Não tem caso complicado nenhum aqui Andre.
Eu vou repetir pela enésima vez alguns pontos do meu pensamento:
1 - Sou totalmente contra a liberdade de se fumar em qualquer lugar. Acho que alguns lugares devem mesmo ser proibidos, tais quais, mas não exclusivamente: hospitais, escolas, lanchonetes, restaurantes, consultórios, onibus, aviões, taxis, shoppings, e similares.
2 - Sou totalmente a favor de que haja área para fumantes em certos locais, como: bares, boates, discos, cafés.
3 - Sou totalmente contra a arbitrariedade do Estado e totalmente a favor das liberdades individuais, até o ponto em que tais liberdades não firam os direitos alheios.
4 - Não gosto do cheiro da fumaça do cigarro.
5 - Fumo pouco, tem dias que nem fumo (hoje mesmo não fumei nenhum), e vivo brigando com minha mulher para que reduza o cigarro (ele fuma em média 3 cigarros por dia)
6 - Não fumo, em locais fechados onde haja a possibilidade de incomodar alguém. Não fumo nem deixo ninguém fumar dentro de casa.
7 - Nunca disse que cigarro faça bem a saúde, porém afirmo que o stress faz muito mais mal que o cigarro, é causa muito maior de problemas cardio-vasculares, e o cigarro pode ajudar a relaxar e até certo ponto contrabalancear seus próprios efeitos negativos.
8 - Não incentivo ninguém a fumar, nem acho charmoso ou bonito o ato. Mas não acho feio também. Apenas ignoro.
9 - Sempre que tenho um amigo que fuma muito sou o primeiro a pedir para que reduza.
10 - Acredito fortemente que existem sim níveis seguros de consumo de QUALQUER substância tida como tóxica, porém consumível, como cigarro, açucar, óleo de origem animal, etc. Por isso entendo que fumar 2 cigarros por dia não é tão grave quanto fumar 2 maços.
E etc etc etc.
No entanto, embora eu reconheça que o cheiro do cigarro incomoda algumas pessoas, sou da opinião de que todos tem direito a exercer alguns gostos, e as vezes os incomodados é que devem se retirar, e não proibir aqueles que desejam desfrutar de um gosto que outros não aprovem.
Há anos existe a regra de se reservar áreas para fumantes em diversos estabelecimentos comerciais, como cafés, bares, boates, danceterias, e até restaurantes.
As pessoas não se misturam, exceto os que tem tolerância ao cheiro da fumaça, e nunca ouve problemas com isso.
Agora os fumantes são tratados como cidadãos de segunda categoria, e perdem um espaço que era deles a troco de nada.
Eu tenho saido pra noite e fumado menos. Não estou mais me irritando tanto pela falta do cigarro acompanhando a cerveja. Estou me adptando, já que não há o que fazer a esse respeito. Mas não vou concordar nunca com essa arbitrariedade.
O estabelecimento comercial é que deve ditar suas próprias regras de consumo e frequência.
Em Sampa existem vários inferninhos onde rolam surubas homéricas. Ninguém vai lá e tenta discutir se aquilo é certo ou errado. Simplesmente vai quem quer, e participa do rala e rola quem quer.
Mas se um governo teocrático fosse implantado, todos os inferninhos (públicos) seriam extintos, em nome da moral religiosa.
Haveriam mil razões na lista de motivos dos que apoiassem tais medidas, como controle das doenças sexualmente transmissíveis, entre outros. Muitos apoiariam e se diria que isso é o certo.
Haviam bingos no país até uns anos atrás. De repente o governo resolveu que não podia mais ter bingo, e as desculpas eram desde impedir a lavagem de dinheiro sujo, até evitar que as pessoas perdessem suas economias e até suas vidas no jogo. Enfim, baniram os bingos.
No Brasil não tem cassinos, mas já teve. Porque não tem mais? Nos EUA tem, mas no Brasil não tem. Porque?
Porque surgiram algumas pessoas com mentes atrasadas dizendo que brasileiro não pode jogar jogos de azar. Dizendo que não estamos preparados para esse tipo de liberdade.
É isso que vocês falam agora com relação a maconha, é o que fazem com relação ao cigarro.
Respondendo a pergunta do amigo lá em cima, que indaga sobre os que trabalham expostos ao fumacê do cigarro, tenho a dizer o seguinte: existem profissiões muito mais perigosas na industria e no campo e ninguém vê ou fala nada. Eu poderia relacionar aqui centenas de profissiões que expõe o trabalhador a sérios riscos físicos e químicos, mas nem vou perder meu tempo.
Não vou perder meu tempo, porque sei que não adianta discutir isso. Lavaram o cabeção de muita gente, venderam uma mentira barata e muita gente comprou e não sou eu que vou perder mais tempo tentanto mudar isso, mesmo porque isso não faz a menor diferença pra mim. Mas pra completar quero que fique claro, que propagandas enganosas como aquela do garçom que volta com os olhos irritados após algumas horas de trabalho não passa de balela, pura embromação. Conheço garçons que estão na noite há pelo menos 25 anos e estão inteiros. Nunca vi nem conheci nenhum que reclamasse do cheirinho da fumaça do cigarro. Reclamam sim é da gorjeta e dos 10% que deveriam ser deles e o patrão embolsa. Mas reclamar de fumaça, nunca vi.
Muita gente aqui vive numa bolha pelo que me parece. Nunca sairam de casa, não gostam da noite e não sabem viver. Tem medo de tudo, tem nojo de tudo, tem raiva de tudo. São daqueles que lavam a mão e passam alcool gel com medo de gripe suina, cada vez que vão ao banheiro.
Uma coisa é separar ambientes e exigir dos fumantes mal educados que respeitem espaços delimitados. Outra é proibir e tentar ridicularizar o ato de fumar, num ato totalmente arbitrario.