• Prezados usuários,

    Por questões de segurança, a partir de 22/04/2024 os usuários só conseguirão logar no fórum se estiverem com a "Verificação em duas etapas" habilitada em seu perfil.

    Para habilitar a "Verificação em duas etapas" entre em sua conta e "Click" em seu nick name na parte superior da página, aparecerá opções de gestão de sua conta, entre em "Senha e segurança", a primeira opção será para habilitar a "Verificação em duas etapas".

    Clicando alí vai pedir a sua senha de acesso ao fórum, e depois vai para as opções de verificação, que serão as seguintes:

    ***Código de verificação via aplicativo*** >>>Isso permite que você gere um código de verificação usando um aplicativo em seu telefone.

    ***Email de confirmação*** >>>Isso enviará um código por e-mail para verificar seu login.

    ***Códigos alternativos*** >>>Esses códigos podem ser usados para fazer login se você não tiver acesso a outros métodos de verificação.

    Existe as 3 opções acima, e para continuar acessando o fórum a partir de 22/04/2024 você deverá habilitar uma das 03 opções.

    Tópico para tirar dúvidas>>>>https://forum.adrenaline.com.br/threads/obrigatoriedade-da-verificacao-em-duas-etapas-a-partir-de-24-04-2024-duvidas.712290/

    Atencionamente,

    Administração do Fórum Adrenaline

[TÓPICO OFICIAL] Pinturas & Biografias (Sec 15-21)

Kelvito2433

---..
Registrado
Então, ultimamente "i fell in love" com quadros, pinturas, movimentos historicos das Belas Artes, etc. pesquisei aqui no adrena, e não sei como que não tem nada sobre isso aqui (ainda).
Venho aqui com intuito de criar um espcaço para refletir, analisar e papiar as historias malucas ou os quadros intensos dos nossos ante-passados, eu posso dar o pontapé inicial nesse "movimento".

Quero falar sobre uma pintura especifica do Caravaggio:
zf6fgC1.jpeg


"David with the Head of Goliath (1610)".

Nessa obra muitos especulam que o Goliath(que está com a cabeça de fora) pode ser um autoretrato do própio autor(Caravaggio), o que é um ponto muito
interessante, pois em uma das iterpretações pode ser o Caravaggio tentando se reinventar destruindo a sí próprio para se deixar re-estabelecer como um amador cheio de vida e odio e vontade de mudanças, e ainda assim o quadro carrega todo o peso historico religioso consigo. Superação.

No quadro é utilizada uma técnica chamada Chiaroscuro, que é esse contraste de luzes com o background todo escuro e o pintor tendo que ser o dono da iluminação levando os olhos dos espectadores para os brilhos mais impactantes, uma verdadeira orquestra.

Com todo esse talento Caravaggio é um dos maiores pintores do período Barroco e de todos os tempos.

Esperem que gostem do tópico, e que seja de incentivo para desbravar o imenso mundo das Belas Artes.
 
Última edição:
Introdução/Contexto

Johannes Vermeer (1632-1675 – 43 anos) foi um pintor holandês, um dos expoentes do Barroco da “era de ouro da pintura holandesa”. Sua obra, denominada “pintura de gênero”, foi dedicada às cenas da vida cotidiana, ele é considerado o segundo pintor mais importante do Barroco holandês, depois de Rembrandt.

No entanto, nenhum outro artista holandês contemporâneo criou cenas com tanta luminosidade ou pureza de cor, e o trabalho de nenhum outro pintor foi infundido com um senso comparável de atemporalidade e dignidade humana.

Girl With a Pearl Earring - 1665

PSGWs4h.jpg

O Meio Justificando o Fim

Moça com Brinco de Pérola é provavelmente a mais conhecida das peças de Vermeer. Certamente capturou a imaginação popular e é frequentemente referenciado na cultura pop. A peça inspirou um popular romance histórico de 1995, que foi adaptado para um filme de 2003 estrelado por Scarlett Johansson e Colin Firth.

Sua expressão enigmática, juntamente com o mistério de sua identidade, levou alguns a compará-la ao sujeito equívoco da Mona Lisa de Leonardo da Vinci (c. 1503-19). Ao contrário da Mona Lisa, no entanto, Moça com Brinco de Pérola não é um retrato, mas um tronie, um termo holandês para um personagem ou tipo de pessoa.

A modelagem suave do rosto do sujeito revela sua maestria em usar a luz em vez da linha para criar a forma, enquanto o reflexo nos lábios e no brinco mostra sua preocupação em representar o efeito da luz em diferentes superfícies, além do brinco trazer uma sensação de peso para obra, claro que temos que ter um pouco mais de realismo para a “moça do norte”. Algum tempo depois descobriram que ele usava liberalmente o caro ultramarino, um pigmento derivado da pedra semipreciosa lápis-lazúli que na época era mais valioso que ouro.

Uma outra característica da pintura é que a garota parece familiar. Podemos não saber quem ela é, mas sentimos que a conhecemos porque ela está olhando para nós com uma certa intimidade, a expressão da garota é agradavelmente ambígua. Ela está feliz ou triste? Ela está nos afastando ou desejando olhar para nós? E quem somos “nós”, afinal? Isso me faz pensar que esse “nós” seja o próprio autor, mas, o que Vermeer fez com ela para fazê-la olhar assim para ele? Talvez não seja apenas um tronie mas sim um retrato de um relacionamento.

Conclusão

No final o que nos resta é um semblante no mínimo memorável, pois é uma linha que divide varias coisas, quase como “come here, get to know me more, i'm just showing you a little piece of mine, i'm still here but it won't be forever”, faíscas para intrigas de um mistério, gosto muito dessa obra.
 

Elisabetta Sirani (1638-1665) 🇮🇹

Pioneira, Professora e Artista​


Introdução/Contexto:

Elisabetta cresceu dentro e ao redor do estúdio de arte de seu pai, Giovanni, que já era um pintor bem estabilizado. Giovanni e Margherita tiveram quatro filhos. Todos os quatro demonstraram grande talento artístico, mas o talento de Elisabetta foi excepcional.

Giovanni foi um grande pupilo do Guido Reni, que na época era um dos pintores mais importantes do seu tempo, com o grande interessa de Elisabetta para querer entrar nesse mundo, ela sempre insistiu a seu pai para poder ensina-la e relutantemente aos poucos Giovanni foi passando seus treinamentos e técnicas para Elisabetta, sob as asas de seu pai, ela rapidamente foi desenvolvendo seu próprio estilo de pinceladas expressivas, cores ricas e sombras profundas. Enquanto trabalhava duro para melhorar suas técnicas, Sirani estudou narrativas históricas e bíblicas dos livros da biblioteca de seu pai. Suas pinturas refletem a boa educação que ela recebeu em clássicos, música e filosofia. Seus contemporâneos se referiam a ela como o melhor pincel de Bolonha.

Ao longo dos anos ela foi se aprimorando e fortalecendo seu próprio estilo, mas, aos seus 19 anos, Giovanni começou a ficar doente pelo agravamento de sua gota impossibilitando do mesmo levantar um pincel, é quando Sirani toma conta da oficina de seu pai e começa assumir as responsabilidades dos pedidos, no começo foi complicado para os clientes confiar no talento de Elisabetta, como a oficina de seu pai era bem estabelecida em Bolonha e Sirani estava fazendo tudo sozinha e que de alguma maneira Sirani entregava tudo no prazo, gerando uma certa desconfiança de seus trabalhos e se era ela realmente quem fazia tudo, para provar o contrario, Sirani convidou o publico para o estúdio, pois ela estava prestes a fazer uma obra em uma única sessão, ao longo da sessão, várias pessoas da vizinhança paravam para ver a mestre em ação, assim demonstrando pras invejosas não só a sua velocidade como também sua qualidade, certamente um complexo equilíbrio.

Tornando-se o ganha-pão de sua família, ela supervisionava a oficina de seu pai e sustentava seus quatro irmãos e pais. Enquanto dirigia a oficina de seu pai, que tinha 20 alunas, ela fundou uma escola para mulheres, sendo a primeira escola de pintura para mulheres na Europa fora de um convento, oferecendo uma oportunidade para as mulheres que desejavam receber educação e se tornar artistas. Tanto o estúdio de seu pai quanto sua escola de arte recém-fundada prosperaram sob sua liderança. Ela não foi apenas elogiada por abrir novos caminhos para as mulheres receberem educação, pois naquela época as mulheres não tinham muitas oportunidades de exercer uma profissão, ou elas deveriam se casar ou entrar em um convento como freira, mas também por se tornar uma artista erudita e talentosa. Com ética e disciplina de trabalho exemplares, ela mantinha uma lista meticulosa de suas pinturas e de quem as encomendava, somando mais de 200 pinturas, 20 gravuras e centenas de desenhos durante seus 10 anos de carreira artística.

Em meio essas centenas de pinturas, uma em especifico chamou muito minha atenção:

dfytur2.jpeg
Elisabetta Sirani, Portia Wounding her Thigh,1664.

Interpretação:

Gosto de pensar nessa obra como um sinal de socorro ou até mesmo o inicio da despedida; foi feito 1 ano antes de sua morte, o ângulo utilizado nessa obra não poderia ser melhor, pois que ao mesmo tempo a Portia se vulnerabiliza para todo tipo de olhar diferente, ainda temos um escopo do background da sua life situation, não importando quão bem você se veste; inclusive isso pode ser uma das razões por Sirani ter escolhido um vestido todo ornamentado para a Portia, fazendo um destaque desse feeling, mostrando agonia, sufoco e apatia.

É como se ninguém se importasse com você, todos gostam do que você faz, mas ninguém te ama, muitas camadas para estar ciente.

Ninguém tem uma expressão facial aqui porque o foco principal é esse ATO que, por outro lado, show whats all behind.


Conclusão:

Elisabetta tornou-se a artista feminina mais famosa e comercializável de Bolonha, e seu trabalho foi representado nas principais coleções europeias, mesmo em sua curta vida.

Elisabetta Sirani morreu repentinamente em agosto de 1665. Sua morte foi um choque para sua comunidade, pois ela era tão jovem. Seu círculo próximo acreditava que sua empregada a envenenou, o ciúme pode ter tomado conta pois Sirani era muito talentosa, muito jovem e muito bonita para viver. O biógrafo e teórico Carlo Malvasia sugeriu que ela morreu de amor porque Sirani nunca se casou. Descrições de seus sintomas e um exame médico posterior concluíram que a causa da morte foi uma úlcera estomacal. O estresse intenso que ela estava sofrendo, pois tinha que sustentar toda a família, pode ter causado a úlcera.

Seu funeral foi um evento elaborado envolvendo orações formais, poesia e música especiais, e um enorme catafalco decorado com uma escultura em tamanho real da falecida. Além de suas obras de arte, Sirani deixou um legado importante por meio de seu ensino. Suas alunas que incluíam suas duas irmãs, Barbara e Anna Maria, e mais de uma dúzia de outras jovens se tornaram pintoras profissionais.

Em 1994, uma cratera no planeta Vênus foi batizada de Sirani em sua homenagem. No mesmo ano, sua pintura Virgin and Child apareceu nos selos de Natal nos Estados Unidos. Foi a primeira vez que o trabalho de uma artista feminina foi selecionado para tal ocasião.


vcXFvbZ.jpg
Elisabetta Sirani,Virgin and Child, 1663.

Menções/Quotes:

A linda, focada e altruísta pintora tornou-se um símbolo de uma Bolonha progressiva e saudável, onde as mulheres eram encorajadas a crescer criativamente e a se expressar através da arte e da música.

Ela tem tanta autoconfiança e tão pouca autoconsciência que a presença deles não é embaraçosa para ela. Sua doçura não é insípida. Sua força é livre de auto-afirmação. Ela é graciosa e desprovida de vaidade, eminentemente atraente e totalmente virtuosa.

Os impressionantes retratos de heroínas femininas de Elisabetta foram comparados aos de Artemisia Gentileschi.

Elisabetta Sirani acreditava em 'vida simples e pensamento elevado' trabalhando rapidamente e com grande precisão e foco.


ab4YdJM.jpg
Elisabetta Sirani, Self-Portrait as an Allegory of Painting, 1658.
 
Última edição:

Artemisia Gentileschi (1593-1656) 🇮🇹

Artemisia foi famosa por pintar mulheres de valentia, paixão e vulnerabilidade. Uma das pintoras mais progressistas e expressivas do período Barroco

Introdução/Contexto:​


Artemisia cresceu em Roma, numa época em que a cidade era o centro da pintura. Ela era a filha mais velha do pintor Orazio Gentileschi, ficou órfã de mãe aos doze anos de idade. Embora tivesse que cuidar dos três irmãos e das tarefas domésticas, logo demonstrou interesse na profissão de seu pai, cujo ateliê ficava ao lado da casa deles. Na época, a pintura era vista como uma prerrogativa masculina, mas graças ao incentivo paterno, Artemisia decidiu seguir esse caminho.

A formação artística de Artemisia ocorreu no ateliê de seu pai, que o mesmo foi capaz de misturar o naturalismo com a sofisticação formal, mantendo sempre um seguro senso de desenhista e uma paleta refinada derivada de sua formação toscana.

H2cp3K2.jpg

Orazio Gentileschi, Madonna and Child in a landscape, 1621 - 1624.


Naquela época o período barroco estava tomando conta e em meio disso tínhamos, Michelangelo Merisi, já conhecido como Caravaggio, operava em Roma, com quem Orazio tinha amizade; certamente Artemisia, como muitos outros colegas, também ficou impressionada com o artista que introduziu o realismo na pintura, e ao decorrer dos anos é claro a influência de Caravaggio nas pinturas de Artemisia.

O atelie do seu pai era frequentado por muitos pintores, incluindo Agostino Tassi, como Artemisia estava super engajada com pinturas, o pai dela pediu para o Agostino que se pudesse dar algumas aulas para sua filha, mas, a consequencia disso, acaba se tornano um dos pontos mais humilhantes e revoltantes da sua vida, o estupro de Agostino.

Estupro:​


Com o passar das aulas, Agostino foi criando uma obsessão em volta de Artemisa, até que chegasse em um culminio, que foi o estupro.

(Cartas de Artemisia)

"Trancou o quarto a chave e depois me jogou sobre a cama, imobilizando-me com uma mão sobre meu peito e colocando um dos joelhos entre minhas coxas para que não pudesse fechá-las. E levantou minhas roupas, algo que lhe deu muito trabalho. Pôs um pano em minha boca para que não gritasse. Eu arranhei seu rosto e arranquei seus cabelos."

Depois que Tassi a estuprou, ele imediatamente garantiu que se casaria com ela, e ela relata que “com essa boa promessa me senti mais calma” e confirma que, acreditando em sua promessa nupcial, ela consentiu em fazer sexo com ele em várias ocasiões depois disso, mas a máscara foi caindo e Artemisia só estava sendo enrolada e aos poucos foi percebendo que o casório nunca ia de fato acontecer, foi então que Gentileschi decidiu levar isso a um processo.

Julgamento:​


Durante o processo, Artemisia sofreu diversas humilhações, tanto fisicamente como psicologicamente. Para garantir que ela estava dizendo a verdade. Primeiro, eles obrigam Artemisia a fazer exames ginecológicos longos, dolorosos e humilhantes para assegurar que se ela era virgem quando foi estuprada. Segundo, para verificar a veracidade das declarações feitas, as autoridades judiciais chegaram a ordenar que Gentileschi fosse submetida a interrogatório sob tortura de anjinhos, a fim de acelerar – de acordo com a mentalidade jurisdicional vigente na época – a verificação da verdade. No entanto, ela queria ver seus direitos reconhecidos e, apesar das dores que foi forçada a sofrer, não alterou seu depoimento.

A personalidade de Artemisia emerge. E com a força impulsiva dos anjinhos arriscando não só seus dedos, mas, a verdadeira arte de Gentilesche, com isso ela impõe sua personalidade e importância, com toda sua força e esperança exclama: “É verdade, é verdade, é verdade”, ela repetiu enquanto os anjinhos eram ainda mais apertados. A transcrição observa que ela interrompeu seu depoimento para se dirigir diretamente a Tassi, com uma referência mordazmente irônica às amarras em seus dedos: “Este é o anel que você me deu e estas são suas promessas”.

Artemisia e Agostino eram ambos pintores. A diferença é que o primeiro era uma mulher e o segundo um homem: os dedos e a obra de um pintor masculino eram mais preciosos.

Depois de um período implacável de sete meses, ela ganhou o famoso julgamento de estupro e levou seu agressor à justiça, um marco significativo em uma época em que as reivindicações das mulheres mal eram mantidas em relação às dos homens

O estuprador foi sentenciado, mas, acima de tudo, a pintora sairá do processo muito afetada: sua honra e a da família Gentileschi foi comprometida para sempre. Foi assim que, em 27 de novembro de 1612, as autoridades judiciais condenaram Agostino Tassi por “defloração” e, além de impor uma sanção pecuniária, o sentenciaram a cinco anos de prisão ou, alternativamente, ao perpétuo exílio de Roma.

Depois dessa breve biografia, apresento uma obra de Gentileschi.

Arte/Interpretação:​


Muita arte dos séculos 16 e 17 se concentra em tropos mitológicos e histórias de origem que estão profundamente enraizadas na misoginia e na violência sexual. A violência de gênero foi estetizada, o estupro, heroizado. De acordo com o “olhar masculino”, não eram pinturas feitas para coleções públicas. Eles foram encomendados para exibição privada e prazer voyeurístico. As mulheres raivosas, por outro lado, são vistas como perigosas; bruxas rotuladas, histéricas, fora de controle. Uma dessas mulheres que trabalhou para reescrever o discurso da produção de arte narrativa foi Artemisia Gentileschi, uma pintora que levou a perspectiva da raiva feminina a um nível totalmente novo, ao longo de sua carreira, ela demonstrou uma compreensão sofisticada de como seu status incomum como mulher agregava valor a suas pinturas.

Ela era confiante o suficiente para abordar assuntos indelicados, como assassinato, estupro e adultério. Gentileschi não permitiu que seu sexo, posição ou idade determinassem seu destino. Ela só recentemente ganhou reconhecimento como uma mulher ousada superando as adversidades da vida e desafiando o status. Nesse sentido, problematizar as relações entre a vida e a obra da artista foi o que nos permitiu conhecer algumas facetas da identidade de “Artemisia pintora”, ela favoreceu ao longo de sua carreira: mulheres heroínas e o nu feminino, ela foi uma importante proponente de segunda geração do realismo dramático de Caravaggio.

Poder, arte e paixão sempre distinguiram a vida de Artemisia Gentileschi, uma das maiores pintoras do século XVII. Usando as armas de sua própria personalidade e suas qualidades artísticas contra os preconceitos expressos em relação às mulheres pintoras, ela conseguiu entrar ativamente no círculo dos pintores mais conceituados de sua época.

ScQIhit.jpg

Artemisia Gentileschi, Susanna and the Elders, 1610.

Nessa obra, podemos identificar trabalhos de perspectivas, opressão e vulnerabilidade. Interessante pensar que essa obra foi feita antes mesmo do caso de estupro.

Em perspectivas temos em primeiro plano, apenas o pé de Susanna situando o espectador em algo raso e mostrando que estamos longe do fundo, mas o que seria o fundo desse imenso lago? respeito.

Essa parte do quadro com seus pés mostrando apenas o raso foi genial, mostrando que além de estarmos longe dessa mudança, não temos nem a noção do tamanho real desse problema(o lago).

Ao mesmo tempo que ela está tentando subir, ela se depara com homens em uma forma de montanha, intocável, inatingível, dificultando qualquer "way of living" para mulheres, claro. O posicionamento dos homens não poderia ser um melhor, mostrando que sempre os homens estão acima das mulheres sem alguma razão e sempre talking shit about this genre.

A Artemisia posteriormente fez outras versões desse quadro, versões em que a Susanna em vez de tentar se esquivar ou não ser atingidas por pensamentos mundanos e ousados, ela os enfrenta, mas, nesse específico caso podemos perceber que a doçura e a imposição não estão lado a lado.

Reconhecimento:​


Após o estupro e o julgamento, Artemisia casou-se com um pouco conhecido e modesto pintor, Pierantonio Stiattesi, e mudou-se com ele para Florença. É lá que ela se tornou verdadeiramente “la Pittora” (“a Pintora”), com reputação própria, clientes e um estilo altamente individual, ao contrário de muitas outras mulheres artistas do século XVII, ela se especializou em história em vez de natureza morta e retratos. Ela também passou a construir sua persona artística de forma mais consciente: aprendeu a ler e escrever (esses conhecimentos eram tipicamente limitados a mulheres de nível social mais elevado), desenvolveu o gosto pela música e pelo canto, frequentou círculos sociais cultivados e fez amizades importantes, até mesmo desfrutando do favor da corte dos Médici.

Em julho de 1616, Artemisia tornou-se a primeira mulher a ser admitida na prestigiosa Accademia delle Arti del Disegno. Com a respeitabilidade do casamento garantindo-lhe a liberdade de circular socialmente, conheceu intelectuais, performers e outros artistas, entre eles Galileu Galilei, Michelangelo Buonarroti e a compositora de ópera Francesca Caccini, bem como a própria família Medici

E em 1638, se juntou ao pai na corte do rei Carlos I em Londres, a convite do próprio rei, que admirava os trabalhos de Artemísia.

Paixão:​


Como seu casamento foi feito às pressas, para que pudesse sair de Roma, pois sua reputação estava indo de mal a pior, mesmo tendo provado ser inocente. Artemisia descobriu o amor, não com o marido, mas com um nobre florentino chamado Francesco Maria Maringhi, um alto funcionário da corte dos Medicis. Inúmeras cartas, que apareceram alguns anos atrás, são testemunho de seu relacionamento, mesmo Francesco Maria Maringhi sendo casado.

Em algumas dessas cartas para Francesco diziam:

Artemisia se dirige a Maringhi como “meu querido coração”; em outro, ela o repreende por escrever apenas duas linhas para ela - "que se você me amasse teria durado para sempre". Em uma terceira, ela se refere a um autorretrato em posse de Maringhi e o alerta para não se masturbar diante dele. (o retrato exato não foi identificado.) Na mesma carta, ela expressa com saliência sua satisfação por ele não ter tido nenhuma outra amante.(ela sabia mesmo?)

Conclusão:​


Artemisia deu à luz cinco filhos, entre os anos de 1613 e 1618, tornando ainda mais impressionante a execução de pinturas em grande escala durante esse período. Não era apenas uma questão de resistência física: três de seus filhos morreram na infância, e um quarto, Cristofano, nascido em 1615, morreu antes dos cinco anos. Apenas sua filha, Prudenzia, nascida em 1617 e batizada em homenagem à mãe de Artemisia, viveu até a idade adulta. Essa perda materna repetida – e o risco que sucessivas gestações então representavam para a vida de uma mulher – é inimaginável hoje. Vinte e poucos anos após o nascimento de seus filhos, Artemisia recebeu uma encomenda de Filipe IV da Espanha para pintar uma obra bíblica, “O Nascimento de São João Batista”. Artistas de Tintoretto a Murillo pintaram a cena, mas a versão de Artemisia destaca sua intimidade com a dinâmica da sala de parto.

un8qmft.jpg

Artemisia Gentileschi, The Birth of Saint John the Baptist, 1633-1635.

Mesmo com tanta história feita ainda temos histórias para serem ditas, Gentileschi lutou contra os baixos salários e o sexismo durante sua carreira. Em carta ao seu patrono Don Antonio Ruffo, ela afirmou “Fiquei mortificada ao saber que você quer reduzir um terço do preço já baixo que eu pedi”, dizendo também em uma carta posterior “E agora, vou mostrar o seu mais Ilustre senhorio, o que uma mulher pode fazer!” ou em outra carta “O nome de uma mulher levanta dúvidas até que seu trabalho seja visto”.

Das 60 pinturas que lhe são atribuídas, com certeza, 40 representam figuras femininas: de Maria Maddalena a Santa Caterina, de Esther a Judite, Artemisia Gentileschi não apenas transfigurou a dor do estupro: ela também deu voz às mulheres e reivindicou sua posição no mundo, história e arte. As mulheres representadas nas obras de Artemisia são fortes, decididas, sensuais, muito diferentes das mulheres angelicais representadas por outros pintores da época

Menções/Trivias de vida:​


Artemisia ganhou a fama de grande pintora, não somente por causa do seu talento, mas também por causa da sua inteligência e cultura

Além disso, as correspondências de Artemisia também revelaram que a pintora conhecia as fontes literárias mais utilizadas para fundamentar as representações imagéticas, autores como Ovídio, Petrarca, Ariosto, Poliziano e Ripa.

Roberto Longhi, o historiador de arte italiano, escreveu uma avaliação relutante, chamando-a de “a única mulher na Itália que já entendeu o que era pintura, ambas as cores, empasto e outros elementos essenciais”.


Notas do Autor:​


Depois de meses de pesquisa, além de ser recepcionado por historias intrigantes ou quadros fantásticos, o que mais me surpreende é o quanto eu aprendo com essas pessoas, tipo, mesmo depois de séculos ainda estamos nos mesmos ‘probleminhas’.

How brave she was is really admirable after losing almost her whole family still being able to continue through art, its amazing. inspiring.

This human energy is still with us tho, thats not enough, you gotta analize your particular energy, learn from it and start to realize what of all that energy is about. The moment that you got all that, development start firing and turning into your meticulous and greatest thing, life and you will colide and blend into a whole aware unique one, all kind of odds will be against and with you, from that moment the whole world will be ready for your shit, there will be people, real people, waiting for that. Thats my view on Artemisia Gentileschi.



zRbG2Fr.jpg

Artemisia Gentileschi, Self-Portrait as Saint Catherine of Alexandria, 1615–1617.
 
John William Waterhouse (1849-1917) 🇮🇹
An art that is for every single Woman​


Introdução/Contexto:

John William Waterhouse, apelidade de Nino, filho dos artistas ingleses Isabella e William Waterhouse nasceu em Roma em 1849, numa época em que a Revolução Industrial estava em pleno andamento e a pobreza era abundante nas comunidades mais pobres do seu país natal, a Inglaterra.

O pintor Italiano da era vitoriana conhecido por suas pinturas em grande escala de temas mitológicos clássicos, sempre se associando tanto com seus antecessores, a Irmandade Pré-Rafaelita, com base em seu interesse comum em assuntos literários (por exemplo, cenas de Alfred, Lord Tennyson, John Keats e William Shakespeare), bem como com seus contemporâneos, os Impressionistas, como exemplificado pela maneira pincelada ou esboçada com que às vezes aplicava tinta na tela. Seus pais também como eram pintores o influenciaram, mas é possível não terem imaginado que seu filho se tornaria um dos maiores expoentes do movimento pré-rafaelino, movimento o qual buscava romper com as convenções artísticas estabelecidas pela Academia Real Inglesa e voltar-se para a simplicidade e naturalidade da arte anterior à influência do pintor renascentista italiano Rafael Sanzio (1483-1520). Portanto, o nome "pré-rafaelita" se refere à ideia de retornar às características artísticas anteriores a Rafael.​

p7YbJQn.jpeg

John William Waterhouse, Ophelia, 1889.​


Aperfeiçoamento:

Em 1850, sua família voltou para a Inglaterra e morou em Kensington. Além de ajudar seu pai em seu estúdio, Waterhouse desenvolveu suas próprias habilidades como artista. Waterhouse começou a estudar na Royal Academy de Londres em 1870, inicialmente buscando escultura. Em 1874, porém, ele mudou para a pintura, como fica evidente pela obra pintada (Sleep and His Half-Brother Death, 1874) inspirado nas divindades gregas Hypnos e Thanatos, e em seus irmãos que morreram de tuberculose, a pintura foi exibida na Royal Academy naquele verão e foi premiada, com essa pintura o artista começa a ter uma certa fama. As pinturas do pintor eram distintas por suas cores ricas e brilhantes. Conforme foi estudando e se aperfeiçoando, ele passou a se interessar pelo estilo pré-rafaelita da época, que buscava devolver à arte sua pureza e honestidade de épocas medievais, “a arte pela arte”. Ele retratou muitas mulheres belas e dramáticas, donzelas em perigo, feiticeiras ou abordando o femmes fatales. A figura trágica Ophelia foi um tema que ele abordou três vezes (1889, 1894, 1910), cada pintura capturando-a num momento diferente da sua história à medida que se aproximava da morte. Nino também pintou mais de uma vez a figura principal do poema de Tennyson de 1832, The Lady of Shalott, um tema também valorizado pelos pré-rafaelitas. Em sua pintura de 1888, Waterhouse a retratou sentada em um barco flutuando rio abaixo até sua morte iminente.​


QPy1AjT.jpeg

John William Waterhouse, Sleeping Brothers, 1874.​


Carreira/Relacionamento:

Nino ganhou fama e reconhecimento quando sua pintura 'Consulting the Oracle' foi comprada por Sir Henry Tate em 1886. Durante as décadas de 1870 e 1880, ele fez várias viagens à Itália e outras partes da Europa, onde ele se inspirou para suas pinturas. A maioria de seus primeiros trabalhos foram inspirados em temas clássicos e foram exibidos na Dudley Gallery e na Society of British Artists. E premios como o quadro After the Dance (1876). E a partir daí Waterhouse passou a expor suas pinturas em uma exposição anual. Mais tarde em sua carreira, Waterhouse começou a produzir grandes aquarelas usando conceitos pré-rafaelitas de mulheres bonitas, trágicas e poderosas.

John casou-se com Ester Kenworthy em 1883, filha de um professor, e teve dois filhos, que morreram ainda na infância. Após esses tristes acontecimentos, o pintor passou a ministrar aulas na St. John's Wood Art School, em Londres, em 1901. Ele também foi membro do clube de arte da região, junto com vários outros artistas importantes da época, como, o versátil artista George Clausen (1852-1944) e Alma-Tadema. Ele também atuou em um conselho consultivo, aconselhando artistas emergentes, como o pintor e designer britânico nascido na Índia, Byam Shaw (1872-1919).​


0dKMg8G.jpeg

John William Waterhouose, After the Dance, 1876.​


Art/Interpretação:

Waterhouse desenvolveu um estilo muito próprio de pintura, que o levou dos pintores vitorianos a uma mistura de classicismo, romantismo, fantasia e realismo. Simbolismo tambem um grande elemento presente em suas obras, para criar temas importantes em cada obra, dando uma história às suas obras, usando suas heroínas como Ophelia e Cleópatra, Penélope e Psiquê, como instrumento para seu estilo, mesmo dando preferência às tramas trágicas e cruéis, mas ao mesmo tempo teve o talento de encontrar nelas poder estóico, tranquilidade e beleza.

John consegue criar muito movimento em suas pinturas e isso ajuda a adicionar realismo, para isso ele usa luz e sombra, e cria roupas onduladas e cabelos rebeldes. O nível de detalhe nas pinturas de Waterhouse certamente ajuda a criar esse movimento, sem as quais as pinturas se tornariam sonhadoras e irrealistas.

O estilo de roupa que John usa para suas mulheres é, em última análise, romântico. Um cruzamento entre o medieval e o greco-romano, muitas vezes influenciado pela mitologia grega e de lenda arturiana, o artista usa cortinas para criar movimento. Nino também usa cores para representar as características da pessoa retratada. Por exemplo, os azuis escuros dos roxos são frequentemente usados para mulheres perigosas ou poderosas. Rosas e tons mais suaves são mais comumente usados para ambientes mais leves. O tecido translúcido é usado para criar uma sexualidade sutil para as mulheres, sem que elas fiquem completamente nuas ou muito provocantes.

Waterhouse muitas vezes optou por pintar histórias sobre personagens masculinos heróicos e, ainda assim, em suas pinturas eles se tornaram personagens de fundo, com os rostos virados ou parcialmente cobertos. Essa técnica permitiu que John se concentrasse em sua paixão, a bela heroína, indicando muitas vezes como o espectador deveria interpretar a mulher à sua frente.

rFhw9nK.jpeg

John Willia Waterhouse, The Lady of Shalott, 1888.
Essa obra é uma retratação de uma lenda, onde a Shalott é amaldiçoada, por isso ela é proibida de se conectar com o mundo, ver o mundo, no mesmo tempo que para nos sentirmos completo, temos que sentir amor, e não se senti amor sem o mundo, todas as respostas já podem estar dentro de nos, mas só que pode fazer as melhores perguntas? o mundo.


Conclusão:

Ele continuou produzindo obras de temas mitológicos e literários ao longo das décadas de 1890 e 1900, expondo regularmente na Royal Academy, onde foi homenageado como membro associado em 1885 e depois como Royal Academician em 1895. Seu estilo e assunto praticamente imutáveis saiu de moda com as tendências modernas da virada do século XX, mas um interesse renovado por seu trabalho surgiu no final do século XX.

Waterhouse também planejou pintar uma pintura adicional para a série Ophelia. Infelizmente, ele nunca completou isso antes de sua morte, sua última pintura foi 'O Jardim Encantado'. John morreu em 1917, em Londres, devido a um câncer e está sepultado no Cemitério de Kensal Green, Nino completou um total de 118 pinturas.



vHbDODU.jpeg

John William Waterhouse, The Enchanted Garden, 1917.​


Notas do autor:

Temos obras impressionantes aqui, das quais podemos se conectar com vários tipos de emoções ou perspectivas diferentes, são tantas que não consegui encaixar de uma forma natural e coesa no texto, por isso vou deixar aqui, algumas que eu pessoalmente gosto.

t8VGjVz.jpeg

John William Waterhouse, Cleopatra, 1887.


KeBBtBW.jpeg

John William Waterhouse, Circe Offering the Cup to Ulysses, 1891.

yc2hd2Z.jpeg

John William Waterhouse, Miranda, 1916.
 

Users who are viewing this thread

Voltar
Topo