God of War - PS4
Bem, devo dizer que mesmo não sendo um super fã da série, comprei este no lançamento baseado nas mudanças que o jogo traria dentro de sua própria concepção. Não queria apenas um esmaga botões, mas um jogo profundo com ótima narrativa e personagens memoráveis.
E God of War trouxe tudo isto.
A nova jornada de Kratos é muito bem encaixada no gameplay e na história. É surreal como mudaram quase toda uma concepção e melhoram tudo, inclusive a personalidade de Kratos. Atreus foi uma adição ótima em todos os sentidos, e a relação pai/filho é um dos pontos altos do jogo assim como Mimir posteriormente que passa a fornecer diálogos construtivos entre pontos da história.
O jogo te presenteia também com Baldur logo no início e contradizendo quase todos os jogos colocando-o em uma espécie de boss battle em pouco tempo de gameplay. É gratificante. Brok e Sindri também são adições espetaculares; Brok sendo o de cara pouco amigável mas com tiradas geniais e Sindri o engraçado.
Não há nenhuma critica aos personagens de God os War. Todos, sem exceções, são geniais e muito bem contextualizados.
Mas no que tange a personagens, há a falta de inimigos. Ou melhor: variação. Chega um momento que isto pode ser não cansativo, mas previsível. Idem em alguns momentos com as famosas arenas, ainda que em menor quantidade, mas que não agregam.
Apesar de um level design bacana em que a ausência de pulos do Kratos não seja bem um problema, soa um tanto quanto repetitivo e com muita coisa em sua tela. Nota: o hud é minimalista, mas falo da arte em si. Talvez seja pessoal, mas me cansou realmente. Há jogos como Uncharted e outros que, apesar de coloridos, não cansam. Critico isto desde as screens e vídeos pré lançamento.
Em questões sonoras, o jogo não deve em nada e é espetacular. Voice acting muito bom e até a dublagem boa, apesar de eu ter jogado no idioma original. As legendas PT-BR possuem algumas localizações ou termos adaptados que não ficaram rudes mas não combinaram com o jogo. Poucas, ainda bem. A maioria de Mimir.
No gameplay há dois pontos: ele é agradável com golpes e jogabilidade ótima mas o sistema de upgrade e combos achei "em excesso". Também uma questão pessoal: não é um RPG mas soa como
RPG like. É um gênero que passei a gostar desde Mass Effect mas que em GoW não havia necessidade de tentar ser.
O que mais me incomodou foi a certa liberdade que você tem, e explico. Preferiria um jogo mais linear, mas após refletir por quase 24 horas antes de escrever este post, o que 'cansou' no jogo foi o modo como é reproduzido tal como no filme Birdman (2014): a impressão de tomada única.
Você não pisca, você não tem pausas. É do início ao fim entre exploração e ação. Isto não é ruim: as cutscenes incorporadas ao game fazem um trabalho muito, muito bem feito. Mas como em Birdman, cansa. Imagine ler um livro sem capítulos. Seria mais ou menos por aí.
Mas, como disse, é algo pessoal. O fator idade também pode pesar um pouco, afinal, demorei 1 mês para fechar o game seguindo basicamente a história principal. A cereja do bolo vem no ending game; ao contrário de decisões idiotas como em Witcher 3, Mad Max e afins, após a missão inicial o mundo não retorna a um estado anterior. Em GoW as coisas continuam e evoluem. O jogo te explica, através dos personagens e não um texto besta na tela, que há outras coisas que você pode fazer e nada, nada fica solto. Isto te motiva: você fez o principal do jogo e agora pode aproveitar o resto. Esse cuidado com os detalhes fazem TODA a diferença em um jogo, mesmo.
Então, mesmo que eu tenha cansado durante a jogatina, os detalhes e cuidado com o desenvolvimento me conquistaram plenamente.
Nota 9/10.