Professora da PUC zomba de um passageiro humilde

Qual crime é zoar alguem? :lol2: Então prendam todos os homoristas do mundo :fovhappy:

Faça-me o favor a professora não fez nada demais e o cara de bermuda também está pouco ligando. Isso não deveria nem virar noticia. Se virou é por jornalistas incompetentes que não tem nada mais útil pra mostrar.

Direito de imagem:
Art 5º inciso X. - Danos Morais

Difamação.
Art 139 - 3 meses a 1 ano, danos morais.

Zoar alguém é uma coisa. Tirar uma foto sem permissão, publicar na internet e fazer chacota é bem diferente. É crime.
 
A roupa sempre cumpriu um papel social muito importante, além da sua utilidade óbvia. Os trajes mudam naturalmente com o passar dos anos. Atualmente vivemos uma época em que quase tudo é permitido, e tem gente que confunde um pouco as coisas, indo um pouco além do limite, quebrando as vezes as regras do ambiente e chocando.

Uma pessoa usando chinelos está mais exposta a acidentes, podendo ferir os pés e gerando atraso de voo ou até situação pior. A companhia aérea tem o direito de exigir vestimenta adequada, tanto para evitar riscos à saúde dos passageiros como até inibir o constrangimento.

Se existisse uma votação sobre exigir-se ou não trajes mínimos para os voos, eu votaria por algo minimamente formal, pelo menos para os pés, tanto por questão de segurança, quanto higiene e educação.

Nas indústrias existem regras pesadas de vestimenta, visando a segurança e também a padronização. Existem incontáveis estudos sobre a vestimenta, sempre mostrando seu importante papel social. Desvalorizar isso é desvalorizar a própria coexistência humana, pautada entre outras, por regras de conduta.

Quem falou em chinelo? O cara estava de bermuda e tênis, o único problema seria a camisa regata, se fosse uma camisa polo ninguém iria falar nada.
 
Quem falou em chinelo? O cara estava de bermuda e tênis, o único problema seria a camisa regata, se fosse uma camisa polo ninguém iria falar nada.

O problema é que não era uma regata dessas:

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O preconceito enrustido na cabeça de pessoas que deveriam semear a boa convivência é triste :feelbad:
 
Cansei de ver gringo abrindo "marmita" dentro do avião e comer, cansei de ver gringo enrolado em cobertor velho, chinelo, cabelo todo bagunçado.

Brasileiro é estranho, come muita carne de segunda mas curte arrotar um caviar.

Na minha opinião, o tipo de vestimenta apropriada seria nos moldes dos modelos abaixo:
:coolface:

Aí ferrou :megusta:
 
Acho que o problema nem é tanto a foto com a zuação, mas o problema é ela ser uma professora, uma formadora de opiniões, ela deveria ser a primeira pessoa a ir contra essa ideia de zombar uma pessoa só pq acha que alguém é menor só por questões financeiras.
 
Aí é barrada na imigração dos EUA ou da Espanha e acha estranho.....
Não é o caso acima, das brasileiras que citei no post, mas se elas chegam falando inglês, passaporte e visto, no caso EUA, passam sim.

Vai achando que na Europa e EUA tem todo esse controle ai. E dependendo do país europeu, farão até escolta. :seferrou:
 
As únicas pessoas que conheço que viajam bem vestidas são aquelas que ou foram direto da reunião para o aeroporto, ou quem acha chique viajar de avião ainda.

Po, pessoal com grana viaja largado, nos EUA e Europa você ve pessoas viajando com calça de moletom, de academia... Não tem esse preconceito. São países mais evoluídos culturalmente, aonde não se importa o carro ou a roupa que você use, desde que seja de acordo com o local que você está frequentando.

Passagem de avião, compra ida e volta por 100 reais e quer andar como madame? Ah vá tomar no cu. Eu vou de crocs, bermuda e camiseta. quero viajar confortável, não arrumadinho.


E porra, ela cuida dos intercambistas da PUC. Vocês já viram como intercambistas andam, se vestem na maioria das vezes?
 
Última edição:
O condômino é, antes de tudo, um especialista no tempo. Quando se encontra com seus pares, desanda a falar do calor, da seca, da chuva, do ano que passou voando e da semana que parece não ter fim. À primeira vista, é um sujeito civilizado e cordato em sua batalha contra os segundos insuportáveis de uma viagem sem assunto no elevador. Mas tente levantar qualquer questão que não seja a temperatura e você entende o que moveu todas as guerras de todas as sociedades em todos os períodos históricos. Experimente. Reúna dois ou mais condôminos diante de uma mesma questão e faça o teste. Pode ser sobre um vazamento. Uma goteira. Uma reforma inesperada. Uma festa. E sua reunião de condomínio será a prova de que a humanidade não deu certo.

Dia desses, um amigo voltou desolado de uma reunião do gênero e resolveu desabafar no Facebook: “Ontem, na assembleia de condomínio, tinha gente 'revoltada' porque a lavadeira comprou um carro. ‘Ganha muito’ e ‘pra quê eu fiz faculdade’ foram alguns dos comentários. Um dos condôminos queria proibir que ela estacionasse o carro dentro do prédio, mesmo informado que a funcionária paga aluguel da vaga a um dos proprietários”.

A cena parecia saída do filme O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho, no qual a demissão de um veterano porteiro é discutida em uma espécie de "paredão" organizado pelos condôminos. No caso do prédio do meu amigo, a moça havia se transformado na peça central de um esforço fiscal. Seu carro-ostentação era a prova de que havia margem para cortar custos pela folha de pagamento, a começar por seu emprego. A ideia era baratear a taxa de condomínio em 20 reais por apartamento.

Sem que se perceba, reuniões como esta dizem mais sobre nossa tragédia humana do que se imagina. A do Brasil é enraizada, incolor e ofuscada por um senso comum segundo o qual tudo o que acontece de ruim no mundo está em Brasília, em seus políticos, em seus acordos e seus arranjos. Sentados neste discurso, de que a fonte do mal é sempre a figura distante, quase desmaterializada, reproduzimos uma indigência humana e moral da qual fazemos parte e nem nos damos conta.

Dias atrás, outro amigo, nascido na Colômbia, me contava um fato que lhe chamava a atenção ao chegar ao Brasil. Aqui, dizia ele, as pessoas fazem festa pelo fato de entrarem em uma faculdade. O que seria o começo da caminhada, em condições normais de pressão e temperatura, é tratado muitas vezes como fim da linha pela cultura local da distinção. O ritual de passagem, da festa dos bixos aos carros presenteados como prêmios aos filhos campeões, há uma mensagem quase cifrada: “você conseguiu: venceu a corrida principal, o funil social chamado vestibular, e não tem mais nada a provar para ninguém. Pode morrer em paz”.

Não importa se, muitas e tantas vezes, o curso é ruim. Se o professor é picareta. Se não há critério pedagógico. Se não é preciso ler duas linhas de texto para passar na prova. Ou se a prova é mera formalidade.

O sujeito tem motivos para comemorar quando entra em uma faculdade no Brasil porque, com um diploma debaixo do braço, passará automaticamente a pertencer a uma casta superior. Uma casta com privilégios inclusive se for preso. Por isso comemora, mesmo que saia do curso com a mesma bagagem que entrou e com a mesma condição que nasceu, a de indigente intelectual, insensível socialmente, sem uma visão minimamente crítica ou sofisticada sobre a sua realidade e seus conflitos. É por isso que existe tanto babeta com ensino superior e especialização. Tanto médico que não sabe operar. Tanto advogado que não sabe escrever. Tanto psicólogo que não conhece Freud. Tanto jornalista que não lê jornal.

Função social? Vocação? Autoconhecimento? Extensão? Responsabilidade sobre o meio? Conta outra. Com raras e honrosas exceções, o ensino superior no Brasil cumpre uma função social invisível: garantir um selo de distinção.

Por isso comemora-se também ao sair da faculdade. Já vi, por exemplo, coordenador de curso gritar, em dia de formatura, como líder de torcida em dia de jogo: “vocês, formandos, são privilegiados. Venceram na vida. Fazem parte de uma parcela minoritária e privilegiada da população”; em tempo: a formatura era de um curso de odontologia, e ninguém ali sequer levantou a possibilidade de que a batalha só seria vencida quando deixássemos de ser um país em que ter dente era (e é), por si, um privilégio.

Por trás desse discurso está uma lógica perversa de dominação. Uma lógica que permite colocar os trabalhadores braçais em seu devido lugar. Por aqui, não nos satisfazemos em contratar serviços que não queremos fazer, como lavar, passar, enxugar o chão, lavar a privada, pintar as unhas ou trocar a fralda e dar banho em nossos filhos: aproveitamos até a última ponta o gosto de dizer “estou te pagando e enquanto estou pagando eu mando e você obedece”. Para que chamar a atenção do garçom com discrição se eu posso fazer um escarcéu se pedi batata-fria e ele me entregou mandioca? Ao lembrá-lo de que é ele quem serve, me lembro, e lembro a todos, que estudei e trabalhei para sentar em uma mesa de restaurante e, portanto, MEREÇO ser servido. Não é só uma prestação de serviço: é um teatro sobre posições de domínio. Pobre o país cujo diploma serve, na maioria dos casos, para corroborar estas posições.

Por isso o discurso ouvido por meu amigo em seu condomínio é ainda uma praga: a praga da ignorância instruída. Por isso as pessoas se incomodam quando a lavadeira, ou o porteiro, ou o garçom, “invade” espaços antes cativos. Como uma vaga na garagem de prédio. Ou a universidade. Ou os aeroportos.

Neste caldo cultural, nada pode ser mais sintomático da nossa falência do que o episódio da professora que postou fotos de um “popular” no saguão do aeroporto e lançou no Facebook: “Viramos uma rodoviária? Cadê o glamour?”. (Sim, porque voar, no Brasil, também é, ou era, mais do que o ato de se deslocar ao ar de um local a outro: é lembrar os que rastejam por rodovias quem pode e quem não pode pagar para andar de avião).

Esses exemplos mostram que, por aqui, pobre pode até ocupar espaços cativos da elite (não sem nossos protestos), mas nosso diploma e nosso senso de distinção nos autorizam a galhofa: “lembre-se, você não é um de nós”. Triste que este discurso tenha sido absorvido por quem deveria ter como missão a detonação, pela base e pela educação, dos resquícios de uma tragédia histórica construída com o caldo da ignorância, do privilégio e da exclusão.​


 

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