WiMAX a tecnologia do futuro
Imagine um hotspot sem fio do tamanho de uma cidade ou de uma comunidade rural no interior dos Estados Unidos. Cidades e empresas norte-americanas estão estudando uma tecnologia emergente conhecida como WiMax, que possibilitaria a oferta de serviços sem fio de Internet de alta velocidade em áreas muito mais amplas do que um típico café com conexão WiFi.
O WiMax - citado como potencial adversário dos modems de cabo e outras formas tradicionais de conexão rápida com a Internet - foi projetado para gerar acesso à Web em áreas do tamanho de uma cidade, empregando redes de estações de rádio com alcance muito maior do que o sistema WiFi. Alguns operadores de banda larga vêm estudando o WiMax como forma de expandir suas redes, e os administradores de cidades planejam oferecer serviços de banda larga a baixo custo em lugares como parques ou bairros residenciais de baixa renda.
Redes desse tipo poderiam erodir o mercado de banda larga via cabo ou linhas telefônicas digitais (DSL). Mas a escassez de frequências de rádio adequadas e a ampla disponibilidade de linhas DSL e cabos poderiam prejudicar o crescimento do WiMax, pelo menos nos Estados Unidos, durante os próximos anos.
"O mercado de WiMax em outras geografias superará o da América do Norte", disse Charles Golvin, analista da Forrester, que acredita que o WiMax faça mais sentido em determinadas partes da Europa e nos países em desenvolvimento, onde a banda larga não é tão comum.
Empresas como a gigante dos chips Intel e fabricantes de equipamentos para redes como a Alcatel, Lucent Technologies e Alvarion planejam vender serviços WiMax. Versões iniciais do serviço, que possibilitam acesso à Internet de locais fixos, como por exemplo residências, devem chegar ao mercado no ano que vem.
Porém, os provedores de WiMax nos Estados Unidos exibirão cautela quanto ao tempo e local de suas operações. Se o sistema for acrescentado a um mercado com muitos competidores, o temor é que as margens de lucros despenquem tanto entre os provedores de WiMax quanto entre os de banda larga convencional.
"A competição cada vez maior na banda larga, pressão de preços e altos custos de aquisição de assinantes ameaçam derrubar as margens ainda mais", disse o analista Keith Nissen, da In-Stat, que espera somente 3 por cento dos usuários da banda larga em redes WiMax até 2009. Uma rede nacional com tamanho para abrigar os Estados Unidos custaria US$ 3 bilhões para ser construída, segundo estimativas da In-Stat.
Informações Técnicas WiMAX
Nome: WiMax vem de Worldwide Interoperability for Microwave Access (Interoperabilidade mundial para acesso de microondas). O nome é a "máscara" da definição técnica da norma 802.16a, um novo padrão sem fio que foi aprovado em janeiro do ano passado no WiMax Forum, que reuniu mais de 60 companhias do setor.
Grande largura de banda: uma estação-base pode permitir simultaneamente o acesso de mais de 60 empresas com conectividade do tipo T1/E1 ou centenas de residências com conexões DSL.
Independência de protocolo: pode transportar IP, Ethernet, ATM e mais.
Serviços agregados: pode transmitir Voz sobre IP (VoIP), dados, vídeos, etc.
Compatibilidade: é compatível com as antenas de telefonia de terceira geração (chamadas de "antenas inteligentes") que, graças à emissão de feixe demarcado, apontam constantemente ao receptor, mesmo que em movimento.
O futuro da Wimax
Conforme indica a Intel, os membros do grupo de trabalho do padrão IEEE 802.16 estão investindo na evolução da operação fixa à portabilidade e mobilidade. A emenda IEEE 802.16e corrigirá a especificação base para habilitar não apenas a operação fixa mas também a portátil e a móvel. Os grupos de trabalho das IEEE 802.16f e IEEE 802.16g se encarregam das interfaces de administração da operação fixa e móvel.
Em um cenário totalmente em movimento, os usuários poderão se deslocar enquanto têm acesso a dados em banda larga ou a uma sessão de transmissão multimídia em tempo real. Todas essas características ajudarão a fazer com que WiMax seja uma solução ainda melhor para o acesso à Internet nos países em desenvolvimento.
Problemas
Mas nem tudo relacionado a WiMax está claro. De acordo com a consultoria Prince & Cook, os impulsionadores da tecnologia WiMax (Intel, Nokia, NEC e Alcatel) não chegaram a um acordo sobre as especificações de um padrão que permita certificar os equipamentos. Isto, somado a outras questões, atrasa a adoção da tecnologia.
A primeira versão do WiMax, pensada para distribuir Internet sem fio de banda larga, foi aprovada em 2004 mas as provas de certificação e interoperabilidade entre equipamentos ficaram atrasadas até agora. Por isso, os primeiros produtos comerciais "certificados" poderão estar prontos apenas em 2006.
Mesmo assim, equipamentos já estão em desenvolvimento e antenas estão sendo instaladas.
Equipamentos
Em setembro do ano passado, a Intel anunciou seu primeiro chip de acesso sem fio de banda larga que segue o padrão 802.16-2004. O chip tem o nome chave de "Rosedale", e se espera que ele seja o primeiro com desenho tipo "sistema em um chip" para equipamento local do cliente (CPE) econômico que seja compatível com IEEE 802.16-2004. OS equipamentos locais do cliente são colocados em uma empresa ou residência para transmitir e receber sinais sem fio de banda larga para conexão à Internet.
Fases de implementação
A Intel prevê a instalação do WiMax em três fases:
1- A primeira fase da tecnologia WiMax (baseada no padrão IEEE 802.16-2004) proporcionará conexões sem fio fixas por meio de antes externas ainda na primeira metade de 2005.
2- Na segunda metade de 2005, WiMax estará disponível para instalação em interiores, com pequenas antenas parecidas com um ponto de acesso Wi-Fi atual. Neste modelo fixo em interiores, WiMax estará disponível para uso em amplas instalações de banda larga residenciaisl, conforme os dispositivos forem desenhados para "instalação por parte do usuário", o que diminuirá o custo de instalação dos provedores.
3- Para 2006, a tecnologia será integrada em equipamentos de computação portáteis para serem compatíveis com a itinerância entre as áreas de serviço de WiMax.
Desenvolvimento na América Latina
A Argentina é o primeiro país latino-americano a contar com o WiMax, conforme indica a empresa Millicom - que há pouco anunciou a instalação do primeiro nó WiMax na torre mais alta da capital, Buenos Aires, no Parque da Cidade - e que já permite implementar conexões em menos de 48 horas com velocidades de até 10Mbs. "Desta maneira, algo que antes requeria meses de preparação e altos custos de implementação, hoje se pode realizar rapidamente com custo muito conveniente, aproveitando todas as vantagens do mundo sem fio", diz a Millicom. Também garante que duplicará a cobertura geográfica durante o ano de 2005, através da implementação da nova tecnologia incluindo, em uma primeira etapa, as áreas metropolitanas da capital, Córdoba e Mendoza.
Por outro lado, a consultoria em comunicação Carrier e Associados insinua que a companhia mexicana Telmex talvez possa trazer estes mesmos serviços através das antenas da empresa de telefonia móvel CTI, que ela controla na Argentina, e assim abrir caminho no terreno da banda larga - o que mais cresce no país junto com a telefonia celular.
Como funciona WiMAX
Quem é o dono da "WiMAX"?
O WiMAX é um padrão aberto de conexão sem fio, certificado pelo IEEE - Institute of Electrical and Electronics Engineers. Logo, não é uma tecnologia proprietária, não há donos. As diretrizes e discussões ficam à cargo do WiMAX Forum, uma organização sem fins lucrativos formada por dezenas de empresas que enxergam na tecnologia um futuro promissor. Evidentemente, elas tiram o lucro desenvolvendo chips e equipamentos certificados para WiMAX.
As empresas-líderes são Intel, Airspan Networks, Alvarion, AT&T, Aperto Networks, British Telecom, Fujitsu, KT Corp, Samsung, Sprint Nextel, Wi-LAN e ZTE Corporation. No Brasil, a maior divulgação (e empolgação) vem da Intel, em vários eventos e congressos sobre o tema.
Como funciona o WiMAX?
É bem fácil de entender como você vai poder acessar a Internet de casa, sem fios e sem se preocupar com hotspots. A transmissão do sinal WiMAX é bem parecida com a de um telefone celular. Um torre central envia o sinal para várias outras torres espalhadas e, estas, multiplicam o sinal para chegar aos receptores.
O usuário precisa de uma pequena antena receptora, da qual resulta na conexão que vai até o seu computador ou notebook, plugada via placa de rede. De acordo com o diretor de mobilidade digital e comunicação da Intel, Ronaldo Miranda, essa antena pode ficar no topo de um prédio (multiplicando a conexão para o condomínio, por exemplo) ou ao lado do gabinete do PC mesmo, como se fosse um equivalente ao modem externo usado por Velox ou Speedy.
Até aí, é meio parecido com o Wi-Fi, não é? A diferença é que os pontos de acesso do Wi-Fi são extremamente limitados. O sinal só alcança 100 metros, em média, a uma velocidade máxima de 11 Mbps. Acontece que o acesso e a velocidade dependem de uma série de fatores e, geralmente, não chegam a esse valor. Um roteador genérico de Wi-Fi permite a cobertura de 45 m em ambiente interno e cerca de 90 m externo. Para distâncias maiores, é preciso criar redes de múltiplos pontos, interligadas.
"No caso do WiMAX, em condições ideais o sinal alcança um raio de até 50 km e velocidade de 75 Mbps", explica Miranda, acrescentando que também há dependências da geografia, como montanhas e prédios altos. Miranda lembra, ainda, que a velocidade é dividida com os usuários que estiverem utilizando o sinal enviado pela torre. "Mesmo assim, o sinal na chamada última-milha (o usuário final) tende a ser mais rápido e estável do que as conexões banda larga disponíveis hoje", antecipa.
As três etapas do WiMAX
Com os testes realizados em cidades brasileiras, o Brasil começa a primeira e a segunda etapa da implantação do WiMAX. De acordo com a Intel, a Fase 1 é quando as pessoas podem ter acesso a partir de pontos fixos (as anteninhas de recepção no alto de uma estrutura física), permitindo acesso irrestrito em sítios, fazendas... enfim, em qualquer lugar.
A Fase 2 é a que mais interessa os usuários e às capitais: é quando a antena de recepção pode ficar dentro de casa, como se fosse o modem externo. Assim, em vez de contratar um Speedy da vida cuja conexão chega pelo telefone, você pode até abolir a linha e usar o WiMAX.
A Fase 3, a mais esperada pelas operadoras e provedores de serviço, é a total mobilidade do WiMAX. Você poderá ter acesso à Internet em movimento, sem perda de conexão ou instabilidade, como acontece hoje com o seu telefone celular. Você fala em qualquer lugar, certo? Pois é, na Fase 3, não haverá preocupação sobre recepção de sinal dentro da área de cobertura das torres de WiMAX.
O padrão para WiMAX móvel já foi, inclusive, homologado pela IEEE para ser adotado em grandes áreas urbanas. Consultor de novos negócios e tecnologia, especializado em redes sem fio, Eduardo Prado comemora a homologação: "acompanho o mercado mundial de WiMAX desde abril/2003 e estava ficando angustiado com o processo de aprovação pelo IEEE. Estamos presenciando uma época histórica para o futuro do acesso banda larga sem fio", diz.
As aplicações comerciais do WiMAX
Quando as empresas começarem a oferecer WiMAX, de início, a tecnologia não chegará a concorrer com os atuais padrões de DSL e cabo para Internet rápida. "Porém, há lugares onde o cabo e o DSL não chegam, mesmo em cidades grandes e capitais. As operadoras podem querer preencher esse nicho de mercado, para usuários finais", sonda Ronaldo Miranda, da Intel.
Não à toa, a Intel no Brasil tem tentado trabalhar com governos e prefeituras para que todos saibam como o WiMAX pode ajudar na inclusão digital de localidades remotas, já que dispensa tantos cabeamentos. Diferentemente do Wi-Fi convencional, o WiMAX pode usar freqüências licenciadas pela Anatel ou não. No caso das licenciadas, há segurança e diretrizes a seguir, como ocorre na freqüência dos telefones móveis.
Quanto vai custar?
Ninguém sabe. As operadoras guardam os estudos comerciais a sete chaves. O gerente de mobilidade da Intel, contudo, deixa claro que, para ser viável comercialmente, quem oferecer conexão WiMAX nas cidades terá que competir com os preços praticados hoje. "Se for muito mais caro, não dá certo. O custo tem que ser igual ou menor... ou, pelo menos, oferecer segurança ou serviços agregados que os concorrentes não tenham", explica Miranda. Ele antecipa, porém, que o custo de instalação para as operadoras é bem menor no WiMAX do que para DSL.
No final das contas, o usuário sabe como a banda toca: a concorrência dita as regras e os preços caem. O caso mais emblemático no Brasil é a conexão DSL. Telefônica e Telemar oferecem o mesmo tipo de conexão em diferentes áreas de concessão. No entanto, como a área de cobertura da Telefônica tem outras empresas na concorrência de banda larga, a empresa oferece planos mais baratos e diversificados, enquanto do outro lado, pela Telemar, a concorrência é bem menor e o usuário fica com menos opções. Pagando mais, claro.
Os testes realizados no Brasil
Em parceria com universidades, instituições e governos, a Intel liderou testes de WiMAX no Brasil, desde 2004, nas cidades de Brasília (DF), Ouro Preto (MG), Mangaratiba (RJ) e, mais recentemente, Belo Horizonte (MG). Até o final deste ano, a empresa promete começar a testar em São Paulo.
Na primeira cidade, Brasília, o teste consistia em uma escola-laboratório móvel, com recepção de WiMAX para acesso rápido à Internet. No entanto o ponto de teste mais emblemático no Brasil é, sem dúvida, Ouro Preto. Quem conhece a cidade, deve imaginar o motivo: a região não é plana, é rodeada por montanhas e irregularidades geográficas. Foi a prova de fogo para a recepção do WiMAX.
A prova de fogo em Ouro Preto
O teste-piloto teve vários parceiros, destacando-se a prefeitura e a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). De acordo com o professor e pesquisador responsável pelo laboratório de testes da universidade, Carlos Frederico Cavalcanti, vários alunos foram envolvidos no projeto de redes sem fio, com qualidade de serviço (QoS), baseado em WiMAX.
E funcionou? Quem explica é o coordenador-executivo de todo o projeto, Américo Tristão Bernardes: "desenvolvemos algumas ações bem interessantes, como a implementação de antenas em pontos sem visada ou mesmo de difícil acesso. Usamos durante um período uma kombi com três computadores, como um laboratório móvel, o qual chamamos de kombi-digital. A idéia da kombi é poder ter um pequeno laboratório móvel que possa atender comunidades distantes ou escolas pequenas em pontos mais remotos. Foi um sucesso".
Bernardes acredita em uma revolução na educação em Ouro Preto, já que agora há uma rede sem fio interligando as escolas do ensino fundamental e médio, incluindo laboratórios de informática. "Agora, sim, estamos falando de inclusão digital", comemora. As aulas de capacitação começam em janeiro de 2006.
Para obter sucesso a partir de agora e em um futuro próximo, Bernardes aposta na cooperação entre poder público e iniciativa privada. "Criamos um modelo complementar, baseado em parceria público-privada-comunitária (PPPC). Grosso modo, o poder público cria a infra-estrutura e um agente privado garante sua operação e manutenção, explorando-o comercialmente (dentro de limites contratuais) e garantindo serviços e acesso às escolas. Acreditamos que isso possa dar um salto no processo de inclusão" explica.
Em 2006...
Quem acompanha o noticiário, deve estar sabendo: a partir de 2006, muita coisa vai mudar nas regras de telefonia. O impacto maior será, indevidamente, para o usuário final do telefone fixo e do acesso discado à Internet. Pode ser a hora certa para você migrar para um plano de acesso banda larga. Fique de olho nos preços, cobre reduções de valor à operadora e atenção às novidades. O WiMAX está chegando.
Se você ainda não acredita...
E se o WiMAX não der certo? E se nenhuma empresa oferecer a tão sonhada Internet rápida, prática, barata e sem fios? Para as operadoras que estão investindo pesado na tecnologia, a idéia chega a ser absurda. Agora em dezembro, as principais empresas de telefonia e serviços mostraram o balanço e os planos de investimentos para 2006. Adivinhem só quem estava lá? O WiMAX.
A Intel, que no Brasil tem a posição (extra-oficial) de líder na divulgação do WiMAX, já conseguiu até mesmo assinar contrato com o Governo Federal para implantar a tecnologia nos projetos de inclusão digital. Hoje, os núcleos Gesac (Programa de Governo Eletrônico - Serviço de Atendimento ao Cidadão) do governo trabalham com Internet por satélite para levar conexão a lugares remotos, uma tecnologia cara e problemática, na visão de muitos especialistas. A partir de 2006, boa parte dos Gesac pode usar WiMAX em vez de conexão via satélite.
Operadoras de telefonia prometem acesso para início do ano
Como o WiMAX leva uma conexão limpa e rápida, a tão sonhada convergência entre Internet, televisão e telefone (VoIP) pode partir das próprias telefônicas. Todas elas estão de olho. A Brasil Telecom anunciou, neste mês, investimentos de R$ 2,5 bilhões em 2006. Para banda larga, a meta é crescer entre 30% e 40%, e o WiMAX será oferecido no Paraná e no Rio Grande do Sul, ainda no primeiro trimestre do ano, de acordo com a vice-presidência de operações móvel e fixa da empresa.
Nesse mesmo período do ano, a Telefônica também deve adotar o WiMAX, segundo informações divulgadas pela própria companhia. Os testes com a tecnologia foram realizados em 2005, na região de Campinas, no interior de São Paulo. A Telefônica pretende oferecer WiMAX para usuários residenciais e corporativos, onde não há como levar o tradicional Speedy (DSL), dentro e fora da área de concessão. Em Curitiba, há planos concretos entre Telefônica e Embratel para oferecer WiMAX em um raio de 7 km, podendo chegar a 20 km no interior do Paraná, onde não há tantos obstáculos físicos, como prédios altos e montanhas.
No início de dezembro, o Ministro das Comunicações, Hélio Costa, e o gerente-geral da Intel no Brasil, Oscar Clarke, assinaram um acordo para viabilizar cobertura WiMAX em 50% do território de Belo Horizonte, para levar acesso rápido e sem fio a hospitais, órgãos públicos e escolas. De acordo com o ministro, na ocasião da assinatura do contrato durante o Intel Developer Forum, em São Paulo, "a expectativa é de levar conexão a 25 a 30 pontos até o final do ano".
Ronaldo Miranda, da Intel, é enfático: "todas as operadoras estão testando WiMAX. Não podemos revelar nomes e planos, mas todos estão de olho".
Outras informações
AMSTERDÃ (Reuters) - Uma nova tecnologia de comunicação que "sussurra" em frequências de rádio muito utilizadas pode permitir serviços de banda larga móvel para aparelhos portáteis ou conectar casas que não têm outro modo de navegar pela Internet em alta velocidade, disse o inventor do sistema.
A xMax, mais recente inovação nas comunicações em banda larga, é um sistema de transmissão de dados muito silencioso que emprega canais de rádio já repletos de barulhentos sinais de pagers ou televisão, explica o inventor Joe Bobier.
"O xMax invade frequências de rádio, embora invadir não seja a palavra correta porque temos autorização para transmitir um sinal desde que ele não interfira com os sinais mais fortes", afirma.
O que o sistema tem de único é que ele é capaz de transmitir de sinais fracos demais para serem captados por antenas normais, mas que podem ser "ouvidos" por antenas especiais que sabem em que direção devem "escutar". Isso permite que o mesmo escasso espectro de frequências de rádio possa ser usado por duas aplicações ao mesmo tempo.
A tecnologia poderia interessar a uma operadora de telecomunicações ou de Internet que não tenha licença de uso de ondas de rádio, porque a empresa poderia oferecer serviços de banda larga com número muito baixo de antenas especiais, acrescentando mais estações conforme a demanda cresce.
A idéia interessa também regiões rurais onde as operadoras consideram caro demais a instalação de uma cobertura de acesso à Web por meio da tecnologia de telefonia celular de terceira geração (3G), que exige estações rádio-base separadas por intervalos de apenas alguns quilômetros.
"Estamos falando de aumento de alcance da ordem de 400 a 500 por cento", diz Bobier, acrescentando que isso supera em muito o desempenho do Flash-OFDM, também alardeado como sistema de banda larga ideal para áreas rurais.
A XG Technology, empresa sediada na Flórida que controla o xMax, está discutindo com diversos fabricantes de chips e equipamentos a produção do hardware necessário.
Os chips de rádio para os aparelhos custariam entre cinco e seis dólares por unidade, se produzidos em massa, e as estações rádio-base sairiam por cerca de 350 mil dólares, preços competitivos se for levada em consideração a área coberta.
FAIXAS DE FREQUÊNCIA BAIXAS
Stuart Schwartz, professor de engenharia elétrica da Universidade de Princeton, afirmou que o xMax não é um sistema eficiente para transmissão de dados sem fio, "mas o faz de uma maneira benigna. Você nem sabe que ele está lá. É muito inteligente."
A vantagem é que além do mesmo espectro poder ser usado para duas aplicações sem a necessidade de um canal especial, o xMax pode operar a baixas frequências, que são capazes de percorrer grandes distâncias e de atravessar paredes.
Outras recentes tecnologias de banda larga sem fio, como a WiMAX e Flash-OFDM, precisam de frequências dedicadas. Se elas ficarem a frequências acima de 1 gigahertz o sinal terá problemas ao atravessar edifícios e outros obstáculos ou mesmo para percorrer grandes distâncias.
A tecnologia da XG pode ser usada também em frequências mais altas e até em cabos, mas a companhia está se concentrando nos canais de frequência mais baixa primeiro.
Bobier descobriu uma maneira de colocar 1 bit de informação em um ciclo de frequência e recuperar este sinal fraco com um novo tipo de filtro. Se o xMax usar um sinal poderoso, que precisa de uma frequência dedicada, pode aumentar ainda mais o alcance e a sua capacidade.
A primeira rede xMax está sendo construída em Miami e Fort Lauderdale onde uma estação rádio-base pode entregar um sinal de banda larga em uma área de 103,5 quilômetros quadrados.
A capacidade do xMax não é maior que a de outras tecnologias, o que significa que mais antenas precisam ser instaladas se um certo número de usuários estiver usando a rede, normalmente entre centenas a 1.000 usuários.
Imagens
Por: fUm4c1nh4_rOo
Fonte: Reuters Brasil