Diretor Juan José Campanella fala sobre "Colony", seriado de 10 episódios que estreia no TNT
Entre os criadores de Colony está Carlton Cuse, roteirista e produtor de Lost, série da qual vem o protagonista da nova série, Josh Holloway
Foto: TNT / Divulgação
O universo das séries de televisão é bastante íntimo do diretor Juan José Campanella, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro com o sucesso O Segredo dos Seus Olhos (2009). Desde aos anos 1990, o cineasta argentino trabalha em produções de TV tanto em seu país quanto nos EUA. Dirigiu, por exemplo, episódios de atrações badaladas como Lei e Ordem: Unidade de Vítimas Especiais e House.
Agora, Campanella está à frente, também como produtor executivo, de Colony, seriado em 10 episódios que estreou semana passada nos EUA e será exibido a partir de hoje no Brasil, todas as segundas, às 23h30min, no canal fechado TNT.
Entre os criadores de Colony está Carlton Cuse, roteirista e produtor de Lost, série da qual vem o protagonista da nova série, Josh Holloway, que encarnou Sawyer na ilha misteriosa. Ele é Will, mecânico que vive com a mulher, Katie (Sarah Wayne Callies, a Lori de The Walking Dead), e o casal de filhos em uma Los Angeles sob ocupação de um governo totalitário imposto por uma recente invasão – o primeiro episódio não esclarece se o opressor é uma força alienígena, como é possível supor.
Nessa realidade, os cidadãos vivem sob vigilância permanente e toque de recolher. Antes da invasão, Will era agente do FBI, e os governantes que colaboram com os invasores querem sua ajuda para combater os ataques da resistência que se organiza. Oferecem como troca a chance de a família recuperar seu terceiro filho, extraviado em meio ao caos e agora vivendo em uma zona proibida.
– São personagens que encaram dilemas morais, cenas de ação, de intimidade, se mostram fortes e também frágeis – disse Campanella em uma teleconferência para a imprensa latino-americana desde o México, onde passa férias.
Perguntado por ZH se a realidade distópica apresentada em Colony pode ser espelhada àquelas impostas em países da América do Sul que viveram sob a ditadura militar, o diretor respondeu:
— Eu era adolescente nessa época (entre 1976 e 1982) em que a Argentina ficou dividida entre uma realidade de aparente normalidade e outra em que ocorria, com naturalidade, algo terrível: pessoas sendo presas nas ruas e tiradas de suas casas de forma violenta. Houve muita atrocidade naquele período, e muita coisa só veio à luz com o processo de redemocratização do país. Os americanos não acreditam que isso possa ocorrer com eles, mas a violência imposta por um estado totalitário está presente em diferentes lugares do mundo. Nossa intenção em Colony é destacar isso como uma espécie de segunda leitura da trama principal.
Entre os criadores de Colony está Carlton Cuse, roteirista e produtor de Lost, série da qual vem o protagonista da nova série, Josh Holloway
Foto: TNT / Divulgação
O universo das séries de televisão é bastante íntimo do diretor Juan José Campanella, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro com o sucesso O Segredo dos Seus Olhos (2009). Desde aos anos 1990, o cineasta argentino trabalha em produções de TV tanto em seu país quanto nos EUA. Dirigiu, por exemplo, episódios de atrações badaladas como Lei e Ordem: Unidade de Vítimas Especiais e House.
Agora, Campanella está à frente, também como produtor executivo, de Colony, seriado em 10 episódios que estreou semana passada nos EUA e será exibido a partir de hoje no Brasil, todas as segundas, às 23h30min, no canal fechado TNT.
Entre os criadores de Colony está Carlton Cuse, roteirista e produtor de Lost, série da qual vem o protagonista da nova série, Josh Holloway, que encarnou Sawyer na ilha misteriosa. Ele é Will, mecânico que vive com a mulher, Katie (Sarah Wayne Callies, a Lori de The Walking Dead), e o casal de filhos em uma Los Angeles sob ocupação de um governo totalitário imposto por uma recente invasão – o primeiro episódio não esclarece se o opressor é uma força alienígena, como é possível supor.
Nessa realidade, os cidadãos vivem sob vigilância permanente e toque de recolher. Antes da invasão, Will era agente do FBI, e os governantes que colaboram com os invasores querem sua ajuda para combater os ataques da resistência que se organiza. Oferecem como troca a chance de a família recuperar seu terceiro filho, extraviado em meio ao caos e agora vivendo em uma zona proibida.
– São personagens que encaram dilemas morais, cenas de ação, de intimidade, se mostram fortes e também frágeis – disse Campanella em uma teleconferência para a imprensa latino-americana desde o México, onde passa férias.
Perguntado por ZH se a realidade distópica apresentada em Colony pode ser espelhada àquelas impostas em países da América do Sul que viveram sob a ditadura militar, o diretor respondeu:
— Eu era adolescente nessa época (entre 1976 e 1982) em que a Argentina ficou dividida entre uma realidade de aparente normalidade e outra em que ocorria, com naturalidade, algo terrível: pessoas sendo presas nas ruas e tiradas de suas casas de forma violenta. Houve muita atrocidade naquele período, e muita coisa só veio à luz com o processo de redemocratização do país. Os americanos não acreditam que isso possa ocorrer com eles, mas a violência imposta por um estado totalitário está presente em diferentes lugares do mundo. Nossa intenção em Colony é destacar isso como uma espécie de segunda leitura da trama principal.