"E se alguém conhecesse a sua mente melhor que você?"
Da série indies melhores que AAA, tinha deixado passar The Swapper no seu lançamento. Um jogo de puzzle muito competente. Com uma temática de ficção científica, você, à deriva no espaço, pousa em uma estação de pesquisa abandonada. Equipado com uma arma experimental que é capaz de projetar clones seus, você tem que superar os puzzles para descobrir o que aconteceu ali e como conseguir sair de lá. Os puzzles lembram Portal, só que com clones para encurtar as distâncias, envolvendo uma mistura de raciocínio, tentativa e "momento", sendo alguns até bem complexos. Jogo excelente. Destaca-se a arte do jogo que foi criada usando modelos em argila, o que é bem legal. Aqui marcou aproximadamente 8 horas no Steam, mas sou lento.
Terminei no PS5, mas como vai sair a versão para PC, vou deixar a minha impressão aqui.
Entendo as críticas sobre ser "mais um open world de zumbi com missões repetitivas". É verdade, em parte, mas acredito que seja mais um problema da progressão do jogo. Ela é muito mal desenvolvida. Você passa as 20 horas iniciais do jogo fazendo as mesmas missões praticamente, o jogo introduz novas mecânicas de forma muito demorada, chegando a introduzir mecânicas chaves apenas nas últimas 10 horas da campanha. Muita gente desiste do jogo antes mesmo de enfrentar a primeira horda, que deveria ser o ponto central do jogo.
A história é boa, principalmente pelos personagens. É refrescante ver um personagem principal que não é praticamente um semideus. Casca dura em um mundo imperdoável, o personagem tem dificuldade de falar sobre sentimentos e as suas ações, pelo contrário, soa individualista na maior parte do tempo e parece sofrer da famosa “síndrome do sobrevivente” (a culpa que algumas pessoas desenvolvem por continuarem vivendo após perderem alguém), o que permite um arco de crescimento muito mais interessante que do típico personagem "super-foda-semideus-Braddock" desde o nascimento como de tantos outros jogos.
(Aliás, o protagonista foi até criticado por isso e acusado de ser "machão"
(e por olhar para a bunda de uma mulher), o que é hilário, se você pensar que tipo de pessoa sobreviveria a um apocalipse que matou quase 2 bilhões de pessoas nas 2 primeiras semanas. Bandidos, assassinos, traidores, saqueadores, covardes. Esse é o tipo que sobreviveria).
O mundo é bem construído, dá para notar a paixão e o cuidado que colocaram em partes do jogo. A jogabilidade é boa, imagino que no teclado e mouse será ainda melhor. As animações não são top de linha, mas aceitáveis (algumas bem ruizinhas). Há uma boa variedade de armas, mas a maioria fica travada até o fim do jogo (outro problema com a progressão do jogo). Como quase todos jogos da Sony, tem um sistema de craft de suprimentos e artefatos. Colocar os upgrades e customizar a moto é quase como um mini-jogo dentro do jogo, muito bacana.
E, por fim, sim, enfrentar as hordas é uma experiência única que esse jogo propõe. Algumas são tão recompensadoras de eliminar quanto um chefe da série Souls pela primeira vez.
Aqui foram aproximadamente 65 horas, mas com algumas hordas e atividades ainda por fazer.
Recomendo.