Saíram duas matérias no UOL sobre como as cidades de interior estão sofrendo menos com a crise, pelo menos em relação a empregabilidade.
Eu, há um certo tempo, vejo que o novo boom de crescimento brasileiro virá de fora das capitais. Os avanços tecnológicos atuais tornam até contraproducente a concentração populacional em grandes centros. Há, lentamente em curso, um processo de emigração a partir dos grandes centros.
Cidades de interior tem melhor qualidade de vida, com menos transito e violência, pecando em relação as capitais (ainda) em opções de lazer. O custo de vida é bem mais baixo (experiencia própria), assim como preços de imóveis e terrenos. O maior acesso a educação faz diminuir a disparidade de qualificação do trabalhador do interior e das capitais.
Existe a critica de que os salários são menores. Porém, mesmo que sejam menores nominalmente, o custo de vida mais baixo faz com que tenham um poder de compra maior.
Creio que o único grande impedimento pra esse cenário se concretizar é a falta de investimento em modais de transporte mais eficientes e a dependência que ainda se tem do transporte de produtos por via rodoviária.
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29 das 30 cidades com mais geração de empregos estão no interior do país
Carlos Madeiro e Eduardo Schiavoni
Colaboração para o UOL, em Arapiraca (AL) e Franca (SP)
Com base nos dados do Ministério do Trabalho e Emprego, o UOL encontrou as ilhas do emprego no Brasil. Das 30 maiores geradoras, 29 são cidades do interior do país –apenas Goiânia (GO) foge à regra. Nove estão no Estado de São Paulo.
Juntas, as 30 cidades geraram 63 mil novas vagas e vivem um momento à parte na economia. A atividade que mais se destacou entre esses municípios foi a agropecuária (dominante em 12 cidades). Em seguida, vêm indústria (oito cidades), serviços (cinco), construção civil (quatro) e administração pública (uma cidade).
Foram consideradas apenas as cidades com mais de 30 mil habitantes para fazer esse ranking.
O número de empregos gerados é o saldo, ou seja, o total de contratações menos o de demissões no período. Por exemplo, se em uma cidade foram contratadas 20 mil pessoas, mas outras 15 mil perderam seus empregos, o saldo é de 5.000, que é o número de vagas geradas (20.000 - 15.000 = 5.000).
Veja as dez cidades que mais geraram empregos neste ano (até agosto):
Franca (SP) gerou mais empregos
A cidade campeã na geração de empregos neste ano é Franca (400 km a norte de São Paulo). Conhecida como polo calçadista, gerou 5.026 vagas nos oito primeiros meses, sendo 4.311 na indústria de calçados.
Segundo o professor de economia Hélio Braga Filho, do Centro Universitário Uni Facef, de Franca, o bom resultado da cidade pode ser explicado por dois fatores: a sazonalidade e a recuperação econômica das indústrias depois do mau resultado registrado em 2014.
No ano passado, foram fechadas 2.371 vagas na indústria. "O setor calçadista começa a demitir em novembro, em um processo que dura até o fim de dezembro", disse.
Alta do dólar ajuda
O economista Antonio Vicente Golfeto diz que outro fator positivo é a alta do dólar. "Boa parte da produção de calçados de Franca é exportada e, para quem exporta, o dólar alto sempre é um bom negócio", disse. "Isso também ajuda no desempenho do setor de cítrus [como laranja] e da cana, embora com peso menor", completou.
O presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca), José Carlos Brigagão do Couto, prevê tempos difíceis para o setor, mesmo com a geração de vagas em 2015. "Para ilustrar a gravidade da situação, em outubro de 2013 tínhamos 30.381 funcionários e, em junho, tínhamos 25.162, portanto, um saldo negativo de 5.219 vagas", disse.
Agronegócio em São Paulo
Não é só em Franca que o agronegócio gera riquezas. Em outros pontos do interior paulista, o setor também é o maior vetor da geração de empregos. É o caso de Bebedouro e Matão -quarta e sétima maiores geradoras de emprego no ano. Ambas concentram grandes áreas produtoras de cítrus e cana-de-açúcar.
São José do Rio Pardo, com 1.776 vagas, e Vargem Grande do Sul, com 1.244 vagas, aparecem com destaque no cultivo de cebolas e batatas.
Nordeste em alta
Outra parte da lista de cidades com geração de empregos está no interior do Nordeste. A segunda colocada na lista nacional é Juazeiro (BA), com 4.268. A prefeitura informou que o emprego tem relação direta com o número de obras na cidade e com investimentos privados.
Na divisa com Juazeiro, a cidade de Petrolina, do outro lado do rio São Francisco, mas já em Pernambuco, gerou 3.141 vagas neste ano e se destacou com a produção de frutas, especialmente uvas.
A cidade que gerou mais emprego na área de serviços no país foi Arapiraca, no agreste de Alagoas. Na cidade, que teve saldo positivo de 2.829 vagas, somente a instalação de uma empresa de SAC (serviço de atendimento ao consumidor) abriu 1.200 postos de emprego.
Além disso, o shopping da cidade, inaugurado em setembro de 2013, expandiu-se e também contratou.
Na lista das nordestinas, outro destaque foi São Gonçalo Amarante (CE), onde fica o complexo portuário de Pecém. Lá foram 1.849 vagas. Apesar da desaceleração de obras por todo o país, a construção civil conseguiu impulsionar a geração de empregos no município e foi o setor que mais gerou vagas.
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Trabalhadores acham recolocação e 1º emprego em cidades do interior do país
Carlos Madeiro e Eduardo Schiavoni
Colaboração para o UOL, em Arapiraca (AL) e Franca (SP)
O número de empregos gerados é o saldo, ou seja, o total de contratações menos o de demissões no período. Por exemplo, se em uma cidade foram contratadas 20 mil pessoas, mas outras 15 mil perderam seus empregos, o saldo é de 5.000, que é o número de vagas geradas (20.000 - 15.000 = 5.000).
Em Franca, as mais de 5.000 vagas geradas em 2015 ajudaram a recolocar profissionais no mercado. O presidente de uma associação que reúne bancas de pesponto [acabamento de costura], Claudinei Rocha, diz que a tendência é de criação de vagas nos próximos meses.
As bancas têm geralmente até dez funcionários e são contratadas por grandes indústrias do setor calçadista para terceirização da produção. Segundo Rocha, são quase 4.000 bancas, que geram mais de 12 mil postos de trabalho. O piso da categoria é de R$ 980.
Boom de vagas até novembro
"A crise está a todo vapor, mas neste ano a expectativa é que as bancas sobrevivam e que vagas sejam criadas. O ano passado foi muito ruim, e certamente teremos demissões no fim do ano, mas isso é cíclico, a economia da cidade funciona assim. Até o fim de novembro, haverá um 'boom' de vagas, com grande geração de emprego", afirma Rocha.
Um dos donos de banca de pesponto é o microempresário José Raimundo Alves, 54. Ele trabalhou por mais de dez anos na empresa Samello, que foi uma das maiores calçadistas do país nas décadas de 80 e 90.
Desde a crise da empresa, no fim dos anos 90, ele abriu sua própria banca e passou a prestar serviços, primeiro para a própria Samello e depois para outras empresas do setor. Ele conta que, no fim do ano passado, chegou a manter apenas um funcionário, além dele e da mulher.
"O serviço diminuiu e fui dispensando. Neste ano, a demanda aumentou de novo, já contratei quatro funcionários e talvez contrate mais um ou dois até o fim do ano."
Esperando demissão no fim do ano
Na outra ponta da cadeia, os sapateiros que conseguiram voltar ao mercado de trabalho já se preparam para o fim do ano e para uma eventual demissão. É o caso de Marcos Felipe Castro, 23, que foi demitido em setembro de 2014 e voltou a trabalhar como chanfrador --profissional que faz parte do acabamento nos calçados.
"Eu peguei meu seguro-desemprego em outubro [do ano passado] e fiquei parado até o começo do ano, fazendo bicos. Trabalhei como mototaxista até que consegui ser contratado por uma banca em março", conta.
Reserva para quando perder trabalho
A coladeira Rosilena Silva Pessoni, 27, trabalha desde fevereiro em uma fábrica da cidade, mas também já começou a fazer trabalhos free-lancer para duas bancas de pesponto da cidade em seu tempo livre.
"Quero fazer um pé de meia para comprar meu carro, por isso esse serviço extra é importante", conta ela. "E, se a crise não passar e a firma demitir, tenho alguma reserva".
Primeiro emprego
Beto Macário/UOL
Douglas Julião, 24, Maria Alcione, 24, e Francisco Bruno, 26, funcionários contratados este ano na AeC
Outra cidade que vem despontando com criação de vagas, especialmente no setor de serviços, é Arapiraca (AL). Graças à abertura de novos empreendimentos, teve um saldo positivo de 2.829 vagas com carteira assinada. Alguns trabalhadores arrumaram o primeiro emprego, como ocorreu com Douglas Julião, 24.
Estudante de psicologia, Julião conta que Arapiraca tem largado a antiga vocação agrícola para dar oportunidades em empresas de serviço.
"A cidade tem se desenvolvido muito nos últimos anos com a chegada dessas empresas e realmente não faltam oportunidades", diz o jovem, que trabalha na recém-aberta empresa AeC, especializada em serviço de atendimento ao consumidor.
Promoção em três meses
Maria Alcione, 24, também conseguiu seu primeiro emprego com carteira assinada. Formada em Letras, até então tinha trabalhado apenas como monitora de escola para o governo do Estado. "Está sendo uma oportunidade excelente. Em três meses, consegui uma promoção". Hoje ela atua como supervisora de operações.
Beto Macário/UOL
Geraldo Lira de Oliveira, 43, deixou gerência de shopping em Maceió para assumir vaga de gerente de operações em Arapiraca
A cidade também atrai com boas oportunidades de emprego. Há 14 anos no ramo de shoppings, Geraldo Lira de Oliveira, 43, conta que deixou a gerência de um em Maceió para assumir a gerência do primeiro de Arapiraca. Ele foi contratado em março.
"Apesar de ser interior, a proposta era bem melhor do ponto de vista de carreira e salário. Sem contar que o grupo que é proprietário aqui tem um método de trabalho melhor, com procedimentos de gestão modernos. Tudo aqui é muito controlado", afirma.
Eu, há um certo tempo, vejo que o novo boom de crescimento brasileiro virá de fora das capitais. Os avanços tecnológicos atuais tornam até contraproducente a concentração populacional em grandes centros. Há, lentamente em curso, um processo de emigração a partir dos grandes centros.
Cidades de interior tem melhor qualidade de vida, com menos transito e violência, pecando em relação as capitais (ainda) em opções de lazer. O custo de vida é bem mais baixo (experiencia própria), assim como preços de imóveis e terrenos. O maior acesso a educação faz diminuir a disparidade de qualificação do trabalhador do interior e das capitais.
Existe a critica de que os salários são menores. Porém, mesmo que sejam menores nominalmente, o custo de vida mais baixo faz com que tenham um poder de compra maior.
Creio que o único grande impedimento pra esse cenário se concretizar é a falta de investimento em modais de transporte mais eficientes e a dependência que ainda se tem do transporte de produtos por via rodoviária.
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29 das 30 cidades com mais geração de empregos estão no interior do país
Carlos Madeiro e Eduardo Schiavoni
Colaboração para o UOL, em Arapiraca (AL) e Franca (SP)
- Beto Macário/UOL
Sede da AeC, empresa de call center em Arapiraca (AL), que gerou 1.200 vagas neste ano
Com base nos dados do Ministério do Trabalho e Emprego, o UOL encontrou as ilhas do emprego no Brasil. Das 30 maiores geradoras, 29 são cidades do interior do país –apenas Goiânia (GO) foge à regra. Nove estão no Estado de São Paulo.
Juntas, as 30 cidades geraram 63 mil novas vagas e vivem um momento à parte na economia. A atividade que mais se destacou entre esses municípios foi a agropecuária (dominante em 12 cidades). Em seguida, vêm indústria (oito cidades), serviços (cinco), construção civil (quatro) e administração pública (uma cidade).
Foram consideradas apenas as cidades com mais de 30 mil habitantes para fazer esse ranking.
O número de empregos gerados é o saldo, ou seja, o total de contratações menos o de demissões no período. Por exemplo, se em uma cidade foram contratadas 20 mil pessoas, mas outras 15 mil perderam seus empregos, o saldo é de 5.000, que é o número de vagas geradas (20.000 - 15.000 = 5.000).
Veja as dez cidades que mais geraram empregos neste ano (até agosto):
- Franca (SP) - 5.026
- Juazeiro (BA) - 4.268
- Pontal (SP) - 4.211
- Bebedouro (SP) - 3.569
- Cristalina (GO) - 3.511
- Petrolina (PE) - 3.141
- Matão (SP) - 2.888
- Arapiraca (AL) - 2.829
- Goianesia (GO) - 2.312
- Nova Serrana (MG) - 2.168
Franca (SP) gerou mais empregos
A cidade campeã na geração de empregos neste ano é Franca (400 km a norte de São Paulo). Conhecida como polo calçadista, gerou 5.026 vagas nos oito primeiros meses, sendo 4.311 na indústria de calçados.
Segundo o professor de economia Hélio Braga Filho, do Centro Universitário Uni Facef, de Franca, o bom resultado da cidade pode ser explicado por dois fatores: a sazonalidade e a recuperação econômica das indústrias depois do mau resultado registrado em 2014.
No ano passado, foram fechadas 2.371 vagas na indústria. "O setor calçadista começa a demitir em novembro, em um processo que dura até o fim de dezembro", disse.
Alta do dólar ajuda
O economista Antonio Vicente Golfeto diz que outro fator positivo é a alta do dólar. "Boa parte da produção de calçados de Franca é exportada e, para quem exporta, o dólar alto sempre é um bom negócio", disse. "Isso também ajuda no desempenho do setor de cítrus [como laranja] e da cana, embora com peso menor", completou.
O presidente do Sindifranca (Sindicato da Indústria de Calçados de Franca), José Carlos Brigagão do Couto, prevê tempos difíceis para o setor, mesmo com a geração de vagas em 2015. "Para ilustrar a gravidade da situação, em outubro de 2013 tínhamos 30.381 funcionários e, em junho, tínhamos 25.162, portanto, um saldo negativo de 5.219 vagas", disse.
Agronegócio em São Paulo
Não é só em Franca que o agronegócio gera riquezas. Em outros pontos do interior paulista, o setor também é o maior vetor da geração de empregos. É o caso de Bebedouro e Matão -quarta e sétima maiores geradoras de emprego no ano. Ambas concentram grandes áreas produtoras de cítrus e cana-de-açúcar.
São José do Rio Pardo, com 1.776 vagas, e Vargem Grande do Sul, com 1.244 vagas, aparecem com destaque no cultivo de cebolas e batatas.
Nordeste em alta
Outra parte da lista de cidades com geração de empregos está no interior do Nordeste. A segunda colocada na lista nacional é Juazeiro (BA), com 4.268. A prefeitura informou que o emprego tem relação direta com o número de obras na cidade e com investimentos privados.
Na divisa com Juazeiro, a cidade de Petrolina, do outro lado do rio São Francisco, mas já em Pernambuco, gerou 3.141 vagas neste ano e se destacou com a produção de frutas, especialmente uvas.
A cidade que gerou mais emprego na área de serviços no país foi Arapiraca, no agreste de Alagoas. Na cidade, que teve saldo positivo de 2.829 vagas, somente a instalação de uma empresa de SAC (serviço de atendimento ao consumidor) abriu 1.200 postos de emprego.
Além disso, o shopping da cidade, inaugurado em setembro de 2013, expandiu-se e também contratou.
Na lista das nordestinas, outro destaque foi São Gonçalo Amarante (CE), onde fica o complexo portuário de Pecém. Lá foram 1.849 vagas. Apesar da desaceleração de obras por todo o país, a construção civil conseguiu impulsionar a geração de empregos no município e foi o setor que mais gerou vagas.
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Trabalhadores acham recolocação e 1º emprego em cidades do interior do país
Carlos Madeiro e Eduardo Schiavoni
Colaboração para o UOL, em Arapiraca (AL) e Franca (SP)
- Divulgação
José Raimundo Alves, 54, espera contratar mais dois funcionários até o fim do ano
O número de empregos gerados é o saldo, ou seja, o total de contratações menos o de demissões no período. Por exemplo, se em uma cidade foram contratadas 20 mil pessoas, mas outras 15 mil perderam seus empregos, o saldo é de 5.000, que é o número de vagas geradas (20.000 - 15.000 = 5.000).
Em Franca, as mais de 5.000 vagas geradas em 2015 ajudaram a recolocar profissionais no mercado. O presidente de uma associação que reúne bancas de pesponto [acabamento de costura], Claudinei Rocha, diz que a tendência é de criação de vagas nos próximos meses.
As bancas têm geralmente até dez funcionários e são contratadas por grandes indústrias do setor calçadista para terceirização da produção. Segundo Rocha, são quase 4.000 bancas, que geram mais de 12 mil postos de trabalho. O piso da categoria é de R$ 980.
Boom de vagas até novembro
"A crise está a todo vapor, mas neste ano a expectativa é que as bancas sobrevivam e que vagas sejam criadas. O ano passado foi muito ruim, e certamente teremos demissões no fim do ano, mas isso é cíclico, a economia da cidade funciona assim. Até o fim de novembro, haverá um 'boom' de vagas, com grande geração de emprego", afirma Rocha.
Um dos donos de banca de pesponto é o microempresário José Raimundo Alves, 54. Ele trabalhou por mais de dez anos na empresa Samello, que foi uma das maiores calçadistas do país nas décadas de 80 e 90.
Desde a crise da empresa, no fim dos anos 90, ele abriu sua própria banca e passou a prestar serviços, primeiro para a própria Samello e depois para outras empresas do setor. Ele conta que, no fim do ano passado, chegou a manter apenas um funcionário, além dele e da mulher.
"O serviço diminuiu e fui dispensando. Neste ano, a demanda aumentou de novo, já contratei quatro funcionários e talvez contrate mais um ou dois até o fim do ano."
Esperando demissão no fim do ano
Na outra ponta da cadeia, os sapateiros que conseguiram voltar ao mercado de trabalho já se preparam para o fim do ano e para uma eventual demissão. É o caso de Marcos Felipe Castro, 23, que foi demitido em setembro de 2014 e voltou a trabalhar como chanfrador --profissional que faz parte do acabamento nos calçados.
"Eu peguei meu seguro-desemprego em outubro [do ano passado] e fiquei parado até o começo do ano, fazendo bicos. Trabalhei como mototaxista até que consegui ser contratado por uma banca em março", conta.
Reserva para quando perder trabalho
A coladeira Rosilena Silva Pessoni, 27, trabalha desde fevereiro em uma fábrica da cidade, mas também já começou a fazer trabalhos free-lancer para duas bancas de pesponto da cidade em seu tempo livre.
"Quero fazer um pé de meia para comprar meu carro, por isso esse serviço extra é importante", conta ela. "E, se a crise não passar e a firma demitir, tenho alguma reserva".
Primeiro emprego
Beto Macário/UOL
Douglas Julião, 24, Maria Alcione, 24, e Francisco Bruno, 26, funcionários contratados este ano na AeC
Outra cidade que vem despontando com criação de vagas, especialmente no setor de serviços, é Arapiraca (AL). Graças à abertura de novos empreendimentos, teve um saldo positivo de 2.829 vagas com carteira assinada. Alguns trabalhadores arrumaram o primeiro emprego, como ocorreu com Douglas Julião, 24.
Estudante de psicologia, Julião conta que Arapiraca tem largado a antiga vocação agrícola para dar oportunidades em empresas de serviço.
"A cidade tem se desenvolvido muito nos últimos anos com a chegada dessas empresas e realmente não faltam oportunidades", diz o jovem, que trabalha na recém-aberta empresa AeC, especializada em serviço de atendimento ao consumidor.
Promoção em três meses
Maria Alcione, 24, também conseguiu seu primeiro emprego com carteira assinada. Formada em Letras, até então tinha trabalhado apenas como monitora de escola para o governo do Estado. "Está sendo uma oportunidade excelente. Em três meses, consegui uma promoção". Hoje ela atua como supervisora de operações.
Beto Macário/UOL
Geraldo Lira de Oliveira, 43, deixou gerência de shopping em Maceió para assumir vaga de gerente de operações em Arapiraca
A cidade também atrai com boas oportunidades de emprego. Há 14 anos no ramo de shoppings, Geraldo Lira de Oliveira, 43, conta que deixou a gerência de um em Maceió para assumir a gerência do primeiro de Arapiraca. Ele foi contratado em março.
"Apesar de ser interior, a proposta era bem melhor do ponto de vista de carreira e salário. Sem contar que o grupo que é proprietário aqui tem um método de trabalho melhor, com procedimentos de gestão modernos. Tudo aqui é muito controlado", afirma.