O lance da aposentadoria compulsória é super válido e sou a favor também.
Quer um exemplo? A empresa que eu trabalho tem quase 150 anos de história, 40% do quadro da empresa tem mais de 40 anos de casa, todos muito bem aposentados. Se perguntar para cada um deles se pretendem largar o osso, vão dizer que só saem quando mandarem eles embora.
Sabe qual é o efeito negativo disso? A empresa está em transição, é uma empresa familiar e a família pretende deixar o negócio completamente nos próximos 5 anos. Como reflexo disso, os novos gestores que substituirão a família estão implementando algumas ferramentas novas de gestão, algumas delas são o SAP e o Salesforce, quase todos viram com bons olhos a mudança e estão se esforçando demais para aprender a nova dinâmica do novo ERP / CRM, os únicos que não aceitaram a mudança são os 40% de aposentados. Eles se negam a trabalhar com o SAP, se negam a utilizar o Salesforce e disseminam uma ideia de que a empresa era melhor antes e que esses sistemas vieram para acabar com tudo e falir a empresa, inclusive falam isso para os clientes... São todos extremamente intransigentes, sem exceção.
Enquanto isso tem analista comercial, por exemplo, extremamente capacitado e especialista nessas duas ferramentas MOFANDO dentro da empresa, pq os velhos não saem, não querem contribuir para a mudança e não deixam novos colaboradores se desenvolver pois os boicotam de toda forma.
Essas pessoas deveriam sim ser ejetadas da empresa no exato momento que completassem 30 / 35 anos de empresa, pelo bem da companhia e dos profissionais que ali pretendem crescer. Se você não consegue se desligar do trabalho após 35 anos de contribuição e aposentado, sinceramente, você tem um sério problema psicológico e deveria estar se tratando e não trabalhando.
Muito semelhante ao que acontece aqui.
Tbm trabalho em uma empresa familiar com 70 anos de história, que já foi líder do setor no mundo e hoje é a n° 2, repleta de dinossauros em todos os setores. Diferente da sua empresa, aqui estamos em transição na sucessão familiar, o bisneto do fundador está assumindo o negócio (com 20 e poucos anos de idade).
Na minha unidade, conto pelo menos 6 pessoas que estão aposentadas há um bom tempo, já trabalham aqui há mais tempo ainda, e não pensam em parar. Um deles até parou, mas voltou em menos de 1 ano alegando que só a aposentadoria não dava, mesmo recebendo um acerto maior que a circunferência abdominal do Tim Maia.
O resultado: setor de manutenção sucateado, setor de automação centralizado no cara que foi mas voltou (cumprindo hora, dizer que ele trabalha é um elogio), setores de produção e expedição sem substitutos em treinamento (os idosos são extremamente resistentes em passar conhecimento, ensinam apenas a superfície), entre outras coisas.
Na matriz é pior ainda. Todos os diretores são dinossauros, e grande parte dos gerentes tbm. A maioria não domina tecnologia, no máximo mandar um email no iPhone e mexer no sistema da empresa (Java, sistema proprietário antigo, um atraso por si só).
E muita gente já relatou esse mesmo problema de ter boas ideias boicotadas, projetos congelados, falta de diálogo, assédio moral em alguns casos. Sempre com a terceira idade da empresa.
Eu penso o seguinte: Se o profissional é tão importante assim pra empresa, aposenta ele compulsoriamente e contrata os serviços dele como consultor. Ambos saem ganhando.