Comecei esse jogo quando saiu no PC, mas devido ao péssimo port, deixei de lado e só voltei a pegar nele mês passado quando resolvi testar no Steam Deck. Viciei e fui até o fim empurrado pelo fato de que o jogo roda tão bem no Deck que parece ter sido feito pra ele.
Não peguei nenhum spoiler nesse período e tive uma excelente experiência com a história e o gameplay que são os pontos fortes.
Como todo jogo da Platinum, você pode dar combos incríveis em exércitos de inimigos e nunca cansar de ver a 2B (e não dá pra cansar de olhar pra 2B) fazendo malabarismos enquanto corta tudo pela frente. Poucos estúdios conseguem entregar esse nível de gameplay viciante e impressionante. Fora isso, o criador do jogo foi longe em tentar quebrar a famosa 4ª parede usando até mesmo o menu do jogo e o sistema de saves como funções que você deve ir atrás antes de poder usar. O final principal é o ápice dessa tentativa de romper com o mundo do jogo e o mundo real, muito bem bolado.
Há uma mistura incrível e bem feita de shooter, jogo de nave, plataforma 2D, ação 3D em terceira pessoa e arcade em transições muito bem boladas. Várias boss battles são épicas e impressionantes.
Tudo isso ajuda a contar uma história bem interessante que envolve androides, robôs e humanos em uma Terra devastada do futuro. Embora seja uma boa história, achei um pouco previsível e se você ficar atento, já pega a reviravolta final muito antes dela ser revelada. Mesmo assim, a narrativa é muito boa e te faz querer seguir em diante e destravar os cinco finais principais pra conhecer toda a história.
O jogo tem pontos fracos que tiram um pouco do brilho do conjunto. Um deles são os gráficos dos cenários que não são ruins, mas são bem modestos perto do que poderiam ter entregado. O mundo do jogo embora tenha uma bela arte, fica apagado com texturas feias e cenários genéricos. Mesmo com mods não tem como melhorar muito. Apesar disso os gráficos dos efeitos de batalhas são bem competentes e ajudam a empolgar na ação.
Outro ponto fraco são as quests bem genéricas típicas de JRPGs que basicamente são ir ao local X, pegar o item Y e voltar. Felizmente você não é obrigado a fazer essas quests, mas se o jogo tivesse se esforçado mais nesse ponto, seria um diferencial a mais. Sem falar que essas fetch quests não casam com a proposta genial do jogo de te obrigar a cumprir certas tarefas antes de poder salvar, usar menus e funções extras essenciais ao gameplay.
Por último temos os clichês típicos de animes, o que pra uns pode ser mérito, pra outros pode ser algo já batido demais. 9S é o moleque bobão virjão apaixonado pela waifu gostosa, mas nunca sabe o que fazer. Eu até achei ruim ter que jogar uma campanha inteira com ele pra desbloquear o segundo final, mas ele acaba ficando bem overpower com o hacking se você souber fazer o ajuste das habilidades dele, e esses poderes dão uma boa variada no gameplay. Aliás, o sistema de habilidades é outro ponto forte do jogo. Se dedicar a fazer o upgrade e escolher as skill certas para o seu estilo e tipo de inimigos é bem gratificante e recomendo não utilizar o NPC que faz tudo automaticamente, porque tira muito da graça do gameplay.
Sólido 9 e uma experiência obrigatória pra quem gosta de hack'n slash, embora o jogo seja bem mais que isso.