Apesar das diversas críticas apontando vários defeitos, fui ver no cinema, pois este tipo de filme merece tela grande.
Eu concordei com as creíticas. É um recorte muito limitado, e pior, baseado nas cartas que o próprio Napoleão deixou pra Josefina, então é óbvio que acaba sendo um filme de Napoleão segundo o próprio Napoleão, óbvio que isso é muitio ruim no contexto histórico geral, por ser algo 100% com viés do próprio sujeito. Imaginem um filme sobre Hitler baseado em cartas ou escritos ou discursos do próprio HItler ou seu livro Mein Kampf, claro que tudo estará distorcido, enviesado.
Por outro lado, temos a visão de mundo e sentimentos do próprio Napoleão em primeira mão.
Então, tem que ter em mente que é a visão do próprio personagem histórico, pelo menos esse corte que foi pro cinema. Fica a esperança da versão estendida que vai ser liberada ano que vem ampliar isso.
Também pesquisei algumas das passagens históricas, e tem coisa bem imprecisa ali, mas aí não sei se é por causa do que Napoleão escrevei nas cartas ou se o diretor que é que tomou liberdades artísticas demais. EU penso que em filme histórico a liberdade artística pode ser usada para levantar questões provocativas, ambíguas, mal documentadas, e etc, mas nunca para distorcer os fatos históricos. Não dá pra fazer um filme sobre Hitler por exemplo dizendo que a invasão da Polônia foi comandada militarmente por ele, porque não foi, Hitler só começou a interferir no comando de seus generais na invasão da Rússia. Ou então, você pode fazer uma realidade alternativa como Tarantino fez em Bastardos Inglórios ou Era uma Vez em Hollywood, mas aí todo mundo sabe que é ficção pura.
Tendo isso em mente, ainda assim acho um bom/razoável filme, merece ser visto no cinema , apesar do excesso de tons frios e escuros. mas o diretor perdeu a oportunidade de fazer um ótimo filme, errou a mão.
Pena que Kubrick nunca conseguiu fazer o seu Napoleão, quem sabe ele acertaria. Aliás, o roteiro de Kucrick está disponível na internet.