Tenho um amigo que perdeu o emprego na pandemia.
Resolveu investir tudo no streaming e tentar ganhar um troco com isso. Depois de 1 ano de muita ralação, programação certinha de segunda a sábado, vários eventos e etc está chegando nos 1200 seguidores e não sei exatamente quantos subs.
É bem isso mesmo. Além de carisma, insistência e variar programação, ainda tem que dar uma sortezinha vez ou outra.
Esses dias vi um carinha no YouTube estourar violentamente da noite pro dia. Um tal de Baka Gaijin. É um moleque novo, que trabalha como programador no Japão, que fica mostrando os becos e distritos da luz vermelha de Tóquio (AKA: puteiros e bares). Como é um tipo de conteúdo diferente vindo desse povo que mora no Japão, que geralmente sempre usa a mesma formulazinha desgastada, ele consegui 700k logo de cara.
Esse é um caso que o moleque, na sorte (porque não foi planejado), se inseriu em um nicho e o algoritmo ajudou, Agora, quer ver uma coisa mais difícil de prosperar? Canal de games. Tá lotado por aí, e é gente que pega 200 views e no máximo 1000. O João GAN, que trabalhou aqui no Adrena e nos vídeos do Mundo Conectado, e naqueles vídeos conseguia mais de 1 milhão de views.
Foi ele sair e criar esse canal dele, que o público simplesmente não migrou. Eu já até pensei em fazer algo assim, mas sinceramente, eu sou muito nichado. Meu gosto é muito limitado, e eu não gosto do jeito que eu me expresso quando sou mais formal. Acho travado. Mas se eu destravar demais, falo deste jeito muito escroto.
E olha que eu tive essa chance lá em 2007, mas não botei fé. Lá no UOL eu fazia Tópicos Oficiais que em 2006 arrecadava uns 46 mil views. Fiz um no YouTube ensinando o povo a jogar Dragon Ball Sparking Meteor, e deu 10 mil no YouTube na época. O Google até chamou para o Ad-Sense naquela época pré Felipe Neto e PC Siqueira. Minha praia era mais escrever, e aí fiquei na minha.
Mas antes que falem, o problema não é a minha profissão. Jornalista eu conhecia um superior meu, em uma empresa que eu trabalhei, que o cara tirava 30 mil mensais. E ele fez mestrado mais de 10 anos depois de se formar apenas. Não é culpa da profissão, o problema é que o BR está quebrado e não está fácil para ninguém.