O Brasil está muito atrasado na oferta de ultra-
banda larga, com pouquíssimos quilômetros de redes de fibras ópticas puxadas até a casa (FTTH) ou até o prédio (FTTB) do assinante, constata Nelson Saito, gerente do departamento técnico da Furukawa. Segundo ele, entre as incumbents, somente a Telefônica está investindo nesta tecnologia. Até o final do ano, a Furukawa terá vendido fibras para a operadora chegar em 5,8 mil prédios no estado de São Paulo.
"Enquanto nos países da Ásia-Pacífico, são mais de 32 milhões de
assinantes, na América do Norte, 6,8 milhões e na Europa 2,3 milhões, no Brasil, nós só temos os 10 mil clientes da Telefônica", afirmou. Saito não considera em suas contas os clientes da GVT que também têm acesso à internet com velocidades muito rápidas, pois, segundo ele, a operadora não leva a fibra até a casa ou até a porta do prédio do usuário.
Conforme o executivo, o Brasil está mais atrasado do que o Chile e no mesmo patamar ao da Argentina, que também enfrenta problemas regulatórios que impedem a massificação desta tecnologia. Para Saito, somente a aprovação do PL 119 (o antigo PL 29), que libera as concessionárias brasileiras de telecom no mercado de TV a cabo, irá reverter este cenário de falta de investimentos em novas tecnologias. "As empresas só vão
investir em ultra-banda larga se puderem também levar vídeo para o cliente", completou.
A sua aposta é que, com o ingresso da Portugal Telecom na Oi - a empresa tem um amplo
projeto de IPTV em Portugal - a concessionária brasileira torne-se mais agressiva nestes investimentos. "A falta de competição faz também com que as empresas deixem o Brasil muito atrasado", concluiu.
Fonte: Telesíntese