Revivendo alguns contos, enquanto redijo um novinho
Este é lá da página 303... da época de ouro da GdA.
Então, mais um conto do espaço - Só um detalhe, todos os personagens são fictícios
O soldado
Sistema Piscis Austral, 11º Batalhão de defesa aeroespacial, estação militar não mapeada - FEDERAÇÃO.
Estava de folga, me preparando para ir passar o final de semana com minha família, aguardando na fila para embarcar no transporte planetário, uma velha Orca que parecia ter a idade de meu avô, mas que reluzia mais que a própria estrela Uriel, a qual nosso sistema orbita, quando chega um grupo de soldados a minha procura e me entregam ordens sigilosas que só serão decriptografadas na sala de briefing, todas as folgas foram revogadas e os pilotos estão sendo todos sendo convocados.
Ainda com a roupa civil, chego na sala e todo o esquadrão já está presente, 16 ao todo, apesar de nosso batalhão ter quatro esquadrões, apenas dois estão operacionais, nestes últimos e conturbados tempos, perdemos valorosos amigos ou suas naves estão fora de combate, e a iminência de uma guerra com o império deixa todos com os nervos a flor da pele, principalmente o comandante, que já esta na sala.
Meu leitor digital se acende e a mensagem decriptografada é,
defesa imediata do sistema GLIESE 868, intensa atividade terrorista no sistema, ação imediata e ofensiva, total eliminação da ameaça, polícia local subjugada, rotas comerciais comprometidas, sistema sob risco de colapso total.
Um frio percorre meu corpo, minha família é de mercadores, minha esposa e filho pilotam a Type 6 que era de meu avô, sua rota passa por Gliese e não há nada que eu possa fazer para avisá-los.
Mal escuto o que o comando fala, parece que os minutos são décadas, estou em agonia e não posso deixar transparecer para não comprometer a missão e meus companheiros, me concentro a tempo de ouvir que minha Wing será a Ases e escoltarei com minha Vulture a Phyton lanceira do próprio comandante, chamado capitão de ferro, juntamente com duas Vipers de assalto que farão o primeiro combate.
Já na doca, confiro os últimos ajustes da nave, meu loudout é extremo e estou preparado para sobreviver no espaço pois é assim que se luta pilotando a abutre, a escassez de energia é diretamente proporcional ao poder de fogo, é no extremo da batalha que nos sentimos a vontade e fervo por dentro, temendo por minha família. Com a ordem de decolar, sou encaminhado para a plataforma de lançamento, os trilhos são ruidosos, o rangido parece o lamento daqueles que estão perdidos sob ataque, indefesos... não consigo parar de pensar , preciso me concentrar pois de nós suas vidas dependem, respiro, e a serenidade vem ao som do canto entoado por meus companheiros, pelo rádio enquanto nos alinhamos para o salto, começam a bradar o antigo hino do aviador, cavaleiros do século do aço, com um brado escuto "os filhos altivos dos ares ao vôo alçar, sobre campos, cidades e mares às nuvens e céus enfrentar, D'Astro-Rei desfaiamos nos cimos, bandeirantes audazes do azul, às estrelas da noite subimos, para orar ao Cruzeiro do Sul, CONTATO AMIGOS, ao vento sobranceiros Lancemos o roncar da hélice a girar! "- three, two, One - Engage...
No espaço em dobra à frente, vejo o rosto de meus familiares no lugar de sistemas e riscos, hoje, mais do que nunca, tenho um motivo para lutar.
Chegamos em GLIESE juntos, 4 wings full com ordem de ataque e imediatamente o radar é invadido por pontos roxos, a leitura não erra, hostis estão atacando no sistema, podemos identificar várias naves, de todas as facções, piratas, chineses e assassinos do império, estão matando à todos! Assumimos formação ao mesmo tempo que uma wing salta do espaço desconhecido, parece que estavam nos esperando, manobro a tempo de escapar da interdição, mas não uma das vipers, o rádio está a mil, nave lock alinhado e descemos juntos, no painel de contato identifico três naves, uma courier, uma vulture negra e uma imperial Clipper vermelha, todos piratas, malditos vermes, a vulture e a courier disparam para cima do capitão, seus flares estão ativos e as torres de defesa já estão disparando, foco na vulture quando mais uma imperial clipper inimiga, esta do império, se junta ao combate.
Consigo retirar a vulture, a maldita é forte, meus alas de viper se juntam a mim e conseguimos baixar seus escudos, a forçando a evadir cuspindo flare, retornamos para o capitão, que já esta sob fogo pesado, as duas clippers estão com as torres bean fixas na phyton do comandante, disparo dois plasmas que fazem com que a Clipper vermelha pirata se afaste, dando um pouco de fôlego para nosso líder, então sou assolado por uma saraivada de laser, a courier vem em cobertura a clipper que já manobra de volta queimando shield cell, o dano térmico é pouco, mas constante, preciso me livrar dele e disparo o bean laser fixo nele, derretendo o seu escudo em uma rápida virada, a courier se afasta rodeada pelos flares, os três tiros de plasma não a atigiram, é muito pequena e já começa a se afastar quando as duas vipers iniciam a perguição, me volto para o comandante e sou assolado por uma bola de plasma que cobre toda minha nave, quase destruindo meu escudo, a maldita vulture negra retornou, ativo os shield cell que estavam dormentes e, enquanto me recupero, sou novamente atingido por outro tiro de plasma e laser, a clipper que estava em fuga se volta para mim, com o impacto, perco o gerador de escudo, juntamente com o último anel de energia deste, sem escudo, inicio a manobra evasiva quando uma bola de fogo ilumina o espaço próximo, o comandante destruiu uma das clippers e vem em minha direção descarregando tudo o que tem no pirata vermelho, que volta seu ataque para o nosso líder. Estou em desvantagem, não consigo me livrar da vulture que retornou, tento rodear a phyton, seu hull já está sendo atingido, com um disparo , derrubo os escudos da clipper, minha blindagem já esta a 50%, não consigo mais sustentar o combate quando a minha frente, quatro torpedos passam e atingem a clipper, a destruindo completamente, as duas vipers retornam e já estão em cima da vulture, o comandante também se vira para ela e antes que possa ser destruído, salta para o espaço próximo.
O capitão nos chama para a formação, sem escudo, me ordena que pouse em Bacon Port para reparar os módulos avariados e para rearmar, enquanto a wing alinha para novamente entrar em combate.
Sigo minhas ordens, lock na estação e vou para o supercruiser, das 4 wings que chegaram no sistema só consigo identificar três no comm panel, vários são os sinais de high cruiser, estamos limpando o sistema, ao custo da vida de meus companheiros, mas ser soldado é isso, que pilotem pelas miríades infinitas do céu do senhor...
Na aproximação sou interceptado, a vulture negra de novo, procuro o vetor de fuga mas a proximidade com o planeta desequilibra minha nave e acabo sendo arrancado do supercruiser, me volto para o combate e outro ponto inimigo surge, a courier sobrevivera, e se junta contra. Escapo de dois tiros de plasma, se um me atigir a nave não suportará, força máxima no armamento, consigo atingir a courier que fica a deriva, o plasma foi certeiro no motor e a nave para, minha preocupação é a vulture, hull a 40%, peço reforços e não obtenho resposta, mais um disparo e minha nave desliga, os sistemas estão sobrecarregados e fico a deriva, me viro para o planeta, tento reiniciar e a única resposta que tenho é do suporte de vida e sua contagem, a luz do painel pisca com a proximidade, dois alvos, a vulture e a courier, muito avariada, estão a minha frente, faróis acesos, uma atitude típica dos piratas, parecem que estão brincando com a presa, só aguardo o golpe final, quando, uma forte explosão seguido de um impacto na vulture os tiram da minha frente, demoro a focar no que aconteceu, penso que meus camaradas finalemnte chegaram, mas o que vejo é o antigo escudo de minha família estampado na Type 6, devem ter captado meu pedido de socorro e atropelaram a courier batendo também na vulture, não ouço nada, meu comunicador esta inoperante, reinicio a nave e nada, a cena do pequeno cargueiro contra a vulture é inesperada e, passado o elemento surpresa, o resultado deste embate me desespera, vejo o escudo desaparecer juntamente com metade do hull, o pirata é impiedoso, então vejo os flares, e, em uma manobra evasiva, vibro ao ver a T6 partir para o espaço próximo enquanto outros 8 sinais surgem em meu radar, meus camaradas chegaram e a vulture já esta em fuga, sendo perseguida por quatro cobras, à frente, a explosão, menos um pirata para infernizar...
A Phyton capitânia se aproxima, vejos os drones de reparo se aproximando, bem como mais um sinal, o pequeno cargueiro esta de volta, e se aproxima, na cabine, meu filho acena e pisca os faróis e uma euforia toma conta de mim, toda a apreensão e medo transformam-se em orgulho, bom garoto, teve a quem puxar...
Este é da página 179 e está mais atual do que nunca, pra ver o tempo que estamos falando da aparição dos Targoids...
Um conto do espaço.
O Guerreiro
Reunidos na sala de briefing da academia federal em GLIESE, recebo as últimas instruções sobre o roteiro da patrulha, somos quatro na escala de serviço e há rumores de atividade hostil no setor (nada confirmado), além de denúncia de um ataque de piratas a dois cargueiros que traziam componentes de informática para a estação, próximo ao beacon do sistema. Estou no último ano e ainda não voamos sem a cobertura de um oficial graduado, hoje, escoltaremos o major Pires, nick, cmdr jeep, para nós, só cara de jeep, hehehehe, aqueles olhos esbugalhados não deixam dúvidas e a foto dos livros de história muito se parecem com ele. Claro que isso fica só entre os alunos, se um dia ele souber, não quero estar na pele da vítima.
Jeep é um sujeito tenso, parece que ele tem mais sensores que a própria nave, não há espaço para brincadeiras e o seu respeito foi ganho em combate, uma honra tê-lo como instrutor costumeiro.
Depois das instruções recebidas, saímos todos em direção ao hangar, Jeep está na federal dropship, Laser, eu (dock) e cabeça de martelo o escoltaremos nas eagles de treinamento, já voamos juntos e espero ser apenas rotina.
Laser e cabeça são da minha turma, esses dois são como unha e carne, são tão unidos que até namoram duas irmãs, gêmeas! também são os dois melhores pilotos da classe e, claro, estão sempre disputando para ver quem será graduado em primeiro e ficará com a réplica da espada do chanceler. Faço o que posso para acompanhá-los, me garanto, só quero ter ranking para servir em algum sistema que tenha um planeta habitável, um salto, estou em casa, não vejo a hora.
Pré flight check, engines on, recebemos a autorização da capitania e decolarmos, devagar, acompanhando a velocidade ditada pelo comandante, já fora da estação, trancamos o frame shift e partimos para a patrulha, esse é um dos momentos que mais gosto, toda vez é como a primeira vez e não consigo esconder o sorriso por detrás do capacete. Em supercruiser parece que estamos em uma via rápida, nave beacon a frente, posso vislumbrar a espetacular fotosfera da estrela de Forge, que navega no braço de Orion e é o centro do nosso sistema.
Minha contemplação termina quando Jeep avisa que saltaremos em um sinal desconhecido, nos aproximamos e entramos em formação nos preparando para sair da supervelocidade. O computador assume e seguimos o líder para o espaço desconhecido próximo e encontramos um cargueiro à deriva, ainda a tempo de vermos o sinal deixado pelos piratas, malditos, nunca consegui alcançá-los, nem quando fizemos uma tocaia de um mês no nav beacon, parece que estão sempre um passo a frente. De qualquer forma, recebemos ordem de não entrar em combate, nossa missão é intimidar, o que funcionou em 100% das vezes até hoje, nos aproximamos da Type6 danificada, as luzes da Federal já a iluminam e o rombo no cargo hatch não deixa dúvidas do que eram. Fazemos contato com o comandante e, apesar dos estragos, sua nave ainda esta em condições de voo, agradecendo nossa ajuda, da para notar por sua voz que o orgulho é o que esta mais ferido, avisamos a estação e os preparativos para o seu pouso serão tomados.
Voltamos para o supercruiser e nenhuma ocorrência é detectada até o fim do turno.
Em nossa última passagem pelo sistema, detectamos um forte sinal vindo a mais de 1500LS, nunca antes nossos sensores captaram algo tão forte e tão longe, Jeep alertou a estação e avisou que iríamos verificar, assumimos formação e iniciamos nossa aproximação e, ao chegarmos a 100 LS começamos a desacelerar para a aproximação final e nada de diminuirmos a velocidade, na realidade, ela aumentava como se estivessemos sendo tragados para o interior do sinal, Jeep comandou a queda de emergência e um verdadeiro terremoto nos arrancou na supervelocidade me cegando por alguns momentos, o impacto foi tão grande que perdi os sentidos por alguns momentos; os alarmes e a gritaria no rádio me trouxeram de volta e me deparei com a visão mais dantesca de toda a minha vida, estava cercado por destroços espaciais, corpos flutuavam pelo espaço e a minha frente uma monstruosa nave não classificada, maior que nosso cruzador com componentes orgânicos e de metal misturados pairava emitindo um som gutural, um mantra sombrio. Tentei contato com Jeep, nada, cabeça e laser gritavam sem parar, foi quando notei que havia uma massa negra agarrada em seu casco, fogo e faíscas não deixavam dúvidas, a nave tinha sido invadida e algo muito ruim estava acontecendo. Tento ativar a nave, os comandos não obedecem, só o suporte de vida funcionando e a contagem regressiva parece disparada a minha frente, então vejo jeep, sua federal está atirando para todos os lados e está muito avariada, ele esta indo para cima da nave do laser, fritando a massa negra que esta ao redor, então, posso identificar que é outra nave e uma espécie de doca se desprende da cabine levando pedaços e muito sangue, enquanto a eagle afunda tragada pela nave mãe, entro em desespero, uma sensação de impotência me invade, juntamente com uma fúria nunca sentida, novamente inicio os procedimentos de reparo e com um rugido os motores religam, de alguma forma a investida do Jeep anulou o que estava imobilizando minha nave e parto para ajudar o cabeça que ainda escuto no rádio, disparo dois mísseis que descolam a maldita da eagle e vejo que trata-se de uma nave sem forma definida, que imediatamente se retira, me aproximo e consigo ver que a eagle esta muito avariada e perdendo oxigênio, finalmente consigo contato e jeep se aproxima, então, com um urro ensurdecedor , a nave mãe começa a vomitar uma horda infernal de caças, jeep já esta emparelhado fazendo o resgate e percebo que não terão tempo suficiente para terminar e me ponho entre eles dando cobertura no que puder, cinco hostis se aproximam e dou engage, disparando tudo que tenho e mandando um deles para o inferno de onde saiu, ao mesmo tempo que sou metralhado por alguma arma térmica cuja assinatura não é conhecida, só sei que meus escudos derretem em segundos e todo o conhecimento adquirido parece inútil diante daquele enxame de morte cuspido em minha direção, um caça inimigo se posiciona atrás de mim e não importa o que eu faça, fico na mira do maldito, meus módulos começam a falhar e as faíscas no painel não deixam dúvidas, é o fim...
então o computador assume e o fsd é acionado, jeep passa por mim abrindo caminho, atirando para todos os lados, seus escudos já caíram e o imenso MASS LOCK nos segura, a massa hostil se intensifica e não importa quantos eu derrube, outros dois assumem, então o impossível acontece e ouço o som mais foda do universo nossa FARRAGUT surge do salto disparando tudo que tem na monstruosidade e, pela primeira vez em décadas, vejo a FNS NEPTUNE fora do sistema solar, esquadrões de F63Condor já estão nos dando cobertura enquanto evadimos para a doca do cruzador.
A equipe de emergência já nos espera, rapidamente desembarco e corro para a nave do Jeep, que não abre as portas, apesar de nossos apelos. A tropa de contenção e assalto esta a postos, um longo e incômodo tempo se passa até que começam a abrir o casco marcado da Federal, o cheiro de queimado invade a doca e a fumaça impede que vejamos o interior da nave, a equipe se posiciona, seus trajes os isolam do ambiente, as tropas começam a avançar e a cena encontrada é a pior já vista, em meio a muito sangue, uma criatura se alimenta do que um dia foi Jeep, seus traços deformados ainda me permitem identificar o que um dia foi o cabeça, então, a criatura investe contra as tropas e é fuzilada e incenerada, esta é a última imagem que tenho de meus companheiros, antes de ser imobilizado e posto em isolamento.
Enquanto sou carregado, por trás do campo de contenção, escuto entre os sussurros a palavra Targoids e guerra pela humanidade.