Lembrei de um episódio que ocorreu comigo há alguns anos: conheci a mulher, fomos conversando durante alguns dias e combinamos de sair no sábado à noite para um restaurante aqui da região para nos conhecermos melhor. Perguntei onde ficava melhor para nos encontrarmos antes de irmos para o restaurante, ela sugeriu um local X e ficou combinado de nos encontrarmos nesse local, até ai tudo certo.
Quando nos encontramos no local combinado no sábado à noite, a primeira coisa que ela perguntou ao me ver foi "Cadê o seu carro??". (Na época pelo fato de estar sugando uma parcela considerável da minha renda e por já estar em teletrabalho híbrido, decidi vender o carro para dar uma entrada maior na compra da minha casa posteriormente e conseguir guardar mensalmente um valor maior).
Já fiquei meio assim com a pergunta bastante indiscreta e respondi:
- Então, estou temporariamente sem carro, pois estou focado em outros projetos. Mas isso não é problema, né? A gente pega um Uber e está tranquilo.
Nessa hora percebi que ela ficou meio desconfortável e, em questão de segundos, o celular dela "toca", ela finge estar conversando com alguém ao telefone e, após terminar de "falar ao telefone", ela diz:
- Nossa!! Como estou esquecida!! Tinha marcado um compromisso inadiável pra agora e estava esquecendo, inclusive estou atrasadíssima! Peço mil desculpas por todo o transtorno, mas vou ter que ir para esse compromisso que já estava marcado e eu tinha esquecido, mas a gente mantém contato e marcamos em outra data. Mais uma vez peço desculpas. (Tá bom! Eu nasci ontem!).
- Tudo bem!
O mais engraçado foi que ela saiu a pé rumo ao ponto de ônibus, muito provavelmente chegou lá de ônibus e bem antes do horário marcado para que eu não a visse chegando de ônibus, o que, pelo menos pra mim, não é nada demais. Queria parecer patricinha, mas, pelo visto, não tinha dinheiro nem pra pagar o Uber. Fiquei me perguntando qual a diferença que tinha em irmos ao restaurante em um carro meu ou de Uber, não era carro do mesmo jeito?