.: Tópico Oficial dos Românticos :. #2

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Tipo são várias opiniões, que cada um tem a sua.

Minha ex namorada tinha depressão, no inicio eu não entendia o real motivo. Mas depois que descobri tentei ajudar de todas as formas possíveis, todas mesmo. Tentei ser o melhor namorado do mundo, dando presentes, atenção, carinho, conversando e escutando a ex. Porém o comportamento dela só foi piorando e quanto mais fundo eu ia mais merda eu descobria sobre a vida dela com a família. Acabou que terminamos na 4º vez em Maio. Motivo do termino foi pq peguei o PAI que agredia ela tanto fisicamente como verbalmente e ter enfiado a porrada nele.

Te digo uma coisa, não me arrependo de ter tentado ajudar, porém me arrependo de ter dedicado tanto tempo e recursos"dinheiro" para uma pessoa que no fim só queria fugir do mundo de problemas dela.
Antes de mais nada tentei levar no psiquiatra/psicologo mas nunca quis então ia fazer o que ??

O que importa é que nunca mais vi ela, deletei todas as amigas dela e só não me mudei de casa porque não tenho dependência financeira plena. Senão teria ido embora da casa dos familiares.

E assim atualmente estou em um relacionamento que a pessoa me apoia e eu a apoio, sem sufocar um ao outro sem paranoias, sem ficarmos fazendo um ao outro perder tempo, recursos "Dinheiro" que são extremamentes importantes em nossas vidas.
Não entendeu o que eu quis dizer. Existem diversos casos.
Se hoje o que você investiu de tempo e dinheiro tivesse dado resultado você certamente não falaria isso, porém nem tudo na vida dá certo.
Não estou dizendo que tem que gastar dinheiro ou ficar em um relacionamento que não quer... Estou dizendo que as vezes a pessoa precisa de ajuda, de um apoio. Talvez precise de recurso financeiro mas não precisa ser necessariamente seu dinheiro já que não está disposto a gastar, pode procurar um familiar e falar da situação.
Hoje quem está com problemas é ela e amanhã pode ser você. (Sim, essa possibilidade existe.)

Minha Ex era muito ciumenta, quando ia para casa me mandava mensagens perguntando onde eu tava sendo que mal tinha saído de casa dela, não gostava que eu demorasse de responder... Boa parte disso foi porque ela sofria de ansiedade e outros por problemas psicológicos mesmo.
Peguei um dia e conversei Franco com ela, falei que ela precisava passar em um psicólogo pois o comportamento dela iria atrapalhar nosso relacionamento e que isso não poderia continuar. Claro que ela não reagiu nada bem em ouvir isso e falou um monte.
Fiquei insistindo no assunto por um mês, ela não procurou melhorar então eu peguei e saí fora deletei ela da minha vida pessoal e virtual, fiquei mantendo contato com a mãe dela. Depois de um mês separado ela procurou ajuda e começou a se tratar e hoje ela está bem melhor, tenho contato com ela e ela admitiu que mudou para melhor e até a autoestima dela está muito acima do que era antes. Agradeceu a mim por insistir que ela fosse a um especialista pois a intenção dela era melhorar para ficar comigo, porém com decorrer do processo percebeu que era melhor melhorar e procurar outro kkkk.
 
O tópico é bom mas as dicas nem sempre são boas.
Um usuário tem uma parceira com graves problemas psicológicos e a dica dos caras é largar e não olhar para traz. Será mesmo que essa decisão é a melhor? Será que ela não precisa de ajuda?
Pois é. Será que o usuário não pode ao menos tentar ajudá-la? Pois talvez ele seja o único que ela confie e que faça ela ter vontade de mudar/melhorar.

Enfim, até penso as vezes em pedir dicas aqui mas aparentemente quem dá dica tá mais perdido que eu.

Eu trabalho com psicanálise e já trabalhei em manicômio judiciário e te digo, sem grandes problemas, que esse conselho é especialmente útil pra quem tem predisposição a ajudar denais. Segue minha explicação antes de querer me xingar: as pessoas que querem ajudar demais tendem a, de modo geral, esperar que possam ter um efeito direto na depressão do parceiro ou da parceira. Newsflash: você não pode. Mesmo profissionais têm uma dificuldade imensa com pacientes em depressão por ser uma doença que geralmente carrega comorbidades consigo (mais de uma doença) e ser uma doença da qual o paciente muitas vezes parece não querer se ver livre. É estranho, mas é algo próximo do "essa dor eu ja conheço", algo que o Freud chamava de benefícios secundários das doenças. Ademais, a depressão é uma doença na qual a transferência (relação terapeuta-analisando/paciente) é extremamente difícil, a aceitação de certas coisas é ainda pior, o índice de auto destrutividade é enorme e a propensão a atividades repetitivas sem sentido de maneira compulsiva é uma constante.

Em termos de causas, existem muitas hipóteses que funcionam em casos distintos, mas nenhuma é única e/ou unificadora em relação à doença (i.e. como a presença de virus específico é causa da gripe). Te dou alguns exemplos.

Tem um livro chamado "Música do tempo infinito" de um colega de profissão que relaciona os quadros de depressão e a estrutura psicológica deles com o capitalismo e com uma forma de diversão comum nele, a saber, as festas rave. Em vários artigos sobre neurociência, os psiquiatras responsáveis relacionam a doença a falta de determinados componentes químicos no cérebro. Há quem pense, ainda, que o depressivo funciona, estruturalmente, de outra maneira. Há ainda quem relacione depressão e melancolia e essas duas com a criatividade, algo comum desde Aristóteles.

Como você pode ver, é uma doença extremamente misteriosa e desgastante mesmo para profissionais que se dedicam a pesquisar isso. Ora, uma pessoa comum, que tem a boa intenção de ajudar por ter um vínculo romântico, nessa situação, só pode ajudar se e somente se for capaz de reconhecer a própria impotência em momentos de crise do parceiro doente. Ademais, precisa não se considerar inútil nem tornar a doença algo sobre sua incapacidade. É ainda pior do que ter um parceiro com hérnia de disco (minha mãe tem, eu via/vejo como meu pai fica quando ela tem crise) porque você não tem nada de físico para ser visto, por um lado e, por outro, sua presença devia ser capaz de alterar o estado da pessoa. Você rapidamente começa a supor que você ou é inútil ou a pessoa tá de sacanagem, não te ama, etc.

Quando me pedem conselho sobre namorar alguém com alguma doença psíquica, meu reflexo é sempre desencorajar precisamente porque o que eu disse acima parece fácil, mas é a reação que sempre aparece e acaba quase sempre fazendo com que o parceiro precise de algum tipo de suporte também. Mergulhar nisso com alguém é algo que só deve ser feito por quem tem muita resiliência psíquica e, bem francamente, a maioria das pessoas é muito frágil nesse departamento. Se a pessoa ainda assim quiser, não acho nada louvável nem deplorável, bonito nem feio, acho uma escolha difícil que deve ser tomada apenas depois de saber no que se está enfiando. A narrativa do "amor conquista tudo" ou "fulano vale a pena" quando usada para justificar esses comportamentos acaba por trazer mais ressentimentos e dificuldades do que uma escolha que considere o quão difícil vai ser o caminho a seguir. Doença psíquica é uma coisa muito séria e que deve ser tratada como qualquer enfermidade: suporte do grupo à volta e tratamento por profissional especializado. O amor não substitui a técnica e quem desrespeita isso aprende da pior maneira possivel, infelizmente.

Note, o que eu disse serve pra depressão, as três variações de psicose, BPD, anorexia/bulimia e de imediato acho que só. No geral, qualquer morbidez psíquica que deixe a pessoa instável e reduza demais a auto estima dela ou dele vai tornar a relação algo muito desgastante e, sejamos honestos aqui, nós fomos alimentados com Hollywood e, portanto, esperamos algo mais descansado das relações. Nada de errado com a expectativa: o problema é achar que você é herói/heroína de rom-com que vai salvar seu parceiro, que costuma ser o caso tanto de homens quanto de mulheres (esse comportamento é bem democratico em relação ao gênero, basta gostar da pessoa).

Antes que inicie ad hominem do tipo "quero ver se você se apaixonar por uma" é bom ressaltar que namorei duas mulheres depressivas. Uma hoje está feliz, casada com um dos netos do Ferreira Gullar e a outra sumiu. Nos dois casos o relacionamento foi instável, permeado por uma insegurança constante quanto ao estado de saúde delas e comigo em um processo similar à terapia de grupo (profissionais que namoravam pessoas com a doença se juntando pra falar) em concomitância com o namoro. Não me arrependo porque sabia onde estava me metendo muito bem, mas não finjo que foi "uma relação igual as outras" porque não foi. Exigiram muito mais de mim do que qualquer outra relação porque exigiam um comportamento de saber meu próprio limite. Eu treinei e ano que vem volto ao kyokushin cujo lema é justo para superar seus limites e cresci com essa narrativa de 100% é pouco, o mundo quer 120%. Me dizer "você não pode fazer nada" enquanto alguém que eu amo sofre é um golpe baixíssimo. Foi uma escola de aceitação dos limites e não fosse minha resiliência um pouco acima da média por conta das experiências difíceis da pesquisa (leiam holocausto brasileiro para terem uma noção) eu teris ficado bem pior.

Pra alguém que tentou questionar o que é normal e o que não é e tentou argumentar a partir do medo (provavelmente porque se sentiu ofendido/ofendida pelo comentário do usuário por essa pessoa citado/citada) eu diria que, de fato, ninguém está imune e, de fato, ninguém pode definir normalidade. No entanto, todos estão livres para definir o quanto estão dispostas a aguentar por uma outra pessoa. Ninguém é obrigado a ficar com outra pessoa pelo fato de esta ter doencas psíquicas. Acredite em mim, mais de dez pessoas já choraram na minha frente quando cogitaram ou concluiram que seus parceiros só estavam com elas porque elas estavam doentes ou seja, para poder ser um mártir ou dizer que fez a coisa certa. Pouca coisa num relacionamento é pior do que se saber tolerado por alguém que você ama. É uma disparidade de desejos muito grande e muito difícil de engolir. A pessoa agora se sente mal duas vezes: uma pela doença, outra por se achar um peso. Como dizia o Freud, esse é um daqueles casos nos quais seríamos muito melhores se não quiséssemos ser tão bons.
 
pior que acho que ainda além de festas, nas últimas 3 semanas vi ela no caminho do almoço quando ia apé para casa (moramos perto) e acabamos conversando no mínimo uma vez por semana.

E o pior que na festa de fds que fui, era inauguração de uma boate aqui na minha cidade, e eu e o pessoal do time recebemos uns convites free e fomos tudo junto. Quando cheguei lá, descubri que ela foi com a namorada de um dos parceiro de time.

O que descobri depois foi que esse casal que ela foi junto sabiam que eu ia estar lá e não contaram para ela:vish:

Tá difícil fugir. E de tanto ver ela bate aquela vontade de voltar. Negócio é ocupar a cabeça jogando e estudando
Evite um pouco essas pessoas.
Vida que segue, bola para frente sempre !!!

Não entendeu o que eu quis dizer. Existem diversos casos.
Se hoje o que você investiu de tempo e dinheiro tivesse dado resultado você certamente não falaria isso, porém nem tudo na vida dá certo.
Não estou dizendo que tem que gastar dinheiro ou ficar em um relacionamento que não quer... Estou dizendo que as vezes a pessoa precisa de ajuda, de um apoio. Talvez precise de recurso financeiro mas não precisa ser necessariamente seu dinheiro já que não está disposto a gastar, pode procurar um familiar e falar da situação.
Hoje quem está com problemas é ela e amanhã pode ser você. (Sim, essa possibilidade existe.)
Então se tivesse dado certo, ela tivesse ido procurado se tratar. Eu teria terminado porque nos momentos que ela estava normal tínhamos muitas e muitas coisas incomum.
Assim eu estava desposto a gastar o dinheiro como gastei para ajudar ela, distrair a mente dela, procurei familiares dela, amigas dela e alguém procurou ajudar ?

Assim hoje provavelmente ela deve estar tendo um vida melhor ou não, pq tudo que eu pude fazer para somar eu fiz. Todos nós podemos ter um tipo de problema na vida, tive muitos e só por isso não fiz as pessoas perderem tempo, sempre dei o devido valor por mas que fosse um pouco tarde.
Sei muito bem que posso precisar de alguém no amanhã, por isso que cultivo o contato com familiares, com amigos e pessoas próximas como tb sei que posso ajudar elas seja de uma simples forma ou com o tempo que for necessário.

Minha Ex era muito ciumenta, quando ia para casa me mandava mensagens perguntando onde eu tava sendo que mal tinha saído de casa dela, não gostava que eu demorasse de responder... Boa parte disso foi porque ela sofria de ansiedade e outros por problemas psicológicos mesmo.
Peguei um dia e conversei Franco com ela, falei que ela precisava passar em um psicólogo pois o comportamento dela iria atrapalhar nosso relacionamento e que isso não poderia continuar. Claro que ela não reagiu nada bem em ouvir isso e falou um monte.
Fiquei insistindo no assunto por um mês, ela não procurou melhorar então eu peguei e saí fora deletei ela da minha vida pessoal e virtual, fiquei mantendo contato com a mãe dela. Depois de um mês separado ela procurou ajuda e começou a se tratar e hoje ela está bem melhor, tenho contato com ela e ela admitiu que mudou para melhor e até a autoestima dela está muito acima do que era antes. Agradeceu a mim por insistir que ela fosse a um especialista pois a intenção dela era melhorar para ficar comigo, porém com decorrer do processo percebeu que era melhor melhorar e procurar outro kkkk.

Isso sim, é interessante, sua ex reconheceu e não foi te atacar. Se eu fizesse isso hoje provavelmente seria atacado com mensagens de ódio e coisas ruins então, vida que segue.
 
O tópico é bom mas as dicas nem sempre são boas.
Um usuário tem uma parceira com graves problemas psicológicos e a dica dos caras é largar e não olhar para traz. Será mesmo que essa decisão é a melhor? Será que ela não precisa de ajuda?
Pois é. Será que o usuário não pode ao menos tentar ajudá-la? Pois talvez ele seja o único que ela confie e que faça ela ter vontade de mudar/melhorar.

Enfim, até penso as vezes em pedir dicas aqui mas aparentemente quem dá dica tá mais perdido que eu.

mermão, depois que você perde anos da sua vida, ou seja bastante tempo, muito dinheiro e até mesmo parte da sua humanidade (ou até aquela "resiliência" que o colega profissional citou logo acima), tu prefere ficar solteiro, sozinho fodido de solidão do que está junto com uma mulher problemática.

Eu confesso que "chutei" garotas que não conhecia direito por sentir o cheiro de problemas psicológicos semelhantes ao da minha ex, as vezes me pego pensando se eu estava errado, mas logo me conformo, pois se meu instinto tava certo estaria me livrando de um baita sofrimento.
 
Percebo que minha namorada faz muito jogo emocional. Namoro já deu uma reviravolta novamente. Ontem fiquei para baixo e hoje descobri coisa e fiquei chateado com ela e estou pensando em terminar esse namoro mesmo. Não sei se inconscientemente estou me afastando dela, ela sempre está reclamando disso, que a deixo sozinha, que evito sair com ela. E até percebo que isso pode ser verdade, mas eu relutava falando que não.

Tenho um pouco de tendência em ter depressão, não sei se realmente tenho ou não, minha mãe tem, e sou muito quieto e geralmente penso em coisas não tão legais, e minha vida tá uma merda. Ultimamente estou tacando o fodase pra tudo. Estava tentando seguir com a relação e ajudando ela, mas são sempre as mesmas coisas, os mesmos problemas. Quando a gente se vê é bom e tal, mas acho que seguir assim não dá. Geralmente penso em ficar sozinho, mesmo. Nunca fui de ficar de joguinho com mulher e não tenho vontade alguma de conhecer outras mulheres.

Sei que terá que ser uma decisão minha. Já não chega eu ter problema, tem os da minha namorada que são até piores.

Não penso em buscar algum especialista, psicólogo ou psiquiatra.
 
Não penso em buscar algum especialista, psicólogo ou psiquiatra

Pois deveria. Brevemente frequentei psicólogo e como aprendi lá: todo mundo tem demanda. Hoje talvez você tenha um problema pequeno, apenas iniciando, de maneira que é melhor resolver agora que esperar crescer.
 
Percebo que minha namorada faz muito jogo emocional. Namoro já deu uma reviravolta novamente. Ontem fiquei para baixo e hoje descobri coisa e fiquei chateado com ela e estou pensando em terminar esse namoro mesmo. Não sei se inconscientemente estou me afastando dela, ela sempre está reclamando disso, que a deixo sozinha, que evito sair com ela. E até percebo que isso pode ser verdade, mas eu relutava falando que não.

Tenho um pouco de tendência em ter depressão, não sei se realmente tenho ou não, minha mãe tem, e sou muito quieto e geralmente penso em coisas não tão legais, e minha vida tá uma merda. Ultimamente estou tacando o fodase pra tudo. Estava tentando seguir com a relação e ajudando ela, mas são sempre as mesmas coisas, os mesmos problemas. Quando a gente se vê é bom e tal, mas acho que seguir assim não dá. Geralmente penso em ficar sozinho, mesmo. Nunca fui de ficar de joguinho com mulher e não tenho vontade alguma de conhecer outras mulheres.

Sei que terá que ser uma decisão minha. Já não chega eu ter problema, tem os da minha namorada que são até piores.

Não penso em buscar algum especialista, psicólogo ou psiquiatra.

Se você tá meio que se sentindo forçado a ficar no namoro, começa a "vazar" a frustração pelos lados que você não cobre. Todo mundo mais ou menos sente essas coisas de desejo/rejeição, assim como todos têm aquele "wtf sensor" pra quando alguém parece estar afim da gente. Ela pode estar notando. Agora, sobre fazer jogo emocional, toda pessoa que eu conheci, romanticamente ou clinicamente, faz consciente ou inconscientemente. É o que um amigo meu, desses amigos nossos 5/10 que pega um tanto de mulher gata, diz: todos têm um jeito de tentar guiar a relação e todos acham que estão fazendo o que é certo e todos têm alguma forma de "game" pra pegar quem quer.
 
Pois deveria. Brevemente frequentei psicólogo e como aprendi lá: todo mundo tem demanda. Hoje talvez você tenha um problema pequeno, apenas iniciando, de maneira que é melhor resolver agora que esperar crescer.

Vou discordar, as vezes o sujeito não tem problema nenhum, o padrão que estão impondo é que está o oprimindo. Pessoas as vezes arranjam problema aonde não tem. :mao:
 
Vou discordar, as vezes o sujeito não tem problema nenhum, o padrão que estão impondo é que está o oprimindo. Pessoas as vezes arranjam problema aonde não tem. :mao:

Falei por causa disso aqui:

Tenho um pouco de tendência em ter depressão, não sei se realmente tenho ou não, minha mãe tem, e sou muito quieto e geralmente penso em coisas não tão legais, e minha vida tá uma merda.
 
Eu trabalho com psicanálise e já trabalhei em manicômio judiciário e te digo, sem grandes problemas, que esse conselho é especialmente útil pra quem tem predisposição a ajudar denais. Segue minha explicação antes de querer me xingar: as pessoas que querem ajudar demais tendem a, de modo geral, esperar que possam ter um efeito direto na depressão do parceiro ou da parceira. Newsflash: você não pode. Mesmo profissionais têm uma dificuldade imensa com pacientes em depressão por ser uma doença que geralmente carrega comorbidades consigo (mais de uma doença) e ser uma doença da qual o paciente muitas vezes parece não querer se ver livre. É estranho, mas é algo próximo do "essa dor eu ja conheço", algo que o Freud chamava de benefícios secundários das doenças. Ademais, a depressão é uma doença na qual a transferência (relação terapeuta-analisando/paciente) é extremamente difícil, a aceitação de certas coisas é ainda pior, o índice de auto destrutividade é enorme e a propensão a atividades repetitivas sem sentido de maneira compulsiva é uma constante.

Em termos de causas, existem muitas hipóteses que funcionam em casos distintos, mas nenhuma é única e/ou unificadora em relação à doença (i.e. como a presença de virus específico é causa da gripe). Te dou alguns exemplos.

Tem um livro chamado "Música do tempo infinito" de um colega de profissão que relaciona os quadros de depressão e a estrutura psicológica deles com o capitalismo e com uma forma de diversão comum nele, a saber, as festas rave. Em vários artigos sobre neurociência, os psiquiatras responsáveis relacionam a doença a falta de determinados componentes químicos no cérebro. Há quem pense, ainda, que o depressivo funciona, estruturalmente, de outra maneira. Há ainda quem relacione depressão e melancolia e essas duas com a criatividade, algo comum desde Aristóteles.

Como você pode ver, é uma doença extremamente misteriosa e desgastante mesmo para profissionais que se dedicam a pesquisar isso. Ora, uma pessoa comum, que tem a boa intenção de ajudar por ter um vínculo romântico, nessa situação, só pode ajudar se e somente se for capaz de reconhecer a própria impotência em momentos de crise do parceiro doente. Ademais, precisa não se considerar inútil nem tornar a doença algo sobre sua incapacidade. É ainda pior do que ter um parceiro com hérnia de disco (minha mãe tem, eu via/vejo como meu pai fica quando ela tem crise) porque você não tem nada de físico para ser visto, por um lado e, por outro, sua presença devia ser capaz de alterar o estado da pessoa. Você rapidamente começa a supor que você ou é inútil ou a pessoa tá de sacanagem, não te ama, etc.

Quando me pedem conselho sobre namorar alguém com alguma doença psíquica, meu reflexo é sempre desencorajar precisamente porque o que eu disse acima parece fácil, mas é a reação que sempre aparece e acaba quase sempre fazendo com que o parceiro precise de algum tipo de suporte também. Mergulhar nisso com alguém é algo que só deve ser feito por quem tem muita resiliência psíquica e, bem francamente, a maioria das pessoas é muito frágil nesse departamento. Se a pessoa ainda assim quiser, não acho nada louvável nem deplorável, bonito nem feio, acho uma escolha difícil que deve ser tomada apenas depois de saber no que se está enfiando. A narrativa do "amor conquista tudo" ou "fulano vale a pena" quando usada para justificar esses comportamentos acaba por trazer mais ressentimentos e dificuldades do que uma escolha que considere o quão difícil vai ser o caminho a seguir. Doença psíquica é uma coisa muito séria e que deve ser tratada como qualquer enfermidade: suporte do grupo à volta e tratamento por profissional especializado. O amor não substitui a técnica e quem desrespeita isso aprende da pior maneira possivel, infelizmente.

Note, o que eu disse serve pra depressão, as três variações de psicose, BPD, anorexia/bulimia e de imediato acho que só. No geral, qualquer morbidez psíquica que deixe a pessoa instável e reduza demais a auto estima dela ou dele vai tornar a relação algo muito desgastante e, sejamos honestos aqui, nós fomos alimentados com Hollywood e, portanto, esperamos algo mais descansado das relações. Nada de errado com a expectativa: o problema é achar que você é herói/heroína de rom-com que vai salvar seu parceiro, que costuma ser o caso tanto de homens quanto de mulheres (esse comportamento é bem democratico em relação ao gênero, basta gostar da pessoa).

Antes que inicie ad hominem do tipo "quero ver se você se apaixonar por uma" é bom ressaltar que namorei duas mulheres depressivas. Uma hoje está feliz, casada com um dos netos do Ferreira Gullar e a outra sumiu. Nos dois casos o relacionamento foi instável, permeado por uma insegurança constante quanto ao estado de saúde delas e comigo em um processo similar à terapia de grupo (profissionais que namoravam pessoas com a doença se juntando pra falar) em concomitância com o namoro. Não me arrependo porque sabia onde estava me metendo muito bem, mas não finjo que foi "uma relação igual as outras" porque não foi. Exigiram muito mais de mim do que qualquer outra relação porque exigiam um comportamento de saber meu próprio limite. Eu treinei e ano que vem volto ao kyokushin cujo lema é justo para superar seus limites e cresci com essa narrativa de 100% é pouco, o mundo quer 120%. Me dizer "você não pode fazer nada" enquanto alguém que eu amo sofre é um golpe baixíssimo. Foi uma escola de aceitação dos limites e não fosse minha resiliência um pouco acima da média por conta das experiências difíceis da pesquisa (leiam holocausto brasileiro para terem uma noção) eu teris ficado bem pior.

Pra alguém que tentou questionar o que é normal e o que não é e tentou argumentar a partir do medo (provavelmente porque se sentiu ofendido/ofendida pelo comentário do usuário por essa pessoa citado/citada) eu diria que, de fato, ninguém está imune e, de fato, ninguém pode definir normalidade. No entanto, todos estão livres para definir o quanto estão dispostas a aguentar por uma outra pessoa. Ninguém é obrigado a ficar com outra pessoa pelo fato de esta ter doencas psíquicas. Acredite em mim, mais de dez pessoas já choraram na minha frente quando cogitaram ou concluiram que seus parceiros só estavam com elas porque elas estavam doentes ou seja, para poder ser um mártir ou dizer que fez a coisa certa. Pouca coisa num relacionamento é pior do que se saber tolerado por alguém que você ama. É uma disparidade de desejos muito grande e muito difícil de engolir. A pessoa agora se sente mal duas vezes: uma pela doença, outra por se achar um peso. Como dizia o Freud, esse é um daqueles casos nos quais seríamos muito melhores se não quiséssemos ser tão bons.

então moço, eu fiz o comentário sobre normalidade e me senti ofendida com aquele post, e vc entendeu errado o que eu quis dizer...não é sobre obrigar pessoas a ficar com quem está doente, somente pelo fato de estar doente. é mais sobre julgar essas pessoas como "anormais" e não merecedoras de coisas como amor e relacionamentos, pelo fato de estarem doentes. por isso eu perguntei "e se vc tá com uma pessoa considerada normal, e ela fica doente, vai passar a ser "não merecedora" tb?"

eu sofro de depressão, TAG, fobia social, dismorfofobia, já fui parar até em internação psiquiátrica, e na qualidade de algm que sofre e luta contra essas doenças diariamente, e já perdeu inúmeras coisas por causa delas, sempre que vejo algm falando algo do tipo "corre de gente com problema psicológico", eu me sinto extremamente mal, como se não fosse merecedora, não tivesse o direito de amar, de ter relacionamento, de ter pessoas tentando se aproximar de mim, aumenta ainda mais a minha sensação de ser um fardo, faz com que eu me sinta num mundo diferente das pessoas julgadas "normais" e como, por a dica ser "corra de pessoas assim", mesmo quando eu estiver bem, ngm vai se aproximar de mim, parece que nunca vou alcançar essas coisas. e quando algm se aproximar, quando souber das doenças que enfrento, vai ir embora, e eu vou ficar aqui, sem poder julgá-la pela escolha dela, mas carregando mais uma tremenda dor.

será que vc entende? não é o fato de querer que pessoas se obriguem a namorar pessoas doentes, mas o fato de nem ao menos considerá-las, de só falar pra fugir, o que, na nossa mente onde já temos uma auto-estima praticamente inexistente, piora mais ainda, pois pelo fato de sermos doentes, coisas como amor e relacionamentos parecem impossíveis, e nós mesmos acabamos nos fechando para essas coisas, por sabermos o fardo que estaríamos impondo para a pessoa amada.

no fim, acaba que carregamos essa dor terrível de, além de nós mesmos, a sociedade nos fazer acreditar também que essas coisas não são pra gente, que as pessoas devem apenas fugir de nós...

eu mesma já desisti de achar algm, já desisti dos meus sonhos de casamento, de ter filhos, justamente pq sei que não posso obrigar ninguém, e nem gostaria de fazer isso, e também pelo conceito das pessoas de fugirem de algm como eu, "ih! aquela ali é só problema, não vale a pena, acha uma normal", caralho, esse tipo de coisa me deixa extremamente pra baixo, me faz chorar por horas, até conseguir me conformar de novo com o que a doença e a sociedade me fizeram acreditar: eu não mereço essas coisas, por causa das minhas doenças. vou ficar isolada aqui, sem incomodar ninguém, e deixar a felicidade pra quem é "normal" e a merece.

e foi por isso que aquele post me ofendeu tanto.
 
então moço, eu fiz o comentário sobre normalidade e me senti ofendida com aquele post, e vc entendeu errado o que eu quis dizer...não é sobre obrigar pessoas a ficar com quem está doente, somente pelo fato de estar doente. é mais sobre julgar essas pessoas como "anormais" e não merecedoras de coisas como amor e relacionamentos, pelo fato de estarem doentes. por isso eu perguntei "e se vc tá com uma pessoa considerada normal, e ela fica doente, vai passar a ser "não merecedora" tb?"

eu sofro de depressão, TAG, fobia social, dismorfofobia, já fui parar até em internação psiquiátrica, e na qualidade de algm que sofre e luta contra essas doenças diariamente, e já perdeu inúmeras coisas por causa delas, sempre que vejo algm falando algo do tipo "corre de gente com problema psicológico", eu me sinto extremamente mal, como se não fosse merecedora, não tivesse o direito de amar, de ter relacionamento, de ter pessoas tentando se aproximar de mim, aumenta ainda mais a minha sensação de ser um fardo, faz com que eu me sinta num mundo diferente das pessoas julgadas "normais" e como, por a dica ser "corra de pessoas assim", mesmo quando eu estiver bem, ngm vai se aproximar de mim, parece que nunca vou alcançar essas coisas. e quando algm se aproximar, quando souber das doenças que enfrento, vai ir embora, e eu vou ficar aqui, sem poder julgá-la pela escolha dela, mas carregando mais uma tremenda dor.

será que vc entende? não é o fato de querer que pessoas se obriguem a namorar pessoas doentes, mas o fato de nem ao menos considerá-las, de só falar pra fugir, o que, na nossa mente onde já temos uma auto-estima praticamente inexistente, piora mais ainda, pois pelo fato de sermos doentes, coisas como amor e relacionamentos parecem impossíveis, e nós mesmos acabamos nos fechando para essas coisas, por sabermos o fardo que estaríamos impondo para a pessoa amada.

no fim, acaba que carregamos essa dor terrível de, além de nós mesmos, a sociedade nos fazer acreditar também que essas coisas não são pra gente, que as pessoas devem apenas fugir de nós...

eu mesma já desisti de achar algm, já desisti dos meus sonhos de casamento, de ter filhos, justamente pq sei que não posso obrigar ninguém, e nem gostaria de fazer isso, e também pelo conceito das pessoas de fugirem de algm como eu, "ih! aquela ali é só problema, não vale a pena, acha uma normal", caralho, esse tipo de coisa me deixa extremamente pra baixo, me faz chorar por horas, até conseguir me conformar de novo com o que a doença e a sociedade me fizeram acreditar: eu não mereço essas coisas, por causa das minhas doenças. vou ficar isolada aqui, sem incomodar ninguém, e deixar a felicidade pra quem é "normal" e a merece.

e foi por isso que aquele post me ofendeu tanto.

Me sinto assim muitas vezes, como se eu fosse uma aberração. Eu tentei ajudar muito minha namorada que tem os "defeitos" dela, e eu a amo da mesma maneira. Porém está muito difícil de manter o namoro, ela me magoou por ter feito algo, e isso, o meu próprio sentimento, a minha vida que tá uma merda, fazem eu querer ficar sozinho e me distanciar de tudo e todos.

Só estou trazendo depressividade nesse tópico
 
Me sinto assim muitas vezes, como se eu fosse uma aberração. Eu tentei ajudar muito minha namorada que tem os "defeitos" dela, e eu a amo da mesma maneira. Porém está muito difícil de manter o namoro, ela me magoou por ter feito algo, e isso, o meu próprio sentimento, a minha vida que tá uma merda, fazem eu querer ficar sozinho e me distanciar de tudo e todos.

Só estou trazendo depressividade nesse tópico

moço, não se culpe, vc ao menos tentou, fez o que pode, vc deu uma chance a si mesmo e a ela também! só isso já deve considerar uma grande vitória, por mais que não esteja dando certo mais.

o que eu quis dizer no post é em relação a nós sequer termos uma chance, até mesmo pras coisas darem errado, por causa desse jeito que as outras pessoas pensam. ao fato de, essa concepção que as pessoas tem, que acaba reforçando a concepção que a nossa mente mesmo cria, não nos acharmos merecedores e, caso consigamos uma chance que não termine bem, pensamos que então não conseguiremos nunca mais, justamente por nos acharmos uma "aberração". justamente pq a sociedade julga fugir do que eles consideram "anormal", como se não fossemos dignos de nada, como se tudo que somos fosse única e puramente nossa condição, e mesmo que seja difícil, o tratamento existe e dá certo, ainda mais quando tem algm ao seu lado pra te apoiar. o problema é que aceitar que vc tem uma doença do tipo, e depois buscar ajuda, são os passos mais complicados e difíceis.

vc se fecha completamente, fica com medo de tentar se aproximar das pessoas e com a reação delas ao descobrirem, ainda mais quando sabe o pensamento que impera ainda na sociedade, então no fim, acabamos achando melhor o isolamento e a aceitação...

estamos os dois deixando o tópico mais depressivo, não se culpe sozinho hahahah enfim, são apenas insights do ponto de vista de algm que sofre dessas doenças desde a adolescência e convive com todos os preconceitos e falta de informações que vem junto, por parte das outras pessoas.

é muito difícil e doloroso, pois ao mesmo tempo q vc entende um pouco o lado delas, também sente que não é tão difícil e impossível quanto parece, mas deixar preconceitos de lado, e ir atrás de informações sobre essas coisas, muita pouca gente faz. mas quem pode culpar algm por querer viver sem problemas? ahhh, se a vida fosse fácil assim...
 
então moço, eu fiz o comentário sobre normalidade e me senti ofendida com aquele post, e vc entendeu errado o que eu quis dizer...não é sobre obrigar pessoas a ficar com quem está doente, somente pelo fato de estar doente. é mais sobre julgar essas pessoas como "anormais" e não merecedoras de coisas como amor e relacionamentos, pelo fato de estarem doentes. por isso eu perguntei "e se vc tá com uma pessoa considerada normal, e ela fica doente, vai passar a ser "não merecedora" tb?"

eu sofro de depressão, TAG, fobia social, dismorfofobia, já fui parar até em internação psiquiátrica, e na qualidade de algm que sofre e luta contra essas doenças diariamente, e já perdeu inúmeras coisas por causa delas, sempre que vejo algm falando algo do tipo "corre de gente com problema psicológico", eu me sinto extremamente mal, como se não fosse merecedora, não tivesse o direito de amar, de ter relacionamento, de ter pessoas tentando se aproximar de mim, aumenta ainda mais a minha sensação de ser um fardo, faz com que eu me sinta num mundo diferente das pessoas julgadas "normais" e como, por a dica ser "corra de pessoas assim", mesmo quando eu estiver bem, ngm vai se aproximar de mim, parece que nunca vou alcançar essas coisas. e quando algm se aproximar, quando souber das doenças que enfrento, vai ir embora, e eu vou ficar aqui, sem poder julgá-la pela escolha dela, mas carregando mais uma tremenda dor.

será que vc entende? não é o fato de querer que pessoas se obriguem a namorar pessoas doentes, mas o fato de nem ao menos considerá-las, de só falar pra fugir, o que, na nossa mente onde já temos uma auto-estima praticamente inexistente, piora mais ainda, pois pelo fato de sermos doentes, coisas como amor e relacionamentos parecem impossíveis, e nós mesmos acabamos nos fechando para essas coisas, por sabermos o fardo que estaríamos impondo para a pessoa amada.

no fim, acaba que carregamos essa dor terrível de, além de nós mesmos, a sociedade nos fazer acreditar também que essas coisas não são pra gente, que as pessoas devem apenas fugir de nós...

eu mesma já desisti de achar algm, já desisti dos meus sonhos de casamento, de ter filhos, justamente pq sei que não posso obrigar ninguém, e nem gostaria de fazer isso, e também pelo conceito das pessoas de fugirem de algm como eu, "ih! aquela ali é só problema, não vale a pena, acha uma normal", caralho, esse tipo de coisa me deixa extremamente pra baixo, me faz chorar por horas, até conseguir me conformar de novo com o que a doença e a sociedade me fizeram acreditar: eu não mereço essas coisas, por causa das minhas doenças. vou ficar isolada aqui, sem incomodar ninguém, e deixar a felicidade pra quem é "normal" e a merece.

e foi por isso que aquele post me ofendeu tanto.

Então, foi o que eu disse ali pelo meio do post quando disse que você provavelmente se sentiu ofendida e por isso disse o que disse. É perfeitamente esperado e se você se sentiu ofendida já é sinal que alguma fibra pra lutar contra doença e estigma você tem. Um dos maiores problemas de ex internos de manicômios judiciários (e manicômios em geral) é justo que o interno perde isso completamente, dado que destroem paulatinamente.Falo "manicomio" porque hospital de custodia é muuto tentativa de esconder o estigma do interno sem mudar pratica) é que a família não aceita de volta, geralmente os crimes são cometidos dentro da família, é difícil pra caramba. Eu acompanhei histórias parecidas com a sua, algumas bem resolvidas, outras nem tanto, no geral histórias todas muito sofridas. Respondendo diretamente sua pergunta: entendo sim o que você passa e meu post foi também pra que esse reflexo de dizer "procura uma normal" nao fosse visto como só pessoas sendo filhas da puta ou sem ter paciência pra relacionar com pessoas mais complicadas. A maioria, posso te dizer, não aguenta e é porque a constituição psíquica é mais fraca do que precisa pra lidar com a situação por uma série de fatores, de educação à mistificação das doenças como defeito de fábrica.

Edit: mudei uma frase que achei que tinha escrito uma coisa e escrevi outra.
 
Última edição:
É muito legal de sua parte querer ajudar, bem legal mesmo, mas não se esqueça de temos um tempo limite, não vivemos para sempre, felizmente de modo geral temos bastante tempo de vida, mas acabamos jogando grande parte desse tempo fora, não vá perder sua vida meu caro.

E acho que essa frase merece ser escrita novamente: "Ninguém é obrigado a ficar com outra pessoa pelo fato de esta ter doencas psíquicas". Não precisa ficar se culpando se quiser terminar ou largar, é só um outro relacionamento que não deu certo.

A maioria, posso te dizer, não aguenta e é porque a constituição psíquica é mais fraca do que precisa pra lidar com a situação por uma série de fatores

Já que você é da área, o que tem a dizer sobre uma frase, "você nunca será feliz com uma pessoa que não é feliz consigo mesmo". Tenho levado isso como um "lema" de vida a algum tempo.

mermão, depois que você perde anos da sua vida, ou seja bastante tempo, muito dinheiro e até mesmo parte da sua humanidade (ou até aquela "resiliência" que o colega profissional citou logo acima), tu prefere ficar solteiro, sozinho fodido de solidão do que está junto com uma mulher problemática.

Fala ae ninja lol
 
Já que você é da área, o que tem a dizer sobre uma frase, "você nunca será feliz com uma pessoa que não é feliz consigo mesmo". Tenho levado isso como um "lema" de vida a algum tempo.

Então, nesse ponto eu tô numa linha diferente de 90% dos psicanalistas que você vai ver na mídia (exceções são os que me formaram. Exemplos: Christian Dunker, Slavoj Zizek e Francisco Ramos de Farias). Eles têm uma tara por uma coisa que o Lacan (um dos grandes psicanalistas do séc. XX) falou sobre a "dor do existir", em parte porque tem uma dimensão realmente difícil inerente à própria manutenção da vida de maneira responsável, aceitando mesmo o inconsciente - sobre o qual você não tem controle - como algo que é você, em parte porque se todos têm a tal dor do existir, todos são clientes em potencial. Eu particularmente acho que se você não sente nenhum sofrimento crônico brutal e lida bem com suas questões, você tá bem, não precisa de análise, terapia, coach ou seja lá o que for. Todos passam por momentos ruins e eles ajudam você a se reconfigurar psiquicamente.

O paralelo que eu gosto de fazer é com o corpo: nas artes marciais asiáticas ou no início da musculação a dor indica plasticidade e trabalho do corpo de algo que tava ali funcionando com uma carga e agora funciona com mais carga. Se a dor não passa, você quebrou algo, torceu, enfim, foi pra além do limite que você sozinho pode dar conta. Psiquismo é a mesma coisa: tem gente que tem estrutura psicótica (ou seja, o "alicerce" da mente é psicótico), passou por coisas horríveis e nunca surtou, morreu sem saber a própria estrutura. Tem gente que quebra a unha e desencadeia um episódio de depressão seguido de um de mania e se descobre PMD (antiga psicose maníaco-depressiva, hoje virou bipolar).

Todo esse preâmbulo pra dizer que concordo tanto pessoal quanto clinicamente (embora eu atualmente não clinique mais por motivos de mestrado/doutorado) e dá pra ver como isso é certo em exemplos bem bobos. Sabe aquelas pessoas que reclamam de tudo? Num primeiro momento elas podem ser engraçadas e até mesmo atraentes fisica/mentalmente. Uma pessoa irônica e reclamona geralmente tem um ponto de vista que a gente não tem e isso é intrigante mesmo. Depois, no entanto, você começa a sentir o peso que é sempre ter alguém pra quem tudo, absolutamente tudo, tá ruim, ninguém presta, só você e ela e olhe lá. E a pessoa recusa a mudar a si mesma, lançando sempre aquele olhar desconfiado de quem procura pelo em ovo em tudo. Você não relaxa e não consegue achar que sua presença importa porque parece ser mais importante destruir as pessoas de fora do que aproveitar sua companhia.

Uma versão tl:dr seria algo como: sabe quando você e a pessoa clicam porque parece que vocês dois, quando estão juntos, esquecem que existe um mundo lá fora? Então, nesses casos, vocês dois estão felizes consigo mesmos e querem compartilhar essa felicidade com aquela outra pessoa. Nada mais importa. Essas sabedorias populares dos turcos do tipo "quem faz mal pros outros faz pra si"? É isso e também vale pro bem que se faz. Se você tá insatisfeito, você diminui os outros porque assim você ilusoriamente se aumenta. "A raposa e as uvas" do esopo ensina isso faz tempo.
 
Ainda estou caçando no Tinder/Happn/etc novas candidatas para relacionamento. Enquanto não acho a certa, vou me divertindo com as erradas =)
 
Ainda estou caçando no Tinder/Happn/etc novas candidatas para relacionamento. Enquanto não acho a certa, vou me divertindo com as erradas =)
:thatfeel:

acho que conheci uma garota bacana, em breve iremos sair.
 
Acho que tô namorando com a de 27.

As vezes temos uma DR, depois rola aquele sexo absurdo.
 
Conheci uma colega de sala hoje, por sorte sentamos lado a lado no bar. 99% meu número, 1% de diferença pra enganar que to pegando um tipo diferente dessa vez. Jesus, quando mulher tem tatuagem é uma dificuldade resistir, vou te contar
 
Por aqui o razante esta na fase mais animal de todas... estou saindo com uma veterinaria hahahaha mais nova... 27... revi uma porrada de amigos em SP semana passada passei a semana fora a trabalho, estou indo pra dinamarca na proxima semana tambem a trabalho mas essas viagens amigos e a veterinaria tem me feito muito bem !

Ja tinha esquecido que poderia em alguma ocasiao encontrar um sexo melhor que o sexo da minha ex ! E como encontrei... pretendo manter pelo menos na passagem de ano hahahaha....
 
bom ler essas coisas do uriel, as vezes sinto que encaixo em muitas coisas (ha 2 anos e meio) mas sempre tentei buscar explicacao e saida. Acho que achei, mas nao tenho ctz, quando selegilina chegar terei certeza se me ajuda ou nao :haha:

tao ruim sentir assim, nao so por causar mal a parceira, mas por sentir-se mal sozinho tambem
 
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