Particularmente, a ideia de exclusividade nunca contou com a minha defesa. Sei que você não está falando de mim, mas vou aproveitar a oportunidade para comentar. Na verdade, disse em algumas oportunidades aqui no fórum -- talvez ainda à época do tópico preview de PS5 -- que entendia, pelo menos em partes, a ideia por trás da exclusividade, e essa é uma questão que corre em várias frentes.
O tempo passou e sigo pensando mais ou menos a mesma coisa, e talvez o fator da própria exclusividade esteja prestes a ser superado por uma adaptação de natureza quase sobrevivencial dentro do segmento de jogos/entretenimento/cultura pop. Foi mais ou menos nesse sentido que comentei o post quotado do
@MasterRevan800. É puro palpite, evidentemente, mas acredito que uma espécie de arranjo ou "consórcio" tomará o espaço naturalmente(?) cedido pelo modelo atual, que gira, em grande medida, ao redor da exclusividade e das opções ou vantagens que cada serviço tem a oferecer -- e que não tem necessariamente relação *apenas* com exclusividade nesse último caso.
As condições ofertadas dentro de cada plataforma podem ser facilmente traduzidas em benefícios que se manifestam das formas mais variadas possíveis, desde um simples sorteio a descontos; eventos focados em determinadas plataformas de modo que sua base seja favorecida; acordos com estúdios que trabalhem melhor a relação de seus usuários com a plataforma; qualquer coisa, enfim, capaz de fidelizar a clientela. Pensando assim, a paixão pela ideia de exclusividade passa a ser elemento acessório. Pensando assim, também, é que eu vejo uma possibilidade de um novo modelo surgindo -- e se não um novo modelo, novamente, um híbrido entre o que funciona e o que pode agregar positivamente às produtoras e plataformas.
Mas aqui é pura divagação. A gente precisa ver o que o Phil (ou quem quer que seja) tem para dizer amanhã e observar não apenas como reagirá a comunidade de Xbox, mas todos os principais agentes da indústria. A mais recente declaração do presidente da Sony dá o tom do que podemos esperar -- e, aparentemente, não faz a minha tese parecer tão inverossímil assim. Mas trocando em miúdos: o que eu acredito é que daqui para frente ambas Sony e MS serão dependentes em algum grau uma da outra.
De maneira ainda mais simples: talvez seja o momento de esquecer a ideia de exclusividade que permeia uma cadeia restrita de jogos dentro de um sistema. Em vez disso, pense na "exclusividade" dos benefícios que cada um desses sistemas pode entregar. No caso posto, exclusividade pode ainda ser uma realidade, com a diferença de que os objetos ofertados não mais serão softwares disponibizados a cada 6 ou 7 anos (i.e., jogos), mas as condições que os cercam (i.e., benefícios).