De saída, me desculpem se estou mudando o foco da conversa.
Eu encaro a bíblia como um instrumento que, embora com um propósito central, também foi usado para atender necessidades específicas de cada época/local em que foi escrito. E, sendo assim, muito do foi escrito estaria com prazo de validade vencido. Entretanto, pessoalmente eu tendo a simplificar as coisas e nunca perdi mais que dois segundos com aqueles trechos com normas mais específicas. De tudo que eu li, guardei alguns conceitos gerais que considero mais importantes e atemporais. Essa meia dúzia de conceitos valeram a leitura muitas vezes maçante.
Sobre essa discussão "científica" sobre a veracidade da bíblia, sempre vai ficar limitada a um determinado ponto. Como passar pelo crivo da ciência um livro que tem milhares de páginas defendendo a fé pura e simples? A discussão vai ficar sempre restrita ao detalhe, mas, nunca vai atingir o ponto central que é a dimensão espiritual. O livro tem o propósito de fazer o indivíduo olhar para dentro de si e procurar essa dimensão, que há 3000 anos era tão improvável quanto as dimensões que os cientistas buscam enxergar como o seu colisor de partículas.
Hoje em O Globo vi a notícia de que o Hans Donner está criando no Estado do Rio um centro de estudo de óvnis, ou coisa parecida. Isso é maluquice para 85% (chutei) da população. Com 35 anos, já fui cristão, cético, nada e novamente cristão (do meu jeito) e, não importa o que eu seja, sempre estarei errado à vista da maioria. Mas, se eu disser simplesmente que sinto Deus, e que de alguma forma foi a bíblia, do jeito que ela é, que me fez perceber isso. Como efetivamente alguém poderá me contestar? E, antes que me acusem de levar a discussão para um plano impossível de se debater, eu pergunto, mas isso não é a questão principal?
Essa é a questão central...
Nasci em lar cristão, questionei muito, muito, pensava em como seriam as coisas se tivesse nascido na Índia, na China, no Iraque...
Pesquisei muito, busquei bastante.
Mas o fiz de coração aberto, como quem procura uma solução, não como quem procura estar certo.
E acabei voltando para o mesmo ponto em que eu saí, mas com outra concepção, muito mais reforçada e hoje agradeço muito por ter rodado tanto antes de voltar para o ponto que já estava.
Sobre o que ASOM falou, é justamente a parte mais complicada do diálogo.
Não conseguiria afirmar que a Bíblia é só um livro como outro qualquer, porque existe uma prova maior que todas que a história, arqueologia e qualquer outro meio de estudos do passado nos poderia trazer.
Existe a prova da pessoa que lê a Bíblia, sente Deus e se transforma sem perceber, sem se esforçar pra isso.
Como explicar um alcoólatra inveterado, que tenta largar a bebida à 30 anos, quando busca uma saída espiritual, de um dia para o outro, consegue.
Como explicar a mudança de caráter, ou a maneira como alguém que era tão rude e arrogante, se torna doce e amável com a leitura de um simples livro, e a mudança ocorre, como se fosse por osmose.
Essa é uma questão que ateu nenhum consegueria explicar.
E que não se consegue entender, só entende quem sentiu, e entendo o ASOM colocar isso como o ponto central.
Porque se excluirmos este ponto, eu sou o primeiro a queimar a Bíblia, um livro que trouxe tantos problemas para a humanidade, e enganou tantas pessoas, e ainda hoje é usado para se fazer perversidades gerais.
Mas quando se trata no efeito prático que este livro pode ter para aqueles que lêem este livro de coração aberto. Aí já é outra história.
Algo que não se pode provar, só pode ser percebido quando ocorre próximo a alguém.
Lembro bem o susto que foi para alguns colegas, namorada, e tudo quando houve esses momentos de mudança, eu não era uma pessoa lá muito pacífica e calma. Na verdade eu jurava que iria acabar virando um serial killer pelo gênio forte que eu tinha. Por algum motivo, aprendi a cultivar o amor, e vi nisso uma das coisas mais belas e importantes da vida.
Na qual, sem isso, nada parece ter sentido.
Não sinto mais vontade de discutir, creio que isso por si só encerraria a discussão, pois é algo que só quem sentiu pode entender.
Uma pena que pelo visto, isso não passará de palavras soltas para grande parte. Digo de coração e realmente desejando que entendessem isso, mas, é uma sensação que não há palavras para descrever, é uma coisa que nada paga. Todos os conceitos da vida que têm não fariam mais sentido depois de um contato profundo dentro dessa questão.
E foi isso que me fez pesar que não há necessidade de se provar a Deus, de se provar a veracidade bíblica, basta ver o que Ele e ela fez em mim, e talvez eu seja a maior prova da existência e veracidade dEles para mim mesmo.
Um forte abraço a todos.