Sinceramente, acho que não.
É preciso lembrar que o atual chefe do executivo ao mesmo tempo que apoia o ministro que chama servidor de parasita também é protetor de militares e forças policiais. Só que policiais também são servidores, por isso ele apresentou o projeto da PEC com a proteção às "carreiras típicas de Estado", o que iria blindar esses e outros, além de deixar de fora os "membros de poder" (magistrados, membros do MP, ministros de tribunais de contas).
O problema é que a PEC passa por duas casas do Congresso onde qualquer parlamentar pode propor um remendo e foi o que rolou. Agora tá uma bola de neve com propostas das mais diversas e meio que "ninguém tá seguro", está cutucando muitas categorias que tem forte influência dentro do Congresso, inclusive querendo atingir até os protegidos do presidente.
Pra ter ideia, na proposta original existia a previsão de que aos SERVIDORES apenas seria proibida a concessão de férias superiores a 30 dias por ano. Depois que passou pela câmara, alteraram o dispositivo pra incluir todo mundo, inclusive membros de todos os poderes e até de cargos eletivos, ou seja, botaram os magistrados e promotores que tem 60 dias de férias por ano no meio desse bolo. E aí, acha que o Congresso tem culhão pra passar uma dessa?
Também tinha na proposta original o lance de só permitir a estabilidade pro pessoal das "carreiras exclusivas de Estado", adivinha? Depois de passar pela câmara, o texto que vai pra votação volta a garantir estabilidade pra todos os servidores depois de 3 anos de probatório.
A PEC como queria o atual presidente foi completamente desfigurada, não vai afetar tanto os atuais servidores como ele queria, não vai dar real tratamento privilegiado às forças de segurança (o benefício deles ficou restrito ao caso de um órgão precisar demitir estáveis por excesso de despesa, coisa que nunca vi acontecer na prática), e ainda quer cutucar uns vespeiros poderosos.
Por isso acho que não tem futuro.