Funcionários mais antigos já sabem como os protocolos, a dinâmica e cultura da empresa impactam no processo E resultado. Se um ou mais desses três pilares for(em) ruim(ns), ocorre uma quebra nessa qualidade, retardando o resultado esperado. Se o treinamento também for ruim, aí a tendência é que haja, realmente, uma queda gradativa na qualidade.
A queda de qualidade é dos estagiários mesmo.
Há modelos, padrões e o método de ensinamento é focado.
Não há equívocos na metodologia de acompanhamento e supervisão (fui supervisora de estagiários por 4 anos e o colega que cuida disso agora faz seu serviço por uns 5 anos também e o substituo nas férias dele), tanto que os interessados em aprender, aproveitam e saem muito melhores do que entraram (dos 12 estagiários que mencionei, todos conseguiram empregos seja no serviço público, escritórios grandes e inclusive uma entrou na parte de pesquisa jurídica e docência da UERJ - eles mantiveram contato conosco) tanto que queriam a extensão do estágio, o que não seria possível (limite é de 2 anos).
O juiz com o qual trabalhei anteriormente e o atual desembargador são professores de faculdades federais/estaduais. Eles aprovaram o roteiro de estágio que elaboramos.
Queremos que eles executem sua parte do ofício e sejam autônomos em até 3 meses. Sempre que há dúvida e esta não esteja no roteiro (damos uma cópia para eles conferirem), podem perguntar.
Não colocamos os estagiários para "apertar porca", mas sim para entender como funciona um gabinete de tribunal. Eles elaboram os relatórios e alguns votos mais simples.
Como atividades extras e opcionais, pedimos:
- Para acompanhar seções de julgamento (elaborando um resumo do julgamento para conferência e avaliação);
- Atendimento aos advogados (ficam na sala como ouvintes);
- Realizar pesquisas e questionem algum modelo existente também como parte do ensino (verificamos os modelos periodicamente, então serve mais como estímulo).
O acompanhamento de seções e atendimento não influencia no nosso trabalho, é para que eles tenham contato com o dia a dia da segunda instância do poder judiciário.
Quem não quiser fazer as atividades extras, está liberado e não impacta na avaliação do estágio em si. É o ensino jurídico prático que muitos querem na área.
A realidade é: de uns 6 anos pra cá estão vindo cada vez mais estagiários com problemas de aprendizado e foco, fora o comportamento imaturo. Temos que explicar a mesma coisa diversas vezes. Não possuem vontade, tampouco autonomia para verificar se fizeram a mesma coisa anteriormente (querem tudo na boca o tempo todo, me sinto uma babá as vezes), ficam chorosos/revoltados quando corrigimos algo e chamamos em separado para pedir que tenham atenção ao que estão fazendo, pois o erro está repetitivo e uma conversa casual não ajuda.