aqui. Inflacionista é quem pensa que só excesso de moeda causa inflação e esquece todos os outros tipos que se apresentam no Brasil: principalmente a indexada. Só assim para explicar a estagflação patética em dois anos que o país passa. Consumo das famílias não cresce há mais de cinco trimestres e ainda tem gente que defende essa política econômica catastrófica.

Você acabou de confirmar o que eu falei. O diagnóstico heterodoxo é quem veio com esses MFs completamente malucos elevados o suficiente pra justificar gasto público.

Enfim, coloquei a projeção da PEC aí, e por enquanto você continua no blablablá. Apresenta "soluções" que não possuem projeções para podermos analisar o mérito dessas tais propostas. Austeridade nenhuma é feita para transformar água em vinho - esse papo de "austeridade não funciona" vem de quem esquece qual é o propósito da austeridade: evitar que o país quebre. E se você acha que Grécia ou Espanha são países que quebraram, think again e olhe para a Venezuela. É isso que acontece quando se ignora racionalização de gasto público. A PEC não transformará o país em uma Suécia, não é o propósito dela: aliás, a situação vai piorar ainda e a previsão é que a dívida se ESTABILIZE em 2026.

Sim, o consumo não cresce, e não houve resultado mesmo na época em que ainda havia forte expansão do crédito. Sinalização clara de esgotamento e de entraves estruturais. Vai lá baixar a SELIC pra tentar resolver isso.

Pqp, leia o artigo do Dornbusch. Brasileiro parece que tá fadado a repetir os mesmos erros, é impressionante.
 
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Você acabou de confirmar o que eu falei. O diagnóstico heterodoxo é quem veio com esses MFs completamente malucos elevados o suficiente pra justificar gasto público.

Enfim, coloquei a projeção da PEC aí, e por enquanto você continua no blablablá. Apresenta "soluções" que não possuem projeções, para podermos analisar o mérito dessas tais propostas. Austeridade nenhuma é feita para transformar água em vinho - esse papo de "austeridade não funciona" vem de quem esquece qual é o propósito da austeridade: evitar que o país quebre. E se você acha que Grécia ou Espanha são países que quebraram, think again e olhe para a Venezuela. É isso que acontece quando se ignora racionalização de gasto público. A PEC não transformará o país em uma Suécia, não é o propósito dela: aliás, a situação vai piorar ainda e a previsão é que a dívida se ESTABILIZE em 2026.

Sim, o consumo não cresce, e não houve resultado mesmo na época em que ainda havia forte expansão do crédito. Sinalização clara de esgotamento e de entraves estruturais. Vai lá baixar a SELIC pra tentar resolver isso.

Pqp, leia o artigo do Dornbusch. Brasileiro parece que tá fadado a repetir os mesmos erros, é impressionante.

Realmente repetimos os mesmos erros. Mantemos o país há dois anos na pior recessão de todos os tempos, vamos pro terceiro ano e o BACEN brasileiro mantém a maior tx. real de juros do planeta. Essa heterodoxia estúpida não existe equivalente no mundo, os nossos neoliberais são bem piores do que o dos outros.
Baixar a SELIC não resolveria todos os problemas do país pois isso é simplista demais, contudo seria um sinalizador de que algo pode mudar. Tiraria um pouco do dinheiro que está totalmente alocado no setor especulativo e traria alguns empresários de volta ao setor produtivo. Também desoneraria os gastos com a dívida pública que são o maior fator de desequilíbrio. Não adianta nada fazer todo sacrifício fiscal se o outro lado (o financeiro) tá um samba do rentista doido. Por sua vez não seria um incentivador do consumo no curto prazo, o brasileiro está assustado com desemprego, (des)reformas, ultra-endividado e nada garante que nosso oligopolizado mercado bancário reduzisse juros ao consumidor que estão no maior nível de todos os tempos.
Para o governo evitar futuros repiques inflacionários ele deveria fazer a verdadeira reforma que o país precisa: a desindexação. Por quê os donos de imóveis tem aluguéis corrigidos pelo IGP-M? Não é a prática de livre mercado que está em moda, deixa a oferta e demanda regular isso. O assalariado não tem essa garantia, assim há uma clara transferência de renda em favor de pessoas que têm patrimônio acima da média da população.
Por quê medicamentos, plano de saúde, educação privada, telecomunicações, transportes todos possuem indexação? E com índices setoriais elevados produzidos por agências reguladoras capturadas. Vamos começar a implantar a livre negociação ou utilizar o IPCA para reajuste. Vai prejudicar um pouquinho a elite mas ela tem reserva, o povo não.

PS: Estudo elaborado por economistas a mando do Senado não vale. Nada que seja comandado pelo Renan Calhorda ou melhor "Justiça" segundo Odebrecht é confiável.
 
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Realmente repetimos os mesmos erros. Mantemos o país há dois anos na pior recessão de todos os tempos, vamos pro terceiro ano e o BACEN brasileiro mantém a maior tx. real de juros do planeta. Essa heterodoxia estúpida não existe equivalente no mundo, os nossos neoliberais são bem piores do que o dos outros.
Baixar a SELIC não resolveria todos os problemas do país pois isso é simplista demais, contudo seria um sinalizador de que algo pode mudar. Tiraria um pouco do dinheiro que está totalmente alocado no setor especulativo e traria alguns empresários de volta ao setor produtivo. Também desoneraria os gastos com a dívida pública que são o maior fator de desequilíbrio. Não adianta nada fazer todo sacrifício fiscal se o outro lado (o financeiro) tá um samba do rentista doido. Por sua vez não seria um incentivador do consumo no curto prazo, o brasileiro está assustado com desemprego, (des)reformas, ultra-endividado e nada garante que nosso oligopolizado mercado bancário reduzisse juros ao consumidor que estão no maior nível de todos os tempos.
Para o governo evitar futuros repiques inflacionários ele deveria fazer a verdadeira reforma que o país precisa: a desindexação. Por quê os donos de imóveis tem aluguéis corrigidos pelo IGP-M? Não é a prática de livre mercado que está em moda, deixa a oferta e demanda regular isso. O assalariado não tem essa garantia, assim há uma clara transferência de renda em favor de pessoas que têm patrimônio acima da média da população.
Por quê medicamentos, plano de saúde, educação privada, telecomunicações, transportes todos possuem indexação? E com índices setoriais elevados produzidos por agências reguladoras capturadas. Vamos começar a implantar a livre negociação ou utilizar o IPCA para reajuste. Vai prejudicar um pouquinho a elite mas ela tem reserva, o povo não.

PS: Estudo elaborado por economistas a mando do Senado não vale. Nada que seja comandado pelo Renan Calhorda ou melhor "Justiça" segundo Odebrecht é confiável.

Você citou um monte de reformas complementares que eu não nego que tem que ser discutidas. Não muda a trajetória do nosso problema.

A tendência da taxa de juros com a contenção de gastos é de queda no longo prazo. Não pode é dar um passo maior que as pernas. A última vez que forçaram a SELIC assim deu no que deu.

E ok, você quer desqualificar estudos feito pelos consultores legislativos da área econômica do Senado, que possui passagem pelo IPEA, só por desqualificar, sem entrar no mérito do que está lá, realmente é a via mais cômoda para qualquer discordância, ainda mais quando propõe alternativas sem embasá-las devidamente.
 
Estava pensando... pq quem reclama da PEC não paga plano de saúde e escola particular? Não dá pra pagar com salário de R$880? Parabéns entenderam pra que serve a PEC.
 
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Você citou um monte de reformas complementares que eu não nego que tem que ser discutidas. Não muda a trajetória do nosso problema.

A tendência da taxa de juros com a contenção de gastos é de queda no longo prazo. Não pode é dar um passo maior que as pernas. A última vez que forçaram a SELIC assim deu no que deu.

E ok, você quer desqualificar estudos feito pelos consultores legislativos da área econômica do Senado, que possui passagem pelo IPEA, só por desqualificar, sem entrar no mérito do que está lá, realmente é a via mais cômoda para qualquer discordância, ainda mais quando propõe alternativas sem embasá-las devidamente.

Queda no longo prazo, estamos com a maior recessão de todos os tempos e vc quer longo prazo? Como dizia Keynes, no longo prazo todos estaremos mortos. No caso do Brasil no curto prazo muitos estarão mortos mesmo, sem previdência, sem emprego, sem medicamentos ou leitos no SUS ultra-sucateado.
Quanto ao pessoal do IPEA pode ser qualificado mas obedece ordens. Se o objetivo é triturar os dados pra defender a política econômica A ou B vão fazê-lo. Assim como recentemente tinha um monte de artigo no IPEA defendendo MCMV e PAC, só não contavam que nossas construtoras funcionavam em um "estranho" cartel.

Estava pensando... pq quem reclama da PEC não paga plano de saúde e escola particular? Não dá pra pagar com salário de R$880? Parabéns entenderam pra que serve a PEC.

Eu pago plano de saúde sim. Infelizmente e já vejo a péssima qualidade dele, pois com uma concorrência tão baixa ele pode se dar ao luxo de ser um lixo também. e eu sei pra que serve a PEC. Para conter as despesas com a população, as despesas com os financiadores principais de campanha (bancos) estão garantidas.
 
“E quem teria condição de trabalhar com essa idade, e quem daria emprego para esses idosos se com 45-50anos já não se consegue emprego e os jovens de hoje que vivem de lanches e salgadinho que resistência terão daqui mais uns anos? O que esses governantes tem na cabeça?” [Maria Picolo]

Os “feitiços” de Temer para aumentar a exploração e compensar a queda dos lucros das empresas, por João Ricardo Soares.
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Nesta sexta, 23 de dezembro, a imprensa anuncia: “Temer contraria Fazenda e libera saques do FGTS”. Dias antes, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles se pronunciava sobre esta e outras medidas propostas pela FIESP: “A fazenda não vai aceitar nenhuma loucura…”. Para Meirelles, loucura são todas as mFedidas que questiona o ajuste fiscal, em outras palavras, que possam gerar dúvidas na capacidade do governo de manter o pagamento em dia da dívida “pública” aos bancos, grandes empresas e fundos de investimentos que gozam das mais altas taxas de juros de mundo.

Em discurso de cumprimentos de fim de ano aos militares, o presidente Michel Temer disse que “não há mais espaços para feitiçarias” e apóia publicamente o seu ministro da Fazenda. E por “feitiçarias” se entende toda e qualquer medida que questione o chamado “ajuste fiscal”. Na mesma semana, o vice-presidente da FIESP encarregado de apresentar a lista de exigência da associação patronal dispara: “o governo não pode ficar parado sem tomar medidas para ajudar as empresas em dificuldades”.

Diante do impasse entre a FIESP e a Fazenda, Temer antecipa a reforma trabalhista. Ante o aprofundamento da crise econômica e da crise política, o aprendiz de feiticeiro descarta a “soluções fáceis e ilusórias” e vai direto ao assunto: descarrega sobre os ombros da classe trabalhadora o ônus da crise capitalista. Anuncia uma reforma trabalhista cujo objetivo não é outro que aumentar a exploração dos trabalhadores.

A Fiesp apresenta a fatura...

O que Meirelles taxou de “loucura” é a exigência da FIESP de refinanciamento de todas as dívidas das empresas com o BNDES; a suspensão temporária da certidão negativa de débito, ou seja, a institucionalização do calote e ainda por cima novos empréstimos. E uma revisão das dívidas de impostos. A crise com Meirelles se aprofunda quando a Fazenda exigiu a devolução imediata de R$ 100 bilhões que o Tesouro Nacional transferiu para o BNDES, de um montante de R$ 440 bilhões, que se converte em créditos subsidiados. A federação patronal exige que o governo abra a torneira do crédito, propõe que o Banco Central libere o depósito compulsório que os bancos são obrigados a deixar no BC para que seja revertido em crédito ao consumo.

Na medida em que a maioria de suas demandas foi negada pelo ministério da Fazenda, particularmente nos temas que tocam no ajuste fiscal, Temer antecipa a reforma trabalhista, evita entrar nos temas cuja decisão estão no âmbito da Fazenda e utiliza o Fundo de Amparo ao Trabalhador, para “amparar” as empresas e financiar as demissões. E libera o saque do FGTS para que os trabalhadores endividados paguem aos bancos e voltem a consumir… na medida em que as vendas no varejo caíram pelo quarto mês consecutivo e a maior queda desde 2008.

Com um índice de desaprovação de 77% segundo pesquisa do Instituo Ipsos, e com sua rejeição crescendo 18 pontos de outubro a dezembro, o governo busca desesperadamente o apoio da patronal para resistir à crise política que será retomada no início do ano, quando a tendência ao desgaste do governo se aprofunde, com a combinação explosiva dos ataques aos trabalhadores e do envolvimento da presidência com o financiamento ilegal da campanha de 2014 pela Odebrecht.

A possibilidade de que o governo possa arbitrar entre os interesses das distintas frações burguesas quando se aprofunda a crise econômica a cavalo da crise política, é a fonte das tensões que foi saldada com antecipação da reforma trabalhista.

Segundo a imprensa, Meirelles e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) dizem que a liberação das contas inativas do FGTS “mais prejudica do que ajuda a recuperação da economia”, porque retira os créditos para o financiamento da indústria da construção civil e obras de infraestrutura.

Mas não nos parece que o ministro Meirelles esteja especialmente preocupado com os empregos dos trabalhadores da construção civil e tampouco a liberação das contas inativas do FGTS será o “feitiço” que resolverá a profunda crise da economia capitalista dependente e subordinada aos interesses do imperialismo. Isso porque não é “retomada do consumo” o caminho da saída da crise capitalista, somente o regresso dos investimentos das grandes empresas alteraria o quadro recessivo. No entanto, como veremos adiante essa possibilidade não está colocada no curto prazo tanto pela crise mundial quanto pelo endividamento da maioria das grandes empresas.

Neste marco, a reforma trabalhista de Temer tem um objetivo: aumentar a exploração da classe trabalhadora para compensar a queda nos lucros das empresas.

“Agência de classificação de risco rebaixa nota da Companhia siderúrgica nacional”

Esta nota no canto da página de um jornal brasileiro já não é mais notícia “bomba”. A justificativa da agência de classificação de riscos diz que a CSN, tem uma “estrutura de capital extremamente alavancada e dificuldade de liquidez…” [1], em outras palavras, a empresa tem uma dívida monstruosa e a superprodução mundial de aço baixou o preço de tal forma que a dívida atual da empresa é impagável.

O que ocorre com a CSN é um fenômeno mundial. Segundo informa o FMI, a dívida global está em seu máximo histórico, em 2000 ela era de 200% do PIB mundial e em 2015 ela chega a 225%. Dois terços desta dívida correspondem ao setor privado e as empresas estão na linha de frente.

No caso da Europa o endividamento das empresas atinge fortemente os bancos. Os bancos italianos têm mais de 200 bilhões de euros de empréstimos considerados “podres” o que já levou à falência e resgate do Monte Paschi, o maior e mais antigo banco italiano.

Apesar de que as taxas de juros na Europa estão próximas a zero ou negativas, para estimular o crédito e o Banco Central Europeu (BCE) aprovou um programa de compra de dívidas dos bancos e entrega dinheiro de graça para que os banqueiros emprestem, o resultado é que estes créditos se acumulam nos bancos ou são utilizados de forma especulativa.

A crise no capitalismo dependente e subordinado brasileiro

O endividamento das grandes empresas no Brasil ainda não atingiu os bancos, que desfrutam da maior taxa de juros do mundo e da rentabilidade da dívida pública. Mas um dos reflexos mais importantes da crise mundial no Brasil é o fato de que as grandes empresas brasileiras que foram a vanguarda da acumulação capitalista durante o reinado petista – e vinculadas à exploração dos recursos naturais – estão com sua capacidade de investimento questionada não somente pela caída dos preços de suas mercadorias, a isso se agrega o endividamento.

Não mais do que 605 grandes empresas[2] cuja dívida bruta em dezembro de 2015 representa 56,2% do saldo total de todas as operações de dívidas no mercado de capitais. Seja na forma de crédito bancário, instrumentos de dívida corporativa do mercado de capitais e dívida externa. A magnitude do saldo da dívida em moeda nacional dessas empresas é da ordem de R$ 500 bilhões.

Os números mostram a grande concentração da dívida em um pequeno número de empresas, apenas 77 concentram 80% da dívida bruta. Por sua vez, as empresas que tem as 10 maiores dívidas representam mais da metade (52%) da dívida bruta total da amostra.

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Com exceção da OI S.A., eleita pelo governo Lula para ser o oligopólio brasileiro no setor de Telecomunicações, e a Odebrecht que dispensa comentários, todas as outras empresas estão vinculadas ao lugar que o imperialismo determinou para a produção capitalista brasileira: energia, agronegócio e metais.

Na medida em que os preços das matérias primas despencaram no mercado mundial, o modelo econômico subordinado cobra agora o seu preço. Mas existe um detalhe importante, a dívida em dólares: a participação da dívida em moeda estrangeira dobra no conjunto das companhias abertas, de 32,7% para 60,0%. Dados do Banco Central mostram que a dívida externa em dólares aumentou 84,7% entre 2010 e o segundo trimestre de 2016, de US$ 177.255 para US$ 327.385 milhões, soma que inclui a Petrobrás.

E faz quinze dias o Banco Central norte-americano (FED) aumentou a taxa básica de juros, subiu de 0.5% para 0.75% e projetou mais três altas em 2017, isto significa que a dívida em dólares aumentará, enquanto o preço das matérias-primas não decola, ou seja, parte do lucro deve ser transferida na forma de juros para o exterior, dificultando ainda mais a capacidade de investimentos.

O aumento do peso da dívida deve seguir atuando sobre os lucros. Isso significa que lucros menores e menos investimentos. O ano termina com a taxa de investimento decrescente no terceiro trimestre, de -3.1 % e a queda no ano é de -4%.

Na medida em que as grandes empresas monopolistas não puxam o investimento, porque o cenário na economia mundial neste terreno tampouco oferece esperança de aumento das exportações, todas as medidas exigidas pela FIESP têm como objetivo deter a profundidade da queda dos lucros. Na medida em que a concorrência entre os capitalistas deteve até agora o “perdão” das dívidas como exige um setor da patronal, porque a crise também é um momento em que o “peixe grande” engole o “peixe pequeno”, o governo acelera todas as medidas destinadas a aumentar a exploração dos trabalhadores.

A saída capitalista de sempre: aumentar a exploração da classe trabalhadora

No evento que apresentou as medidas da reforma trabalhista, o vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria disse: “é um grande momento que estamos passando, é uma celebração. É um momento positivo, de glória para o país… a CNI, o setor empresarial, estamos extremamente satisfeitos com essa mudança profunda.” (Valor 23/12).

Esta verborragia do vice-presidente da CNI não é para menos. Não bastou com o que os salários reais acumularam uma queda de 10% nos últimos dois anos “os piores resultados históricos em relação a evolução salarial”[4] do Brasil segundo o último informe da OIT, a sede de sangue da patronal não conhece limites para compensar a queda nos seus lucros. E tampouco a hipocrisia de Temer.

No momento em que o governo está fazendo uma campanha terrorista pela imprensa sobre a “crise” da Previdência pública, e por isso aumentará para 49 anos o tempo de contribuição , diminui para simbólicos R$ 1mil reais a multa por trabalhador não registrado, em outras palavras, um incentivo para a fraude e calote dos patrões à Previdência!

Batizado de Programa Seguro-Emprego (PSE), a outra medida estrela do aprendiz de feiticeiro tem um objetivo oposto ao que se diz. Ao reduzir a folha de pagamento das empresas, ou os salários em 30%, a empresa utilizará essa economia ou para pagar suas dívidas, ou para demitir os trabalhadores. Mas o escândalo é que o dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) será o que financiará a folha de pagamento da patronal e/ou a demissão dos trabalhadores! Simplesmente indignante.

Depois existe todo um bloco de medidas destinado ao aumento da precarização: aumento de três para até oito meses do contrato de trabalho temporário; e um conceito muito estranho de trabalho a tempo parcial, podendo chegar de 26 horas semanais incluída seis horas extras, 32 horas semanais. A realidade será que a maioria destes trabalhadores vai trabalhar quarenta horas e ganhar menos que um salário mínimo, pois será registrado como a “tempo parcial”.

Neste mesmo bloco, relacionado ao fator tempo, está a flexibilização dos acordos coletivos sobre a legislação: possibilidade de diminuição do intervalo de almoço; banco de horas permitindo colocar no lixo a jornada de oito horas que já não é cumprida, legalizando a de 12 horas…estabelecido o limite de 12 se criam as condições para ultrapassá-lo. Outras medidas atuam na diminuição do desembolso da patronal nas distintas formas de remuneração da força de trabalho: parcelamento do pagamento de férias, com isso criam as condições para extinguir essa conquista; parcelamento do bônus salarial conhecido como PLR.

Se existe alguma dúvida no caráter destas medidas, os trabalhadores retrocederiam, na forma da lei, às condições de exploração do século XIX. Legalização das condições para que se pague, na indústria, menos que o salário mínimo, quando este já não expressa sequer o valor da força de trabalho no Brasil, barreiras para impedir a aposentadoria, aumento da jornada de trabalho na sua forma mais cruel e perversa com a aplicação do banco de horas.

As burocracias sindicais da Força Sindical e da CUT tentarão por todos os meios “negociar” estas medidas. Mas a resposta da classe trabalhadora não pode ser outra que organizar uma greve geral nacional contra este profundo ataque. A indignação com o governo atolado no mar da corrupção, ao mesmo tempo a indignação com o Congresso, oferece todas as condições para a greve geral, que muito mais do que a soma de lutas parciais, combina a luta contra as medidas de superexploração e a indignação contra o governo, ela deve expressar a raiva e ser sintetizada politicamente: Fora Todos!

[1] Valor Econômico 12/12/2016

[2] 256 empresas de capital aberto e 349 empresas fechadas, segundo pesquisa realizada pelo IBEMC: ENDIVIDAMENTO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS. METADE DAS EMPRESAS NÃO GERA CAIXA PARA COBRIR DESPESAS FINANCEIRAS EM 2015/2016. IBMEC (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais) Agosto – 2016

[3] IBMEC cit., p. 6.

[4] Fábio Magalhães E José Martins. Onde Os Salários Caíram Mais No Mundo Nos Anos Recentes? Acertou Quem Pensou No Brasil. http://criticadaeconomia.com.br/ond...-anos-recentes-acertou-quem-pensou-no-brasil/)

Fonte: PSTU

“O empresário Laodse de Abreu Duarte, diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), deve incríveis R$ 6,9 bilhões em impostos. A Fiesp promoveu em 2015 uma grande campanha de marketing contra o aumento de impostos, Não Vou Pagar o Pato, e com ela deu apoio decisivo ao afastamento da presidenta Dilma e à retirada de direitos promovida pelo presidente ilegítimo Michel Temer. O discurso moralista dos grandes empresários paulistas, pretensamente preocupados com o peso da carga tributária brasileira sobre os cidadãos é, no entanto, uma grande farsa. Primeiro porque essa carga tributária pesa muito mais sobre negros e pobres. E segundo porque os empresários brasileiros, além de não pagarem o justo, são campeões em sonegação fiscal. Realmente, os empresários brasileiros não querem nem vão pagar o pato - isso porque a população brasileira já o faz há tempos. E reportagem do jornal O Estado de S. Paulo desta semana desmascarou de vez o discurso farsante da Fiesp, ao revelar que o empresário Laodse de Abreu Duarte, diretor da Fiesp, é o maior devedor da União, tendo sonegado quase R$ 7 bilhões em impostos ao governo federal. Duarte já foi condenado à prisão por crime contra a ordem tributária, mas recorreu e continua livre. Ele é um dos milhares de integrantes do cadastro da dívida ativa da União, que concentra débitos de difícil recuperação. Além do diretor da Fiesp, dois de seus irmãos - Luiz Lian e Luce Cleo – também têm dívidas superiores a R$ 6,6 bilhões. Eles integram um grupo seleto de cerca de 13,5 mil pessoas que devem mais de R$ 15 bilhões para o país e são responsáveis por mais de três quartos do total devido à União. Essa elite tem débitos que, somados, equivalem a R$ 812 bilhões. Segundo nossa assessora Grazielle David, desse total, R$ 272 bilhões fazem parte correspondem à dívida dos 135 maiores devedores do país - e boa parte disso já poderia estar de volta aos cofres públicos porque fazem parte de processos transitados em julgado.” [INESC]
 
Fonte: PSTU :bwahaha::bwahaha:

Isso aqui deveria ser papo cabeça e não papo de banheiro de universidade esquerdista :true:
 
“"Somos uma propriedade privada porque temos auto-propriedade", exceto gays, lésbicas, bissexuais, anarquistas, socialistas, comunistas, social-democratas, imigrantes e qualquer outro tipo que não aceite ser enganado e explorado, FALA SÉRIO!!! Anarco-capitalismo é a pura ignorância e obsolência humana, o que é de pior e de mais ultrajante e desprezível está nessa ideologia (irmã gêmea do neo-nazismo). Enfim, anarco-capitalismo não passa duma ideologia de gregária e falso discurso discurso de liberdade.” [Anônimo]
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“Linha 1: Peter Kropotkin, Mikhail Bakunin, Pierre-Joseph Proudhon, Errico Malatesta, Benjamin Tucker, Josiah Warren;
Linha 2: Lysander Spooner, Henry David Thoreau, Emma Goldman, Kate Sharpley, Lucy Parsons, Louise Michel;
Linha 3: Samuel Edward Konkin III, Rudolf Rocker, Marina Ginesta, Joseph Déjacque, Voltairine de Cleyre, Murray Bookchin.”

“Sem dúvida alguma, assistimos em nossos dias a um renascimento do socialismo libertário. Tenho dificuldade de lembrar como este renascimento se produziu na França em maio de 1968. Aquele foi o mais espontâneo, o mais imprevisto, a menos preparada das rebeliões. Um vento forte de liberdade soprou sobre nosso país, tão devastador e, ao mesmo tempo, tão criador, que, com efeito, nada deveria ser mais semelhante aquilo que existia anteriormente. A vida mudou ou, se vocês preferirem, nós mudamos a vida.. Mais um tal renascimento em conjunto do movimento revolucionário, especialmente entre os jovens estudantes. Deste fato, não há mais barreiras estanques entre os movimentos libertários e aqueles que reivindicam o “marxismo-leninismo”. Existe mesmo uma certa permeabilidade não sectária entre estes diferentes movimentos. Dos jovens camaradas na França passando pelos grupos “autoritários” à grupos libertários e o inverso se produz igualmente. Grupos inteiros de maoistas demonstram sua influência libertária ou são jogados no contágio libertário. Mesmo os grupúsculos trotskistas evoluíram em algumas de suas perspectivas e abandonaram muitos de seus preconceitos em relação aos escritos e teóricos libertários. Pessoas como Jean-Paul Sartre e seus amigos expressaram em sua revista mensal as perspectivas anarquistas e um de seus recentes artigos teve por título: “Adeus a Lênin.” Existem sempre alguns grupos marxistas autoritários que são particularmente anti-anarquistas e encontram-se agora anarquistas que permanecem violentamente antimarxistas.

Na França a Organização Comunista Libertária se encontra localizada na fronteira entre o anarquismo e o marxismo. Eles tem em comum com os anarquistas clássicos sua filiação com a corrente anti-autoritária que remonta à Primeira Internacional. Mas elas também tem em comum com os marxistas o fato de que uns e outros se colocam resolutamente sobre o terreno da luta de classes proletária e do combate em vista de acabar com o poder capitalista burguês. Por um lado, os comunistas libertários se esforçam pro reviver tudo aquilo que foi construído em relação ao anarquismo do passado (seja dito em passagem, esta é a tarefa almejada desde que eu publiquei o livro que precede, O Anarquismo, e a antologia do anarquismo em quatro volumes de bolso, sob o título: Nem Deus nem Patrão. Por outro lado, os comunistas libertários não repousam sobre aquilo que da herança de Marx e Engels lhes parece hoje válido e fecundo e, sobretudo, respondendo às necessidades de nosso tempo.

Assim como a noção de alienação contida nos Manuscritos de 1844 do jovem Marx entra em profundo acordo com as fontes da liberdade individual dos anarquistas. E assim como a afirmação de que a emancipação do proletariado deve ser obra do próprio proletariado e não de substitutos, é uma ideia que também se encontra tanto no Manifesto Comunista quanto em seus comentários posteriores e nas resoluções dos congressos da Primeira Internacional. E assim como a teoria reveladora do capital permanece, ainda hoje, uma das chaves que permitem compreender o funcionamento do mecanismo capitalista. E assim como, enfim, o famoso método da dialética materialista e histórica que permanece um dos fios condutores para uma compreensão dos eventos do passado e do presente. No entanto, uma condição é requerida: não se aplicar um método rigidamente, mecanicamente, ou como uma desculpa para não lutar sob os falsos pretextos que faltam as bases materiais para uma revolução, como os estalinistas pretenderam, por três vezes na França, em 1936, em 1945 e em 1968. Em outra o materialismo histórico não deveria se reduzir a um simples determinismo; a porta deve permanecer bem aberta à vontade individual e à espontaneidade revolucionária das massas.

Como escreveu o historiador libertário A. E. Kaminski, em seu excelente livro sobre Bakunin, uma síntese entre o anarquismo e o marxismo não é somente necessário, mas inevitável. “A história, acrescentou, constrói seus compromissos por si mesma.”

Eu gostaria de acrescentar, e este será minha própria conclusão, que um comunismo libertário, fruto de uma tal síntese, experimenta sem dúvida nenhuma os desejos profundos (mesmo se por acaso ele não seja mais, de fato, consciente) dos trabalhadores avançados, daquilo que chamo hoje em dia da “esquerda operária” mais avançada que o marxismo autoritário degenerado ou o velho anarquismo ultrapassado e fossilizado.”
[Daniel Guérin]
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“De vez em quando, vejo alguém dizendo que é preciso ler mais Hans-Hermann Hoppe. Eu queria saber quem em sã consciência lê esse sujeito e acha que suas ideias são boas.

Admito que um ancap não precisa gostar de Hoppe para ser ancap, mas considerando que Rothbard era um paleoconservador que defendia o revisionismo do holocausto (embora ele mesmo fosse judeu) e gente como o nazi/KKK David Duke, a coisa fica mais difícil. Ainda há a possibilidade do ancap filtrar as ideias que lhe interessam das outras, mas chega num ponto em que você se pergunta se a ideologia pode ser realmente separada desses aspectos.

Ah, claro, pode vir alguém aqui e responder que Bakunin era antissemita. Sim, foi vergonhoso da parte dele o ataque antissemita à Marx. Porém isso só ocorreu depois dos dois romperem de vez e de uma onda de ataques virulentos contra Bakunin. Antes disso, Bakunin nunca teve problemas em ser amigo de um judeu (Marx).

Também podem citar Proudhon, e aí a coisa complica um pouco. Tanto complica que uma cacetada de anarquistas simplesmente rejeitam Proudhon, Quem não o rejeita diz que sua ideologia anarquista e seu vergonhoso antissemitismo não se misturam. Já sobre sua misoginia, é mais difícil dizer o mesmo. Tanto que a maior oposição à misoginia proudhoniana vinha justamente de um contemporâneo, o anarco-comunista Joseph Déjacque.

De qualquer forma, nenhum liberal moderado nos pede desculpas pela defesa da escravidão de Aristóteles (autor do princípio da isonomia), a misoginia de Kant ou o imperialismo e racismo de J.S.Mill. "Ah, mas eles foram produtos do seu tempo!" Sim, foram, mas então para Hans-Hermann Hoppe e Murray Rothbard, manter tais posições nos séculos XX e XXI deveria ser indiscutivelmente inaceitável! Eu espero que muitos desses jovens admiradores desses dois estejam iludidos e possam ter seus olhos abertos, pois, do contrário, é uma geração de fascistoides que temos diante de nós.”
[Cris - Anarcotiras]

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“Cê tá serto, são os microempreendedores, trabalhadores, desempregados e marginalizados os vilões da sociedade, são eles que controlam tudo e todos, pode acreditar sim abiguinho!!!”

“O mais legal é que toda a palhaçada que eles propagam já começa com a maior contradição de termos em que se possa imaginar.” (...) “É nessa hora que vemos que não existem liberais sérios no Brasil. O que existe aqui é uma direita conservadora anti-esquerda, anti-democracia, anti-progresso e anti-população, e nada mais.” [Anônimo]
 
mais de 40 por cento do orçamento ir para pagar a dívida é um absurdo.

Se esses 40% não fosse para a divida não significaria que poderíamos usa-lo...

Esse dinheiro não vem de impostos, é dinheiro de empréstimos. Nos temos uma divida para pagar e ao invés de pagarmos pegamos mais emprestado,ai esta seus 40%, para rolar a divida.

É o mesmo que eu ganha 1000 reais de salário, mas considerar que minha renda é 2000 porque tenho 1000 de limite no cheque especial.
 
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Auditoria privada da divida publica é totalmente viável e necessária. Mas não confundam com calote da divida. O estado deve pagar suas dividas. Mas depois de escândalos de corrupção em todos os partidos fica difícil confiar que a divida não foi ou é usada como meio de propina e roubar a população.

Devemos limitar o poder do estado, limitar os impostos e entender que tudo que o estado te dá ele tomou de alguém ou de você.
 
Auditoria privada da divida publica é totalmente viável e necessária. Mas não confundam com calote da divida. O estado deve pagar suas dividas. Mas depois de escândalos de corrupção em todos os partidos fica difícil confiar que a divida não foi ou é usada como meio de propina e roubar a população.

Devemos limitar o poder do estado, limitar os impostos e entender que tudo que o estado te dá ele tomou de alguém ou de você.

Do que voce sabe sobre o assunto,qual o tempo de duração dessa auditoria e suas consequências, boas e ruins?

Eu acho que deva ser feita, mas 90% dos que propõem não tem ideia sequer de 50% dos efeitos das mesmas...
 
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Auditoria privada da divida publica é totalmente viável e necessária. Mas não confundam com calote da divida. O estado deve pagar suas dividas. Mas depois de escândalos de corrupção em todos os partidos fica difícil confiar que a divida não foi ou é usada como meio de propina e roubar a população.

Devemos limitar o poder do estado, limitar os impostos e entender que tudo que o estado te dá ele tomou de alguém ou de você.

Eu sou favorável a uma auditoria cidadã da dívida.

http://www.auditoriacidada.org.br/

Tb sou contra calote. Agora se ficar provado que parte da dívida é irregular, tem que se levar a tribunal.

Devemos ampliar o poder do cidadão sobre o Estado, são os cidadãos que devem definir quais devem e quais não devem ser as prioridades do Estado. O Estado é resultado de uma correlação de forças existente na sociedade, e é dessa mesma sociedade que ele deriva, não é um ente autônomo separado. Inclusive a maior parte de corrupção que existe na administração pública decorre da relação patrimonialista dessa administração com interesses privados das grandes corporações, logo apontar como se fosse um problema exclusivamente do Estado, ignorando quem paga propina, é ingênuo no mínimo, ambos quem recebe e quem paga são corruptos.

Democratizar o Estado ampliado o poder dos cidadãos é o único caminho eficaz que conheço de diminuir corrupção. Os países que limitaram corrupção tem uma população fortemente ativa, fiscalizadora, e que coloca medo nos políticos. Reduzir cargos comissionados, substituindo por concursados, nos locais em que existe a necessidade, já é um caminho para limitar.
 
“Veem o abuso de poder e coerção no Estado, mas não percebem a coerção e o poder daqueles que possuem o poder econômico.” (...) “O poder econômico está muito mais além do que os preços dos produtos. O poder econômico induz aqueles que não possuem poder a acreditar em certas ideias e a adotar determinados comportamentos. Se hoje em dia é visível a vida medíocre e mecanizada da classe trabalhadora - que reza para que chegue o final de semana para poder, enfim, fazer algo que lhe traga felicidades, imagine numa sociedade com estado mínimo (ou sem estado, como defendem os ancaps) que não terá direitos trabalhistas. Todas as decisões vão ficar a cargo daqueles que detém o poder econômico, e se por acaso você não conseguir abrir uma empresa, trabalhar ou arrumar trabalho, você vai virar bandido (e apodrecer na cadeia) ou ser jogado nas ruas (vai levar bala, ser esfaqueado ou queimado por algum playboy, neonazista, matador de aluguel ou miliciano).” (...) “O poder “invisível” do capital usa o poder visível do Estado para reprimir greves, expulsar povos originários de suas terras, intervir militarmente em países que adotam políticas que não lhes interessam, etc. E os intelectuais das escolas e institutos liberais não enxergam a realidade? Como são dissimulados esses escritores mercenários a serviço dos burgueses!” (...) “Brasil ficou até 1930 só no “lassez-faire” e não saiu da economia rural exportadora de produtos primários.” [Anônimo]
Eu sou favorável a uma auditoria cidadã da dívida.

http://www.auditoriacidada.org.br/

Tb sou contra calote. Agora se ficar provado que parte da dívida é irregular, tem que se levar a tribunal.

Devemos ampliar o poder do cidadão sobre o Estado, são os cidadãos que devem definir quais devem e quais não devem ser as prioridades do Estado. O Estado é resultado de uma correlação de forças existente na sociedade, e é dessa mesma sociedade que ele deriva, não é um ente autônomo separado. Inclusive a maior parte de corrupção que existe na administração pública decorre da relação patrimonialista dessa administração com interesses privados das grandes corporações, logo apontar como se fosse um problema exclusivamente do Estado, ignorando quem paga propina, é ingênuo no mínimo, ambos quem recebe e quem paga são corruptos.

Democratizar o Estado ampliado o poder dos cidadãos é o único caminho eficaz que conheço de diminuir corrupção. Os países que limitaram corrupção tem uma população fortemente ativa, fiscalizadora, e que coloca medo nos políticos. Reduzir cargos comissionados, substituindo por concursados, nos locais em que existe a necessidade, já é um caminho para limitar.
Alemanha: desenvolvimento na base do “calote” e de políticas intervencionistas, por Rodrigo Souza.
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Uma breve análise da Alemanha no pós-guerra para compreender como este país conseguiu se reerguer e se tornar uma das maiores economias do mundo. Já adiantamos: não foi com o “ordoliberalismo”.

É cada vez mais comum nos debates políticos que vemos por aí a comparação de países e economias nacionais para disputar, no vale-tudo, qual ideologia fechada e dogmática explica a posição deles num ranking comparativo de um parâmetro geral. Algo estranho, quando há poucos anos a moda era falar da “globalização” e interdependência de países.

O ponto fundamental para o que vamos chamar a atenção de que muitas vezes a discussão de quem está mais certo ou errado na melhor explicação, seja da direita à esquerda, é em si um foco errado. Não apenas porque geralmente todos os lados fazem vistas-grossas ou sobrestimam determinado fator quando convêm. Essa forma de pensar, baseando-se numa “análise” superficial e apaixonada sobre o que trouxe desenvolvimento ou não para determinado país nos leva inevitavelmente ao erro e nos faz cair no campo ideológico.

Na verdade os Estados e as Economias Nacionais são elementos funcionais de um sistema maior, estão inseridos num processo maior, para o qual regiões, circunstâncias e processos variáveis são mais ou menos aproveitáveis para a dinâmica do “todo”.

Para ajudar a ficar mais claro, das possíveis formas de elucidar como o procedimento que criticamos é desfocado, vamos lidar aqui com um caso concreto e muito especialmente ilustrativo: a Alemanha.

De vez em quando vemos um grupo obscuro dizer que o motivo da recuperação econômica e retomada do desenvolvimento da Alemanha no pós-guerra foi por este país ter seguido uma ideologia de centro-direita chamada “ordoliberalismo”, que combina livre-mercado com distributivismo social. Essa afirmação é embasada em declarações de quadros do Partido Democrata Cristão, o mesmo da Angela Merkel. Mas uma figura histórica chave para a ideia dos ordoliberais é o notável economista liberal-social Ludwig Erhardt, sobre o qual falaremos mais adiante.

Esse discurso ideológico de cara ignora que a Alemanha, em termos comparativos, chegou entre os primeiros do ranking do núcleo mundial a partir da década de 70, quando o SPD, o partido social-democrata alemão, ascendeu ao governo. E quanto mais estudamos os reais fatores que reergueram a Alemanha dos escombros da Segunda Guerra Mundial, mais fica claro que os argumentos desse discurso são falsos, cuja única sustentação é um raciocínio circular, que conclui um argumento já partindo do princípio de que estava certo antes de tentar demonstrá-lo, ou seja, a velha falácia da petição de princípio.

“Calote” da dívida foi o primeiro passo dado pela a Alemanha para se reerguer.

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“A Alemanha assina o acordo em que sua dívida é perdoada. Londres, 27 de fevereiro de 1953. Foto: Arquivo Federal da Alemanha.”

Mencionamos um fato encaixando-o em uma pergunta: como o perdão da dívida alemã [1] no começo dos anos 50, equivalente a 400% do seu PIB de então, se encaixa na apologia liberal-econômica (o liberalismo político não necessariamente é econômico e vice-versa)? Os (neo)liberais sequer consideram válido o argumento da dívida odiosa e nem cogitam a possibilidade de uma auditoria da dívida pública brasileira, que dirá um “calote” equivalente 400% do PIB…

Definitivamente o primeiro passo dado pela a Alemanha para reestruturar sua economia não se encaixa na agenda (neo)liberal. Pelo contrário, é repudiado, de acordo com o princípio do “risco moral”, o qual diz que tal perdão faria o país ficar indisciplinado e irresponsável. Boa parte dessa dívida ainda era resquício da Primeira Guerra. Isso seria um “detalhe”? Algo não relevante? Numa situação bem menos grave, imagine o que os nossos (neo)liberais diriam se hoje a dívida brasileira fosse igualmente abonada em dois terços?

Até 1947 havia racionamento de alimentos e carvão na Alemanha. Sua população sofria com a pobreza, chegando a ser comum mortes causadas pela fome e pelo frio. (A Alemanha conseguiu reduzir sua pobreza apenas anos mais tarde, com a consolidação do Estado Social, principalmente por meio de suas políticas de transferência de renda [2]). Ainda no mesmo ano, diante da situação de calamidade generalizada no país, as autoridades implementaram a política chamada “Revised Level for Industrial Plan”[3], visando alavancar a metalurgia, a indústria de química e de maquinário para níveis de 1936.

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“Crianças sendo alimentadas na escola em Berlim, 22 de fevereiro de 1946. Durante os primeiros anos do pós-guerra houve racionamento de alimentos na Alemanha.”

Em 1948 a Alemanha recebeu 540 milhões de dólares em ajuda (mais de 5 bilhões de dólares em valores corrigidos [4]), um ano depois, 440 milhões, e em 1950, mais 500 milhões de dólares. Não apenas para financiar a indústria, mas também para estabilizar sua moeda. Somou-se a isto a ajuda para o fundo de compensação do Programa de Reconstrução, que era gerido em separado do orçamento alemão, e usado em empréstimos de longo prazo com juros subsidiados para médias e pequenas empresas. Foi assim que finalmente, em 1952, o país passa a ter superávit comercial.

Com esse perdão de dois terços da dívida, o PIB do país pôde dobrar em dez anos. Mesmo com o país já tendo iniciado a recuperação econômica como relatamos (mas ao contrário do que os (neo)liberais dizem, as condições de vida ainda eram miseráveis [5]), a dívida vinha se acumulando e lhe estrangulara já neste ponto.

O terço restante da dívida foi renegociado em condições plenamente favoráveis; não era mais em moedas estrangeiras, mas nacional – aliviando o peso das correções monetárias e o risco de insolvência-, juros abaixo do mercado e adaptáveis ao crescimento do PIB e as amortizações eram limitadas anualmente a 5% do valor das exportações.

Imaginem isso hoje a qualquer país “em desenvolvimento”?

A política econômica dos liberais foi um desastre e o Estado teve que retomar as rédeas da economia.

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“O economista liberal alemão Ludwig Erhardt.”

Na Alemanha o governo controlava os preços do aço e carvão, transportes e moradia, até que houve uma reforma monetária aberta formulada pelo liberal Ludwig Erhardt, que preconizava a liberalização econômica e a formação dos preços conforme o jogo de oferta e demanda do mercado. Como resultado, os comerciantes começaram a especular a partir do anúncio da reforma, estocando bens e itens para serem vendidos apenas quando a moeda estivesse mais valorizada.

A abolição do controle de preços pelo liberal Erhardt – exceto o de salários, cujo arrocho foi derrotado devido à pressão dos sindicatos – teve mais consequências: disparou a inflação devido à escassez de matérias-primas, assim como fez explodir o desemprego devido às demissões em massa por parte das empresas que quebravam com a abertura econômica. Ironicamente o governo alemão teve que adotar um procedimento antiliberal para salvar o plano econômico liberal da inflação e mercados paralelos: regular novamente a economia, a partir do início de 1948, proibindo estocagem de bens não registrados, sob peso de fortíssimas multas e cadeia.

A Alemanha volta a adotar políticas intervencionistas e usa o seu “BNDES” para investir nas empresas alemãs.

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“A sede do banco de desenvolvimento estatal KfW em Frankfurt, o “BNDES” alemão.”

Outra questão silenciada pelos defensores do livre mercado no desenvolvimento alemão, é quando o seu “herói” Konrad Adenauer (primeiro chanceler da Alemanha Ocidental, um conservador esclarecido), no começo da década de 50, desautoriza Ludwig Erhardt e retoma diversas restrições à importação – em todos os itens considerados “não essenciais” – para conter o déficit comercial. Ou seja, mais uma vez a Alemanha volta a proteger sua indústria com um forte protecionismo.

Essas medidas nos levam a alguns questionamentos. Sabendo que a circulação de capitais à época não tem resquício de sombra com a realidade dos anos 90 adiante, não havendo o acúmulo de liquidez circulando mundo afora (que começou a bombar a partir da segunda metade dos anos 70, com o dinheiro dos petrodólares), e considerando que a base produtiva alemã era nacional, dado que a base das indústrias mais importantes eram nacionais, não sendo uma ilha de indústrias estrangeiras nem paraíso fiscal, pergunta-se: de onde saiu o financiamento para os investimentos das empresas alemãs? E quanto os recursos para infraestrutura, para formar estoques, capital de giro, pesquisa, geração e transferência de tecnologia, etc.? De onde saiu o capital, sabendo então que não se deve ao “mercado de capitais” para dizer que é graças ao “livre mercado”? Como fica o discurso do capitalismo sem capital, baseado apenas no “empreendedorismo”? Querem mesmo acreditar que tudo isso foi sustentado com microcrédito?

Alguém já viu algum desses (neo)liberais exaltando a importância do BNDES? Pelo contrário, é ponto pacífico entre eles que uma instituição como essa não cabe na sua teoria, já que isso seria defender o “corporativismo”, o que, na mente deles, não é capitalismo. Pois bem, desde 1948 a Alemanha possui o seu “BNDES”, o KfW Bank [6], fundado com financiamento dos EUA via Plano Marshall [7][8], o que foi crucial para financiar as atividades produtivas alemãs (curiosidade: o BNDES fundado no Brasil também é um derivado de um programa que foi promovido pelos EUA). Assim, mais uma vez, a Alemanha optou por uma política que vai contra os princípios dos defensores do livre mercado, a qual foi fundamental e indispensável para este país se tornar uma potência econômica.

Considerações finais

Bem antes do perdão e reestruturação da dívida alemã, a economia então se recuperava graças políticas de financiamento levando em conta também critérios geopolíticos – orientados pelo plano arquitetado pelo Secretário de Estado dos EUA George Marshall. Às lideranças do Departamento de Estado dos EUA interessava que o marco alemão fosse a moeda que daria suporte ao dólar na Europa. Criaram um mercado comum para o carvão e aço alemães, a Comunidade Europeia do Carvão e Aço [9], unindo Alemanha Ocidental, França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Desde então a Alemanha passa a ser um país superavitário no comércio europeu.

Ou seja, sim, pode-se dizer que o capitalismo funcionou na Alemanha, mas jamais por via do liberalismo econômico, as reivindicações dos (neo)liberais sobre as conquistas da maior economia da Europa não cabem – e isso é algo que eles precisam aceitar e refletir a respeito. Ponto.

Mas e a moral da história? A moral da história é que Economias Nacionais não são girinos nadando autonomamente num lago não vivo onde os que se esforçam mais viram sapos. Não são átomos, como na antiga concepção do que seriam átomos (e cuja atual seria menos “atomista)”. Estados Nacionais Modernos, com sua economia nacional, são elementos funcionais do Sistema Mundial Moderno. É intelectualmente impróprio, caprichoso e infantil uma ideologia que lhes isola para analisar.

O correto, o maduro e o apropriado é começar por analisar como está a configuração do Sistema Mundial, a geopolítica e geoeconomia, como está sua dinâmica, quais são as atividades-chave por onde e como passam os circuitos e cadeias dela, como está a dinâmica do valor adicionado por zonas geográficas e qual o papel que podem representar neste todo. Daí examinar um Estado Nacional e a economia nacional.

Como se vê, o discurso que explica o desenvolvimento alemão de acordo com a lógica do “laissez faire” não tem embasamento algum e serve apenas àqueles que insistem em ver Estados e Economias de uma forma simplista.

Referências:

1. Jubilee Debt Campaign – How Europe cancelled Germany’s debt in 1953
2. Revista Espaço Acadêmico – As experiências internacionais de renda mínima na redução da pobreza
3. German History, Documents and Images – Revised Plan for Level of Industry in the Anglo-American Zones
4. US Inflation Calculator
5. DW – A dura vida dos alemães logo depois da guerra
6. KfW – Site oficial
7. Marshall Foundation – Marshall Plan 1947-1997: A German View
8. Reconstruction and West-Integration: The Impact of the Marshall Plan on Germany
9. DW – 1951: Criada a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço

Fonte: Voyager 1

“Esquerda e direita não têm nada a ver com "tamanho" de estado, galera. Para começar, Estado é o conjunto de instituições que regulam uma nação. Elas podem ser públicas ou privadas. Menos instituições públicas não é sinônimo de "menos estado". Se você tem grandes aglomerados econômicos com força suficiente pra intervir na cultura, na economia e na sociedade, mesmo que privados, isso ainda é Estado. Tanto nas ideologias tidas como de esquerda como nas de direita, você encontrará pessoas que defendem ou se opõem ao uso da máquina pública para promover transformações sociais. Isso também não tem a ver com "mais estado/menos estado" e nem necessariamente com "autoritário/libertário". Uma pessoa que de fato defenda "menos estado" é contrária a qualquer tipo de verticalização e institucionalização, seja pública ou privada. Por isso boa parte dos liberais, na prática, não defende estado mínimo, defende um estado privado. Esquerda não é sobre "mais estado". Dentro da esquerda, há correntes socialistas que defendem a tomada do estado por trabalhadores, assim como há as que defendem a superação ou destruição do Estado. Mas todas as formas de socialismo, libertárias ou não, buscam uma sociedade livre de poder institucional, que é o comunismo. Comunismo é sobre NÃO TER ESTADO. Na prática, alguns regimes que se afirmam socialistas acabam usando o estado pra manter no poder uma elite burocrática e autoritária (o que na prática funciona parecido com o corporativismo capitalista). Mais uma vez, isso não é sobre "mais" ou "menos" estado. Direita não é sobre "menos estado". Dentro da direita há correntes liberais que defendem menor intervenção da máquina pública sobre a economia, assim como há correntes mais conservadoras que defendem o corporativismo. Algumas correntes valorizam mais o individualismo sobre a coletividade, outras defendem um moralismo rígido que, na prática, viola liberdades individuais. Mas todas as formas de capitalismo, libertárias ou não, buscam uma sociedade verticalizada economicamente, com diferentes níveis centralização de poder econômico (que é poder político). Não dá pra travar discussões políticas com termos como "mais estado" ou "menos estado" como se isso fosse alinhamento ideológico. É bem mais complexo do que isso. E é importante que a gente entenda, porque na prática isso gera tensões que faz com que algumas correntes de pensamento da esquerda se pareçam mais com algumas de direita do que com o restante da esquerda. E vice-versa. Quando alguém defende impostos é chamado automaticamente de "estatista"/"estadista" sem considerar que o imposto é uma ferramenta coercitiva da máquina pública, mas o lucro é uma ferramenta coercitiva da máquina privada. O Estado é um problema, um enrosco e uma fonte de exploração. Mas é preciso amadurecer essa ideia de que só é ruim o poder privado ou só é ruim o poder "público". É ruim o poder.” [Anonymous]
 
Democratizar o Estado ampliado o poder dos cidadãos é o único caminho eficaz que conheço de diminuir corrupção. Os países que limitaram corrupção tem uma população fortemente ativa, fiscalizadora, e que coloca medo nos políticos. Reduzir cargos comissionados, substituindo por concursados, nos locais em que existe a necessidade, já é um caminho para limitar.

Ok, o que precisa ser feito ate um mendigo sabe, o que ninguem sabe ate agora é como.

O pais esta rachado, e a esquerda so sai as ruas para defender bandido ou qualquer coisa que seja pra trazer de volta os privilégios que eles tinham.
 
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Ok, o que precisa ser feito ate um mendigo sabe, o que ninguem sabe ate agora é como.

O pais esta rachado, e a esquerda so sai as ruas para defender bandido ou qualquer coisa que seja pra trazer de volta os privilégios que eles tinham.

E a direita só sai pra rua por que não gosta do PT. Ou instaurou-se a moralidade na política depois do golpe e eu não percebi?
 

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