Bom jogo, no geral curti, um tanto "genérico" eu diria, D&D/Europa medieval com uma coisa diferente aqui e ali, outras apenas com outro nome, como os fampyrs (vampiros). O panteão de Deuses é interessante. Escrita por vezes super cansativa e masturbatória, em alguns momentos fui empurrando com a barriga.
Já na primeira hora o cara é bombardeado com nomes de países, eventos, termos, etc... é Glanfanthans pra cá, Eothas pra lá, Waidwen's Legacy, Aedyr, Hollowborn... sim, criaram todo um mundo mas assim não dá. O jogo também adora descrever tudo - até a expressão de um npc irrelevante - de forma desnecessariamente detalhada e embelezada ao invés de ir direto ao ponto. Muito verborrágico. Super irritante quando tem diálogo com voz, já que não dá tempo de ler a descrição antes de vir o áudio.
História achei fraca, é dispersa e com um antagonista esquecível, acontece uma coisa e nosso personagem passa a ser capaz de ver/ler a alma das pessoas e sofrer com visões, o jornal faz parecer que é uma coisa terrível mas não há nenhuma consequência. O enredo gira em torno de politicagem, religião x ciência e maldições, nosso personagem pego no meio de tudo. A main quest só dá uma resposta concreta (e totalmente anticlimática) no final. Lá pelo meio do segundo ato até esqueci qual era minha motivação. Pelo menos tem bastante espaço pra se expressar nos diálogos e resolver as quests (que são ok). A história da expansão foi bem melhor.
Os companheiros eu gostei e em parte foi o que salvou a experiência, várias personalidades e histórias diferentes (e mais lore dumps), opinam sobre as coisas e conversam entre si, alguns poderiam ter sido melhor aproveitados e poderiam conversar mais durante as quests mas no geral gostei bastante deles. Dois deles caguei as quests e no epílogo fiquei bem chateado. Eles também são a principal fonte de humor.
Combate em tempo real com pause não dá, é uma bagunça do caralho onde o cara passa mais tempo pausando e olhando o log pra ver quem acertou ou não o que naquele show de AoE e efeitos. Ficou mais agradável quando coloquei pra pausar quando um personagem completasse uma habilidade. Automatizar a IA não adianta muito e o pathfinding é horrível. Muitos status e magias redundantes, priest por exemplo tem umas 50 magias e muitas fazem praticamente a mesma coisa ou são extremamente situacionais. Mais divertido era se posicionar na furtividade pra abrir a luta com um nuke antes de ir com o tank pra cima e bloquear um gargalo, tática de 90% das lutas. Não há mecânicas de elevação ou terreno.
Uma coisa que eu gostei foram as partes "escolha sua aventura", onde dá pra usar itens, mandar um companheiro ajudar, etc, podia até ter mais, melhor que mais outro grupo de aranhas/esqueletos/trolls. A parte de gerenciar a fortaleza é super rasa e não serve pra praticamente nada. Arte é belíssima e um ponto super positivo pra mim é a estética realista sem armaduras e espadas gigantes e cheias de espinhos. Muitos loadings.
Foi bom, gostei dos companheiros e tem aquela vibe legal de aventura explorarando florestas/ruína/cavernas. Não chegou a ser tão memorável, história não me afetou muito, não lembro o nome nem de 5 npcs, o mundo tem potencial mas ao mesmo tempo é meio sem sal e carisma. Vou ver se jogo o 2 outra hora.