GVT investe R$ 300 milhões no Rio para oferecer telefone fixo e internet
RIO - A desconhecida GVT já se prepara para oferecer telefonia fixa e internet banda larga para clientes residenciais no Rio de Janeiro - cidade que concentra o maior investimento da companhia no país. Atualmente, a operadora, controlada pelo grupo de mídia francês Vivendi e com forte atuação nas regiões Sul e Centro-Oeste do Brasil, contabiliza cerca de 80 obras em diversos bairros das zonas Norte e Sul, além do Centro do Rio. A estratégia, que envolve investimentos de R$ 300 milhões até 2012, é abrir uma guerra comercial com seus principais concorrentes: a Oi (ex-Telemar) e a Net, que oferece pacotes de telefonia em conjunto com a Embratel.
- Estamos fazendo cerca de 80 obras no Rio. Onde já construímos a rede de fibra ótica, já são oferecidas telefonia e banda larga. Estamos em fase de pré-lançamento do nosso serviço residencial. Queremos chegar a uma cobertura de 15% da cidade até o fim deste ano - destaca Alcides Troller Pinto, diretor de Marketing e Vendas da GVT, lembrando que atualmente o escritor Nelson Motta e a apresentadora Cynthia Howlett anunciam nos comerciais a vinda da GVT ao Rio.
Por enquanto, a empresa oferece apenas pacotes de telefonia fixa e banda larga. Mas em meados de 2011, a GVT quer lançar televisão por assinatura via satélite (DTH), a exemplo dos bons resultados que a rival Oi vem obtendo em cidades como o Rio, onde já teve de suspender a comercialização do serviço devido à forte demanda.
A empresa, presente em 17 estados e com mais de 3,5 milhões de clientes, estuda o lançamento de produtos e serviços oferecidos pela Vivendi em outros países, como na França, onde a SFR oferece telefonia fixa, móvel e banda larga.
Vivendi ajuda GVT a lançar TV por assinatura em 2011
No fim do ano passado, a Vivendi, após intenso duelo com os espanhóis da Telefónica, comprou 100% da GVT, em um negócio avaliado em mais de R$ 7,2 bilhões. A compra, considerada polêmica, é alvo de investigação na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão que regula o mercado de capitais no Brasil.
- Com a Vivendi, aumenta-se a capacidade de investimento da GVT. Haverá transferência de tecnologia só quando houver sentido. A Vivendi oferece uma gama de serviços, como músicas, jogos e TV por assinatura. A Vivendi está ajudando no projeto para implantar TV por assinatura - afirma o executivo.
Um dos serviços que a GVT está estudando implantar no Brasil é um equipamento, espécie de roteador, oferecido hoje pela francesa SFR, que permite acessar a internet, telefonar, via VoIp, e transferir fotos do computador para a televisão. A empresa também não descarta oferecer telefonia móvel, já que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) prepara leilão da banda H, que vai permitir a criação de uma nova tele móvel.
- Sempre olhamos a telefonia móvel. Mas hoje o usuário está mais preocupado em ter telefonia fixa, banda larga e TV no seu pacote de sinergia. Para ele, o celular é algo pessoal, e os outros são produtos de toda a residência. A ideia dos pacotes que temos hoje é ser competitivo para conquistar novos consumidores - explica Troller.
A GVT, que investiu R$ 5 milhões em sua sede na Zona Portuária, aposta em banda larga de 10 mega e 11 mil minutos de ligações para números fixos a R$ 129,90 por mês no pacote que oferece ainda cem minutos em ligações para celular e cem minutos de interurbano com preço de ligação local. Além dos planos no Rio, a companhia começou os investimentos em Niterói, onde atende a 55% da cidade.
Segundo analistas, esse tipo de ação vai aumentar a competição no Rio, forçando Oi e Net a baixarem seus preços, podendo beneficiar o consumidor e pequenas empresas, como as lan houses.