Pois é manolos, mas não somente uma "tirada" do site do ar... eles
fecharam o site e estão prendendo funcionários nos EUA, Nova Zelandia e Austrália.
Adeus Mega
http://gigadicas.com/emo/bye2.gif
[video=youtube;o0Wvn-9BXVc]http://www.youtube.com/watch?v=o0Wvn-9BXVc[/video]
E é aqui que a coisa fica… acinzentada. O vídeo acima, com diversos artistas manifestando expressamente seu apoio ao “vilão” MegaUpload, foi alvo de ataques promovidos pelo Universal Music Group, que tratou de tirá-lo do ar de onde e como pode. Nisso, o MegaUpload foi à justiça, nos Estados Unidos, pedir explicações e tentar salvar a peça. No mínimo, tal movimentação deve ter enfurecido muita gente da RIAA, que já não devia estar muito contente com a ação do site, um dos mais visitados do mundo.
Quem tem o osso não quer largá-lo e quem controla a indústria da música nos EUA está vendo o seu ser tomado na marra, faz tempo. Por que não tiraram o MegaUpload antes? Por que outros sites sabidamente piratas não foram afetados? Teria o Megabox algo a ver com essa investida violenta? A ida à justiça para cobrar explicações sobre a caça às bruxas feita à Mega Song? Outro site a receber ataques da Universal é o Grooveshark, também fortemente baseado na pirataria, mas ao mesmo tempo dono de um sistema de promoção de cantores novatos interessante. Mera coincidência apenas os dois estarem na mira da gravadora?
Derrubaram algo perigoso para o modelo tradicional e confortável — só aos executivos das gravadoras — antes dele nascer e, talvez mais importante, decretaram um precedente para sites de hospedagem e compartilhamento de arquivos do gênero, o sistema que praticamente sucedeu o peer-to-peer clássico (Napster, KaZaA, eMule) na disseminação de arquivos ilegais via Internet. Spotify e outros serviços de streaming mostram que é possível lucrar dentro da lei com música digital barata, gratuita até, mas eles têm suas restrições, muitas perto do “baixar e descompactar” oferecido por MegaUpload e similares.
—THE PIRATE BAY, (K)2012
INTERNETS, 18 de janeiro de 2012
Há mais de um século, Thomas Edison conseguiu a patente para um aparelho que faria “para olho o que o fonógrafo fazer para o ouvido”. Ele o chamou de cinetoscópio [Kinetoscope]. Ele não foi apenas o primeiro a gravar vídeo, mas foi também a primeira pessoa a ser dono do copyright de um filme cinematográfico.
Por causa das patentes de Edison para filmes cinematográficos, quase foi financeiramente impossível criar filmes de cinema na costa oeste norte-americana. Os estúdios de cinema, assim, mudaram para a Califórnia e fundaram o que hoje chamamos de Hollywood. A principal razão é que ali não haviam patentes.
Não havia também nada de copyright, então os estúdios podiam copiar velhas histórias e fazer filmes a partir delas – como Fantasia, um dos maiores hits da história da Disney.
Portanto, toda a base dessa indústria, que está hoje aos gritos sobre perda de controle sobre direitos não-materiais, é que eles driblaram direitos não-materiais. Eles copiaram (ou, de acordo com sua terminologia,”roubaram”) as obras criativas de outras pessoas sem pagar por isso. Eles o fizeram para obter grandes lucros. Hoje, eles são todos bem-sucedidos e a maior parte dos estúdios está na lista da Fortune das 500 empresas mais ricas do mundo. Parabéns – está tudo baseado em ser capaz de
reutilizar criações de outras pessoas. E hoje eles detém os direitos das criações de outras pessoas. Se você quer lançar alguma coisa, você tem que seguir as regras deles. As regras que eles criaram depois de driblar as regras de outras pessoas.
A razão pela qual eles estão sempre reclamando dos “piratas” hoje é simples. Nós fizemos o que eles fizeram. Nós driblamos as regras que eles criaram e criamos as nossas próprias. Nós esmagamos o seu monopólio ao dar às pessoas algo mais eficiente. Nós permitimos que as pessoas tenham comunicação direta entre si, driblando o intermediário lucrativo, que em alguns casos levar mais que 107% dos lucros (sim, você paga para trabalhar para eles).
Tudo se baseia no fato de que representamos competição.
Provamos que a forma atual como existem não é mais necessária. Somos simplesmente do que eles são.
E a parte engraçado é que as nossas regras são muito similares às ideias que fundaram os EUA. Lutamos pela liberdade de expressão. Enxergamos as pessoas como iguais. Acreditamos que o público, não a elite, deveria governar a nação. Acreditamos que leis deveriam ser criadas para servir o público, não corporações ricas.
O Pirate Bay é uma comunidade verdadeiramente interacional. Nossa equipe está espalhada por todo o globo – mas ficamos fora dos EUA. Temos raízes suecas e um amigo sueco nos disse isso:
A palavra SOPA significa “lixo” em sueco. A palavra PIPA significa “um cano” em sueco. É claro que isso não é coincidência. Eles querem tornar a internet um cano de mão única. Eles por cima empurrando lixo cano abaixo para o resto de nós, consumidores obedientes.
A opinião pública nesse assunto é clara. Pergunte a qualquer um na rua e você vai descobrir que ninguém quer ser alimentado com lixo. Por que o governo americano quer que o povo americano seja alimentado com lixo foge à nossa compreensão, mas esperamos que você o impeça, antes que afoguemos todos.
A Sopa não pode fazer nada para brecar o Pirate Bay. Na pior das hipóteses, mudaremos o domínio principal: do atual .org para uma das centenas de nomes que também já usamos. Em países onde estamos bloqueados (os nomes China e Arábia Saudita são os primeiros que vêm à cabeça), eles bloqueiam centenas de nomes de domínios nossos. E adianta? Não muito.
Para consertar o “problema da pirataria” deveria se ir à raiz do problema. A indústria do entretenimento diz que eles estão criando “cultura”, mas o que eles realmente fazem é vender coisas como bonecas caríssimas e fazer meninas de 11 anos se tornar anoréxicas. Seja de trabalhar nas fábricas que criam as bonecas por praticamente salário nenhum, seja por assistir filmes e programas de TV que as fazem pensar que são gordas.
No grande jogo de computador de Sid Meiers, Civilization, você pode construir maravilhas do mundo. Um dos mais poderosos é Hollywood. Com ele, você controla toda a cultura e mídia do mundo. Rupert Murdoch ficou feliz com MySpace e não via problemas com sua própria pirataria até seu fracasso. Agora ele reclama que o Google é a maior fonte de pirataria do mundo — porque ele está com ciúmes. Ele deseja manter seu controle mental sobre as pessoas e está claro que você consegue um visão mais honesta das coisas na Wikipedia e no Google do que na Fox News.
Alguns dos fatos (anos, datas) nesse texto estão provavelmente erradas. O motivo é que não podemos acessar essas informações quando a Wikipedia está fora do ar. Por causa da pressão de nossos rivais decadentes. Pedimos desculpas por isso.