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Stauffenberg: A história do coronel alemão que tentou assasinar Hitler

carraro

know-it-all Member
Registrado
Já que está saindo nos cinemas um filme que conta a Operação Valkíria, resolvi criar um tópico contando a história de Stauffenberg, representado no cinema por Tom Cruise (até que os dois são parecidos). Por isso, é um texto meio longo.

"Um coronel do Exército alemão entra no quartel-general de Hitler, coloca uma bomba a menos de dois metros do Führer e retira-se. Uma explosão, chamas, gritos. Foi assassinado Hitier?

O eminente especialista da história do Terceiro Reich, o jornalista norte americano William L. Shirer, analisa as fases do atentado de 20 de julho de 1944, explicando as razões do seu fracasso."

Fonte: Segunda Guerra Mundial, seleções Readers Digest, livro 3


Claus Schenk Graf von Stauffenberg
Nascimento: 15 de Novembro de 1907
Falecimento: 21 de Julho de 1944


Stauffenberg era um homem de uma largueza de espírito rara num militar de carreira. Nasceu em 1907 e descendia de uma velha familia aristocrática do sul da Alemanha, profundamente católica e muito culta. Dotado de magnífica saúde fisica e, segundo todos os que o conheceram, de beleza impressionante, Klaus von Stauffenberg adquiriu um espírito brilhante, curioso e admiravelmente equilibrado. Durante algum tempo acariciou a idéia de dedicar-se à música, depois à arquitetura; mas, aos dezenove anos, entrou como cadete no exército e, em 1936, foi admitido na Escola de Guerra de Berlim. Monárquico de coração, como a maioria dos homens da sua classe, não se opôs, naquele tempo, ao regime nacional-socialista. Foram, ao que parece, os pogroms de 1938 que semearam no seu espírito as primeiras dúvidas, as quais aumentaram quando viu o Führer, no verão de 1939, empurrar a Alemanha para uma guerra que poderia ser longa, terrivelmente custosa em vidas humanas, e, finalmente, perdida.

Não obstante, quando chegou a guerra, atirou-se a ela com a sua caracteristica energia. Mas, na Rússia, Stauffenberg perdeu as últimas ilusões sobre o Terceiro Reich.

O inútil desastre de Stalingrado fê-lo cair doente. Imediatamente depois, em fevereiro de 1943, pediu para ser enviado à frente da Tunísia. Mas a 7 de abril o seu automóvel foi pelos ares num campo de minas e Stauffenberg ficou gravemente ferido. Perdeu o olho esquerdo, a mão direita e dois dedos da mão esquerda. Durante sua convalescença teve tempo de refletir, e chegou à conclusão de que, apesar de mutilado, tinha uma missão a cumprir.

"Creio que devo fazer alguma coisa para salvar a Alemanha" - disse à sua mulher, a Condessa Nina, mãe dos seus quatro filhos, que fora vê-lo no hospital. - "Nós, oficiais do Alto Estado-Maior, temos todos que assumir nossa parcela de responsabilidade."

Em fins de setembro de 1943 estava de regresso a Berlim, no Comando-Geral do exército. Comegou a exercitar-se imediatamente, servindo-se de pinças, para por em funcionamento uma bomba inglesa da Abwehr com os três dedos da mão que lhe restava. Fez mais ainda. Sua dinâmica personalidade, a clareza da sua inteligência, seu profundo catolicismo e seu notável talento de organizador infundiram aos conspiradores uma nova vida e uma determinação maior.

Os conspiradores não tinham nas suas fileiras qualquer marechal da ativa. Fez-se uma proposta ao Marechal Von Rundstedt, que comandava as tropas do setor ocidental, mas ele recusou-se a faltar ao juramento de fidelidade ao Führer. O brilhante mas oportunista Marechal Von Manstein deu idêntica resposta.

Tal era a situação em princípios de 1944, quando um marechal, muito ativo e muito popular, prestou ouvidos aos conspiradores, sem que Stauffenberg o soubesse de inicio. Era Rommel e a sua participagdo na conjura contra Hitler surpreendeu imenso os chefes da resistência. Mas, na França, Rommel tinha-se dedicado a freqüentar dois dos seus velhos amigos, o General Von Falkenhausen, governador militar da Bélgica e do Norte da França, e o General Karl Heinrich von Stülpnagel, governador militar da França. Estes dois generais já faziam parte da conspiração anti-hitlerista e, pouco a pouco, puseram-se ao corrente das suas atividades nesse terreno. Depois de algumas hesitações, Rommel aceitou:

"Creio - disse-Ihes -, que é meu dever ir em socorro da Alemanha."

E agora que se aproximava o verão decisivo de 1944, os conspiradores compreendiam a necessidade de atuar com urgência. 0 Exército russo estava quase nas fronteiras da Alemanha, os Aliados preparavam-se para langar uma operação de grande envergadura nas costas francesas do canal; na Itália, a resistbncia alemã caia por terra. Se queriam obter uma paz qualquer, que evitasse A Alemanha esmagamento e ruína totais, precisavam desembaraçar-se o mais depressa possível de Hitler e do regime nazista.

Em Berlim, Stauffenberg e seus conjurados tinham, enfirn, os planos prontos. Reuniram-nos sob o nome convencional de "Valkiria", termo apropriado, já que as valquírias são, segundo a mitologia nórdica, formosas mas terrívels jovens, que pairam sobre os campos de batalha para elegerem os que devern morrer. No caso presente, era Adolf Hitler quem devia desaparecer. Não deixa de ser irônico que o Almirante Canaris, antes de cair em desgraça, desse ao Führer a idéia de um Plano Valkiria, destinado a garantir, pelo exército do interior, a seguranga de Berlim e das restantes grandes cidades, no caso de uma insurreição dos milhões de trabalhadores estrangeiros que viviam maltratados nestes centros. Tal insurreição era muito improvável - na realidade era impossível -, pois os trabalhadores não estavam armados nem organizados; mas o Führer, muito desconfiado naquela época, via o perigo espreitar por todos os lados e, como quase todos os soldados válidos estavam ausentes do país, fosse na frente, fosse nos territórios ocupados, aceitou facilmente a idéia de que o exéreito do interior garantisse a seguranga do Reich contra as hordas dos trabalhadores forçados. Deste modo, a Operação Valkiria chegou a ser uma verdadeira cobertura para os conspiradores militares, permitindo-thes elaborar quase à luz do dia planos para que o exército do interior cercasse a capital e algumas cidades como Viena, Munique e Colônia, no próprio momento em que Hitler fosse assassinado.

Em Berlim, a principal dificuldade residia no fato de que dispunham de muito poucas tropas e as formações SS eram muito mais numerosas. Havia também número considerável de unidades da Luftwaffe no próprio interior da cidade e nos arredores, que serviam as defesas antiaéreas. Estas tropas, a não ser que o exército agisse rapidamente, continuariam fiéis a Goering e lutariam por salvar o regime nazista e colocá-lo sob a autoridade do seu chefe, mesmo se Hitler tivesse morrido.

Frente a força das SS e das tropas da aviação, Stauffenberg só contava com a rapidez das operações para assegurar o controle da capital. As duas primeiras horas seriam as mais críticas. Neste breve espaço de tempo, as tropas sublevadas deveriam ocupar e defender a central da rádio nacional e as duas emissoras da cidade, as centrais telegráficas e telefônicas, a Chancelaria do Reich, os ministérios e os quartéis-generais da Gestapo. Goebbels, o único alto dignitário nazista que raramente saía de Berlim, deveria ser preso com os oficiais SS. Logo que Hitler tivesse morrido, seu quartel-general de Rastenburg seria isolado da Alemanha, para que nem Goering, nem Himmier, nem qualquer dos generais nazistas, como Keitel e Jodl, pudessem tomar o comando e tentassem incorporar a polícia ou as tropas num regime nazista onde só o chefe tivesse mudado. O General Fellgiebel, chefe das transmissões, cujo gabinete se encontrava no quartel-general, encarregou-se desta missão. Os planos, pois, estavam prontos.

Em fins de junho, os conspiradores tiveram uma cartada a seu favor. Stauffenberg foi promovido a coronel e nomeado chefe do Estado-Maior do General Fromm, comandante-chefe do exército do interior. Este posto não só lhe fornecia a possibilidade de dar ordens àquele exército em nome de Fromm, como ainda the permitia aproximar-se de Hitler: Este último, com efeito, adquirira o costume de convocar o chefe do exército do interior, ou o ajudante, para seu quartel-general, duas ou três vezes por semana, para lhe pedir novos reforços destinados às divisões dizimadas que lutavam na frente russa. Stauffenberg pensava fazer explodir a bomba numa destas entrevistas.

Na tarde de 19 de julho, Hitler convocou Stauffenberg para Rastenburg. Devia fazer seu relatório durante a primeira conferência quotidiana, que teria lugar no quartel-general do Führer, no dia seguinte, 20 de julho, A uma da tarde. Os oficiais que ocupavam os postos mais importantes na guarnição de Berlim e arredores foram avisados de que 20 de julho seria "Der Tag", o grande dia.

Pouco depois das 6h da cálida e ensolarada manhã de 20 de julho de 1944, o Coronel Stauffenberg, acompanhado do seu ajudante, o Tenente Von Haeften, dirigiu-se para Rangsdorf, o aeroporto de Berlim. Na pasta completamente cheia, entre os documentos e envolvida numa camisa, levava uma bomba com detonador retardado. O aparelho levantou voo e, pouco depois das 10h, aterrissaria em Rastenburg. Haetten deu ordem ao piloto para que estivesse preparado para decolar, de regresso, a qualquer momento depots do meio-dia.

Uma viatura do Estado-Maior conduziu o grupo ao quartel-general de Wolfsschanze (Toca do Lobo), situado num rincão sombrio, úmido e cheio de bosques, da Prússia Oriental.

Não se tornava fácil entrar nem sair dali, observou Stauffenberg. O quartel-general era composto de três recintos, protegidos cada um deles por campos de minas, redutos de concreto e arame farpado eletrificado; noite e dia faziam ronda patrulhas de fanáticos SS. Para entrar no seu interior, severamente guardado, onde vivia e trabalhava Hitler, até o general de maior graduação tinha que apresentar um salvo-conduto especial, válido para uma só visita e sofrer uma inspeção individual. Não obstante, franquearam facilmente os três controles.

Stauffenberg foi imediatamente ver o General Fellgiebel, chefe das transmissões no OKW, um dos eixos principais da conjura, para assegurar-se de que o general estava disposto a transmitir sem demora as notícias, do atentado aos conspiradores de Berlim, com o objetivo de entrarem imediatamente em ação. Nesse momento Fellgiebel isolaria o quartel-general do Führer, cortando todas as comunicações telefônicas, telegráficas e radiofônicas. Ninguém se encontrava mais capacitado para fazê-lo do que o chefe da rede de comunicações do OKW, e os conjurados estavam muito satisfeitos por tê-lo conquistado para sua causa. Era indispensável ao êxito da conspiração.

Depois, Stauffenberg dirigiu-se para o departamento do Keitel, pendurou o chapéu e o cinturão na antecâmara e entrou no gabinete do chefe do OKW. Soube, por ele, que seria necessário atuar ainda mais rapidamente do que o previsto. Passava já do meio-dia quando Keitel o informou de que Mussolini chegava no trem das 2h 30min da tarde, e que a reunião diária do F0hrer seria antecipada: teria lugar As 12h 30min em vez da l h, como habltualmente.

Stauffenberg fez a Keitel o resumo daquilo que se propunha dizer a Hitler; e, ao final da sua exposição, notou que o chefe do OKW olhava para o relógio com impaciência. Alguns minutos antes das 12h 30min, Keitel levantou-se dizendo terem que se dirigir imediatamente à conferência, para não chegarem atrasados. Saíram do gabinete; Stauffenberg, porém, com o pretexto do que se esquecera do chapéu e do cinturão na antecâmara, deu rapidamente meia volta, antes de Keitel ter tempo para mandar o ajudante buscá-los.

Na antecâmara, Stauffenberg abriu com rapidez a pasta, tirou uma pinça com os três dedos de que dispunha e arrancou a cápsula. Se não se verificasse uma nova falha no mecanismo, exatamente dez minutos depois a bomba explodiria.

Keitel, tão brutal com os subordinados como adulador com os superiores, irritou-se com este atraso e voltou-se, gritando a Stauffenberg que se apressasse.

No entanto, como Keitel temia, chegaram atrasados. A conferência já começara. No momento em que Keitel e Stauffenberg entravam no barracão, o segundo parou um instante no vestíbulo, para dizer ao sargento encarregado da central telefônica que esperava uma chamada urgente de Berlim, do seu gabinete, do qual tinham que lhe transmitir uma informacão absolutamente necessária para o seu relatório (isto disse ele para que Keitel ouvisse). Portanto, era preciso avisá-lo logo que telefonassem.

Os dois homens entraram na sala. Haviam já decorrido quatro minutos depois do instante em que Stauffenberg arrancara a cápsula. Restavam seis minutos. O local era relativamente pequeno, de uns 9 metros por 4,50 e tinha dez janelas, inteiramente abertas para renovação do ar. Todas aquelas janelas escancaradas iriam reduzir sem dúvida o efeito da explosão. No meio do compartimento havia uma mesa oval, de 5 metros por 1,50, de carvalho maciço. Esta mesa possuía a particularidade de não estar sustenta sobre pés, mas sim sobre dois socos grandes e pesados, colocados nos extremos, quase largos como ela. Este pormenor influiria notavelmente no desenrolar dos acontecimentos.

Quando Stauffenberg penetrou no compartimento, Hitler estava sentado ao centro, do mais comprido da mesa, de costas para a porta. À sua direita, encontravam-se o General Heusinger, chefe de operações e chefe de
Estado-Maior adjunto do exército, o General Korten, chefe do Estado-Maior do Ar, e o Coronel Heinz Brandt, chefe do Estado-Maior de Heusinger. Keitel sentou-se à esquerda do Führer; ao seu lado, ficou o General Jodl. Havia, A volta da mesa, mais dezoito oficiais, dos três exércitos da SS.

Stauffenberg sentou-se entre Korten e Brandt, A direita do Führer. Pôs sua pasta no chão e empurrou-a por baixo da mesa, apoiando-a contra a parede "interna" do pesado suporte de madeira. Encontrava-se deste modo, a cerca de dois metros das pernas do Führer. Eram 12h 37min. Restavam ainda cinco minutos. Heusinger continuou a falar, referindo-se constantemente ao mapa aberto sobre a mesa.

Quando Stauffenberg saiu do compartimento, parece que ninguém se apercebeu do fato, talvez com exceção do Coronel Brandt. Este oficial, absorto no que dizia Heusinger, inclinou-se para a mesa com a intenção de ver melhor o mapa e sentiu que a volumosa pasta de Stauffenberg lhe dificultava os movimentos; tentou afastá-la com os pés e, por fim, apanhando-a pela alça, levantou-a e encostou-a ao lado "exterior" do pesado suporte da mesa, o qual se interpunha agora entre a bomba e Hitler. Este pormenor insignificante salvou provavelmente a vida do Führer, à custa da do próprio Brandt.

"Os russos, concluía Heusinger, dirigem-se com forças importantes para o norte, a partir do oeste do Duina. Se o nosso grupo de exércitos que opera em redor do Lago Peipus não se retira imediatamente, uma catástrofe..."

Não pôde acabar a frase: nesse momento exato, 12h 42min, a bomba explodiu.


Staufenberg estava a 200 metros dali, na companhia do General Fellgiebel, diante da mesa de trabalho deste, no Bunker 88; enquanto passavam lentamente os segundos, seu olhar girava rapidamente do seu relógio para o barracão onde se realizava a conferência. Viu-o ir pelos ares; chamas e fumaça se eleva ram rugindo - contou depois - como se tivesse sido atingido em cheio por um projétil de 155. Sairam corpos projetados pelas janelas e voavam escombros pelos ares. Na imaginação excitada de Stauffenberg, todos os que se encontravarn na sala de conferências deviam estar mortos ou moribundos. Lançou um rápido adeus a Fellgiebel que devia telefonar para os conspiradores de Berlim, anunciando-Ihes que o atentado fora coroado de êxito e, depois, cortar todas as comunicações até que os conspiradores se apoderassern de Berlim, proclamando o novo governo.

Stauffenberg tinha agora por objetivo imediato sair do quartel-general com vida e o mais depressa possível. Nos postos de vigilância, as sentinelas haviam visto e ouvido a explosão e tinham fechado imediatamente todas as saídas. Na primeira barreira, situada a alguns metros do Bunker de Fellgiebel, fizeram parar o carro de Stauffenberg. Este apeou e pediu para falar com o oficial de serviço do corpo da guarda. Na sua presença, telefonou para alguém (ignora-se para quem), falou rapidamente, desligou o telefone e, voltando-se para o oficial, disse: "Tenente, estou autorizado a sair."

Era um blefe, mas deu resultado; e, segundo parece, depois de ter anotado cuidadosamente no livro de registro: '12h m4min.", o Coronel Stauffenberg atravessou o controle e o tenente ordenou aos controles seguintes que o deixassem passar.

A toda a velocidade, o automóvel dirigiu-se para o aeródromo, cujo comandante ainda não havia recebido o alarme. O piloto tinha já posto o motor em marcha quando os dois homens chegaram ao campo de aviação. Um minuto depois, o avido decolava. Passava pouco da 1h da tarde. As três horas seguintes devem ter parecido a Stauffenberg as mais longas da sua vida. Naquele avião nada mais podia fazer do que ter a esperança de que Fellgiebel houvesse transmitido para Berlim o importantissimo aviso e que os seus camaradas de conspiração se tivessem apoderado da cidade e enviado as mensagens, previamente redigidas, aos comandantes militares em funções na Alemanha e no Oeste.

O avião aterrissou em Rangsdorf As 3h 45 min; e Stauffenberg, cheio de confiança, precipitou-se para o telefone mais próximo, tentando entrar em contato com o General Olbricht e saber exatamente o que acontecera no decurso daquelas três horas, das quais tudo dependia. Com grande consternação, soube que nada se fizera. Imediatamente depois da explosão, haviam recebido uma chamada telefônica de Fellgiebel, mas estava-se ouvindo tão mal que os conspiradores não perceberam se Hitler morrera ou não. Em vista disso, nada fora feito.

Mas Hitler não morrera, ao contrário do que supunha Stauffenberg. Salvara-o, sem o suspeitar, o Coronel Brandt, ao deslocar a pasta de Stauffenberg para o outro lado do soco da mesa. Suas feridas não eram graves, embora se encontrasse fortemente traumatizado. Como uma testemunha diria mais tarde, estava quase irreconhecível quando saiu do edificio destroçado e em chamas, pelo braço de Keitel, com o rosto enegrecido, o cabelo fumegante e o casaco feito em pedaços. Keitel, milagrosamente salvo, ficou ileso. Mas, em sua maior parte, os que se encontravam sentados no extremo da mesa, perto do lugar onde a bomba explodiu, estavam gravemente feridos; só Brandt morrera.

Na confusão e no alvoroço reinantes, ninguém se lembrou, a princípio, de que Stauffenberg escapulira da sala de conferências pouco antes da explosão. Acreditou-se, nos primeiros momentos, que estava no barracão e devia figurar entre as vítimas mais gravemente feridas, transportadas rapidamente para o hospital. Hitler - que ainda não suspeitava dele - ordenou que se pedissem informações ao hospital.

Cerca de duas horas depois da explosão, comegaram a ser conhecidos indícios suspeitos. O sargento encarregado do telefone apresentou-se, para declarar que o "coronel zarolho" lhe dissera esperar por uma chamada de Berlim, saíra da sala de conferencias e, sem esperar por esta comunicação, abandonara o barracão a toda a pressa.

Alguns oficiais presentes à conferência lembraram-se de que Stauffenberg deixara a pasta sob a mesa. Nos postos de controle, as sentinelas revelaram que Stauffenberg e seu ajudante haviam saído do campo imediatamente depois da explosão.

Hitler começou a suspeitar. Uma chamada telefônica para o aeroporto de Rastenburg trouxe uma informação interessante: Stauffenberg tomara o avião precipitadamente pouco depois da 1h da tarde, indicando como destino o aeroporto de Rangsdorf. Até esse momento ninguém suspeitara no quartel-general que em Berliin estavam-se desenrolando graves acontecimentos. Todos pensavam que Stauffenberg agira sozinho. Não seria difícil prendê-lo, a não ser que, como alguns suspeitavam, tivesse aterrissado por trás da frente russa. Hitler, que mostrou muita serenidade durante todo o tempo, tinha outra preocupação imediata, a de receber Mussolini, cuja chegada estava prevista para as 4h da tarde, por ter-se atrasado o trem.

Cena estranha e grotesca a desse último encontro entre os dois ditadores, naquela tarde de 20 de julho de 1944, contemplando as ruínas da sala de conferências e procurando persuadir-se que o Eixo que haviam forjado e que dominara o continente não estava também em ruínas. Aquele Duce, anteriormente tão altivo, aquele homem que gostava de pavonear-se, já não era mais do que um simples Gauleiter da Lombardia, evadido da prisão com a ajuda dos sicários nazistas e apoiado por Hitler e pela SS. No entanto, a amizade e a estima que o Führer sentia por ele nunca foram desmentidas e recebeu-o com todo o entusiasmo que o seu estado físico lhe permitia.

Pelas 5h começaram a chegar as primeiras informações de Berlim, indicando que eclodira uma sublevação militar, a qual possivelmente se estenderia à frente do Oeste. Hitler agarrou o telefone e ordenou à SS de Berlim que exterminasse até o menor suspeito.

Esta rebelião de Berlim, preparada tão meticulosamente e durante tanto tempo, iniciou-se com muita lentidão. Entre 1h 15min e 3h 5min nada se fez. Enquando o General Thiele foi avisar os conspiradores de que as emissoras de rádio iam difundir a notícia de que Hítler escapara a um atentado, não lhes ocorreu ainda que a primeira coisa a fazer - e com toda urgência - era apoderarem-se da emissora acional, impedir os nazistas de se servirem ela e difundir suas próprias proclamações anunciando a formação de um novo governo.

Em vez de se ocupar imediatamente disto, Stauffenberg telefonou para o quartel-general o Von Stülpnagel, para que os conspiradores entrassem em ação em Paris; depois, tentou convencer o seu superior, o General Fromm - a quem Keitel acabava de comunicar que Hitler estava vivo - cuja obstinada negativa em unir-se aos rebeldes ameaçava seriamente comprometer o êxito da empresa. Depois de violenta discussão, o General Fromm foi preso no gabinete do seu ajudante. Os rebeldes tomaram a precaução de cortar os fios telefônicos desse setor do edifício.

Pouco depois das 4h da tarde e com os connjurados finalmente em ação, depois do regresso de Stauffenberg, o General Von Hase, já comandava a praça de Berlim, telefonou ao comandante do batalhão selecionado da guarda Grossdeutschland, em Doeberitz, para lhe ordenar que tivesse preparada a sua unidade que se apresentasse imediatamente na Kommandantur da Avenida Unter den Linden. O comandante do batalhão, recentemente nomeado, chamava-se Otto Remer e ia desempenhar um papel primordial naquela jogada, embora não aquela que os conjurados esperavam. Estes tinham-no sondado, visto irem confiar ao seu batalhão uma missão muito importante; mas contentaram-se com saber que era um militar sem opiniões políticas e portanto executaria sem discutir as ordens que lhe dessem os superiores.

Remer alertou seu batalhão, de acordo com as instruções recebidas e dirigiu-se apressadamente a Berlim para receber as ordens particulares de Hase. O general anunciou-lhe o assassínio de Hitler, a iminência de um putsch SS e deu-lhe instruções para isolar totalmente os ministérios da Wilhelmstrasse e o Departamento Central de Segurança SS situado no mesmo setor, no bairro da Estação de Anhalt. Às 5h 30min, Remer, agindo com grande rapidez, já cumprira sua missão e apresentou-se na Kommandantur para receber novas instruções.

Mas, no Ministério da Propaganda, Goebbels acabava de receber uma chamada telefônica de Hitler, informando-lhe do atentado de que fora vítima e ordenando-lhe que difundisse o mais cedo possível um comunicado anunciando que esse golpe havia fracassado. Nesse mesmo momento apercebeu-se de que as tropas se colocavam à volta do ministério. Goebbels chamou imediatamente Remer. Assim, enquanto os conspiradores se punham em contato com os generais disseminados por toda a Europa, Goebbels, pelo seu lado, chamava o homem que, apesar da sua modesta posição na hierarquia militar, tinha então uma importância decisiva.

Remer, entretanto, recebera ordem para prender o ministro da Propaganda. Deste modo, o ministro facilitara-lhe a tarefa, ao pedir-lhe que o fosse ver. Remer foi com vinte homens ao Ministério da Propaganda e, em seguida, de revólver em punho, ele e seu ajudante entraram no gabinete do mais alto dignitário nazista que se encontrava então em Berlim, para o prender.

Goebbels sabia enfrentar as situações críticas; lembrou ao jovem comandante o juramento de fidelidade que prestara a Hitler. Remer retorquiu, secamente, que Hitler morrera. GoebbeIs respondeu-lhe que o Führer estava vivo e bem vivo, pois acabava de falar com ele pelo telefone, o que podia demonstrar. Pediu uma chamada telefônica urgente para Rastenburg. O erro cometido pelos conspiradores, de não se terem apoderado da rede telefônica de Berlim, ia conduzi-los ao desastre. Um minuto decorrido, Hitler atendia pessoalmente a chamada. Goebbeis estendeu o aparelho a Remer: "Reconhece minha voz?", perguntou o senhor da guerra. Quem não reconheceria na Alemanha aquela voz rouca, ouvida centenas de vezes pelo rádio? Dizem que o comandante, ao escutá-la, se pôs instantaneamente na posição de sentido. Hitler ordenou-lhe que reprimisse a rebelião e obedecesse unicamente às ordens de Goebbels e Himmier, este último enviado a Berlím para assumir o comando do exército do interior. O Führer promoveu Remer ao posto de coronel.


Isto foi o suficiente. Remer tinha recebido ordens do seu superior e apressou-se a executá-las com uma energia que os conspiradores não possuíam. Retirou seu batalhão da Wilhelmstrasse, ocupou a Kommandantur da Unter den Linden, enviou patrulhas com a missão de deterem as unidades que podiam estar em marcha sobre a capital e encarregou-se pessoalmente de descobrir o quartel-general dos conjurados, para prender seus chefes.

Começava o último ato. Pouco depois das 9h da noite, os conspiradores, defraudados nas suas esperanças, ouviram estupefatos pelo rádio que o Führer se dirigiria ao povo alemão nessa mesma noite. Alguns minutos depois, tomavam conhecimento de que o General Von Hase - que comandava o setor de Berlim fora preso; e que o general nazista Reinecke, apoiado pela SS, se pusera à frente de todas as tropas de Berlim para assaltar o posto de comando dos revoltosos, situado na Bendlerstrasse.

A enérgica ação empreendida imediatamente em Rastenburg, a rápida reação de Goebbels, a mobilização da SS em Berlim, fato devido em grande parte ao sangue-frio de Otto Skorzeny, a confusão e a inação incríveis dos rebeldes da Bendlerstrasse fizeram com que grande número de oficiais, prestes a unirem sua sorte à dos conjurados, mudassem de opinião.


Cêrca das 8h da noite, depois de quatro horas de reclusão no gabinete do seu ajudante, o General Fromm pediu que o autorizassem a retirar-se para seu próprio gabinete, no andar inferior. Deu sua palavra de honra de que não tentaria fugir nem estabelecer contato com o exterior. O General Hoepner acedeu ao pedido e, além disso, como Fromm se queixasse de sentir fome e sede, fez com que lhe levassem sanduíches e uma garrafa de vinho. Pouco antes, haviam chegado três generais do Estado-Maior que se tinham unido a unir-se à rebelião e solicitaram consentimento para falar com o seu chefe. Inexplicavelmente, foram conduzidos à presença dele, embora continuasse preso. Fromm disse-lhes imediatamente que havia uma pequena porta de saída na parte posterior do edifício e, faltando à palavra dada a Hoepner, ordenou aos generais que partissem em busca de reforços, se apoderassem do edifício e reprimissem a revolta. Os generais assim fizeram.

Mas já um grupo de oficiais do Estado-Maior de Olbricht começara a farejar que a rebelião caminhava para o fracasso - e compreenderam que, se tal fracasso se desse, todos seriam enforcados sem que tivessem tempo para virar a casaca. As 10h 30min da noite, estes oficiais pediram para falar com o General Olbricht. Queriam saber exatamente o que ele e seus amigos pensavam fazer. O general respondeu-lhes e foram-se embora sem discutir. Vinte minutos mais tarde, voltaram a apresentar-se seis ou oito dentre eles, e, com as armas na mão, pediram mais explicações. Quando Stauffenberg acorreu, prenderam-no. Como tentasse escapar, pulando para o corredor, dispararam sobre ele, ferindo-o num braço. Depois, cercaram a parte do edifício que servira de quartel-general aos conspiradores. Beck, Hoepner, Olbricht, Stauffenberg, Haeften e Mertz foram empurrados para o gabinete vazio de Fromm, onde este não tardou a aparecer, empunhando um revólver.

- Muito bem, senhores - disse. vou tratá-los como me trataram.

Mas não o fez.

- Agora,

- Deponham as armas! - ordenou. - Estão presos.

O senhor não se atreverá a prender seu antigo chefe - respondeu tranqüilamente Beck, levando a mão ao revólver.

- Isto é assunto meu.

Beck apertou o gatilho para se suicidar. Mas a bala só lhe roçou a cabeça. Caiu sobre uma poltrona, sangrando ligeiramente.

- Ajudem esse velho! - ordenou Fromm a dois jovens oficiais; mas, quando quiseram tirar-lhe o revólver, Beck protestou, pedindo que lhe dessem outra oportunidade. Fromm consentiu.

Depois, voltando-se para os outros conspiradores, disse-lhes:

- Senhores, se querem escrever alguma carta, concedo-lhes ainda uns minutos.

Olbricht e Hoepner sentaram-se para escrever palavras de despedida, dirigidas às suas espôsas. Stauffenberg, Mertz, Haeften e os restantes permaneceram em silêncio. Fromm saiu do compartimento.


Voltou passados cinco minutos para anunciar que, "em nome do Führer", constituíra um tribunal militar (não mais existe prova de que o tenha feito) e que este condenara à morte o coronel do Alto Estado-Maior, Mertz, o General Olbricht "esse coronel de cujo nome não quero lembrar-me" (Stauffenberg) e o Tenente Haeften. Os dois generais, Olbricht e Hoepner, estavam ainda ocupados, escrevendo às suas mulheres. O General Beck jazia na poltrona com o rosto manchado de sangue.

- Então, senhores! - disse Fromm, dirigindo-se a Olbricht e Hoepner. - Estão prontos?

Hoepner e Olbricht puseram fim às suas cartas. Beck - que começava a recuperar os sentidos - pediu outro revólver. Levaram dali Stauffenberg e os outros três condenados; Fromm disse a Hoepner que os seguisse.

No pátio, à luz dos faróis de um veículo militar, os quatro oficiais foram rapidamente fuzilados por um pelotão de execução. Stauffenberg morreu gritando: "Viva nossa sagrada Alemanha!"


Passava da meia-noite. A única revolução importante verificada contra Hitler, nos onze anos e meio decorridos, desde o advento do Terceiro Reich, fora sufocada em onze horas e meia. Skorzeny chegou à Bendlerstrasse, à frente de um grupo de SS, proibindo imediatamente que se procedesse a novas execuções. (Como bom polícia, queria submeter os conspiradores à tortura, para conhecer as ramificações da revolta.) Algemou os presos, mandando-os para a prisão da Gestapo e ordenou que fossem recolhidos e guardados todos os papéis que os conspiradores não houvessem destruido. Himmler, chegado a Berlim pouco antes, estabelecera temporariamente seu quartel-general no ministério de Goebbeis e telefonou a Hitler anunciando-lhe que a rebelião fora reprimida. Na Prússia Oriental um caminhão-rádio rodava a toda a velocidade pela Estrada de Konigsberg a Rastenburg, para que o Führer pronunciasse ao microfone a mensagem que o Deutschlandsender anunciava incessantemente desde as nove horas:

"Camaradas alemães!

Se hoje me dirijo a todos, é para que ouçam a minha voz e saibam que não estou ferido e também para que tomem conhecimento de que acaba de cometer-se um crime sem precedentes na História.

Uma camarilha de militares ambiciosos, irrefletidos, estúpidos e insensatos, urdiu uma conspiração destinado a eliminar-me e, comigo, o Estado-Maior do Alto Comando do Wehrmacht. A bomba, colocada pelo Coronel Conde Stauffenberg, explodiu a dois metros de mim, ferindo gravemente vários dos meus fiéis e leais colaboradores, e matando um deles. Eu sofri apenas alguns arranhões, contusões e queimaduras superficiais. Este acontecimento para mim a confirmaçdo do missão que me confiou a Providência ...

Os conspiradores formam apenas um pequeno grupo que não represento a Wehrmacht e muito menos o povo alemão. Trata-se de uma quadrilha de criminosos e todos serão exterminados implacavelmente.

Conseqüentemente, ordeno às autoridades militares que não obedeçam às ordens desses impostores.

Tratá-los-emos da mesma forma como, no nacional-socialismo, sempre tratamos os nossos inimigos."

Hitler cumpriu a palavra. Uma vaga de horríveis perseguições assolou o pais. O Tribuna! do Povo manteve-se em sessão permanente durante seis meses. Foram executadas cerca de 5.000 pessoas, quase sempre com terríveis requintes de crueldade. A execução, na forca, dos principais conspiradores, foi filmada. Goeb-]bels, segundo se diz, temendo desmaiar perante aquelas imagens atrozes, tapou os olhos durante a projeção.

Rommel foi o único, dentre todos os cons¬]piradores, que teve direito a tratamento especial. Hitler, apesar do seu furor, tinha perfeita consciência de que a prisão do mais popular dos seus marechais causaria agitação e mal-estar no país.

A 14 de outubro, dois generais, Burgdorf e Maisel, foram procurar Rommel, que convalescia em sua casa de Herrlingen, do grave ferimento sofrido na Normandia.

Uma hora depois, o marechal foi ter com sua mulher.
"Ao entrar no quarto — contou esta última — notei-lhe uma expressão tão estranha e tão terrível que exclamei: "Que aconteceu? Lançou-me longo olhar e proferiu estas palavras: — "Vim dizer-te adeus. Dentro de um quarto de hora estarei morto... Suspeitam que tomei parte na tentativa de assassinio contra Hitler... O Fuhrer deixa à minha escolha o veneno e o julgamento pelo Tribunal do Povo. Trouxeram o veneno. Dizem que fará efeito em três segundos... Não temo ser julgado publicamente, pois posso justificar todos os meus atos. Mas sei que não chegarei vivo a Berlim. Por outro lado, nunca aceitarei morrer na forca por ordem de um homem como Hitler." Escolhendo o suicí¬io, Rommel sabia que sua mulher e seu filho seriam poupados. Um quarto de hora depois, deixara de existir.

O exército curvou a cabeça. Seus novos chefes, o Marechal Von Rundstedt e o General Guderlan, nomeado chefe do Alto Estado-Maior da Wehrmacht, cederam perante a tirania. O mais surpreendente é que o conflito armado iria durar mais de dez meses ainda, depois do atentado, e isto por única vontade de Hitler. Jactan-do-se de possuir armas milagrosas, organizando recrutamentos a toda a pressa, incorporando às fileiras dos Volksgrenadiere (soldados da guarda nacional) crianças e velhos, conseguiu reanimar os brios da nação e do exército, obtendo algumas vitórias no Oeste.

Assim, em setembro de 1944, os alemães repeliram um ataque de surpresa dos Aliados à Holanda. Montgomery recebera o encargo de levar a cabo esta operação. Tratava-se de cortar a Holanda em duas partes, a fim de se apoderar das rampas de lançamento das V-2, causa de tantos estragos na Inglaterra, e de isolar as forças inimigas situadas a oeste do país. Uma divisão britânica e duas divisões norte ameri¬canas atiraram-se em pára-quedas com a mis¬são de conquistarem diferentes pontos estratégicos: Arnhem no Baixo Reno, Nimega no Waal e Grave no Mosa.

Simultaneamente, três divisoes britânicas deviam partir do Canal Mosa-Escalda e juntar-se em Arnhem às tropas aero-tranaportadas. O mau tempo e a má sorte - os alemães descobriram o plano do ataque dentro de um planador derrubado, a um número considerável de pára-quedistas desceram em meio a duas divisões SS — conjuraram-se contra os ingleses. O inimigo transformou em carne picada os pára-quedistas, chamados "diabos vermelhos", que não receberam reforços, nem viveres, nem munições. Depois de dez dias de encarniçados combates as torças terrestres voltaram para a margem sul do Reno. A operação fracassara.

Eisenhower viu nisso uma prova da que se aproximavam batalhas muito difíceis. Em breve seus receios se confirmaram. Os Aliados progrediam penosamente, reorganizando as vias da comunicação na retaguarda: mas, quanto mais avançavam, mais endurecia a resistência dos alemães. Por fim, na mente de Hitler, forjara-se um novo plano.

Por que não repetir a façanha de 1940, abrindo caminho através das Ardenas? Suas tropas poderiam então atravessar o Mosa, tomar Antuérpia e talvez chegar até ao mar, cortando deste modo em duas as forças aliadas. Olvidava, porém, que as condições de 1940 já não existiam: agora, tinha que se haver com um inimigo poderoso a organizado que, além do mais, combatia em duas frentes.

E, no Leste, Guderian esperava uma ofensiva russa em Janeiro. A partir da Conferência de Teerã, o Exército russo avançara a passo da gigante: em dezembro, encontrava-se no Vístula, na Polônia e na Hungria, na margem do Danúbio. Estando em jogo a última cartada, não valeria mais fazer o impossível para suster o avanço soviético, muito mais perigoso do ponto de vista político para a futura sorte da Alemanha? Mas como podia esperar-se que Hitler aceitasse um argumento deste gênero? Hitler pensava que o Terceiro Reich viveria mil anos! Pôr isto em dúvida era uma traição. Uma vez ainda, só restava a solução de obedecer aos caprichos e delírios do Führer.

FOTOS:










Sala onde a bomba foi colocada
 
tentei ler o máximo q dava, mas tá muito longo, talvez venha a terminar de ler nos proximos dias hehehe no mais, interessante!!
 
Tambem tentei ler, mas gosto muito desse assunto, ate assisti o filme em espanhol :fun:
Uma pena não terem conseguido matar o Hitler...
Fiquei impressionado no filme como era protegido o bunker do Hitler, quero ver algum aliado conseguir achar o local...
 
Quando estiver de boa vou ler o texto.
 
muito interessante ! preciso ver o filme tb !
 
ja assisti o filme.. recomendo pois é muito bom!!
 
Vou ler quando chegar em casa.

Filme bom também é "Der Untergang" no Brasil ficou "A Queda - As Últimas Horas de Hitler"

Filme alemão, boa alternativa para quem quer ver algo além de hollywood.

Esse ator é ótimo !

Cenas do filme no Youtube:​
 
tentei ler tb o máximo que conseguiria mais é um pouco grande.
quando eu tiver mais tempo, lerei.
Esse filme que o Nai postou é mto bom, tinha muitas coisas que eu não sabia e que acabei descobrindo quando vi esse filme. Recomendo.
 
Tambem tentei ler, mas gosto muito desse assunto, ate assisti o filme em espanhol :fun:
Uma pena não terem conseguido matar o Hitler...
Fiquei impressionado no filme como era protegido o bunker do Hitler, quero ver algum aliado conseguir achar o local...

Não dá pra dizer o que teria acontecido se Hitler tivesse sido morto na ocasião, realmente não sei se seria bom ou ruim.

Esse filme tá na minha lista faz tempo, vou assistir com certeza.
 
[Wolverine];4284922 disse:
Não dá pra dizer o que teria acontecido se Hitler tivesse sido morto na ocasião, realmente não sei se seria bom ou ruim.

Esse filme tá na minha lista faz tempo, vou assistir com certeza.

Provavelmente outro tão doido quanto tomaria o lugar.

Poderia ser pior, melhor ou igual.

Como disse, não dá pra dizer.
 
Um tão lunático e com o dom de discurso\persuasão dele, duvido que teria outro.

Mas já que a m*** já estava feita, também duvido que parariam, talvez até se dessem melhor já que Hitler era meio obsecado com alguns objetivos e deixava a razão de lado na hora der ordenar ataques.

Anyway, esse ai aconteceu, mas assisti no History acho, sobre uma tentativa de matar ele com um franco atirado nos alpes Suiços, um atirador britânico. Esse aconteceu?
 
Provavelmente outro tão doido quanto tomaria o lugar.

Poderia ser pior, melhor ou igual.

Como disse, não dá pra dizer.


Bem, mas alemanha naquela epoca ja estava no inicio do fim, estava com a russia e a aliança a ponto de invadir ele, alguns meses depois...
 
Provavelmente outro tão doido quanto tomaria o lugar.

Poderia ser pior, melhor ou igual.

Como disse, não dá pra dizer.

Talvez entrasse um tão doido quanto e o pior, sem o conhecimento de Hitler.

Não dá pra negar, mesmo sendo um tremendo F.D.P., Hitler foi uma mente brilhante.
 
O atentado de 20 de julho foi o último de 15 conhecidas tentativas dos alemães de assassinato a Adolf Hitler mas depois de 9 meses com Berlim cercada, Hitler se suicidou... muito fácil pra ele... covarde
 
Vou ler quando chegar em casa.

Filme bom também é "Der Untergang" no Brasil ficou "A Queda - As Últimas Horas de Hitler"

Filme alemão, boa alternativa para quem quer ver algo além de hollywood.

Esse ator é ótimo !

Cenas do filme no Youtube:​
Esse filme se não me engano foi um dos primeiros a usar uma técnica de efeitos especiais 3d q deixa o autor com a cara e movimentos idênticos ao dos personagens, nesse caso o Hitle.

Esse ator é totalmente diferente do q vc está vendo, assim como muitos no filme. Os rostos e os movimentos são os mais reais possíveis, e são capturados de imagens e filmes reais .

passou no discovery uma vez mostrando como foi feito esse filme.
 
Eu acho que, se Hitler tivesse sido morto no atentado e o golpe tivesse dado certo, a guerra apenas terminaria mais cedo. A Alemanha já estava em ruínas, a guerra já estava perdida, porém muitos se salvariam, não haveria uma Dresden, uma Ardennes, por exemplo. Acho muito difícil, impossível que, como pensavam alguns militares alemães que queriam salvar seu país, eles conseguirem formar uma aliança com a Inglaterra/EUA para defender a Alemanha da invasão soviética, ou até se engajarem todos numa nova luta, contra o comunismo. Os crimes praticadosa até então, as tentativas falhas de conseguir uma paz, e a própria aliança "estranha" entre a Europa ocidental capitalista e a URSS comunista contra o nazismo, eu acho que só fazeriam acontecer uma rendição incondicional e uma ocupação do país, como na Primeira Guerra Mundial. Pelo menos não haveria tanta destruição e mortes de civis como foram as batalhas em solo alemão. E eu não vejo nenhum dos maiores nazistas (Goebbels, Goering, Himmler) que conseguisse ocupar o lugar do morto, e provavelmente estes também seriam isolados e depois presos.

O atentado de 20 de julho foi o último de 15 conhecidas tentativas dos alemães de assassinato a Adolf Hitler mas depois de 9 meses com Berlim cercada, Hitler se suicidou... muito fácil pra ele... covarde

Bah, não sabia que já havia acontecido tantos atentados. Vou ter que dar uma procurada.

Anyway, esse ai aconteceu, mas assisti no History acho, sobre uma tentativa de matar ele com um franco atirado nos alpes Suiços, um atirador britânico. Esse aconteceu?
Acho que é essa: Operação Foxley:

http://www.adrenaline.com.br/forum/geral/137754-operacao-foxley-plano-britanico-matar-hitler.html

Parece que não aconteceu.
 
Um outra tentativa - essa de sequestro, famosa que eu conheço foi a operação EAGLE, planejada pela Abwehr de Himmler contra Churchill, por um grupo de para-quedistas alemães, vestindo uniforme polonês e armas britãnicas (que conseguiam interceptando a ajuda britãnica à Resistência francesa), em novembro de 1943, quando descobriram a data e o local (Norfolk) onde o estadista britãnico iria passar um final de semana na costa descansando (e pintando, que era um de seus hobbyes). O grupo, de 13 soldadps, era comandados pelo "Herr Oberst" Kurt Steiner.

Eles conseguiram pousar em território britânico (quando Himmler recebeu o comunicado de que "a águia pousou"), conseguiram se passar por soldados poloneses treinando próximo ao local onde Churchill descansava (na verdade, parece que ele não estava na região eeheheh), e só foram descobertos porque aconteceu um acidente numa roda d'agua, onde eu acho que uma menina do vilarejo caiu, e um dos Fallschirmjäger foi ajudar e se feriu (acho até que morreu), quando a população local viu o uniforme alemão debaixo do polonês - os alemães tinham pedido para usarem o uniforme alemão na batalha. Os 13 soldados e Kurt Steiner foram mortos e enterrados num cemitério de uma igreja.

O escritor Jack Higgins, acabou se deparando com a lápide onde dizia "Aqui jazem o tenente coronel Kurt Steiner e treze para-quedistas alemães, mortos em combate no dia 06 de novembro de 1943". Ficou curioso, pesquisou o assunto, e acabou escrevendo o livro "A águia pousou". É uma ficção, segundo ele 50% historicamente documentada. Eu tenho o livro, é muito bom, o cara escreve muito bem. Saiu até um filme com o mesmo nome, mas o filme eu achei ruim.

Interesante na história desse Kurt Steiner é que, depois dele e seus comandados sobreviverem a um recuo terrível na Rússia, ele foi mandado diretamente para receber uma condecoração de Hitler pessoalmente na Alemanha. No caminho, na estação de trem de Varsóvia, ele e seus homens viram um alto oficial alemão batendo numa garota judia, defenderam ela, houve confusão, e, de um encontro com Hitler e uma medalha, foram direto para uma unidade de reclusão numa ilha se não me engano no canal da mancha, onde montavam literalmente em torpedos, direcionavam em navios, e antes da explosão, pulavam fora. Dali retiraram eles e seus homens (os que haviam sobrevivido) para fazer aquela missão.
 
eu li tudo! :eek:

mas eu ja sabia..ehehe ja conhecia...sou fã do assunto geral da wwII.

Agora, de boa... uma coisa que vejo muita gente falar e é um erro.. HITLER era o demonio e blablabla.. ELE matou os judeus e blablabla.... ele pode até ter mandado e etc...

mas a maioria do povo alemão da epoca alem do exercito e etc apoiava este. Lavagem cerebral em massa pra milhões e milhões é balela.

Tem até mesmo um documentario da History Channel... ja de uns bons anos atras, que entrevistam varios alemães da epoca (uns 20 pelo menos)....e um ou dois apenas falam que na epoca eram contra e tals. A outra parte, alguns dizem que na epoca parecia ser bom para a alemanha, outros dizem que o idealismo era certo, mas que varias pessoas do comando que acabaram por "poluir" este, e assim virou o holocausto...e etc.

Sempre vejo isso... Hitler era X, Y, Z....mas ninguem fala do povo alemão em si que apoiou este...
 
Um outra tentativa - essa de sequestro, famosa que eu conheço foi a operação EAGLE, planejada pela Abwehr de Himmler contra Churchill, por um grupo de para-quedistas alemães, vestindo uniforme polonês e armas britãnicas (que conseguiam interceptando a ajuda britãnica à Resistência francesa), em novembro de 1943, quando descobriram a data e o local (Norfolk) onde o estadista britãnico iria passar um final de semana na costa descansando (e pintando, que era um de seus hobbyes). O grupo, de 13 soldadps, era comandados pelo "Herr Oberst" Kurt Steiner.

Eles conseguiram pousar em território britânico (quando Himmler recebeu o comunicado de que "a águia pousou"), conseguiram se passar por soldados poloneses treinando próximo ao local onde Churchill descansava (na verdade, parece que ele não estava na região eeheheh), e só foram descobertos porque aconteceu um acidente numa roda d'agua, onde eu acho que uma menina do vilarejo caiu, e um dos Fallschirmjäger foi ajudar e se feriu (acho até que morreu), quando a população local viu o uniforme alemão debaixo do polonês - os alemães tinham pedido para usarem o uniforme alemão na batalha. Os 13 soldados e Kurt Steiner foram mortos e enterrados num cemitério de uma igreja.

O escritor Jack Higgins, acabou se deparando com a lápide onde dizia "Aqui jazem o tenente coronel Kurt Steiner e treze para-quedistas alemães, mortos em combate no dia 06 de novembro de 1943". Ficou curioso, pesquisou o assunto, e acabou escrevendo o livro "A águia pousou". É uma ficção, segundo ele 50% historicamente documentada. Eu tenho o livro, é muito bom, o cara escreve muito bem. Saiu até um filme com o mesmo nome, mas o filme eu achei ruim.

Interesante na história desse Kurt Steiner é que, depois dele e seus comandados sobreviverem a um recuo terrível na Rússia, ele foi mandado diretamente para receber uma condecoração de Hitler pessoalmente na Alemanha. No caminho, na estação de trem de Varsóvia, ele e seus homens viram um alto oficial alemão batendo numa garota judia, defenderam ela, houve confusão, e, de um encontro com Hitler e uma medalha, foram direto para uma unidade de reclusão numa ilha se não me engano no canal da mancha, onde montavam literalmente em torpedos, direcionavam em navios, e antes da explosão, pulavam fora. Dali retiraram eles e seus homens (os que haviam sobrevivido) para fazer aquela missão.


muito legal nao sabia disso tb !

ja li o livro (excelente por sinal) mas ainda nao vi o filme

curioso nesses fatos da guerra e que nos piores momentos presenciamos que ainda ha "humanos" , entretanto percebo que em todas nunca houve um motivo que fosse ao menos 10% plausivel para tanta matança , nem nas da antiguidade nem nas mais atuais , sempre o foco e economico com alguma desculpa religiosa ou "democratica" e sempre os ignorantes lutam por seu "pais" sem saberem realmente o cunho da empreitada !

triste ver como os homens podem ser tao estupidos e mediocres !
 

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