Até que ponto é justificável/perdoável cometer "crimes" por desespero?

Eu acho que sempre existe uma justificativa para tudo, lembrando que ter uma justificativa não quer dizer que o errado passe a ser certo, mas sim que existe um porque plausível para tal. Não existe de fato honra em cometer um crime, no entanto o que é preferível: Viver desonrado ou morrer com a honra intacta?

Eu tal como uma grande maioria de pessoas, provavelmente faria o necessário para sobreviver, pois, esse é um objetivo que é comum a todas as espécies.

Como disse, não acho que a justificativa transforme o errado em certo, no entanto no mínimo ela sempre deve servir como atenuante, afinal, não faz sentido prender alguém que roubou para comer se existem penas e punições alternativas e brandas que se adequam melhor. Não acho tampouco que alguém que rouba ou comete um crime por desespero devesse ser discriminado, óbvio que não é para apoiar e passar a mão pela cabeça, mas é preciso ter noção que estas escolheram apenas sobreviver.
No caso da comida já foi explicado não ser crime.
 
Você roubaria 1 centavo de uma loja para salvar mil pessoas?

Esse exemplo não faz sentido nenhum pois jamais aconteceria na vida real. Me pergunte algo coerente e responderei com prazer.

Entao o que voce sugere que aconteca com o cara, desempregado ha dois anos, que roubar uma banana de um Wal-Mart pra alimentar um filho?

Eu já dei minha resposta no segundo parágrafo do meu post:

Qualquer um que tem capacidade para cometer crimes deveria ter a mesma capacidade para pelo menos pedir as coisas que precisa a quem pode fornecer. O certo seria tentar conquistar por mérito próprio através do trabalho.

Ou seja, qual é a necessidade de roubar uma banana se pode simplesmente pedir? Ou melhor: fazer um trabalho em troca?
 
Esse exemplo não faz sentido nenhum pois jamais aconteceria na vida real. Me pergunte algo coerente e responderei com prazer.



Eu já dei minha resposta no segundo parágrafo do meu post:



Ou seja, qual é a necessidade de roubar uma banana se pode simplesmente pedir? Ou melhor: fazer um trabalho em troca?

Mas você acha que é imperdoável. Então você acha que tem que ir pra cadeia?
 
Mas você acha que é imperdoável. Então você acha que tem que ir pra cadeia?

Imperdoável não significa cadeia. Mas tem que ser punido de alguma forma. Vivemos numa sociedade e ela só se mantém civilizada por que regras precisam ser cumpridas. Se permitirmos que todos os desempregados roubem bananas sem punição perderemos nossa civilidade.
 
Imperdoável não significa cadeia. Mas tem que ser punido de alguma forma. Vivemos numa sociedade e ela só se mantém civilizada por que regras precisam ser cumpridas. Se permitirmos que todos os desempregados roubem bananas sem punição perderemos nossa civilidade.
Não tenho certeza, mas quanto à quantidade de pessoas roubando, a depender do intervalo de tempo, pode ser configurado como saque ou algo do gênero. Então, conforme bem explicado aqui por outro user, o furto famélico não é crime.
 
Entao o que voce sugere que aconteca com o cara, desempregado ha dois anos, que roubar uma banana de um Wal-Mart pra alimentar um filho?

Problema é que se você justificar esse cara, vai dar um tapa na cara dos 50 outros nas mesmas condições que tomaram medidas diferentes, onde não foi necessário cometer nenhum delito.
Se você vai numa favela chuto 98% tenta, com todas as forças ser honesto, arrumar um emprego e se sustentar de maneira que for possível. Acho que essas pessoas sim deveriam ter incentivo e olhadas com bons olhos, porque quando você justifica aqueles 2% que por alguma razão resolveu cometer delitos, não somente não ajuda em nada no problema, como causa um sentimento de revolta nos que acima de todas as coisas se mantem honestos.

Agora algumas considerações, aqui em SP muitos terrenos em areas nobres foram conseguidas na época da ditadura, onde algum general pegou algo da união pra si próprio, esse tipo de "propriedade privada" devia ser revertida para o estado e transformado em moradia popular.
 
Problema é que se você justificar esse cara, vai dar um tapa na cara dos 50 outros nas mesmas condições que tomaram medidas diferentes, onde não foi necessário cometer nenhum delito.
Se você vai numa favela chuto 98% tenta, com todas as forças ser honesto, arrumar um emprego e se sustentar de maneira que for possível. Acho que essas pessoas sim deveriam ter incentivo e olhadas com bons olhos, porque quando você justifica aqueles 2% que por alguma razão resolveu cometer delitos, não somente não ajuda em nada no problema, como causa um sentimento de revolta nos que acima de todas as coisas se mantem honestos.

Agora algumas considerações, aqui em SP muitos terrenos em areas nobres foram conseguidas na época da ditadura, onde algum general pegou algo da união pra si próprio, esse tipo de "propriedade privada" devia ser revertida para o estado e transformado em moradia popular.
O que aparenta pra mim é que o @Zxf95 está falando roubo, mas, ao meu ver (e espero que ele possa vir aqui confirmar), na verdade quer dizer furto. É preciso distinguir ambas as coisas para se entender quando há ou não um crime sendo cometido.

Porque estou fazendo esse questionamento? Porque não acredito que alguém vai deliberadamente roubar uma banana, mas é bem mais comum sabermos de casos de furto de bananas (para manter o exemplo). Primeiro, precisamos entender qual a tipificação de roubo. Deixo abaixo a definição do Art. 157:

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:

Ou seja, para casos que uma pessoa furta uma banana para tentar saciar a fome, ela não está cometendo roubo algum e o furto é qualificado como furto famélico. Para ser qualificado como furto famélico é necessário que alguns requisitos sejam preenchidos. Primeiro, não ter havido ameaça ou violência. Afinal, estamos falando de furto famélico e não 'roubo famélico'. Segundo, o juiz vai julgar a proporcionalidade do que foi furtado. Uma pessoa que, com fome, furta 35kg de carne, certamente não a furtou para matar a própria fome. Por último, cabe também ao juiz se convencer de que o caso foi de fato um furto famélico.

Se todos os requisitos estiverem preenchidos tem-se que a pessoa não cometeu nenhum crime, pois a "pessoa agiu em estado de necessidade para proteger um bem jurídico mais valioso - a própria vida ou de outrem - em detrimento de um bem jurídico menos valioso - a propriedade de uma outra pessoa" (parafraseando trecho daqui)

Dito isso, concordo com o @sveenom no tocante à não maleabilidade do roubo, pois incentivaria outros a fazerem o mesmo. Mas concordo com o @Zxf95 no exemplo dele, apenas alterando de roubo para furto.

 
Última edição:
Crime é crime mesmo que todo mundo pratique ou que esteja escrito o contrário em algum livrinho escrito por parasitas.
Essa é uma das vantagens de não ser relevante. O último que falou isso foi preso kkkkkkkkkkkk
 
Essa é uma das vantagens de não ser relevante. O último que falou isso foi preso kkkkkkkkkkkk

Quem ? Não tem essa de ser relevante, o argumento é simples e incontestável, não interessa se roubou uma agulha ou um kilo de ouro. Roubo é roubo, inclusive os impostos que muitos defendem.

Aprende: qualquer valor financeiro adquirido honestamente e retirado sem o consentimento de quem desprendeu energia para consquista-lo é ROUBO.

E não existe argumento que prove o contrario.
 
Quem ? Não tem essa de ser relevante, o argumento é simples e incontestável, não interessa se roubou uma agulha ou um kilo de ouro. Roubo é roubo, inclusive os impostos que muitos defendem.

Aprende: qualquer valor financeiro adquirido honestamente e retirado sem o consentimento de quem desprendeu energia para consquista-lo é ROUBO.

E não existe argumento que prove o contrario.
Mas onde foi que contestei o roubo?

Minha qualificação foi quanto ao furto. E sim, há muitos argumentos que contradizem o que você afirma :D
 
Mas onde foi que contestei o roubo?

Minha qualificação foi quanto ao furto. E sim, há muitos argumentos que contradizem o que você afirma :D

Pela sua resposta você fica feliz quando alguém vai preso por dizer uma verdade e quanto ao argumento "provando" que imposto não é roubo, eu só vejo sofismo, choradeira e ad hominem.

É triste o posionamento de uma maioria que defende tal condição, mas ainda bem que eu não faço parte dessa galera e durmo tranquilo todos os dias da minha vida.
 
Pela sua resposta você fica feliz quando alguém vai preso por dizer uma verdade e quanto ao argumento "provando" que imposto não é roubo, eu só vejo sofismo, choradeira e ad hominem.

É triste o posionamento de uma maioria que defende tal condição, mas ainda bem que eu não faço parte dessa galera e durmo tranquilo todos os dias da minha vida.
Eu sequer expressei minha opinião a respeito da prisão (estamos falando daquele deputado, certo?). Apenas constatei que o último que desdenhou do que estava escrito tá lá agora vendo o sol nascer quadrado.

Mas fica tranquilo. Você é invisível aos olhos do Supremo.
 
Esse exemplo não faz sentido nenhum pois jamais aconteceria na vida real. Me pergunte algo coerente e responderei com prazer.
É só uma pergunta hipotética, não vejo qual o problema responder

Mas ok

Seu filho(a) com diabetes está tendo convulsões. Você não tem dinheiro para comprar uma dose de Glucagon.

Suas opções são:
  1. Afanar a farmácia
  2. Conseguir 300 reais de esmola em 5 minutes
  3. Seu filho(a) morrer

E aí, qual vai ser?
--- Post duplo é unido automaticamente: ---

Quem ? Não tem essa de ser relevante, o argumento é simples e incontestável, não interessa se roubou uma agulha ou um kilo de ouro. Roubo é roubo, inclusive os impostos que muitos defendem.

Aprende: qualquer valor financeiro adquirido honestamente e retirado sem o consentimento de quem desprendeu energia para consquista-lo é ROUBO.

E não existe argumento que prove o contrario.
Seu post consegue ser tanto extremamente radical e relativista ao mesmo tempo

Você coloca roubo como uma moral absoluta. Mesmo um valor insignificante (exemplo a agulha) mereceria uma punição extrema?

Contudo, o valor financeiro precisa ter sido adquirido honestamente e com desprendimento de energia. Pela lógica, seria então moralmente aceitável roubar políticos, a maioria das grandes empresas, etc?
 
Última edição:
Seu filho(a) com diabetes está tendo convulsões. Você não tem dinheiro para comprar uma dose de Glucagon.

Suas opções são:
  1. Afanar a farmácia
  2. Conseguir 300 reais de esmola em 5 minutes
  3. Seu filho(a) morrer

E aí, qual vai ser?

Se eu tiver que escolher uma das três escolheria a opção 2. É uma questão de valores próprios. Mas na vida real iria correr com ele para o Pronto Socorro. E iria parar os carros na rua até uma boa alma me ajudar a levá-lo.
 
É só uma pergunta hipotética, não vejo qual o problema responder

Mas ok

Seu filho(a) com diabetes está tendo convulsões. Você não tem dinheiro para comprar uma dose de Glucagon.

Suas opções são:
  1. Afanar a farmácia
  2. Conseguir 300 reais de esmola em 5 minutes
  3. Seu filho(a) morrer

E aí, qual vai ser?
Opção 1 não seria crime
Opção 2 seria a mais sensata, dentro do seu exemplo de que conseguiria em 5 minutos a quantia

Seu post consegue ser tanto extremamente radical e relativista ao mesmo tempo

Você coloca roubo como uma moral absoluta. Mesmo um valor insignificante (exemplo a agulha) mereceria uma punição extrema?

Contudo, o valor financeiro precisa ter sido adquirido honestamente e com desprendimento de energia. Pela lógica, seria então moralmente aceitável roubar políticos, a maioria das grandes empresas, etc?
Você acertou em cheio a personalidade dele. Essa mentalidade extremista em relação a tudo, como se tivesse todo o conhecimento do mundo, é característica deste user há algum tempo. No entanto, percebe-se falhas básicas em suas opiniões a respeito de temas relevantes.
 
Mas se levar a criança no hospital eles simplesmente vão falar "leva ali na farmácia que resolvem"?

Se eu vejo alguém assim na rua e resolvo ajudar, minha primeira opção será ligar pro SAMU...
Acho mais rápido levar pra um hospital do que arrecadar a grana, ir na farmácia e comprar algo...
 
Mas se levar a criança no hospital eles simplesmente vão falar "leva ali na farmácia que resolvem"?

Se eu vejo alguém assim na rua e resolvo ajudar, minha primeira opção será ligar pro SAMU...
Acho mais rápido levar pra um hospital do que arrecadar a grana, ir na farmácia e comprar algo...
No exemplo dele, ambas as opções parecem ser imediatas, logo, o questionamento seria de qual opção escolheria, a fim de questionar moralmente a decisão tomada. O que não entendo ser válido nesse exemplo é que não há crime algum sendo cometido nas opções indicadas.

Então, moralmente falando, furtar o remédio ou pedir dinheiro aos outros, estão em pé de igualdade.
 
Eu acho que isso de justificar ele faz pra familia e amigos, pro estado ele apenas irá cumprir sua pena.
 
Eu acho que isso de justificar ele faz pra familia e amigos, pro estado ele apenas irá cumprir sua pena.
Juridicamente falando não é crime esse tipo de furto, como do remédio. Então também para o estado não daria em nada.
 
Juridicamente falando não é crime esse tipo de furto, como do remédio. Então também para o estado não daria em nada.

sim isso pra roubo famélico, agora o kra que matou a gamer lá, ele depois justifica pra familia, depois de passar uns um tempo na cadeia.
 
sim isso pra roubo famélico, agora o kra que matou a gamer lá, ele depois justifica pra familia, depois de passar uns um tempo na cadeia.
Furto famélico*

Só não entendi misturar os dois tópicos assim, do nada.
 
se fosse justificável roubar pra matar a fome nos mercados só daria mendigos consumindo. e nós teríamos que pagar pelas perdas com produtos mais caros. Além de que os roubos aumentariam absurdamente.
nenhum crime é justificável. É compreensível, e pode ser que eu faria o mesmo na mesma situação, pra sobreviver vale tudo, mas jamais pensaria que eu deveria ser perdoado. O risco é meu decidir roubar pra alimentar um filho mas sabendo que seria punido e não esperaria que ninguém me perdoasse.
 
se fosse justificável roubar pra matar a fome nos mercados só daria mendigos consumindo. e nós teríamos que pagar pelas perdas com produtos mais caros. Além de que os roubos aumentariam absurdamente.
nenhum crime é justificável. É compreensível, e pode ser que eu faria o mesmo na mesma situação, pra sobreviver vale tudo, mas jamais pensaria que eu deveria ser perdoado. O risco é meu decidir roubar pra alimentar um filho mas sabendo que seria punido e não esperaria que ninguém me perdoasse.
Não me leve a mal, mas você parece desconhecer os termos jurídicos.

Roubo é muito diferente de furto. Este é o primeiro ponto. Furto, a depender da finalidade deste, pode sim ser considerado um crime. Afinal, um morador de rua que furta 35kg de carne (exemplo que já citei anteriormente aqui) não estaria fazendo isso apenas para saciar sua fome. Essas decisões subjetivas (se o furto foi em caráter emergencial de sobrevivência ou não) é decidida única e exclusivamente pelo juiz.

Furto famélico, como já citado muito bem aqui inclusive, não é qualificado como crime algum. Então, respondendo sua dúvida, sim, é justificável juridicamente falando, uma pessoa furtar o que quer que seja, dentro do critério emergencial e de vital importância para sua sobrevivência.
 

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