A espiral decadente da Grécia

Matéria da Info money? Quando alguém posta carta capital aqui não vale...

Mises vale?

Resumindo o artigo:
O modelo de bem-estar social keynesiano só "funciona" em estados que já possuem os cofres cheios uma vez que tal sistema gera um gasto público deficitário. Com isso se cria um ciclo, ciclo onde se acumula muito para em seguida gastar muito e logo depois, ser necessário acumular muito novamente. Por último, conclui que a implantação de tal política em um país em circunstâncias diferentes(cofres vazios) dos encontrados nas nações nórdicas seria desastroso, uma vez que para se gastar teria que se gerar antes.
Agora sobre keynesianismo e socialismo, é muito simples.
São dois regimes políticos muito interessados em gastar o dinheiro dos outros de forma extravagante.
 
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Mises vale?

Resumindo o artigo:
O modelo de bem-estar social keynesiano só "funciona" em estados que já possuem os cofres cheios uma vez que tal sistema gera um gasto público deficitário. Com isso se cria um ciclo, ciclo onde se acumula muito para em seguida gastar muito e logo depois, ser necessário acumular muito novamente. Por último, conclui que a implantação de tal política em um país em circunstâncias diferentes(cofres vazios) dos encontrados nas nações nórdicas seria desastroso, uma vez que para se gastar teria que se gerar antes.
Agora sobre keynesianismo e socialismo, é muito simples.
São dois regimes políticos muito interessados em gastar o dinheiro dos outros de forma extravagante.

Mises vale claro, assim como um economista esquecido durante décadas que jamais foi uma sombra ao pai da Macroeconomia, Keynes, é sempre bom ver seus novos discípulos sendo refutados como o original era. Por sinal esse texto nem deve ser do Mises pois o dito cujo passou dessa para uma pior em 1973 (https://pt.wikipedia.org/wiki/Ludwig_von_Mises), os países Nórdicos só passaram a ter destaque em IDH, PIB per capita e outros indicadores bem mais recentemente, década de 90 em diante. Provavelmente o texto deve ser do Hayek que era melhorzinho mas menos raivoso, por isso nem sempre tão lembrado pelo pessoal da escola austríaca.
Voltando ao mérito, é óbvio que esse pressuposto está equivocado. Todos os países que ascenderam no cenário econômico nos últimos anos assim o fizeram com forte investimento estatal. Sejam os tigres asiáticos como a Coréia do Sul que investiu pesadamente em educação, tecnologia e indústria de uma maneira geral, concedendo benefícios fiscais aos produtores e exportadores como a Samsung ou seja pelo regime Chinês que também efetuou grandes investimentos em educação, tecnologia, infraestrutura etc. Enquanto os países que crescem investem em indústria e tecnologia de ponta o Brasil investe em agro e carne podre como vemos agora novamente. Abre o seu mercado para eletro-eletrônicos de todos os lados seguindo o mantra liberal do FMI, não investe nada em educação que vai de mal a pior. O que acontece, a indústria brasileira patina, está com valores abaixo de 2011. Se não fosse a agroindústria estaria pior, pena que esta é dependente de preços internacionais e demanda externa, o mundo entra em crise, preços desabam, demanda desaba e diferente de indústria a agro possui produtos perecíveis. Quando a coisa vai mal, acaba indo muito mal mesmo, nem pode estocar por muito tempo. Entretanto ainda existem economistas liberais que acreditam na velha teoria das vantagens comparativas e seu blá blá blá. Segundo eles países como o Brasil deveriam só exportar minerais e produtos agropecuários. Patético.
 
https://www.dinheirovivo.pt/internacional/recessao-grega-tres-vezes-mais-destrutiva-que-em-portugal/

"A riqueza líquida das famílias gregas, de acordo com o Banco da Grécia, caiu 40% entre 2009 e 2017 em resultado das medidas de austeridades impostas pelo Governo de Atenas, desde cortes salariais na Função Pública ao aumento de impostos e cortes nas pensões. O PIB per capita caiu perto de 14% entre 2010 e 2017, enquanto em Portugal não foi além de 5,8% durante os anos da recessão."

O Brasil escolheu seu caminho, como o governo Temer mais reformas, mais cortes e menos direitos para aposentados e trabalhadores vem por ai com Bolsonaro e Paulo Guedes.
Proposta de crescimento pra economia? A mesma da Grécia, botar as contas públicas em dia e depois esperar que os empresários com regras de semi-escravidão criem empregos. Mas quem vai consumir com tanto endividamento e empobrecimento?
 
Como possivelmente as famílias gregas e o país como um todo estariam menos pobres se as medidas não fossem adotadas?
Mostre-nos como os aumentos contínuos dos gastos do governo poderia passar mais confiança aos empreendedores, bem como atrair capital estrangeiro, uma vez que para isso, o governo precisaria regular e taxar mais o setor produtivo para aumentar sua renda.
Relacione o fato do País ter dado o calote no FMI, defendido pelo próprio primeiro ministro Tsipras, que é uma espécie de Haddad grego, e ainda assim as condições não terem melhorado. Também seria legal explicar como a economia grega não estaria um caos caso o governo não fosse resgatado várias vezes, considerando que se eles não tivessem emprestado, também não haveria dinheiro com qual pagar seus aposentados e servidores, e portanto, leve em consideração estes dois cenários à imaginar. No primeiro eles não aceitam dinheiro da união europeia,tendo que assim diminuir os rendimentos de todos seus funcionários nominalmente, como também foi feito na realidade com ajuda da união e ainda assim as contas não fecharam. E no segundo cenário, saem do bloco europeu, voltam a operar em Dracma e repassam a queda salarial em inflação, no maior estilo Bolivariano, onde os salários só aumentam, na mesma proporção da queda de seu poder de compra.


Caso não o faça, continuo aqui acreditando na correlação causal. Uma vez que todo país que adota medidas austeras já se encontram fiscal e economicamente em frangalhos previamente.
 
"Keynes o pai da economia..."
:risos:

==

O Brasil caminha a passos largos para o mesmo buraco em que a Grécia se encontra, se o Bolsonaro e o congresso não deixarem o Paulo Guedes trabalhar, pode ter certeza que demorará mais tempo para sairmos do buraco (isso se conseguirmos, pois se o governo Bolsonaro for um fracasso é capaz da Huelândia eleger um Ciro Gomes da vida e atolar ainda mais o país).

Creio que o primeiro ano será decisivo, tudo dependerá da reforma da previdência. Paulo Guedes já falou que é essencial: mudar o regime de repartição para o de capitalização, unificar aposentadorias privadas com as públicas, alterar a idade mínima, criar uma regra de transição, cortar os privilégios dos servidores públicos...

Aguardemos.
 
Como possivelmente as famílias gregas e o país como um todo estariam menos pobres se as medidas não fossem adotadas?
Mostre-nos como os aumentos contínuos dos gastos do governo poderia passar mais confiança aos empreendedores, bem como atrair capital estrangeiro, uma vez que para isso, o governo precisaria regular e taxar mais o setor produtivo para aumentar sua renda.
Relacione o fato do País ter dado o calote no FMI, defendido pelo próprio primeiro ministro Tsipras, que é uma espécie de Haddad grego, e ainda assim as condições não terem melhorado. Também seria legal explicar como a economia grega não estaria um caos caso o governo não fosse resgatado várias vezes, considerando que se eles não tivessem emprestado, também não haveria dinheiro com qual pagar seus aposentados e servidores, e portanto, leve em consideração estes dois cenários à imaginar. No primeiro eles não aceitam dinheiro da união europeia,tendo que assim diminuir os rendimentos de todos seus funcionários nominalmente, como também foi feito na realidade com ajuda da união e ainda assim as contas não fecharam. E no segundo cenário, saem do bloco europeu, voltam a operar em Dracma e repassam a queda salarial em inflação, no maior estilo Bolivariano, onde os salários só aumentam, na mesma proporção da queda de seu poder de compra.


Caso não o faça, continuo aqui acreditando na correlação causal. Uma vez que todo país que adota medidas austeras já se encontram fiscal e economicamente em frangalhos previamente.

É só ver a situação da Islândia que estava quebrada e foi para exatamente o lado oposto do receituário do FMI. Hoje está muito melhor do que a Grécia...
Por falar em receituário do FMI, privatizações que geram péssimos serviços e redução de custos que levam a tragédia temos hoje o exemplo da Vale e de Brumadinho. Mas cortar custos é bom... Por exemplo, a boate Kiss também cortou custos com extintores e saídas de emergência...


EDIT: Só para ilustrar, deixo uma reportagem de O Globo, sobre a recuperação da Islândia. Mesmo um meio de comunicação com viés pró-mercado teve que se render ao sucesso das políticas contra o "receituário do FMI".

https://oglobo.globo.com/economia/i...economia-dez-anos-apos-crise-mundial-23053093


 
"Keynes o pai da economia..."
:risos:

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O Brasil caminha a passos largos para o mesmo buraco em que a Grécia se encontra, se o Bolsonaro e o congresso não deixarem o Paulo Guedes trabalhar, pode ter certeza que demorará mais tempo para sairmos do buraco (isso se conseguirmos, pois se o governo Bolsonaro for um fracasso é capaz da Huelândia eleger um Ciro Gomes da vida e atolar ainda mais o país).

Creio que o primeiro ano será decisivo, tudo dependerá da reforma da previdência. Paulo Guedes já falou que é essencial: mudar o regime de repartição para o de capitalização, unificar aposentadorias privadas com as públicas, alterar a idade mínima, criar uma regra de transição, cortar os privilégios dos servidores públicos...

Aguardemos.
Mudar o regime de repartição para capitalização? Loucura do Paulo Guedes, vemos a miséria que houve no Chile depois da quebra dos planos de previdência. Milhares de velhos indigentes na rua, parece até o Brasil.
 
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privatizações que geram péssimos serviços e redução de custos que levam a tragédia temos hoje o exemplo da Vale e de Brumadinho. Mas cortar custos é bom... Por exemplo, a boate Kiss também cortou custos com extintores e saídas de emergência...

Já eu acho que o problema de verdade é o fato do grande pai O Estado não garantir que vai exercer com rigor seu poder de polícia...isso cabe tanto à boate quanto a Vale...
Quanto a privatizações em si, esquecer exemplos como Telebras favorece o discurso...

"Mas a atividade da Telebras não colocava em risco a vida de terceiros hurr durr"

Realmente não colocava, apenas custava muito pra quem podia ter e escolhia muito bem quem podia ter...vai saber quantas pessoas deixaram de ter atendimento médico ou policial por não ter uma linha telefônica em casa.

Voltando a Brumadinho, privatização sem abertura do mercado dá nisso aí, uma empresa se tornando "essencial" ao ponto de que se for pesadamente responsabilizada vai trazer mais perdas ainda. Em um país sério, onde a exploração mineral depende de uma quantidade maior de atuantes, uma empresa que desse causa a uma tragédia como essa seria proibida de atuar, fechada, teria os bens leiloados e todos os seus sócios/proprietários com poder de decisão já estariam presos.

Mudar o regime de repartição para capitalização? Loucura do Paulo Guedes

Não tenho os detalhes da proposta, até porque não tem proposta pública e detalhada, mas juridicamente falando, quem já tem direito adquirido estará fora do bolo, o estado(eu e vocês) teria que continuar bancando os aposentados e quem já cumpriu os requisitos...traduzindo, esses não seriam jogados na rua...os que recebem sem ter contribuído sairiam da previdência e passariam para a assistência social, que é de fato o lugar deles.
No final é só especulação.
 
Não sei como qualquer pessoa de qualquer espectro politico pode ser CONTRA a capitalização. Cara! Não estamos falando de assistência social, estamos falando de aposentadoria.
Você contribui parte da sua renda, sua renda gera rendimentos, pra quando você aposentar você colher os frutos desse rendimento. Aí vem o "inteligente" e diz que no Chile não deu certo. Deu sim. O negocio é que o Chile não implantou nada para aqueles trabalhadores que não contribuirão nada ao longo da vida, o Guedes propõe um BPC de 80% do SM. Pra todo mundo que não chegou no valor necessário.
 
Não sei como qualquer pessoa de qualquer espectro politico pode ser CONTRA a capitalização. Cara! Não estamos falando de assistência social, estamos falando de aposentadoria.
Você contribui parte da sua renda, sua renda gera rendimentos, pra quando você aposentar você colher os frutos desse rendimento. Aí vem o "inteligente" e diz que no Chile não deu certo. Deu sim. O negocio é que o Chile não implantou nada para aqueles trabalhadores que não contribuirão nada ao longo da vida, o Guedes propõe um BPC de 80% do SM. Pra todo mundo que não chegou no valor necessário.

A capitalização poderia ser boa para pessoas novas no sistema, quem contribuiu por décadas no sistema antigo tem que receber pela regra antiga. No Chile NÃO deu certo, milhões de pessoas contribuíram a vida toda e estão na miséria hoje.

Segue um texto para balizar a coisa e não ficar no achismo:

CAPAExclusivo!WEB2017JaneiroEntrevista ›O fracasso do sistema chileno de previdência
MOVIMENTO - ENTREVISTA
FÓRUM DAS RESISTÊNCIAS
O fracasso do sistema chileno de previdência
Por Stela Pastore


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Foto: Igor Sperotto


A principal preocupação dos chilenos atualmente é a previdência. Privatizada em 1981, durante a ditadura, prometia extravagâncias capitalistas na aposentadora. Mais de 30 anos depois, em que os primeiros segurados começam a se aposentar por este sistema, o rendimento recebido é de 40% do salário de contribuição. Vendido como solução para outros países, o sistema chileno de contribuição definida obrigatória, gerido pelas Administradoras de Fundos de Pensão (AFPs), empresas dedicadas a gerir o dinheiro dos contribuintes reservados à aposentadoria futura, injetando-o no mercado de capitais, não está cumprindo suas promessas.

A população está nas ruas pedindo mudanças e a previdência é pauta central nas eleições para presidente neste ano. Para o ex-ministro da economia, ex-senador pelo Partido Socialista por duas gestões (1994/2002) e presidente da Fundação Chile21, Carlos Ominami Pascual, 66 anos, o sistema chileno é “brutal”. Ele está em Porto Alegre debatendo o tema no Fórum Social das Resistências. Nessa entrevista, fala do fracasso da experiência chilena que financia empresas com a economia dos trabalhadores, que agora se veem desprotegidos. Espera que nada parecido seja implementado no Brasil e afirma que a pressão social tem eficácia para fazer com que os parlamentares votem por um sistema que dê seguridade real aos trabalhadores.

Militante de esquerda há 50 anos, atualmente sem partido, Ominami pertenceu ao Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR), foi para o exílio com o golpe de Estado de Augusto Pinochet.

Extra Classe – O sistema de previdência chileno muitas vezes é citado como um exemplo a ser seguido. Qual a sua avaliação?Carlos Ominami Pascual – O melhor do sistema de previdência chileno é seu marketing internacional. Foi amplamente publicizado não por suas virtudes, mas por ser um negócio. A propaganda foi incrível, tanto na ditadura como na democracia, onde altas fontes nacionais saiam ao mundo a promover o sistema. Uma vergonha! Sempre afirmei que se tratava de financiamento de empresas com a economia dos trabalhadores usando um sistema de seguridade social. A seguridade não pode ser sistema onde se tem a pura capitalização individual e, se acaba o fundo, o que pode ocorrer se a pessoa viver mais do que o sistema determina que ela possa viver. Há duas opções no sistema: de renda vitalícia ou de retiro programado. No programado, quando acaba o tempo é preciso recorrer ao Estado para que te sustente. Também há a previdência complementar, que uma parcela que pode investir, pode chegar aos 100% do salário quando se aposentar, mas isso deve abranger 5% da população.

Extra Classe – Por que o Chile foi pioneiro nas mudanças na Previdência?Ominami – Porque teve o golpe militar em 1973 e uma ditadura que, diferente de outras, foi agente de um projeto de refundação e tinha razão em achar o sistema previdenciário injusto, marcado por mais de 30 sistemas previdenciários corporativos, cada um refletindo a força de cada setor. Os parlamentares se aposentavam com 10 anos de atuação, por exemplo. Só os militares mantiveram seu privilégio de se aposentar com 20 anos de serviço até hoje. O sistema era injusto, tinha que mudar. Mas os militares o mudaram para um sistema brutal! As pessoas terão na aposentadoria tanto quanto forem capazes de acumular. Se for um trabalhador estável, com bom emprego e bom salário desde o princípio, boa saúde e trabalhar 40 anos, o sistema responde. A questão é que apenas 10% está nesta situação. A maioria tem uma curva instável, acumula pouco, a taxa de retorno, que se prometeu de cerca de 70% quando se implantou, hoje é menos de 40% e faz com que as pessoas tenham pânico de se aposentar. É a preocupação número um das pessoas. As grandes mobilizações do Chile não são mais por educação, mas por previdência.

Extra Classe – Por que só agora aparecem estas manifestações?Ominami – Porque como o sistema foi implementado em 1981, só a partir de 2010 começaram os pagamentos. Hoje a pensão média é de cerca de USS 300 dólares e o salário mínimo cerca de US$ 400. Os custos das administradoras são caros. Os fundos perderam mais de 30% nas crises de 2008 e 2009, e, nestes mesmos anos, sua rentabilidade subiu 30%. A conclusão: foi um grande fracasso! O autor do sistema, ministro dos militares, José Piñera, disse recentemente que era como um carro Mercedes Benz, que é ótimo mas precisa colocar gasolina. Quis dizer que os parâmetros mudaram, que a contribuição de 10% é pouco, a esperança de vida aumentou e o Estado não fez sua parte.

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População protesta nas ruas e pede mudanças na previdência

Foto: No mas AFPs
Extra Classe – Como as gestões de Michelle Bachelet tratam esta questão?Ominami – O Estado fez um esforço no primeiro governo Bachelet, em 2007. Antes não se discutia porque não era urgência. Implantou a Pensão Básica Solidária (PBS), pensão básica de US$ 150 dólares para quem não tinha nada e o Aporte Provisional Solidários (APS), complementando renda a pensões muito baixas. Estas mudanças foram boas para as essas pessoas abrangidas e deixaram felizes os donos das administradoras de fundos: o Estado se encarrega dos pobres que não são “um bom negócio”. Bachelet chamou, indevidamente, na época de reforma da previdência, mas foi apenas um pilar solidário. Agora, no segundo governo de Bachelet, se dá conta que a reforma é necessária. Algo será encaminhado neste ano. O governo atual teve força e poderia ter feito mudanças. Desperdiçou e agora está debilitado. Este será tema central na campanha para presidente, em novembro. Todos que se canditarão são apoiadores desse modelo. A crítica da sociedade ao sistema é muito grande e será fundamental fazer coisas. Será o tendão de Aquiles dos candidatos.

Extra Classe – Que mudanças devem ser propostas?Ominami – É certo que a contribuição de 10% deve subir para mais de 15%; ampliar a idade de aposentadoria de mulheres e homens, que hoje é de 60 e 65 anos. Mas isso não resolve os problemas. A discussão é quem paga e como se administra. É preciso ter contribuição patronal e destinada a um fundo de capitalização coletivo, para equilibrar o sistema. Não somado a cota individual do contribuinte empregado. Dado o espírito neoliberal predominante, será uma luta.

Extra Classe – Como avalia a proposta de reforma enviada pelo governo brasileiro ao Congresso?Ominami – Não conheço em detalhes a proposta do Brasil. Mas o parlamento é sensível à pressão social. A política deve ser feita disso. É uma oportunidade das forças progressistas se reencontrarem com a sociedade. E será mais fácil resistir no Brasil, porque quanto se armou esse modelo no Chile não havia parâmetros para contestar. Venho dizer aqui: não cometam essa loucura. O Banco Mundial defendia o sistema chileno e recuou há tempos. Os peruanos tentaram algo similar com sistema misto e estão voltando atrás, como na Colômbia também. A Argentina reestatizou e Donald Trump já recuou. Os brasileiros não podem ser tão estúpidos a implantar algo como no Chile, como foram estúpidos em colocar Temer de presidente.

Extra Classe – Este debate está presente em todo o mundo, com a maior longevidade da população. Que modelo parece mais equilibrado?Ominami – Não há um modelo standard para o mundo. Mas há princípios a manter que são os da seguridade social. Não é admissível que um pobre, sem educação, seja condenado a pobreza extrema quando envelhece. Isso não é seguridade e não pode ser tolerado. É preciso um princípio de solidariedade, como funciona a sociedade, onde os ricos ajudam os pobres, os saudáveis ajudam os doentes e os jovens ajudam os velhos. Defendo um sistema único, homogeneizado, entendendo que nem todos os trabalhos são iguais e há ofícios diferentes que devem ser levados em conta pelo nível de esforço e exigência – não há como comparar os que trabalham em minas ou nos escritórios. É preciso estabelecer diferenças justas, não privilégios. E tem que haver prêmio para o esforço individual, e não repartir igualmente 100% porque pode haver gente que não queira trabalhar e se beneficiar indevidamente. Isto gera justas resistências em quem paga. Acho que um sistema misto pode ser uma solução. Dos que conheço, acho interessante a Escandinávia: há capitalização individual, há solidariedade, e fundos bem administrados que competem entre si. Na Suécia também há sistema misto, com capitalização individual e o Estado centraliza todas as cotizações e distribui as administradoras para ver quem melhor rentabiliza o fundo.

Extra Classe – Como o senhor observa a situação política no Brasil?Ominami – O que ocorreu no Brasil causou muita surpresa e me deixou muito triste. Poderia imaginar impeachment no Paraguai, mas não aqui. É extremamente grave que tenha ocorrido num pais que ocupa 40% do território da América do Sul. Todo o mundo progressista vê com horror o que acontece aqui, e o que ocorre no México, na Venezuela num momento especialmente delicado. É preciso refletir muito se foi um mau vento ou o fim de ciclo. Há um problema sério com a esquerda clássica tradicional que não está renovando seu arsenal teórico, propostas e formas de organização. Isso pode levar à marginalidade ou à morte. Não devemos nos sentir derrotados. Precisamos seguir lutando, mas que é preciso fazer a reforma política, pensar a reforma econômica num espaço amplo, coletivo, para enfrentar as coisas que estão no mundo.

_X_



Fora que reforma previdenciária só deveria ocorrer quando esgotassem as cobranças de empresas que devem mais de 450 bilhões a previdência.

https://www12.senado.leg.br/noticia...s-a-previdencia-mostra-relatorio-final-da-cpi

 

Cara eu entendo as falhas do sistema, o risco, e as desvantagens.

Vou elencar elas:

1 - Critica a quem administra.
2 - Critica aos baixos salarios
3 - Critica ao suporte social

1 - Você resolve deixando o TRABALHADOR escolher quem vai administrar, e liberalizando essa questão, você pode ter sindicatos, centrais sindicais, bancos, corretoras, fundos administrando o dinheiro. Os sindicatos seriam uma resposta boa á aqueles que não acreditam nos FAPs.

2 - O governo garantindo um salario minimo, como é hoje, e complementando outros já resolve o problema, e o deficit futuro desse sistema seria, MUITO menor do que do atual sistema.

3 - Você cria um beneficio de SM por idade pra quem não contribuiu e pronto, resolveu.

Até o Ciro defendeu esse regime de capitalização.
 
Cara eu entendo as falhas do sistema, o risco, e as desvantagens.

Vou elencar elas:

1 - Critica a quem administra.
2 - Critica aos baixos salarios
3 - Critica ao suporte social

1 - Você resolve deixando o TRABALHADOR escolher quem vai administrar, e liberalizando essa questão, você pode ter sindicatos, centrais sindicais, bancos, corretoras, fundos administrando o dinheiro. Os sindicatos seriam uma resposta boa á aqueles que não acreditam nos FAPs.

2 - O governo garantindo um salario minimo, como é hoje, e complementando outros já resolve o problema, e o deficit futuro desse sistema seria, MUITO menor do que do atual sistema.

3 - Você cria um beneficio de SM por idade pra quem não contribuiu e pronto, resolveu.

Até o Ciro defendeu esse regime de capitalização.


Se for para ter um aumento de suicídios entre idosos como houve no Chile:

A privatização da Previdência Social Chilena está exigindo esforços cada vez maiores de quem já trabalhou a vida inteira. O fundo, transferido para a iniciativa privada na década de 1980, na época em contrato elogiado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), enfrenta um dos momentos mais complexos dos últimos 30 anos.A redução no valor das pensões e aposentadorias está provocando uma onda crescente de suicídiosno país. O Ministério da Saúde, em parceria com o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), publicou estudo mostrando que entre 2010 e 2015, 936 adultos maiores de 70 anos tiraram sua própria vida.No caso dos maiores de 80 anos, em média, 17,7 a cada 100 mil habitantes recorreram ao suicídio. Com isso, o Chile ocupa atualmente a primeira posição entre número de suicídios na América Latina.

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Chilenos questionam os benefícios da privatização

Os estudos são alarmantes e se dão, sobretudo, por uma conta simples. Quanto mais avançada a idade, maior a necessidade de cuidados específicos com a saúde. Mas, como se sabe, o acesso aos sistemas públicos de saúde e até mesmo ao setor particular, é complicado e caro. Trocando em miúdos, é preciso ter uma situação financeira organizada para atravessar a última etapa da vida.

A proposta de desestatização no Chile nasceu com a justificativa de que iria auxiliar no crescimento econômico. Por isso foram criados as Administradoras de Fundos de Pensão (AFP), controladas por instituições privadas e responsáveis pela administração das poupanças e pensões.Segundo especialistas, o argumento não se comprovou. Membros do movimento No Más AFP dizem que o desmonte realizado pelo Estado beneficiou apenas corporações privadas, que segundo, eles tiraram dinheiro do setor público de saúde chileno. Agora, o controle está nas mãos de empresas financeiras multinacionais, entre elas BTG Pactual, do Brasil.

“Houve crises financeiras nas que perdemos todas as economias depositadas ao longo da vida, porque ficamos sujeitos aos vaivéns do mercado”, ressaltou Carolina Espinoza, dirigente da Confederação de Funcionários de Saúde Municipal (Confusam) e porta-voz da Coordenação No Más AFP.Idosos e suas famílias se encontram em uma sinuca de bico. Com a aposentadoria bancada pelo trabalhador, as pessoas tiveram que entregar 10% de seus salários ao mercado especulativo, sem auxílio do Estado ou dos próprios empregadores. Para piorar, um aposentado no Chile recebe por entre 40 e 60% do salário mínimo.No momento, são cerca de 10 milhões de filiados e mais de 170 bilhões de dólares aplicados no mercado de capital especulativo e em bolsas de valores de Londres e Frankfurt.

Pinochet e a política de Paulo Guedes
O programa de privatização responsável pelo aumento dos registros de suicídios entre idosos foi criado durante a ditadura militar de Augusto Pinochet ainda na década de 1980.

Os autores das reformas ditatoriais ficaram conhecidos como Chicago Boys, apelido dado por causa dos estudos de pós-graduação realizados na Universidade de Chicago, onde a referência era Milton Friedman.


Paulo Guedes, nomeado pelo presidente eleito como uma espécie de superministro da Economia é um dos principais admiradores da Escola de Chicago e das reformas ultraliberais traçadas durante a ditadura Pinochet.

Atendendo ao convite de Jorge Selume Zaror, ex-diretor de Orçamento do regime de Pinochet, Guedes trabalhou como pesquisador acadêmico na Faculdade de Economia e Negócios da Universidade do Chile, a instituição acadêmica mais antiga e importante do Chile.

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Paulo Guedes deve aplicar reformas testadas na ditadura de Pinochet no Chile

O El País entrevistou o jornalista e especialista em política brasileira Cristián Bofill. Para ele, Paulo Guedes sempre quis aplicar no Brasil o que foi feito pelo economista Sergio de Castro durante o regime militar.

“Pegar um país medíocre economicamente, meter-lhe reformas de viés neoliberal, fazer que o país tenha um impulso e, no final, o que é o mais vitorioso, que seus próprios adversários assumam o modelo, como fez, com a chegada da democracia, a Concertação de centro-esquerda”.

Assim como Jair Bolsonaro Pinochet era um militar desconfiado dos projetos de desestatização propostos por pessoas como Paulo Guedes. Todavia, ambos foram seduzidos durante conversas com o Chicago Boys. No caso de Bolsonaro, a conversa foi franca.

A Revista Piauí publicou um longo perfil sobre o início do namoro entre Bolsonaro e Guedes. Sobre o processo de convencimento, a revista diz que “a influência que Guedes passou a exercer sobre Bolsonaro é tal que, por vezes, os assessores recorrem ao economista para tentar persuadir o candidato de alguma coisa”.

Resta saber se Bolsonaro vai obter sucesso na substituição do sistema previdenciário distributivo por um sistema de capitalização. Se depender de declarações de Onyx Lorenzoni, futuro Ministro da Casa Civil e grande admirador do sistema aplicado na ditadura de Pinochet, a ideia vai seguir.

“O Chile para nós é um exemplo de país que estabeleceu elementos macroeconômicos muito sólidos, que lhe permitiram ser um país completamente diferente de toda a América Latina”.

Fonte: https://www.hypeness.com.br/2018/08...ile-tem-numero-recorde-de-suicidio-de-idosos/
______X______


O sistema não se sustenta pq é muito risco para ser administrado. O trabalhador comum não tem a menor noção de acompanhar relatórios de investimento de onde o seu dinheiro está sendo aplicado. Existe assimetria de informação no mundo real, não é essa beleza teórica não. Quando a vaca já está indo para o brejo fica tarde demais para reverter. Há fraudes, má administração e volatilidade gigante nos mercados financeiros atualmente.
Nenhum país grande usa isso, nem os USA, muito menos a União Européia, por qual motivo os neoliberais testam essas coisas em outros países?
Tocar na vergonhosa aposentadoria parlamentar ninguém fala. Em termos de $$$ seria pouco mas em termos de moralidade seria fundamental, é uma vergonha que políticos se aposentem com 2 mandatos parlamentares. Tocar na aposentadoria dos militares também não vão né, corporativismo do neopresidente é triste.

Propõe isso para as forças armadas, se der certo implanta pros civis...
 

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